RENDIMENTO DE CARCAÇA E CORTES DE FRANGOS ALIMENTADOS COM DIFERENTES COMPLEXOS ENZIMÁTICOS.

Aryella Carolyne Hoffmann1, João Antônio Barbosa Filho2, Thais Dornellas3, Andreia Donizete Chagas Vilas Boas4, Maurício de Almeida5, Laryssa Martins Silva6, João Paulo Figueiredo De Oliveira7, Alexandre Oba8
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RESUMO -

Objetivou-se avaliar o rendimento de carcaça e cortes de frangos alimentados com diferentes complexos enzimáticos (CE). Foram utilizados 18 frangos de corte com 43 dias idade por tratamento, que consistiram em controle positivo (CP), atendendo as exigências nutricionais mínimas (ROSTAGNO et al., 2011); controle negativo (CN) com desvalorização energética de 100 kcal/kg; CE1(α-amilase, β-glucanase, fitase, celulase, xilanase e protease); CE2 (xilanase, α-amilase, β-glucanase, protease e fitase); CE3 (endo-1,4-β-xilanase e endo-1,3-β-glucanase); CE4 (endo-1,4-β-mananase), sendo que os tratamentos com CE apresentaram desvalorização energética de 100, 100, 88 e 100 kcal/kg, respectivamente. Os resultados mostram diferença somente no rendimento de pernas, onde o CP apresentou menor rendimento em relação ao CN e estes não diferenciaram dos tratamentos com CE. Conclui-se que os diferentes complexos enzimáticos não influenciaram nos rendimentos de carcaça e cortes.

Palavras-chave: aditivos, aves, enzimas, fitase, protease.

CARCASS YIELD AND CUTS OF BROILERS, FED WITH DIFFERENT ENZYMATIC COMPLEXES.

ABSTRACT - The objective was to evaluate the carcass yield and cuts of broilers fed with different enzymatic complexes (EC). 18 broilers with 43 days were tested per treatment, which consisted of positive control (CP), fulfilling the minimum nutritional requirements (Rostagno et al., 2011); Negative control (CN) with energy depreciation of 100 kcal / kg; CE1 (α-amylase, β-glucanase, phytase, cellulase, xylanase and protease); CE2 (xylanase, α-amylase, β-glucanase, protease and phytase); CE3 (endo-1,4-β-xylanase and endo-1,3-β-glucanase); EC4 (endo-1,4-β-mannanase). EC treatments presented energy depreciation of 100, 100, 88 and 100 kcal / kg, respectively. The results showed difference only in leg yield, in which CP had lower yield in relation to CN and these did not differ from treatments with EC. It was concluded that different enzymatic complexes do not influence carcass yields and cuts.
Keywords: additives, birds, enzymes, phytase, protease.


Introdução

A adição de algumas enzimas exógenas nas rações são capazes de aumentar a digestibilidade dos nutrientes de rações à base de milho e farelo de soja, o que pode estar associado a degradação dos fatores antinutricionais presentes nestes alimentos. Assim, a adição de complexos enzimáticos em rações elaboradas com tais ingredientes são capazes de reduzir a variabilidade nutricional, o que resulta em maior disponibilidade de nutrientes da dieta e melhor desempenho de frangos (LEITE et al., 2011). Devido a isto, pode se notar que existem muitos benefícios ao suplementar as rações de frangos de corte com enzimas exógenas, como impacto no desempenho produtivo, saúde intestinal, rentabilidade do setor avícola e alterações no rendimento e qualidade de produtos de origem animal (DALÓLIO, 2014). Assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar o rendimento de carcaça e cortes de frangos alimentados com diferentes complexos enzimáticos.

