BALANÇO ELETROLÍTICO TOTAL PARA LEITÕES EM FASE DE CRECHE

Dielly Inez de Oliveira Lacerda1, Wagner Azis Garcia de Araujo2, Jussara Barros Silva3, Eduardo Souza do Nascimento4, André Luiz Gonçalves da Silva5, Hérica Da Silva Messias6, Bruna Pereira Siqueira7, Hébert Fernandes de Brito8
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RESUMO -

Objetivou-se avaliar o melhor valor de balanço eletrolítico total (BET) para o desempenho de leitões em fase de creche. Foram confeccionadas quatro dietas (280, 300, 320 e 340 mEq/kg) oferecidas a 72 leitões dos 42 aos 65 dias de vida, distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado. Foram avaliados os parâmetros ganhos de peso médio (GP), consumo médio de ração (CR), conversão alimentar media (CA) e escore fecal (EF), no final de cada período. CR e a CA foram afetados pelos diferentes BET (P0,05). Os valores de BET influenciaram no desempenho dos leitões.

Palavras-chave: Desempenho animal, eletrólitos, rações comerciais, suínos

TOTAL ELECTROLYTIC BALANCE FOR PIGLETS IN NURSERY

ABSTRACT - The objective of this study was to evaluate the best electrolytic balance (BET) for the performance piglets in nursery. A total of four treatments (280, 300, 320 and 340 mEq / kg) offered to 72 piglets from 42 to 65 days of age, distributed in a completely randomized design. The animals were weighed at 42 to 55 days and from 56 to 65 days of age in order to gauge the weight gain. The average weight gain (WG), mean feed intake (FI), mean feed conversion (FC), and fecal score (FS) were measured at the end of each period. FI and FC were affected by different BET (P <0.05). No differences were found in WG and FS values (P> 0.05). BET values influenced piglet performance.
Keywords: animal performance, commercial feed, electrolytes, swine


Introdução

A criação de suínos evoluiu e  passou a ser uma cadeia de produção de suínos, explorando a atividade de maneira econômica e competitiva, representando uma importante atividade no desenvolvimento econômico do país, decorrente do grande volume de exportações e do elevado numero de empregos gerados.  Atualmente é uma das carnes mais consumidas e produzidas no mundo, por ser uma excelente fonte protéica.  Um dos principais fatores que oneram a produção de suínos é o custo com nutrição, essses gastos representam cerca 60 a 70% do custo total de produção. Diversos fatores estressantes que ocorrem após o desmame , torna-se crítico a produção de suínos no período de creche. Isso porque o animal passa por diversas mudanças sendo elas, a separação dos leitões da matriz, à mudança de ambiente e alimentação (Barbosa et al., 2007). Esses fatores irão influenciar consequentemente na queda de produção e parametros de desenvolvimento do animal , mesmo tendo queda no rendimento após o desmame,  é importante aderir as técnicas para reduzir o impacto da transição da dieta, buscar produtos que melhoram a ingestão de alimento, os quais irão influenciar positivamente a morfologia intestinal e possibilitam níveis aceitáveis de crescimento neste período, mesmo quando o consumo de alimento for baixo (Ferreira et al., 2001). Novas adaptações alimentares foram feitas, seguindo a nova realidade de produção e exigencia do mercado, refletindo na qualidade final do produto (Ferreira et al., 2001). No entanto, as condições brasileiras de clima tropical com altas temperaturas e umidade relativa do ar geram problemas em relação ao conforto térmico proporcionado pelo ambiente para produção , resultando no estresse animal (Bretâs et al., 2011). A manutenção do equilíbrio ácido-básico tem grande importância fisiológica e bioquímica, podendo exercer influência no equilíbrio ácido-básico e, consequentemente, afetar os processos metabólicos relacionados ao crescimento, à resistência a doenças, à sobrevivência ao estresse e ao desempenho do animal (Bretâs et al., 2010). Segundo Mogin (1981), o sódio, potássio e cloreto são fundamentais na manutenção da pressão osmótica e equilíbrio ácido-base dos líquidos corporais. Desta forma, para prevenção do desequilíbrio ácido-básico, a suplementação de rações com eletrólitos como bicarbonato de sódio (NaHCO3) e cloreto de potássio (KCl) tem sido utilizada em regiões de clima quente. As dietas atuais são repletas de ingredientes capazes de influenciar no balanço eletrolítico (BE), porém estes não são contabilizados no modelo proposto por Mongin (1981), como os aminoácidos sintéticos por exemplo. Araújo et al. (2011) propôs um novo cálculo de balanço eletrolítico onde estes eletrólitos fossem contabilizados o balanço eletrolítico total (BET). Assim, com o avanço do conhecimento sobre estes eletrólitos, e a influência de seus mEq sobre o metabolismo dos animais, torna-se necessário contabilizá-los dentro do cálculo de balanço eletrolítico.

