Influência da suplementação com aveia em grão e da pastagem de milheto (Pennisetum glaucum (L.) no crescimento de potras da raça Crioula

Magda Bertolini Pierezan1, Mateus Ilha2, André Eduardo Mello Cerbaro3, Alexandre Massolino4, Mateus Ilha5, Jaqueline Schneider Lemes6
1 - Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
2 - Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
3 - Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
4 - Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
5 - Universidade Federal de Santa Maria - UFSM
6 - Universidade Federal de Santa Maria - UFSM

RESUMO -

O objetivo desse estudo foi verificar a influência da suplementação com aveia em grão e da pastagem de milheto no crescimento de potrancas da raça Crioula. Foram utilizadas 7 potrancas da raça Crioula. Divididas em 2 grupos, um com três animais e outro com quatro. O grupo com quatro animais ficou em pastagem de milheto (Pennisetum glaucum (L.) e o grupo com três animais em campo nativo, e recebendo suplementação de aveia em grão, 0,75% Peso Vivo (NRC, 2007). Os animais foram pesados nos dias 0 e 15 dias pós início do experimento. Apesar das potrancas mantidas em milheto (Pennisetum glaucum (L.) apresentarem pesos superiores, estes não apresentaram diferença significativa (P> 0,05) dos pesos das potrancas mantidas em campo nativo e suplementadas com aveia. Pode-se concluir então que potrancas raça Crioula manejadas em campo nativo e suplementadas com aveia em grão apresentam desempenho semelhante a potrancas manejadas em pastagem de milheto.

Palavras-chave: campo nativo, equinos, peso

Influence of supplementation with oats on grains and millet grazing on the growth of Criollo grains

ABSTRACT - The objective of this study was to verify the influence of supplementation with oats on grain and millet pasture on the growth of Criola filly. Seven young Crioula filly were used. Divided into 2 groups, one with three animals and one with four. The group with four animals was millet pasture (Pennisetum glaucum (L.) and the group with three animals in the native field, receiving oat grain supplementation, 0.75% live weight (NRC, 2007) .The animals were weighed on days 0 and 15 days after the start of the experiment. Although the filly maintained in millet (Pennisetum glaucum (L.)) presented higher weights, but did not show a significant difference (P> 0.05) in the weights of the grasses maintained in the native field and supplemented with oats. It can be concluded that Crioula filly supplemented with grain oats present similar performance to filly grass grazing on millet pasture.
Keywords: native field, equines, weight


Introdução

A preocupação com a alimentação dos animais deve ser desde a fase jovem, fase em que o animal está em maior desenvolvimento, para que problemas nutricionais não afetem os tecidos ósseos e musculares, prejudicando a performance do animal, principalmente na fase adulta.

 Os equinos possuem capacidade de utilizar grandes quantidades de forragem para suprir suas exigências nutricionais, e hoje, além disso, para elevar ao máximo a produtividade e o crescimento, elevados níveis de suplementos estão presentes nas dietas. (Santos et al., 2012).

 A aveia (Avena sativa) em grão é o suplemento proteico que, segundo Ceccon, Filho e Bicudo (2004), é um cereal que proporciona um teor de proteínas de qualidade e fibras solúveis, podendo ser fornecida aos animais na forma de feno, forragem verde e concentrado.

Entre os volumosos que podem ser utilizados na alimentação de equinos está o milheto (Pennisetum glaucum (L.) que segundo Kichel e Miranda, (2015) apresenta excelente valor nutritivo (até 24% de proteína bruta (PB) quando em pastejo), boa palatabilidade e digestibilidade (60% a 78%) e é atóxica aos animais, pode alcançar até 60 toneladas de massa verde e 20 toneladas de matéria seca por hectare. Assim este trabalho teve o objetivo de verificar a influência da suplementação com aveia em grão e da pastagem de milheto no crescimento de potras da raça Crioula.    