Revisão Bibliográfica

As enzimas utilizadas são produzidas industrialmente, por meio da seleção de cultura de microrganismos (MO), cultivados por meio de fermentações avançadas, de onde é feita a extração e purificação das enzimas (KHATTAK et al., 2006). No mercado atual, estão disponíveis diversas enzimas exógenas para nutrição animal (MURAKAMI et al., 2007), no entanto existem produtos enzimáticos que possuem uma mistura de enzimas sendo conhecidos como blends (DA SILVA, 2016). Estes possuem maior aproveitamento dos nutrientes, resultando em melhor desempenho zootécnico (TEIXEIRA, 2013) possibilitando também melhora na digestibilidade dos nutrientes e maior rendimento de carcaça e cortes (ALLOUCHE et al., 2015). Lima et al. (2007) mencionam que a utilização de complexo enzimático se torna importante, pois hidrolisam os PNAs (polissacarídeos não-amiláceos) que potencializam, por exemplo, o aproveitamento da energia presente nos alimentos, ocorrendo assim liberação do conteúdo celular que se torna disponível à digestão enzimática, aumentando, desta forma, a digestibilidade de alguns nutrientes. Mediante tal situação, as combinações de enzimas em dietas para aves representam um potencial a ser investigado, mas apesar de existir substratos nas rações para todas as enzimas do mercado, resta estabelecer, consensualmente, as respostas específicas em cada fase de desenvolvimento (MENEGUETTI, 2013).

Materiais e Métodos

Foram utilizados 108 frangos de corte com 43 dias de idade, provenientes dos seguintes tratamentos: Controle positivo (CP), que atendiam as exigências nutricionais mínimas; controle negativo (CN), com redução de 100 kcal/kg; complexo enzimático 1(CE1), ração com desvalorização de 100 kcal/kg e adição do CE1 (350 g/ton, composto de complexo α-amilase, β-glucanase, fitase, celulase, xilanase e protease); complexo enzimático 2 (CE2), ração com desvalorização de 100 kcal/kg e adição do CE2 (500 g/ton, composto de xilanase, α-amilase, β-glucanase, protease e fitase); complexo enzimático 3 (CE3), ração com desvalorização de 88 kcal/kg e adição de CE3 (500 g/ton, composto de endo-1,4-β-xilanase e endo-1,3-β-glucanase; complexo enzimático 4 (CE4), ração com desvalorização de 100 kcal/kg e adição do CE4 (400 g/ton, composto de endo-1,4-β-mananase). Foi adotado um delineamento inteiramente casualizado, com seis tratamentos e 18 repetições. As aves foram submetidas a um período de oito horas de jejum alimentar e após foram sacrificadas conforme praticas comerciais, com insensibilização por eletronarcose, através do aparelho da marca Fluxo, modelo FX 2.0. Em seguida, estas foram sangradas, escaldadas, depenadas, evisceradas e submetidas aos cortes comerciais para rendimento de carcaça e cortes. O rendimento de carcaça foi calculado em relação ao peso da ave antes do abate, sendo que o peso da carcaça foi considerado sem cabeça, pescoço, vísceras e pés. Os cortes de peito, pernas, (coxa + sobrecoxa), dorso e asas tiveram seus respectivos rendimentos determinados em relação ao peso da carcaça eviscerada. Também foi determinado o rendimento de gordura abdominal, sendo a mesma considerada toda gordura presente desde a moela até o redor da Bursa de Fabricius. Os dados obtidos foram submetidos a análise de variância, e posteriormente submetidos ao teste de Tukey e Dunnett em relação ao tratamento controle positivo, a 5% de significância, através do software estatístico R.

Resultados e Discussão

Os resultados obtidos para o rendimento de carcaça (tabela 1) mostra que não houve diferenciação ao se alimentar as aves com os complexos enzimáticos. Essa falta de diferença ocorreu em virtude de não haver diferenças significativas em relação ao ganho de peso, proporcionando assim rendimentos semelhantes. Na avaliação do rendimento de cortes (tabela 1), somente o rendimento de pernas foi influenciado pelos tratamentos experimentais, onde o tratamento controle positivo apresentou o menor rendimento e o tratamento controle negativo o maior rendimento. Isto ocorreu provavelmente devido a melhor relação de consumo entre energia e nutrientes, que as aves do controle positivo apresentaram o que fez com que estas apresentassem um pouco a mais de peito, apesar de não ter sido significativo, porém refletiu em um menor rendimento de pernas. Segundo Oba et al. (2012) e Bueno et al. (2014), o rendimento de peito e pernas são contrários, isto é, quando um tratamento proporciona um maior rendimento de peito, ele também apresentará um menor rendimento de pernas.

Conclusões

Conclui-se que a utilização dos diferentes complexos enzimáticos não influenciou nos rendimentos de carcaça e cortes das aves.

Gráficos e Tabelas




Referências

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