Revisão Bibliográfica

A suinocultura moderna tem como finalidade oferecer aos consumidores produtos cárneos de qualidade e segurança alimentar , aumentando a produção de carne e diminuido o custo de produção. Diversos fatores influenciam no resultado financeiro, a nutrição é o de maior importância. Os gastos com alimentação representa 60 a 70% do custo total de produção ( BRUDNA et al., 2015). Conforme Brudna et al. (2015), diversos fatores estressantes que ocorrem após o desmame , torna-se critico o produção de suínos no período de creche. Isso porque o animal passa por diversas mudanças sendo elas, a separação dos leitões da matriz, à mudança de ambiente e alimentação. O período pós desmame é considerado o mais crítico da criação de suínos, pois os leitões são submetidos a mudanças bruscas na alimentação, ou seja, de uma dieta líquida e altamente digestiva (leite da porca), para uma dieta sólida. Devido essas mudanças alimentares é notório que o  consumo de ração tem sido baixo nos primeiros dias pós desmame, provavelmente devido ao estresse decorrente da separação de porca e leitegada, e da mudança da alimentação líquida de alta digestibilidade, para a sólida, que possui menor digestibilidade (ARAÚJO et. al., 2011). A resposta de o alimento ser ou não digestivo é analisado através da tolerância digestiva que reflete através da reação do animal à dieta, mesmo diversos autores tendo usado termos diferentes de tolerância gastrointestinal, essa tolerância digestiva pode ser avaliada pela determinação da qualidade fecal analisando a consistência, umidade, volume, odor e cor (NERY et. al., 2010). A manutenção do equilíbrio ácido-básico tem grande importância fisiólogica e bioquímica, sendo que as atividades das enzimas celulares, as trocas eletrolíticas e a manutenção do estado estrutural das proteínas são profundamente influenciadas por pequenas alterações na concentração hidrogeniônica H+ do sangue. (BRÊTAS et al., 2011). Dentre as alterações fisiológicas que podem influenciar sua produtividade, tem destaque o equilíbrio dos eletrólitos no fluido corporal. O balanço eletrolítico da ração pode exercer influência no equilíbrio ácido-básico e, consequentemente, afetar os processos metabólicos relacionados ao crescimento, à resistência a doenças, à sobrevivência ao estresse e ao desempenho do animal (BRETÂS et al., 2011). Mongin (1981) estudou os fundamentos do balanço eletrolítico (BE) para aves e suínos e descreveu o equilíbrio entre os íons por um cálculo envolvendo os principais deles, cuja fórmula representativa é o resultado da soma dos íons Na+ e K+ subtraindo-se o íon negativo Cl-, denominado BE: BE, mEq/kg da ração = (mg/kg de Na+ da ração/22,990) + (mg/kg de K+ da ração /39,102 ) - (mg/kg de Cl- da ração/35,453) Segundo Mogin (1981), o sódio, potássio e cloreto são fundamentais na manutenção da pressão osmótica e equilíbrio ácido base dos líquidos corporais. Desta forma, para prevenção do desequilíbrio ácido básico, a suplementação de rações com eletrólitos como bicarbonato de sódio (NaHCO3) e cloreto de potássio (KCl) tem sido utilizada em regiões de clima quente, são considerados macros minerais, e estão distribuídos nos fluidos e tecidos moles do organismo, agindo em conjunto com íons de fosfato e bicarbonato no controle homeostático orgânico, mantendo a pressão osmótica, o equilíbrio ácido-básico, o controle da passagem dos nutrientes para as células e no metabolismo da água. Avaliando o melhor valor de balanço eletrolítico para clima quente, Kiefer et al. (2010) recomendou 131 mEq/kg de dieta atendendendo às exigências de leitões dos 8 a 25 kg de peso. Esta grande variabilidade nas recomendações do BE ideal pode ser explicada pela baixa representação da metodologia usada atualmente (Mongin, 1981) sobre a verdadeira carga de íons contida nas rações. As dietas atuais são repletas de ingredientes capazes de influenciar no balanço eletrolítico, porém estes não são contabilizados no modelo proposto por Mongin (1981), como os aminoácidos sintéticos por exemplo. Araújo et al. (2011) propôs um novo cálculo de balanço eletrolítico onde estes eletrólitos fossem contabilizados. Assim, com o avanço do conhecimento sobre estes eletrólitos, e a influência de seus mEq sobre o metabolismo dos animais, torna-se necessário contabilizá-los dentro do cálculo de balanço eletrolítico. Assim, com este trabalho, objetivou-se avaliar o melhor valor de BET para o desempenho de leitões em fase de creche.

