Uma iniciativa que começou no Brasil vem alertando para o perigo sobre o desaparecimento das abelhas no mundo e a importância que a apicultura tem frente a este cenário. Intitulada “Sem Abelha, Sem Alimento”, a campanha é a maior iniciativa em proteção às abelhas da América Latina e tem o objetivo de conscientizar a sociedade para a importância destes polinizadores.
De acordo com informações da organização da Bee Or Not To Be, criada pelo Centro Tecnológico de Apicultura e Meliponicultura do Rio Grande do Norte (CETAPIS) e responsável pela campanha, o debate e a criação de novas soluções para resolver o problema é urgente.
“É fundamental conhecer as causas do problema, e também as formas de ajudar a combatê-lo. A proteção das abelhas é um tema que diz respeito a todos, pois sua importância se manifesta em 1/3 de todos os alimentos que chegam às nossas mesas, no equilíbrio de ecossistemas, na manutenção de matas e florestas e na preservação da biodiversidade”, dizem os fundadores da campanha em seu site.
O projeto, liderado pelo professor Dr. Lionel Segui Gonçalves, geneticista e pesquisador sobre abelhas e atualmente professor visitante da UFERSA/RN, alerta também que o fenômeno do desaparecimento das abelhas representa um alto risco para a apicultura mundial e para o agronegócio internacional, uma vez que toda a produção agrícola relacionada a grãos e frutos depende da polinização realizada, principalmente, pelas abelhas. Para ele, um dos motivos do desaparecimento destes animais está relacionado ao uso agrotóxicos e pesticidas neonicotinoides.
“Se não testemunharmos uma decisão firme e corajosa de proibição do uso e banimento definitivo dos pesticidas tóxicos às abelhas de nossas lavouras, sobretudo a proibição dos neonicotinoides e do Fipronil, por parte das autoridades brasileiras (Ministério da Agricultura, Ministério do Meio Ambiente, Ibama, etc.), além de conservarmos a infâmia de sermos um dos maiores consumidores mundiais de agrotóxicos, assistiremos lamentavelmente o contínuo desaparecimento das abelhas no Brasil e suas consequências para o meio ambiente, para a segurança alimentar do homem, para a sustentabilidade da vida”, explicou Gonçalves em um artigo publicado na Revista Mensagem Doce da Apacame.
RESULTADOS
Quando a campanha foi lançada, em agosto de 2013, a organização criou uma petição em Proteção às Abelhas que recolheu 22.190 assinaturas até março deste ano. Agora, segundo informações da Bee Or Not To Be, um relatório com as assinaturas será entregue às autoridades para exigir uma atitude em prol da preservação das abelhas.
A Associação Brasileira de Zootecnistas (ABZ) é uma das apoiadoras do projeto. Para conhecer mais detalhes, clique aqui.