O trabalho multifacetado do profissional zootecnista está intimamente ligado, também, à conservação das espécies. É o que mostra o zootecnista Henrique Tavares, chefe da divisão de nutrição animal do Parque das Aves, localizado em Foz do Iguaçu, no Paraná. A instituição é focada na conversação dos animais da mata atlântica.

Em uma live transmitida pelo parque nas redes sociais, Henrique falou um pouco o seu trabalho de zootecnista na instituição, além de apresentar a divisão pela qual é responsável e revelar algumas curiosidades envolvendo a nutrição dos animais dentro do parque, que está temporariamente fechado para visitação frente a pandemia do novo coronavírus.

“Apesar de o parque estar fechado, os animais continuam comendo. Então, o setor de divisão é um uma área que não pode parar. A gente continua o mesmo trabalho que a gente tinha antes porque, por dia, saem mais ou menos 3000 refeições”.

Em 2015, Henrique Tavares foi premiado pela ABZ com o prêmio Zootecnista do Ano (Foto: Ascom/Parque das Aves)

O setor de nutrição animal chefiado por Henrique é responsável, anualmente, pela produção de mais de 40 toneladas de ração e 60 toneladas de outros tipos de alimentos, como vegetais e frutas. O volume grande de alimentos reforça, ainda mais, a necessidade de um controle muito rigoroso de tudo que está sendo preparado para os animais.

“A divisão abre por volta de 6h30 da manhã para que, às 8h, quase todos os alimentos do dia já estejam preparados. A gente tem que pensar que muitas das nossas aves se alimentam nos primeiros horários da manhã, então é muito importante que já tenham alimentos disponíveis para estes animais. E durante o dia a gente vai fazendo outros tipos de preparação”, contou.

Além das rações e alimentos naturais, o parque também produz em biotério, por ano, cerca de duas toneladas de presas, como ratos, coelhos e porquinhos da índia. Dentro do biotério, há um insetário, já que vivem no parque, também, uma grande quantidade de aves insetívoras. A produção deste animais vem de encontro a uma preocupação da divisão de nutrição, que preza, também, por oferecer aos moradores do parque alimentos muito próximos do que eles consumiriam na natureza.

Mutum-de-penacho (Crax fasciolata) (Foto: Ascom/Parque das Aves)

“Nosso biotério tem uma estrutura muito boa, onde a gente pensa muito no bem-estar dessas presas. Elas tem uma vida muito boa durante o período de produção, para depois servirem de alimento para os nossos carnívoros, como as harpias, urubus”.

DEFINIÇÃO DE ALIMENTAÇÃO

O zootecnista Henrique é o responsável por definir dietas específicas para todos os moradores do Parque das Aves. Quando animais novos chegam a instituição, por exemplo, é ele quem estuda as necessidades nutricionais de cada animal para, na sequência, definir a dieta que será destinada para eles.

“Estudo os itens alimentares consumidos por ele na natureza e tento descobrir quais nutrientes estão presentes nestes alimentos para oferecer aqui em cativeiro uma dieta próxima das necessidades nutricionais destes animais”.

Com os cálculos nutricionais e formulações das dietas prontas, os preparadores de alimentos recebem, através de plataforma digital, as instruções de Henrique para a destinação das alimentações, quantidade, periodicidade e forma de distribuição. Os alimentos passam, também, por um rígido controle higiênico e sanitário, desde a sua produção até a entrega final aos animais.

Porta-rações usados no parque para separação de alimentos (Foto: Ascom/Parque das Aves)

“Começamos a trabalhar com procedimentos operacionais padronizados, que me mostra de que forma eu devo manipular os alimentos para evitar qualquer tipo de contaminação neles. E neste período que a gente está de coronavírus, é muito importante este tipo de controle, também, dentro dos centros de nutrição”, frisou, lembrando que os equipamentos e instalações da cozinha e estoque do parque são apropriados para corroborar tanto com o controle higiênico-sanitário, quanto com o controle de qualidade.

Na live, Henrique também sobre outros temas envolvendo a nutrição dos animais do parque, como o uso de alimentos funcionais. A transmissão pode ser assistida abaixo ou diretamente no Facebook da instituição.

2 Comentários
  1. Kênia Kemily Rodrigues Souto 4 anos atrás

    Sou estudante do 7 semestres em Zootecnia na Universidade Estadual Do Mato Grosso do Sul em Aquidauana-MS, tenho muito interesse na área de animais silvestres e gostaria muito de uma experiência de estágio para vivenciar esse setor tão amplo, principalmente na parte de bem-estar animal e nutrição

  2. Cesário Velasquez 4 anos atrás

    Parabéns pelo excelente trabalho!

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