Informações divulgadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) afastam, por ora, que os problemas apontados pela Polícia Federal na Operação Carne Fraca impliquem risco ao consumo humano. A declaração foi dada pelo ministro Blairo Maggi nesta segunda feira (27), em um balanço da força-tarefa montado pelo ministério para investigar o caso.
De acordo com o Mapa, irregularidades encontradas em 12 laudos concluídos revelam, sim, fraudes econômicas, como quantidade de água acima do permitido no frango e, amido, também fora do padrão, em salsicha.
“Das amostras analisadas, não há nenhuma anormalidade que possa fazer mal à saúde humana”, garantiu o ministro.
A força-tarefa contou com equipe de 250 servidores, entre auditores fiscais, agentes de inspeção e de atividades agropecuárias, nos 21 estabelecimentos citados na operação. Cada equipe verificou registros de controle de fabricação, de matéria-prima e interrogou funcionários, além de avaliar as condições de higiene. Uma das empresas que produz ração animal estava utilizando subprodutos com data de validade vencida. Após a constatação, ela foi interditada.
De acordo com informações da assessoria de comunicação do Mapa, no dia em a operação foi deflagrada, em 17 de março, o ministério interditou, por precaução, estabelecimentos da BRF, em Mineiros (GO), da Peccin Agro Industrial, em Curitiba (PR), e em Jaraguá do Sul (SC). Os laudos prontos se referem a essas três plantas frigoríficas. Depois, entre os citados, mais três sofreram interdição preventiva, por falhas no controle de fabricação: Souza Ramos, em Colombo (PR), Laticínios SSPMA, em Sapopema (PR) e Farinha de Carnes Castro, em Castro (PR).
A força-tarefa realizou coletas, que foram além do local de produção dos estabelecimentos auditados, se estendendo ao varejo, onde foram retiradas 174 amostras de produtos fabricados pelas empresas em 22 estados da federação. Os resultados finais serão conhecidos em até duas semanas.