Revisão Bibliográfica

Para proporcionar ao animal um excelente desempenho funcional, o acompanhamento do desenvolvimento e da taxa de crescimento corporal dos potros é de suma importância para uma conformação harmoniosa assegurada (Garcia et al., 2011). A partir do desmame, devemos ter uma alimentação distinguida e específica para o potro, pois sua velocidade de crescimento, inicialmente, é muito elevada. A criação de um potro visa produzir um animal muito bem desenvolvido, especialmente em termos de estrutura óssea e muscular, sem acúmulo de reserva de gorduras. Buscando-se um crescimento ótimo e não máximo como em um animal de abate (Cintra, 2011). Os equinos possuem capacidade de utilizar grandes quantidades de forragem para suprir suas exigências nutricionais, e hoje, além disso, para elevar ao máximo a produtividade e o crescimento, elevados níveis de suplementos estão presentes nas dietas (Santos et al., 2012). A suplementação se torna ainda mais importante pelo fato do potro não conseguir digerir eficazmente a fibra, pois não possui o ceco inteiramente funcional, o que significa que o volumoso que é consumido pelo potro não é 100% aproveitado, fazendo com que o fornecimento do concentrado seja indispensável. Independente disto é imprescindível que a pastagem seja de boa qualidade e o sal mineral balanceado específico para equinos deve ser fornecido à vontade para o consumo dos potros (Soares, 2013). O grão de aveia é um dos alimentos que pode ser empregado na dieta para cavalos, como suplemento, devido ao seu alto teor em gluma e sua granulometria, é normalmente bem mastigada e não exige preparação especial (Meyer, 1995). Como todo equino, a ressalva de concentrado se deve ao fato de o cavalo ser herbívoro. Devemos sempre estimar o volumoso, preferencialmente de origem de gramíneas, quer sejam frescas ou sob a forma de feno, devendo compor, no caso de potros, no mínimo 0,5% do peso vivo do animal (Cintra, 2011). Dentre as opções de pastagens para equinos, está o milheto (Pennesetum americanum (L.)), uma forrageira anual de verão, que pode ser utilizada tanto para a produção de forragem quanto para a produção de grãos. No Brasil, é produzido principalmente em sistema de plantio direto, geralmente em sucessão ao cultivo da soja. Essa característica faz com que em algumas épocas do ano ocorra grande disponibilidade de grãos para comercialização, com preços relativamente baixos, devido ao baixo custo de produção (Ribeiro et. al, 2004).  

Materiais e Métodos

O trabalho foi realizado na Cabanha Nobleza Gaucha propriedade localizada no município de Dilermando de Aguiar, no Rio Grande do Sul. A mesma se encontra à 180m de altitude, 29°42’14.0’’ de latitude Ssul e 54°12’21.0’’ de longitude Oeste. Foram utilizadas 7 potrancas da raça Crioula, com média de 12 meses de idade e peso em torno de 250 kg. Divididas em 2 grupos, um com três animais e outro com quatro. O grupo com quatro animais ficou em pastagem de milheto (Pennisetum glaucum (L.) e o grupo com três animais em campo nativo, e recebendo suplementação de aveia em grão, 0,75% PV (NRC, 2007). Os animais foram pesados nos dias 0 e 15 dias pós inicio do experimento. O delineamento foi inteiramente casualizado.  

