Desenvolvimento de plantas de girassol sob diferentes lâminas de irrigação

Marcus Roberto Góes Ferreira Costa1, Jailson Paz dos Santos2, Cícero Paz dos Santos3, José Lopes Viana Neto4, Carlos Sérgio Teixeira Rocha5, Alexon Reis Menezes dos Santos6, Werner Aguiar Gomes do Vale7, Edson de Oliveira Nunes8
1 - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, campus Crato
2 - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, campus Crato
3 - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, campus Crato
4 - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, campus Crateús
5 - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, campus Crato
6 - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, campus Crato
7 - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, campus Crato
8 - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, campus Crato

RESUMO -

O presente trabalho teve o objetivo de avaliar o desempenho de plantas de girassol da variedade BRS 122, sob diferentes lâminas de irrigação. Foram avaliadas oito lâminas de irrigação T1 – 1 mm – 45 ml; T2 – 2 mm – 90 ml; T3 – 3 mm – 135 ml; T4 – 4 mm – 180 ml; T5 – 5 mm – 225 ml; T6 – 6 mm – 270 ml; T7 – 7 mm – 315 ml e o T8 – 8 mm – 360 ml. As variáveis agronômicas mensuradas para determinação do desempenho das plantas de girassol foram: número de folhas, altura da planta; comprimento e largura de folhas. Para as variáveis agronômicas analisadas não houve diferença significativa entre as médias obtidas neta pesquisa. Obteve-se para o número de folhas uma média de 13,17 folhas por plantas, para as variáveis comprimento e largura os valores médios forma de 9,98 e 12,73 cm, respectivamente, a altura média das plantas foi de 52,03 cm. Desta forma conclui-se que o girassol é uma cultura com potencial a ser explorado na região Nordeste do Brasil com referência a sua demanda hídrica.

Palavras-chave: forragicultura, Helianthus annuus L., semiárido

Development of sunflower plants under different irrigation blades

ABSTRACT - The present study was to evaluate the performance of sunflower plants of the variety BRS 122 under different irrigation. eight irrigation levels were evaluated T1 - 1 mm - 45 ml; T2 - 2 mm - 90 ml; T3 - 3 mm - 135 ml; T4 - 4 mm - 180 ml; T5 - 5 mm - 225 ml; T6 - 6 mm - 270 ml; T7 - 7 mm - 315 ml and T8 - 8 mm - 360 ml. The agronomic variables measured to determine the performance of sunflower plants were number of leaves, plant height; length and width of leaves. For the analyzed agronomic variables there was no significant difference between the averages granddaughter research. Obtained number of sheets for an average of 13.17 leaves per plant, for varying length and width average values as 9.98 and 12.73 cm, respectively, the average plant height was 52.03 cm. Thus it is concluded that the sunflower is a potential with culture to be explored in the Northeast of Brazil with respect to its water demand.
Keywords: forage, Helianthus annuus L, semiarid


Introdução

A cultura do girassol já é de bastante uso nas regiões sudeste e centro-oeste do país para ser utilizada como volumoso na forma de silagem. Por apresentar uma boa produtividade de massa de forragem verde e elevado teor de carboidratos solúveis em seus grãos, esta planta pode ser considerar uma excelente opção para ensilar. Para o nordeste o girassol pode ser uma alternativa viável, sendo este objeto de estudo nos principais centros de pesquisa agropecuária, com o objetivo de desenvolver variedades menos exigentes em água e mais tolerante ao estresse hídrico, conhecido da região como “veranicos”, período de intervalo entre as chuvas do período das águas. O estudo de diferentes lâminas de irrigação constitui uma maneira bastante prática para se determinar as necessidades hídricas de uma espécie, em certa região para se estimar a quantidade de água que a cultura necessita para crescer e produzir dentro dos limites impostos por seu potencial genético (AZEVEDO e BEZERRA, 2008). Assim o objetivo deste trabalho foi avaliar o desenvolvimento de plantas de girassol cultivadas no Cariri cearense, sob diferentes lâminas de irrigação.