Materiais e Métodos

O experimento foi realizado no laboratório de suinocultura do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, campus Januária, no período de abril de 2016 a agosto 2016. A fim de atingir os objetivos propostos foram confeccionadas quatro dietas, de mesmo balanço eletrolítico segundo Mongin (1981) (300 mEq/kg). De posse da equação abaixo as dietas possuíram diferentes valores segundo o cálculo de BET (Tabela 1), que foram oferecidas a 72 leitões dos 42 aos 65 dias de vida. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, num total de quatro tratamentos (280, 300, 320 e 340 mEq/kg) com 6 repetições de 3 animais por unidade experimental. Mongin (1981): BE, mEq/kg da ração = (mg/kg de Na+ da ração/22,990) + (mg/kg de K+ da ração /39,102 ) - (mg/kg de Cl- da ração/35,453) Equação de BET segundo Araújo et al. (2011): BET, mEq/kg da ração = [(mEq+/kg Ca2++mEq+/kg K+ + mEq+/kg Na++ mEq+/kg Mg2+)+ (mEq+/kg Lys + mEq+/kg Met + mEq+/kg Tre + mEq+/kg Trp + mEq+/kg Val + mEq+/kg Glu + mEq+/kg Chol)] – [(mEq-/kg PO43- + mEq-/kg SO4-2 + mEq-/kg Cl- + mEq-/kg HCO3-) + (mEq-/kg Lys + mEq-/kg Met + mEq-/kg Tre + mEq-/kg Trp + mEq-/kg Val + mEq-/kg Glu + mEq-/kg Chol)] Os leitões foram alojados em gaiolas de creche, com dimensões de 2,5 m de comprimento x 1,5 m de largura x 1,1 m de altura, dispostas a 80 cm do piso. Cada gaiola apresentando uma fonte de aquecimento individual na forma de campânula. O comedouro do tipo semi-automático e o bebedouro do tipo chupeta. Os animais foram pesados aos 42, 55 e aos 65 dias de idade a fim de se aferir o ganho de peso.  As rações também foram pesadas no início e ao fim do experimento a fim de mensurar o consumo. As sobras que caíam sob o chão foram recolhidas diariamente, pesadas e seus valores anotados em planilhas específicas para a correção do consumo. Foram avaliados os parâmetros ganhos de peso médio (GP), consumo médio de ração (CR) e conversão alimentar media (CA), no final de cada período. Durante o período experimental termômetros foram colocados sobre o galpão a fim de registrar a temperatura máxima e mínima, sendo observadas nas primeiras horas do dia. A determinação do escore fecal foi feita por meio de observação visual das fezes e suas características e graduação em uma escala de 1 a 5: escore 1 – fezes muito duras e ressecadas com pellets secos e pequenos; escore 2 – fezes duras, secas, firmes, macias e bem formadas; escore 3 – fezes macias, bem formadas, úmidas, com formato preservado; escore 4 – fezes macias, sem forma definida; escore 5 – fezes líquidas, segundo o proposto por Feliciano et al.  (2009). A avaliação estatística foi feita utilizando-se análise de covariância pelo procedimento PROCGLM (SAS, 2002) onde o peso inicial dos leitões foi considerado como covariável. Após a comprovação de diferenças estatísticas, equações de regressão foram delineadas utilizando o procedimento PROCREG (SAS, 2002).

