Caracterização dos componentes morfológicos de cultivares de sorgo

Ana Cecilia Souza Muniz1, Flavio Gomes de Oliveira2, Antônio Marcedo3, Felipe Queiroga Cartaxo4, Joyce Pereira Alves5, Yohana Rosaly Corrêa6, Gildênia Araújo Pereira7, Danilo Marte Pereira8
1 - Universidade Federal da Paraíba
2 - Universidade Federal da Paraíba
3 - Universidade Federal da Paraíba
4 - Universidade Federal da Paraíba
5 - Universidade Federal da Paraíba
6 - Universidade Federal da Paraíba
7 - Universidade Federal da Paraíba
8 - Universidade Federal da Paraíba

RESUMO -

O objetivo foi avaliar os componentes morfológicos de cultivares de sorgo na região semiárida da Paraíba. O experimento foi conduzido na Estação Experimental Benjamim Maranhão, de propriedade da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (EMEPA-PB). Utilizou- se um delineamento em blocos ao acaso com 14 tratamentos e três repetições. A duração do período experimental foi de 80 dias. As variedades que apresentaram os melhores resultados foram FEPAGRO 17, FEPAGRO 18, 13F039 (1141562) e P47216. As variedades são recomendadas para produção em região semiárida, mas são necessários mais estudos e outras características devem ser consideradas. Com base nos constituintes morfológicos das cultivares avaliadas, observou-se desempenho equivalente entre as cultivares de sorgo. São considerados de bom potencial e recomendados para produção na região semiárida da Paraíba.

Palavras-chave: Adaptação, crescimento vegetativo, semiárido

Characterization of the morphological components of sorghum cultivar

ABSTRACT - The aim was to evaluate the morphological components of sorghum cultivars in the semi-arid region of Paraiba. The experiment was conducted at the Benjamim Maranhão Experimental Station, owned by the State Company of Agricultural Research of Paraiba (EMEPA-PB). Was used a randomized complete block design with 14 treatments and three replicates. The duration of the experimental period was 80 days. The varieties that presented the best results were FEPAGRO 17, FEPAGRO 18, 13F039 (1141562), and P47216. The varieties are recommended for production in semi-arid region, but more studies are needed and other characteristics are should consideration. Based on the morphological constituents of the evaluated cultivars it observed an equivalent performance among sorghum cultivars. They are considered of good potential and recommended for production in the semi-arid region of Paraiba.
Keywords: Adaptation, vegetative growth, semiarid


Introdução

A região do semiárido brasileiro tem destaque principalmente por sua vegetação xerófila, que dispõem de mecanismos adaptativos para se sobressaírem das irregularidades hídricas recorrentes na região, solos rasos e pedregosos, altas temperaturas e escassez de forragem na maior parte do ano onde se concentra o período de estiagem, diante dessa situação, deve-se buscar realizar um planejamento adequado quanto a conservação de forragem durante o período chuvoso para ter alimento disponível para os animais na época de estiagem. A cultura do sorgo apresenta importância econômica nos sistemas produtivos da agropecuária, por apresentar variadas características favoráveis ao seu cultivo como adaptação e constância hídrica em regiões com carência de água, é uma cultura resistente a altas temperaturas, baixa umidade e elevados níveis de radiação, tendo capacidade de se adaptar a essas diversas condições sem sofrer grandes prejuízos em seu desenvolvimento. É uma das plantas mais indicadas para alimentação animal na forma de produção de silagem, apresentando elevado rendimento de biomassa por hectare e também apresenta características que são favoráveis para se produzir silagem de qualidade, pois apresenta adequado teor de matéria seca, baixa capacidade tampão, elevado teor de carboidratos solúveis (FERNANDES et al., 2009). Portanto, objetivou-se avaliar os componentes morfológicos de cultivares de sorgo no semiárido paraibano.

