Avaliação do crescimento inicial de Brachiaria cv. MG5 em função de diferentes doses de nitrogênio

Lorhane Caroline da Lapa Ferreira1, Hyago Jovane Borges de Oliveira2, Poliana Ramos da Silva3, Darlânia Santos Marinho4, Lucas Portilho Silva5, Ketuly da Silva Ataides6, Rogério Cavalcante Gonçalves7
1 - Faculdade Católica do Tocantins
2 - Faculdade Católica do Tocantins
3 - Faculdade Católica do Tocantins
4 - Faculdade Católica do Tocantins
5 - Faculdade Católica do Tocantins
6 - Faculdade Católica do Tocantins
7 - Faculdade Católica do Tocantins

RESUMO -

A maioria dos solos brasileiros é deficiente em nitrogênio, o qual é essencial ao crescimento das plantas. Devido a isso, esse estudo teve o objetivo de avaliar diferentes doses de nitrogênio no crescimento inicial do capim Brachiaria MG-5 em casa de vegetação. Avaliou-se cinco doses de nitrogênio (0, 30, 60, 90 e 120 mg/dm-3) que correspondem a 0, 60, 120, 180 e 240 kg/há-1 respectivamente, distribuídas em um delineamento inteiramente casualizado com cinco repetições, totalizando 25 unidades experimentais. Em seguida ocorreu a semeadura utilizando aproximadamente 25 sementes de Brachiaria cv MG5/vaso, sendo efetuado o primeiro e único desbaste 15 DAE, deixando 5 plantas/vaso. Após 45 DAE iniciaram as avaliações sendo desmontadas as unidades experimentais, levadas ao laboratório para a realização da contagem do número de perfilhos e folhas. A dose 120 mg dm-3 equivalente a 240 kg ha-1 foi a dose que provocou melhores resultados para número de folhas e perfilhos em casa de vegetação.

Palavras-chave: Crescimento das plantas, nitrogênio, número de folhas, número de perfilhos

Evaluation of the growth of Brachiaria cv. MG5 as a function of different doses of nitrogen

ABSTRACT - Most Brazilian soils are deficient in nitrogen, which is essential to plant growth. Due to this, this study had the objective of evaluating different nitrogen rates in the initial growth of Brachiaria MG-5 grass in greenhouse. Five nitrogen doses (0, 30, 60, 90 and 120 mg / dm-3) corresponding to 0, 60, 120, 180 and 240 kg / ha-1, respectively, were distributed in a completely randomized design with five Repetitions, totaling 25 experimental units. Seeding was carried out using approximately 25 seeds of Brachiaria cv MG5 / vase, with the first and only thinning 15 DAE, leaving 5 plants / vase. After 45 DAE, the evaluations were started and the experimental units were taken to the laboratory to count the number of tillers and leaves. The dose 120 mg dm-3 equivalent to 240 kg ha-1 was the dose that caused better results for both parameters in greenhouse.
Keywords: Plant growth, nitrogen, number of leaves, number of tillers


Introdução

Dentre as espécies de forrageiras tropicais existentes no Brasil a que vem obtendo destaque no cenário nacional é a Brachiaria brizantha cv. MG-5, com rendimentos de 10 a 18 toneladas de MS ha-1 ano-1 e com ótimos valores nutritivos consideráveis (SOUZA, 2002), levando em conta as boas formas de implantação e estabelecimento no solo. A maioria dos solos brasileiros é deficiente em nitrogênio, o qual é essencial ao crescimento das plantas forrageiras. A perda da produtividade das pastagens das regiões do cerrado, ao longo do tempo, tem sido atribuída a diversos fatores e entre os mais importantes citam-se o estabelecimento inadequado a lotação excessiva e a falta de adubação de manutenção. Estudos realizados em propriedades rurais, nessa região, têm indicado que a deficiência de fósforo e de nitrogênio é a causa mais frequente da perda de produtividade das pastagens (VILELA et al., 2002). A disponibilidade de nitrogênio tem pronunciado efeito na taxa de expansão das folhas. Alto nível de deficiência de nitrogênio pode resultar em valores três a quatro vezes menores na taxa de crescimento foliar quando comparado a um nível não limitante deste nutriente (NABINGER, 2002). Devido a isso esse estudo teve o objetivo de avaliar diferentes doses de nitrogênio no crescimento inicial do capim Brachiaria brizantha cv. MG-5 em casa de vegetação.