Revisão Bibliográfica

O girassol (Helianthus  annuus  L .)  é uma oleaginosa  da família asteracea utilizada na extração de óleo (AESA,  2008). Umas das vantagens do seu plantio é que esta cultura melhora a estrutura e fertilidade do solo (LIRA et al., 2011). Por ser uma oleaginosa, sua produção tem crescido bastante nacionalmente e tem sido uma importante fonte econômica, visto que os sistemas agrícolas de produção que usam a rotação de culturas apresentam alto custo e fitossanidades (SILVA, 2005). As necessidades hídricas do girassol transmutam de acordo com o clima, com o tempo e o ciclo, do manejo do solo e da cultura (AESA, 2008). Nessa cultura quando há estresse hídrico precocemente o desenvolvimento foliar diminui. Desta maneira o estresse hídrico principalmente a falta de água é crucial no rendimento da cultura em maioria a área foliar (GAZZOLA et al., 2012). O girassol tolera o estresse hídrico comparado a outras culturas devido a morfologia e fisiologia, a raiz que é profunda bem como algumas modificações no metabolismo que são influenciadas pela redução de água disponível no solo (BONA et al., 2000). A região semiárida do Nordeste brasileiro é comumente afetada por um regime irregular de precipitações, devido à insuficiência e à má distribuição das mesmas ao longo do ano, de tal forma que tais fatos constituem um dos fatores mais limitantes às produtividades agrícolas, comprometendo significativamente o rendimento das culturas. Tais fatos justificam a necessidade de recorrer à prática da irrigação, objetivando amenizar e corrigir os problemas oriundos do suprimento hídrico inadequado na agricultura (GARCIA et al., 2007). Bilibio et al. (2010) reforçam que na agricultura irrigada deve-se atribuir uma atenção especial ao manejo da irrigação, uma vez que se torna imprescindível conduzir de forma racional a cultura irrigada em condições de campo, determinando de forma precisa as necessidades hídricas da cultura sem déficit, nem excesso, assim como a lâmina e a hora mais adequada para proceder à irrigação visando desta forma maximizar a eficiência do uso da água. O estudo de diferentes lâminas de irrigação constitui uma maneira bastante prática para se determinar as necessidades hídricas de uma espécie, em certa região para se estimar a quantidade de água que a cultura necessita para crescer e produzir dentro dos limites impostos por seu potencial genético (AZEVEDO e BEZERRA, 2008).

Materiais e Métodos

O experimento foi desenvolvido no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, campus Crato, no município de Crato, em uma casa de vegetação no setor de bovinocultura. A localização geográfica é 7º12’25” de latitude sul, 39º26’48” de longitude oeste e 271 m de altitude em relação ao nível do mar. A precipitação média anual é de 1086 mm e a umidade relativa do ar 87%.

As sementes de girassol da variedade BRS 122 foram semeadas em vasos de plástico com capacidade de 20 litros, preenchidos com substrato de solo representativo para o município do Crato. Em cada vaso foram semeadas quatro sementes e após 15 dias de germinação será realizado um desbaste, eliminando as plantas excedentes e preservando uma planta por vaso.

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com oito tratamentos, sendo estes as lâminas de irrigação (T1 – 1 mm – 45 ml; T2 – 2 mm – 90 ml; T3 – 3 mm – 135 ml; T4 – 4 mm – 180 ml; T5 – 5 mm – 225 ml; T6 – 6 mm – 270 ml; T7 – 7 mm – 315 ml e o T8 – 8 mm – 360 ml), com cinco repetições, considerando uma planta por repetição. A aplicação das respectivas lâminas de irrigação foi realizada utilizando uma proveta graduada, feita diariamente ao final do dia.

Após sessenta dias da germinação foram realizadas as medições das variáveis agronômicas de número de folas por planta, altura da planta, largura e comprimento das folhas, utilizando-se uma régua e uma trena. Para a avaliação da largura e comprimento das folhas foram coletadas essas medidas de três folhas localizadas na região central do caule e obtida a média para cada planta.

As análises estatísticas foram analisadas utilizando-se o Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas - SAEG (UFV, 2001), utilizando o teste de Tukey, a 5% de significância, para fazer a comparação das médias.



Resultados e Discussão

Os valores médios obtidos neste experimento estão apresentados na Tabela 1, onde se observa que não houve diferença significativa (P>0,05) para as variáveis analisadas, mostrando que não houve efeito do aumento na lâmina de irrigação quanto ao número de folhas, altura da planta, comprimento e largura da folha em um período de sessenta dias após a germinação.

Segundo Gazzola et al. (2012), o número de folhas dependendo de cada cultura e cada hibrido pode variar de 14 a 40 unidades por planta. A folha é o principal órgão das plantas envolvido na fotossíntese e responsável pelas trocas gasosas entre a planta e o ambiente (PEREIRA et al., 1997). Assim, quanto maior o número de folhas maior será à transpiração e a fotossíntese das coberturas vegetais (SILVA et al., 2014). Com base nas informações citadas acima, observa-se que a média obtida par o número de folhas por plantas encontra-se dentro da normalidade do desenvolvimento da planta de girassol, mostrando que as lâminas de irrigação utilizadas possibilitaram um desenvolvimento satisfatório das plantas, não havendo um comprometimento em seu sistema fotossintético.