Revisão Bibliográfica

As possibilidades de sucesso da pecuária nas condições Semiáridas aumentam significativamente quando se faz a opção por forrageiras com bom potencial de produção e adaptadas aos efeitos das adversidades edafoclimáticas, principalmente do déficit hídrico. O produtor precisa avaliar se as condições de clima-solo-planta da fazenda se adaptam para se obter desempenho de produção e de qualidade satisfatórios da forrageira (CÃNDIDO et al., 2013). Neste cenário, o sorgo (Sorghum bicolor (L). Moench) é uma cultura de destaque para a alimentação animal no semiárido, por ser uma planta com elevado rendimento forrageiro, capacidade de rebrota e adaptabilidade às regiões secas, sendo capaz de sobreviver e produzir em condições de limitado suprimento de água em períodos longos de seca. Devido a sua tolerância ao estresse hídrico, o sorgo pode ocupar áreas onde a cultura do milho não apresenta desempenho satisfatório (ELIAS et al., 2016). No Brasil, devido às condições climáticas, a disponibilidade de forragens é irregular ao longo do ano, com períodos alternados de excesso e escassez de pastagens. Visando reduzir os reflexos negativos da estacionalidade na produção de forragens sobre o desempenho do rebanho, é necessário que o excesso de forragens produzido no período chuvoso seja conservado para ser utilizado no período seco, garantindo aos animais boa qualidade de alimentação volumosa ao longo de todo o ano (BOTELHO et al., 2010). Os genótipos de sorgo para emprego silageiro são de porte alto. As cultivares com duplo propósito (eficientes para mais de uma finalidade, como produções de grão e silagem, corte/pastejo e silagem ou silageiro e sacarino simultaneamente) apresentam portes entre 150 e 220 cm adequados à colheita mecanizada da panícula e também ao preparo de silagem de planta inteira (RODRIGUES & SILVA et al., 2011). Diante destas necessidades, a cultura do sorgo pode ser de grande importância para os sistemas de produção da bovinocultura brasileira, por ser resistente ao déficit hídrico e apresentar acelerado crescimento e emissão de perfilhos. Quando a umidade do solo é suficiente, essa cultura possui altas taxas fotossintéticas e rápida elongação de colmos, dessa forma, é utilizado para a fabricação de silagem e pastejo direto (BUSO et al., 2011).

Materiais e Métodos

O experimento foi conduzido na Estação Experimental Benjamim Maranhão, pertencente a Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (EMEPA-PB), situada na Mesorregião do Agreste Paraibano, microrregião do Curimataú Oriental, município de Tacima-PB, nas coordenadas geográficas de 6º 29’ 16” S e 35º 38’ 13” W, com altitude de 168m. O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo Bsh’ (semiárido quente), com chuvas de verão, apresentando temperaturas médias anuais em torno de 30ºC, umidade relativa do ar em torno de 68%, com precipitações médias de 600 mm anuais, com déficit hídrico na maior parte do ano (SUDENE, 2003). Antes do plantio realizou-se a coleta para análise do solo da área experimental, onde no ato do plantio que ocorreu no início do período chuvoso, foi realizada uma adubação nitrogenada com 50 kg ha-1 de N, na forma de ureia, aplicada manualmente e dividida em duas aplicações e realizou-se uma adubação de fósforo de 60 kg ha-1 de P2O5, na forma de superfosfato triplo. Utilizou-se um delineamento experimental em blocos casualizados com 14 tratamentos e três repetições. Os cultivares avaliados foram: SF 15; FEPAGRO 17; FEPAGRO 18; PONTA NEGRA; BRS 506; 13 F02; 13 F039; 13 F04; 13 F05; 1141126; P 47216; 1141340; 947072; BRS 655. Os dados foram submetidos à análise de variância e os valores médios foram comparados pelo teste de Scott-Knott, em nível de 5% de probabilidade, usando-se o programa SISVAR (FERREIRA, 2010). A semeadura ocorreu em maio de 2016 em parcelas de 6,0m2 (3,0x2,0m), com espaçamento de 0,6m entre linhas. Aos 15 dias após semeadura, foi realizado um desbaste, conservando 12 plantas por metro linear. A duração do período experimental foi de 80 dias, com um acumulado de chuva de 114mm registradas na Estação Experimental Benjamim Maranhão, pertencente a EMEPA. De acordo com a figura 1, observam-se os dados diários de precipitação pluvial dos meses de maio a julho de 2016, ocorridas durante o período experimental.

