Características de carcaça em cordeiros alimentados com dietas aditivadas com extrato alcaloídico foliar e vagem integral de algarobeira

Maicon Rodrigues Porto1, Edileusa de Jesus dos Santos2, Mara Lúcia Albuquerque Pereira3, César Augusto Ramos Pereira4, Larisse Borges Sousa5, Palas Iria Neiva Trindade Gomes6, Karine Pinheiro de Oliveira7, Virgínia Patrícia dos Santos Soares8
1 - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
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RESUMO -

Objetivou-se avaliar o efeito do extrato alcaloídico foliar e do farelo de vagem integral de algarobeira sobre cordeiros in vivo e de carcaças através de avaliações morfométricas, sendo machos, castrados, com idade de 120 dias e peso corporal inicial de 18 ± 5,07 kg. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e sete repetições. As dietas foram compostas, por volumoso: concentrado (20:80) respectivamente. Onde foram avaliados através das dietas: sem aditivos; (MON); (EAF) e (FVA). Após o 98º dias, foram mensurados os parâmetros morfométricos in vivo e, posteriormente abatidos e levados a câmara fria por 24 horas, avaliando-se a carcaça dos animais. Não houve efeito significativo (P> 0,05) da medidas morfométricas in vivo e de carcaça quando comparado as dietas: sem adito, com MON, EAF e FVA. EAF e FVA. A utilização do EAF de algaroba pode ser utilizado na terminação de ovinos em confinamento.

Palavras-chave: carcaça, farelo de algaroba, medidas morfométricas, Prosopis juliflora

Carcass characteristics in lambs fed diets supplemented with alkaloid leaf extract and whole algarobeira pod

ABSTRACT - The objective of this study was to evaluate the effect of foliar alkaloid extract and whole-bean pod meal on in vivo and carcass lambs through morphometric evaluations, being male, castrated, aged 120 days and initial body weight of 18 ± 5.07 Kg. The experimental design was a completely randomized design, with four treatments and seven replications. The diets were composed, by volume: concentrate (20:80), respectively. Where they were evaluated through the diets: without additives; (MON); (EAF) and (FVA). After 98 days, the morphometric parameters were measured in vivo and then slaughtered and taken to the cold room for 24 hours, and the carcass of the animals was evaluated. There was no significant effect (P> 0.05) of in vivo and carcass morphometric measurements when compared to diets: without addition, with MON, EAF and FVA. EAF and FVA. The use of EAF of algaroba can be used in the finishing of sheep in confinement.
Keywords: bean pod meal, carcass, morphometric measurements, Prosopis juliflora


Introdução

A Prosopis juliflora, membro da família Leguminosa é um ótimo alimento para ruminante principalmente na época seca do ano, podendo ser utilizada em substituição ao milho e/ou como componente adicional à dieta, no entanto há poucos estudos sobre a influência dos alcaloides da algaroba, sobre o perfil da fermentação ruminal, (Rebouças, 2007). A monensina sódica(MON) se sobressai em função de seus benefícios, sendo o ionóforo mais utilizado. Entretanto, está proibida na União Europeia (European Union, 1998) pelo seu poder residual o que faz importante a pesquisa para testar a eficácia de extrato de alcaloide como aditivo alternativo sem representar risco à saúde humana. Portanto, objetivou-se avaliar o efeito do extrato alcaloídico foliar e do farelo de vagem integral de algarobeira sobre cordeiros in vivo e de carcaças através de avaliações morfométricas.

Revisão Bibliográfica

Ao introduzir um alimento alternativo ou aditivo a ração animal é de fundamental importância avaliar as características da carcaça, pois, são muitos os fatores que afetam a composição tecidual e o crescimento animal. O nível nutricional em que é submetido o animal influência de forma preponderante no rendimento da carcaça e nas proporções teciduais (Cunha et al., 2008). A monensina é utilizada com o objetivo de aumentar o desempenho dos animais, bem como melhorar a sua eficiência energética, pois a mesma modifica os produtos finais da fermentação dos alimentos por meio da inativação das bactérias gram positivas por apresentar uma membrana porosa, não seletiva.

Materiais e Métodos

O experimento foi conduzido no setor de Ovinocultura da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, UESB, na cidade de Itapetinga, BA. Utilizou-se vinte e oito cordeiros mestiços Santa Inês x Dorper, machos, castrados, com idade de 120 dias e peso corporal inicial de 18 ± 5,07 kg.  O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com quatro tratamentos, sendo cada cordeiro uma unidade experimental, a análise estatística foi realizada pelo procedimento Mixed do SAS (2006), com o modelo matemático, Yij= µ + Tri + erroij. O experimento foi de 98 dias sendo, os primeiros 14 dias (período pré-experimental). Estimou-se as exigências de acordo ao NRC (2007) sendo considerado: ganho de peso diário de 250 g, maturidade de 0,37; temperatura média mensal de 35ºC; 75% de digestibilidade e 40% de proteína degradável no rúmen na dieta. As dietas foram fornecidas diariamente às 7:00 e 16:00 h, ad libitum, permitindo 10% do fornecimento em sobras. Aos 83º e 84º dias de experimento de desempenho, realizou-se avaliações nas carcaças in vivo e pós morte respectivamente de acordo (Osório et al., 1998). Os animais foram pesados, em seguida submetidos a jejum alimentar de 16 horas e pesados novamente. Após o jejum, foram abatidos na Unidade Experimental de Caprinos e Ovinos (UECO) da UESB. O abate foi realizado as normas vigentes do (RISPOA, 1997). Foram lavadas e conduzidas à câmara fria, por 24 horas a uma temperatura de 4oC. Efetuou-se cortes longitudinais nas carcaças, obtendo-se as meias carcaças direita e esquerda. Na meia carcaça esquerda, realizou-se um corte transversal entre a 12ª e 13ª vértebras torácicas, avaliando-se à porção cranial do lombo, estabelecendo-se a largura e a profundidade máxima para o cálculo da (AOL), de acordo (Cartaxo et al. 2011). A espessura de gordura subcutânea (EGS), que é a espessura máxima de gordura de cobertura sobre a superfície da 13ª costela, a 11 cm da linha dorso-lombar, foi mensurada com auxílio de um paquímetro digital.