Revisão Bibliográfica

A expansão de áreas de pastagens cultivadas com espécies do gênero Brachiaria no Brasil, tem se verificado em proporções, provavelmente, jamais igualadas por outras forrageiras, em qualquer outro país de clima tropical. Sua altura média pode atingir 1,5 m, apresentando colmos prostados, mas produzindo perfilhos cada vez mais eretos ao longo do seu crescimento da touceira, promovendo a multiplicação de inflorescências, principalmente sob o regime de pastejo ou corte.  Levando em conta as boas formas de implantação e estabelecimento no solo. O crescimento dessas plantas forrageiras e, consequentemente, a sua produção depende de fatores relacionados à planta, ao solo e ao clima. Em relação ao solo, o principal fator é a disponibilidade de nutrientes que por ventura, estes têm suma importância para o crescimento das plantas, sendo o nitrogênio (N) um dos nutrientes absorvidos em grandes quantidades (MONTEIRO, 1995). A maioria dos solos brasileiros é deficiente em nitrogênio, o qual é essencial ao crescimento das plantas. Segundo (MOTT et al. 1970), o aumento do interesse na fertilização nitrogenada em gramíneas tropicais ocorre porque o nitrogênio é frequentemente o primeiro fator limitante na produção dessas pastagens, provocando perdas de produtividade e posteriormente perda de lucratividade. O uso eficiente de fertilizantes minerais é o fator que, mais contribui para o aumento da produtividade agrícola. O N é um dos elementos minerais requerido em maior quantidade pelas plantas e o que mais limita o crescimento, porém quando realizada a correta adubação, o N é o nutriente mais responsivo. Esta sua alta resposta a adubação nitrogenada, se deve a sua ativa participação no metabolismo vegetal, sendo constituinte de proteínas, ácidos nucleicos e muitos outros constituintes celulares, membranas e diversos fitohormônios (SOUZA; FERNANDES, 2006). O N após sua aplicação no solo, por fertilizantes, sofre transformação, resultando em N inorgânico (NH4 ou NO3), podendo parte desse fertilizante ser perdido por volatilização, imobilizado, lixiviação e desnitrificação. Outra maneira de adicionar N ao sistema é pela mineralização da matéria orgânica do solo (MOS), considera como uma das principais fontes e estoque de N, mas pouco relevante quando se trata do sistema agrícola (CANTARELLA, 2007).

Materiais e Métodos

O experimento foi conduzido em casa de vegetação da Faculdade Católica do Tocantins, em Palmas – TO. O município de Palmas está localizado na região central do Tocantins, a 330 metros acima do nível do mar (–10°12’46’’ de latitude Sul, 48°21’37’’ de longitude Oeste).  Avaliou-se cinco doses de nitrogênio (0, 30, 60, 90 e 120 mg/dm-3) que correspondem a 0, 60, 120, 180 e 240 kg/ha respectivamente, sendo a dose 0 o grupo controle, distribuídas em um delineamento inteiramente casualizado com cinco repetições, totalizando 25 unidades experimentais.  A análise do solo foi interpretada através do método de saturação de bases (Embrapa, 1997) e de acordo com a mesma não houve necessidade de calagem e nem adubação de correção do solo. As doses supracitadas de N (20% de sulfato de amônio de N) foram distribuídas em sacos plásticos com dimensões equivalentes a 25x35x18 cm3, com volume de 7,6 dm-3 e em seguida ocorreu a semeadura utilizando aproximadamente 25 sementes de Brachiaria brizantha cv. MG5/vaso, sendo efetuado o primeiro e único desbaste 15 DAE, deixando 5 plantas/vaso. Após 45 DAE iniciaram as avaliações sendo desmontadas as unidades experimentais, levadas ao laboratório para a realização da contagem do número de perfilhos e folhas, em seguida para a obtenção o número de folhas e perfilhos por planta, foi feito uma distribuição dos dados, onde dividiu-se o número total por vaso desses componentes pelo o número de plantas deixados no desbaste, assim no final teremos o resultado final por planta. Os resultados foram submetidos à análise de variância, e em função do nível de significância no teste de F para as doses de N, procedeu-se ao estudo de regressão polinomial (superfície de resposta), por intermédio do programa estatístico ASSISTAT versão 7.7 beta