Resultados e Discussão

Os resultados obtidos no presente trabalho estão apresentados na Tabela 1, apesar das potrancas mantidas em milheto (Pennisetum glaucum (L.) apresentarem pesos superiores, estes não apresentaram diferença significativa (P> 0,05) dos pesos das potrancas mantidas em campo nativo e suplementadas com aveia. Os resultados demonstram que potrancas mantidas em milheto apresentam desempenho semelhante quando comparadas aos animais manejados em campo nativo + aveia. Diversos trabalhos mostram o alto potencial de produção de matéria seca, aliado à excelente qualidade da forragem de milheto (Silva et aI. 1975). Visto que os ganhos por hectare registrados com o milheto mostram bem o potencial de produção desta espécie. O milheto é capaz de permitir um ganho de peso vivo de 1,0 kg/animal/dia e 400 kg/ha de peso vivo, durante 90 dias (McCartor & Rouquette Junior, 1977). No Rio Grande do Sul, Cóser & Maraschin (1983) observaram, em pastagem de milheto, um ganho médio diário (GMD) de 0,78 kg e um ganho de peso vivo (PV) de 479 kg/ha, num período de 125 dias, com uma lotação média de 8,12 novilhas de 200 kg, com um resíduo superior a 1.200 kg/ha de MS. Tratando-se da aveia, Goi et al. (1998), encontraram resultados superiores que os encontrados no presente trabalho, onde observaram ganho de peso médio diário de 1,047; 1,055; 1,107; e 1,067 kg, quando o grão de aveia branca (Avena sativa)  foi fornecido aos animais, respectivamente, inteiro e seco, moído, na forma machacada e inteiro e umedecido.  

Conclusões

Pode-se concluir que potrancas raça Crioula manejadas em campo nativo e suplementadas com aveia em grão apresentam desempenho semelhante a potrancas manejadas em pastagem de milheto.  

Gráficos e Tabelas




Referências

CECCON, G. FILHO, H.G., BICUDO, S.J.; Rendimento de grãos de aveia branca (Avena sativa l.) em densidades de plantas e doses de nitrogênio. Ciência Rural, Santa Maria, v.34, n.6, p.1723-1729, nov-dez, 2004. McCARTOR, M.M.; ROUQUETTE JUNIOR, F.M. Grazing pressures and animal performance from pearl millet. Agronomy Journal, Madison, v.69, n.6, p.983-987, 1977. CINTRA, A. G. O Cavalo - Características, Manejo e Alimentação. São Paulo: Roca, 2011. CÓSER, A.C.; MARASCHIN, G.E. Desempenho animal em pastagens de milheto comum e sorgo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.18, n.4, p.421-426, abr. 1983. GARCIA, F. P. S. et al. Determinação do crescimento e desenvolvimento de potros puro sangue inglês em Bagé-RS. Revista Portuguesa de Ciências Veterinárias, RPCV (2011) 106 (577-580) 43-46. GOI, L.J.; SANCHEZ, L.M.B.; GONÇALVES, M.B.F. et al. Tratamentos físicos do grão de aveia branca (Avena sativa) na alimentação de bovinos. Ciência Rural, v.28, n.2, p.303-307, 1998 KICHEL AN, MIRANDA CHB. Uso do milheto como planta forrageira. Campo Grande: EMBRAPA/CNPGC, 2000. Gado de Corte Divulga, n. 46. [acesso 24 Jan 2017]. Disponível em: http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/divulga/GCD46.html. MEYER, H. Alimentação de Cavalos. 2. ed. São Paulo: Varela, 1995. MILES, i.T.; COWSERT, W.C.; LUSK, J.W. & OWEN, J.R. Most miik from sudan in State Coilege dairy tests. Miss. Farm Res., State Coilege, 19(4):6, 1956. RIBEIRO, C.V.M.; PIRES, A.V.; SUSIN, I. et al. Substituição do grão de milho pelo de milheto (Pennisetum americanum) na ração de vacas em lactação. Revista Brasileira de Zootecnia, v.33, n.5, p.1351-1359, 2004. SANTOS, E.L. et al. Manejo nutricional e alimentar de equinos – Revisão. Revista Eletrônica Nutritime. Artigo 174 - Volume 9 - Número 05 – p. 1911 – 1943 - Setembro/ Outubro 2012. SILVA, G.T.S. da; COMES,. D.B.; GUTERRES, E.P. Competição entre sorgos e milheto para pastejo, efetuada em Tupaciretã, no período de 1972-73. Anu. téc. IPZFO, 2:355-9, 1975. SOARES, F. A. P.; Nutrição de Potros. In: Jalesnet. Jales, 2013. Disponível em:< http://www.jales.net.br/rural-2/nutricao-de-potros/>. Acesso em: 09 jan. 2017.