Dois zootecnistas do Estado de Alagoas integraram uma missão humanitária que reuniu profissionais de variadas áreas entre os municípios de Pedro Alexandre e Coronel João de Sá, na Bahia, após a enchente do último dia 11 de julho com o rompimento parcial da Barragem do Quati. Samy Barros Souza Ibrahim e Jackson Santos permaneceram na ação por 10 dias seguidos. Ambos voltaram para Alagoas na última quinta feira (25).

De acordo com Samy, que é coordenador geral da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) de Maceió, os zootecnistas passaram a integrar a equipe de apoio frente a preocupação de um possível desastre na região urbana da capital.

“A preocupação nos motivou a entrar em contato com os profissionais veterinários que atuaram em Brumadinho, Minas Gerais. Solicitamos uma capacitação, via CRMV-AL e, neste momento, passamos a ter contato com a esfera pré-desastre, desastre e pós-desastre. Como zootecnistas, de cara, ficou claro a necessidade de nos inserirmos neste contexto”, explica.

Samy (Foto: arquivo pessoal/Divulgação)

Na Bahia, Samy e Jackson ficaram responsáveis, junto de um veterinário, por remanejar, realocar, orientar e atuar no bem-estar social de 11 famílias criadoras de suínos e que foram atingidas pela enchente ocasionada

“A presença profissional qualificada minimiza o sofrimento de humanos e animais de forma rápida e eficaz. Nestes cenários, muitos animais, de produção ou não, carecem de um manejo técnico adequado e específico”, pontua Samy.

O zootecnista Jackson Santos, que trabalha no setor de liberação de animais de médio e grande porte na UVZ de Maceió, relembra que a atuação do zootecnista em tragédias como a que ocorreu na Barragem do Quati é de suma importância, independente se os animais atingidos são de produção ou estimação.

“O atendimento não se resume apenas ao resgate feito pelos bombeiros e aos primeiros socorros realizados pelos médicos veterinários. Animais atingidos por tragédias precisam de um acompanhamento nutricional adequado, uma devida escrituração zootécnica de acordo com cada espécie. Também necessita de manejo sanitário adequado de acordo com cada espécie. Tudo isso junto aos seus tutores quando identificados ou até mesmo em abrigos criados para alocar estes animais, nos casos em que os mesmos se encontram sem a guarda de seus tutores”.

Jackson (à esquerda) orientando morador afetado pela enchente (Foto: arquivo pessoal/Divulgação)

Jackson explica, ainda, que a formação de zootecnista auxilia, também, na hora de se preparar abrigos para animais atingidos por enchentes, por exemplo.

“Como se trata de um ambiente que pode abrigar vários animais, em áreas coletivas, se faz de extrema importância a presença de um profissional zootecnista. É um momento complexo que visa a saúde do animal e seu bem-estar, além da saúde dos seres humanos. Isto demanda a atuação de uma equipe multidisciplinar que tenha como objetivo amenizar os danos que os atingidos sofreram”.

FRENTES DE TRABALHO

No acidente na Bahia, foram criadas duas grandes frentes de trabalho com equipes multidisciplinares. A primeira visava a imunização, controle de endo e ecto parasitas, assim como o controle populacional de cães e gatos afetados pela enchente.

Já a segunda frente foi direcionada a resolução de um problema ocorrido com 108 suínos que eram criados em pocilgas próximos ao Rio Peixe, o rio que teve a enchente devido ao estouro das barragens.

Suínos desabrigados (Foto: arquivo pessoal/Divulgação)

“Este foi um problema um tanto quanto complicado, tendo em vista que a enchente destruiu tudo e envolveu 10 famílias que tem essa atividade como fonte de renda. Foi realizado visitas ao local afetado e identificado de imediato a impossibilidade de manter a criação dos animais no local, devido a fatores ambientais e de saúde única”, relembra Jackson. Para solucionar o problema, a equipe integrada por ele e Samy viabilizaram o deslocamento dos animais através da esfera pública.

RESULTADOS

Ao fim dos 10 dias, a equipe de Samy e Jackson entregaram um relatório com orientações a serem seguidas, implantadas e acompanhadas por quem fica.

“A nossa estadia foi temporária. O objetivo era organizar uma linha de recuperação e melhora de cenário. Dessa forma, organizamos o ambiente e identificamos os técnicos regionais, assim como os órgãos responsáveis pela continuidade e entregamos nosso relatório dirigido”.

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