Resultados e Discussão

Durante o período experimental, os registros foram os seguintes: temperatura, 32,3 ± 1,6°C; A temperatura média do ar registrada durante o período experimental pode ser considerada como de estresse por calor para os leitões, por estar acima da faixa de temperaturas (22ºC a 25ºC) considerada ideal para essa fase (LE DIVIDICH, 1991). Com o objetivo de avaliar o efeito do estresse térmico no desempenho de suínos de 15 a 30 Kg de peso vivo, MANNO et al. (2005) compararam grupos de animais submetidos a temperatura de conforto (22°C) e em temperatura fora da zona termoneutra para animais dessa fase (35°C). Os autores concluíram que a alta temperatura ambiente, por meio da redução do consumo de ração (CR), influencia negativamente o ganho de peso (GP), a conversão alimentar (CA) e a deposição de proteína, além de aumentar a frequência respiratória e a temperatura retal de suínos. Os parâmetros de GP e CA dos animais dos 42 aos 55 dias não foram significativamente influenciados (P>0,05) pelos valores de balanço eletrolítico total (BET). Durante esse período o consumo médio de ração desses animais foi significativamente influenciado pela suplementação desses eletrólitos, tendo apresentado comportamento cúbico (P<0,05) (CR = -17,718 BET + 0,056 BET2 – (6,04 x 10-5) BET3 + 1847,1; R2= 0,99). O Valor ideal de BET é de 340 mEq/kg para melhor consumo no período dos 42 a 55 dias de idade (Tabela 2). Dentre os níveis de balanço eletrolítico (clássico) estabelecidos na literatura estão os de 150 a 170 mEq/kg e 250 mEq/kg de ração, respectivamente para leitões entre 7 e 11 semanas e para suínos dos 20 aos 105 kg (MESCHY, 1998). Kiefer et. al 2010 em estudos com sódio e balanço eletrolítico em dietas para leitões dos 8 aos 25 kg , constataram que os níveis de sódio e balanço eletrolítico das dietas não influenciaram o peso final, o consumo diário de ração, o ganho diário de peso, a conversão alimentar, a produção diária de fezes e o pH da urina dos leitões. Brêtas et al., (2011) avaliando a resposta de diferentes BE clássicos em suínos mantidos em estresse térmico verificou maior consumo de nitrogênio com o aumento dos valores de BE. Lizardo (2006) reportou que a mudança na ingestão voluntária de ração poderia ser uma resposta às variações do balanço eletrolítico, o que caracterizaria a existência de um mecanismo que permitiria limitar os efeitos de uma ração muito ácida ou muito básica. As diferentes dietas, no período experimental dos 56 aos 65 dias de vida, tiveram diferenças quanto o período anterior, apresentando influencia significativa (P<0,05) nos parâmetros de CR (CR = -5,0362 BET + 0,0149 BET2 – (1,46 x 10-5)BET3 + 576,4; R2 = 0,97) e CA (CR = -0,0941 BET + 0,0002 BET2 – (9,60 x 10-8) BET3 + 15,223; R2 = 0,98) quanto ao GP não apresentou diferença estatística (P>0,05). O melhor valor de BET para o maior consumo de ração foi 280 mEq/kg. O valor de BET que proporcionou uma melhor conversão alimentar foi de 320 mEq/kg (Tabela 2). As diferenças de CR foram determinantes para as diferenças nas CA observadas, apesar de não ter havido diferenças no GP. Esse resultado foi semelhante ao obtido por Budde e Crenshaw (2003) que relataram que mudanças no balanço eletrolítico (BE) na ração de -35 a 212 mEq/kg não afetaram o ganho de peso de suínos em crescimento. Entretanto a variação do BE da dieta pode resultar em diferentes respostas entéricas, como uma maior ou menor inflamação local, isto está diretamente relacionado à eficiência de absorção da mucosa (Lallès et al., 2007). O balanço eletrolítico da ração pode exercer influência no equilíbrio ácido-básico e, consequentemente, afetar os processos metabólicos relacionados ao crescimento, à resistência a doenças, à sobrevivência ao estresse e ao desempenho do animal (Vieites et al., 2004).  