Resultados e Discussão

A aplicação de doses crescentes de nitrogênio provocou aumento nas produções de folhas e perfilhos. A avaliação do componente morfológico número de folhas foi influenciada positivamente pelas doses de N e ajustou-se ao modelo quadrático de regressão (ŷ = 7,26400000 + 0,026400x, r2 = 0,89) na figura 1. Observa-se que a dose de máxima de eficiência técnica foi a dose utilizada de 120 mg dm-3  de N, equivalente a dose de 240 kg há-1, e a produção de folhas equivalente a 13 folhas planta-1. A dose máxima de eficiência incrementou 49,3%, 26,5%, 20% e 19,7% em número de folhas planta-1 quando comparado, respectivamente, as doses 0, 30, 60 e 90 mg dm-3, equivalentes as doses de 0, 60, 120 e 180 kg há-1. (GARCEZ NETO et al. 2002) também verificaram que o suprimento de nitrogênio teve efeitos significativos sobre o número total de perfilhos e sobre a produção de perfilhos, revelando um padrão quadrático na resposta. Os rendimentos de número de perfilhos planta ajustaram-se ao modelo quadrático de regressão (ŷ = 1,84000 + 0,020500x, r2 = 0,93) na figura 2. Observa-se a dose de máxima de eficiência técnica foi a maior dose utilizada para a avaliação, ou seja, a dose de 120 mg dm-3  de N, equivalente a dose de 240 kg há-1, e produção equivalente 4,6 perfilhos planta-1. A dose máxima de eficiência incrementou 59,2%, 42,7%, 37,4% e 26,9% em produção de perfilhos planta-1 quando comparado, respectivamente, as de 0, 60, 120 e 180 kg há-1. Segundo (LANGER, 1979), a elevação da quantidade de N aplicada às pastagens acelera o processo de formação foliar e aumenta o número de perfilhos.

Conclusões

A produção de número de folhas e perfilhos foram significativamente incrementados pela adubação nitrogenada. Sendo a dose 120 mg dm-3 equivalente a 240 kg ha-1 que provocou melhores resultados em casa de vegetação.

Gráficos e Tabelas




Referências

CANTARELLA, H. Nitrogênio. In: NOVAIS, R. F.; ALVAREZ, V. V. H.; BARROS, N. F.; FONTES, R. L. F.; CANTARUTTI, R. B.; NEVES, J. C. L. (Ed). Fertilidade do solo. Viçosa, MG: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2007. p. 375-470. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Serviço Nacional de Levantamento e Conservação dos Solos. Manual de métodos de análise de solo. Rio de Janeiro, 1997. GARCEZ NETO, A. F.; NASCIMENTO JÚNIOR, D.; REGAZZI, A. J.; FONSECA, D. M.; MOSQUIM, P. R.; GOBBI, K. F. Respostas morfogênicas e estruturais de Panicum maximum cv. Mombaça sob diferentes níveis de adubação nitrogenada e alturas de corte. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 31, n., p. 1890-1900, 2002. LANGER, R.H. How grasses grow. 2.ed. London: Longman, 1979. p.34. MONTEIRO, F. A. Nutrição mineral e adubação. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, 12, 1995, Piracicaba. Anais... Piracicaba: Fealq, 1995. p.219-244 MOTT, G.O. 1970. Evaluacion de la produccion de forrajes In: HUGHES, H.D., HEATH, M.E., METCALFE, D.S. (Eds.) Forrajes - la ciencia de la agricultura basada en la producción de pastos. México. p.131-141. NABINGER, C. Manejo da desfolha. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, 19., 2002, Piracicaba. Anais... Piracicaba: Fealq, 2002. p. 133-158 SOUZA, F. H. D. As sementes de espécies forrageiras do gênero Brachiaria no Brasil Central. In: PAULINO, V. T.; ALCÂNTARA, V. B. G. A Brachiaria no novo século. 2 ed. Nova Odessa: Instituto de Zootecnia, 2002. p. 7-29. VILELA, L.; SOARES, W. V.; SOUSA, D. M. G. de; MACEDO, M. C. M. Calagem e adubação para pastagens. In: SOUSA, D. M. G. de; LOBATO, E. Cerrado: correção do solo e adubação. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2002. p. 367-382.