Resultados e Discussão

As medidas formométricas “in vivo” como comprimento do corpo (CC), altura de cernelha (ACER), altura de costado (ACOS), largura de garupa (LG), altura de garupa (AG), largura do peito (LP) e perímetro do tórax (PERT), não houve efeito significativo (P > 0,05), provavelmente pela similaridade no peso de abate, uma vez que estas medidas foram tomadas antes que o animal fosse submetido ao jejum sólido e pela falta de efeito no desempenho dos animais consumindo as diferentes dietas. Como mostra a tabela 2. A LG diferiu entre as dietas (P<0,05) sendo observada, maior largura para os animais que consumiram dieta sem aditivo e em relação nos animais que consumiram a dieta com FVA e com MON. Influência na medida de LG, pode estar relacionada provavelmente ao genótipo do animal, idade, estágio fisiológico ao abate e a maturidade do animal que motiva remodelação da morfologia nos ovinos (Azeredo et al., 2006). A LG indica maior proporção de músculos do corte da perna, uma característica importante a ser buscada em ovinos destinados ao abate, sendo a perna um dos cortes mais nobres da carcaça, e consequentemente mais valorizados, na espécie ovina (Pinheiro et al., 2010). Para um menor nível de confiança (94%), pode-se dizer que a circunferência da perna poderia explicar os resultados da garupa. As medidas morfométricas de carcaça foram mensuradas, após 24 horas de câmara fria, avaliando-se o comprimento interno (CIC) e externo da carcaça (CEC), perímetro da garupa (PG), circunferência de perna (CP), profundidade de perna (PP), largura da perna (LP), profundidade do tórax (PROT), Longissimus dorsi (L. Dorsi), área de olho de lombo (AOL), índice de compacidade (IC), gordura subcutânea(GS), gordura cavitária (GC) e gordura perirenal (GP), onde verificou-se que não houve efeito  significativo das dietas (P>0,05), O que confirma semelhanças morfológicas entre os animais ao abate, em função da relação volumoso: concentrado utilizado. A mensuração no músculo L. dorsi indica o total de músculo da carcaça, a espessura de GS, está ligada ao total de gordura da mesma. A AOL tem sido utilizada para estimar a musculosidade e, está correlacionada com a relação músculo/osso nos cortes mais nobres da carcaça (Cezar e Sousa, 2010). Os resultados obtidos para AOL e GS indicam que o período de confinamento foi suficiente para obtenção de carcaças padronizadas e bem acabadas.

Conclusões

A utilização do extrato alcaloídico de algaroba, pode ser utilizado na terminação de cordeiros em confinamento.

Gráficos e Tabelas




Referências

  AZEREDO, D. M.; OSÓRIO, M. T. M.; OSÓRIO, J. C. S.; MENDONÇA, G.; ESTEVES, R. M.; ROTA, E. L.; JARDIM, R. D.; PRADIÉE, J. Morfologia in vivo e da carcaça e características produtivas e comerciais em ovinos Corriedale não castrados, castrados e criptorquidas abatidos em diferentes idades. Revista Brasileira de Agrociência, v.12, n.2, p.199-204, 2006. CARTAXO, F. Q.; SOUSA, W. H.; COSTA, R. G.; CEZAR, M. F.; PEREIRA FILHO, J. M.; CUNHA, M. G. G. Características quantitativas da carcaça de cordeiros de diferentes genótipos submetidos a duas dietas. Revista Brasileira de Zootecnia, v.40, n.1, p.2220-2227, 2011. CÉZAR, M. F.; SOUSA, W. H. Proposta de avaliação e classificação de carcaças de ovinos deslanados e caprinos. Tecnologia e Ciência Agropecuária, v.4, n.4, p.41-51, 2010. CUNHA, M. G. G.; CARVALHO, F. F. R.; GONZAGA NETO, S.; CEZAR, M. C. Características quantitativas de carcaça de ovinos Santa Inês confinados alimentados com rações contendo diferentes níveis de caroço de algodão integral. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, n.6, p.1112-1120, 2008. OSÓRIO, J. C.; OSÓRIO, M. T.; JARDIM, P. O.; PIMENTAL, M.; POUEY, J. L.; LÜDER, W. E.; CARDELINO, R. A.; OLIVEIRA, N. M.; GULARTE, M. A.; BORBA, M. F.; MOTTA, L.; ESTEVES, R.; MONTEIRO, E.; ZAMBIAZI, R. Métodos para avaliação da produção de carne ovina: in vivo, na carcaça e na carne. Pelotas: UFPel, 107p, 1998. PINHEIRO, R. S. B.; JORGE, A. M. Medidas biométricas obtidas in vivo e na carcaça de ovelhas de descarte em diferentes estágios fisiológicos. Revista Brasileira de Zootecnia, v.39, n.2, p.440-445, 2010. RISPOA. Regulamento da inspeção industrial e Sanitária de Produtos de Origem animal. Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento. Brasília/DF, 1997, 217p. REBOUÇAS, G.M.N. Farelo de vagem de algaroba na alimentação de ovinos santa Inês. 2007. 44p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, Itapetinga