Os diferentes balanços eletrolíticos podem ter tido influência em aspectos fisiológicos como viscosidade da digesta no lúmen intestinal, menor ou menor inflamação no tecido entérico e no fluxo sanguíneo intestinal ocasionando diferenças nas digestibilidade e contribuindo para as diferenças de CA observadas. Isto explica a causa de um maior consumo não ter sido convertido em maior GP. O desempenho total da creche no período dos 42 a 65 dias, não foi influenciado pelos níveis de balanço eletrolítico das dietas (P>0,05). O escore fecal também não foi influenciado (P>0,05) pelos níveis de balanço eletrolítico das dietas (Tabela 2). No entando, KIEFER et. al 2010  verificou em seus estudos com leitões efeito linear (P<0,05) dos tratamentos sobre o pH das fezes, sendo que seus valores aumentaram linearmente (ŷ = 5,89 + 0,11x, R² = 54,70) em função do aumento dos níveis de sódio e BE das dietas. Budde e Crenshaw (2003) variando os valores de BE clássico na dieta de suínos verificaram uma retenção do íon Cl- porém também não observaram influência no desempenho. De Rouchey et al. (2003), também não observaram influência dos diferentes BE clássicos sob o desempenho de matrizes suínas. Entretanto estes pesquisadores reportaram uma maior colonização do trato genital das porcas a medida que se elevava os valores de BE dietético. O BE da ração possui ligação direta com o equilíbrio ácido-básico inter­no do animal. A manutenção desse equilíbrio no animal tem grande importância fisiológica e bioquímica (Sousa et al., 2002), visto que as atividades celulares, trocas eletrolíticas e manutenção do estado estrutural das proteínas do organismo são profundamente influenciadas por pequenas altera­ções do pH sanguíneo, influenciando nos demais líquidos corporais (Macari, 2002). O estresse eletrolítico pode não ter respostas diretamente ligadas ao desempenho dos animais, mas à qualidade de vida e estado de saúde. Minafra et al. (2009) encontraram alterações nas aminotransferases (ALT) renais e séricas em aves sob estresse eletrolítico, concluindo que houve alterações no metabolismo dos animais. Sob o aspecto da zootecnia de precisão atributos como bem estar animal, comportamento de estresse, e nutrição de precisão são considerados dentro da matriz de parâmetros produtivos a serem avaliados (Sevegnani et al., 2005). Dentro de um conceito de nutrição de precisão a equação de BET demonstra maior capacidade de quantificar os eletrólitos responsáveis por alterações metabólicas nos animais que o método clássico de cálculo de BE proposto por Mongin (1981).

Conclusões

Fica evidenciado a importância de se observar o BE ao se formular das dietas para animais em produção. O cálculo clássico de BE não contabiliza todos os eletrólitos capazes de influenciar nos desempenho de leitões dos 42 aos 65 dias de vida, sendo necessária a observação dos valores de BET na dieta destes animais.

Gráficos e Tabelas




Referências

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