Divisa entre os Estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, uma porção da Bacia do Rio Paraná vem sendo foco de risco para aves, que sofrem com o tráfico de animais da região. Em entrevista ao Metro Jornal Curitiba, a zootecnista Gláucia Seixas, criadora do “Projeto Papagaio-verdadeiro”, falou sobre o tema, lembrando da dificuldade de se proteger estes animais.

“É um bicho com menor valor na venda, porque não é tão raro. Então os traficantes ganham na quantidade. Capturam muitos e vendem bem mais barato do que os criadouros certificados”.

Segundo ela, o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) do governo do MS, onde ela também trabalhou, recuperou mais de 10 mil papagaios capturados desde 1988.

“Essa espécie é muito apreciada porque é tida como o melhor falador entre os papagaios, o que melhor imita a voz humana”.

Segundo a zootecnista, na tríplice divisa com PR e SP, os pássaros são alvos fáceis para os traficantes, que coletam filhotes ou até os ovos nos ninhos e deixam a região de barco, pelo Rio Paraná, geralmente em más condições, o que mata parte das aves antes da venda. Enquanto papagaios legalizados custam até R$ 2 mil, os clandestinos são vendidos por R$ 500 ou menos.

No projeto desenvolvido pela zootecnistas, além de monitorar as populações dos papagaios, a Fundação acompanha o movimento do tráfico e faz campanhas de conscientização para que as pessoas não comprem aves clandestinas e denunciem os casos. A entidade não atua na reabilitação dos animais recuperados.

“Quando um pássaro é devolvido à natureza, a situação já não é a ideal. Eles passam meses nas mãos humanas e quase nunca voltam exatamente para o seu habitat. É um arranjo artificial”.

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