Silva et al. (2014) avaliando girassol cv.Hélio 251 irrigado com níveis de reposição hídrica e adubação potássica sob condições de ambiente protegido, obtiveram maior média para o número de folhas por planta igual a15,7 folhas, resultado próximo ao obtido no tratamento 5 desta pesquisa, onde as plantas receberam uma lâmina de irrigação de 5 mm por dia e produziram 15,6 folhas por plantas, em média.

Com relação à altura das plantas Silva et al. (2007), ao estudarem a aplicação de lâminas de água e doses de boro na cultura do girassol em dois híbridos, o Hélio 250 e 251, constaram que a altura das plantas sob condições de campo, aumenta linearmente em função da lâmina d`água ofertada, resultado que não foi observado nesta pesquisa, onde não houve diferença estatística entre os tratamentos analisados. Os resultados obtidos também ficaram bem abaixo do reatado por Silva et al. (2014), que relataram uma média de altura igual a 111,19 cm para lâminas de irrigação de 40% da evapotranspiração. Ressalta-se que essa inferioridade observada pode ser atribuída a idade das plantas, pois no trabalho de Silva et al. (2014) as plantas avaliadas tinham 90 dias pós-germinação.



Conclusões

Com base nos resultados obtidos conclui-se que as plantas de girassol cultivadas nas condições ambientais do Cariri cearense, mesmo recebendo lâmias de irrigação diferentes, apresentam desenvolvimento vegetativo similar, mostrando que tal cultura apresenta-se com um potencial interessante a ser explorado na região como alternativa às plantas forrageiras tradicionalmente cultivadas.



Gráficos e Tabelas




Referências

AESA -  Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba. (2008). Zoneamento de riscos climáticos no estado da Paraíba. Cultura do girassol - Safra 2008/2009. João Pessoa. AZEVEDO, J. H. O. de; BEZERRA, F. M. L. Resposta de dois cultivares de bananeira a diferentes lâminas de irrigação. Revista Ciência Agronômica, v. 39, n. 01, p. 28 - 33, 2008. BILIBIO, C. et al. Desenvolvimento vegetativo e produtivo da berinjela submetida a diferentes tensões de água no solo. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 14, n. 07, p. 730-735, 2010. BONA, S.; MOSCA, G.; CANTELE, A.; VAMERAL I, T. Response of sunflower to progressive water stress. In: International Sunflower Conference, 15, 2000, Toulouse, Proceedings... Paris: International Sunflower Association, vol. I, p.58- 63. 2000. GARCIA, F. C. de H.; BEZERRA, F. M. L; FREITAS, C. A. S. de. Níveis de irrigação no comportamento produtivo do mamoeiro Formosa na Chapada do Apodi, CE. Revista Ciência Agronômica, v.38, n. 02, p. 136-141, 2007. GAZZOLA, A.; FERREIRA JR., C. T. G.; CUNHA, D. A.; BORTOLINI, E.; PAIAO, G. D.; PRIMIANO (ED.), I. V.; PESTANA, J.; D’ANDRÉA, M. S. C.; OLIVEIRA, M. S. A cultura do girassol, Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Departamento de Produção Vegetal. Piracicaba, 69 p., 2012. LIRA, M. A.; CARVALHO, H.W.L. de; CHAGAS, M.C.M. das; BRISTOT, G.; DANTAS, J. A.; LIMA, J.M.P. de. Avaliação das potencialidades da cultura do girassol, como alternativa de cultivo no semiárido nordestino. Nata l: EMPARN, 2011. (Documentos, 40). PEREIRA, AR.; VILLA NOVA, N.A.; SEDIYAMA, G.C. Evapo(transpi)ração. Piracicaba: FEALQ, 183p., 1997. SILVA, M. de L. O.; FARIA, M. A.; MORAIS, A. R. de; ANDRADE, G. P.; LIMA, E. M. de C. Crescimento e produtividade do girassol cultivado na entressafra com diferentes lâminas de água. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental. v.11, p.482–488, 2007. SILVA, C.A. Produção de biodiesel a partir de óleo bruto de girassol. Anais... II Congresso Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleo, Gorduras e Biodiesel, 2005. SILVA, S.S.; WANDERLEY, J.A.C.; BEZERRA, J.M.; Chaves, L.H.G.; Silva, A.A.R. Agropecuária Científica no Semiárido. v.10, n.2, p.104-110, 2014.