Resultados e Discussão

De acordo com os resultados expostos na Tabela 1,  as variáveis avaliadas de sorgo: 1141126, 13F04(1141572) ,FEPAGRO 17, 1141340, 13F05(1140562), 947072, 13F039(1141562), PONTA NEGRA, P47216, BRS 655, SF 15, FEPAGRO 18, BRS 506 e 13F02(1141570), não obterão efeito significativo (P<0,05) para panícula, lâmina foliar, colmo e material morto com base na matéria seca de diferentes cultivares de sorgo. Com relação ao percentual de lâmina foliar, não houve diferença (P>0,05) entre as médias (Tabela 1). Os mesmos resultados foram observados para percentual de colmo e percentual de material morto. Neumann et al. (2002), constataram que a panícula é o principal componente indicador do momento mais apropriado para coletar o sorgo no campo, independentemente da cultivar avaliada, preparando-a para conservação através do processo de silagem.  Deste modo, uma estrutura fundamental para produção de silagem de qualidade e que deve ser levada em consideração em ambientes mais difíceis de manejar e produzir, como é o semiárido. Gomes et al. (2006) obtiveram uma variação de 8,75 a 52,50%, e também, Sousa (2010) obteve valores entre 9,16% e 35,21%. Sendo os resultados desse trabalho coerente com esses dois autores trabalhando com comportamento agronômicos do sorgo forrageiro e avaliação de diferentes híbridos de sorgo.

Conclusões

Baseado nos constituintes morfológicos das cultivares avaliadas observou desempenho equivalentes entre as cultivares de sorgo. Sendo consideradas de bom potencial e recomendadas para produção no semiárido paraibano.

Gráficos e Tabelas




Referências

BOTELHO, P.R.F; PIRES, D.A.A; SALES, E.C.J; ROCHA JÚNIOR, V.R; JAYME, D.G; REIS, S.T. Avaliação de genótipos de sorgo em primeiro corte e rebrota para produção de silagem. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, v.9, n.3, p. 287-297, 2010. BUSO, W.H.D; MORGADO, H.S; SILVA, L.B; FRANÇA, A.F.S. Utilização do sorgo forrageiro na alimentação animal. PUBVET, Londrina, V. 5, N. 23, Ed. 170, Art. 1145, 2011. CÂNDIDO, M.J.D., GOMES, G.M.F., LOPES, M.N. & XIMENES, L.J.F. Cultivo de palma forrageira para mitigar a escassez de forragem em regiões semiáridas. Informe Rural Etene. 7(3): 1-7, 2013. ELIAS, O.F.A.S; LEITE, M.L.M.V; AZEVEDO, J.M; SILVA, J.P.S.S; NASCIMENTO, G.V; SIMPLÍCIO, J.B. Características agronômicas de cultivares de sorgo em sistema de plantio direto no semiárido de Pernambuco. Ciência Agrícola, Rio Largo, v. 14, n. 1, p. 29-36 , 2016. FERNANDES, F.E.P; GARCIA, R., PIRES, A.J.V., PEREIRA, O.G., CARVALHO, G.G.P., OLIVINDO, C.S. Ensilagem de sorgo forrageiro com adição de ureia em dois períodos de armazenamento. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, n.11, p.2111-2115, 2009.FERREIRA, D.; F. Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciência e Agrotecnologia (UFLA), v. 35, n.6, p. 1039-1042, 2010. GOMES, S.O.; PITOMBEIRA, J.B.; NEIVA, J.N.M.; CÂNDIDO, M.J.D. Comportamento agronômico e composição químico-bromatológico de cultivares de sorgo forrageiro no Estado do Ceará. Revista Ciência Agronômica, v.37, n.2, p.221-227, 2006. NEUMANN, M. et al. Avaliação de diferentes híbridos de sorgo (Sorghum bicolor, L. Moench) quanto aos componentes da planta e silagens produzidas. Revista Brasileira de Zootecnia, v.31, n.1, p.302-312, 2002 (supl.). RODRIGUES, L. R.; SILVA, P. R. (Org.). Indicações técnicas para o cultivo do milho e do sorgo no Rio Grande do Sul - Safras 2011/2012 e 2012/2013. Ijuí: Fepagro e Emater; RS, p. 149, 2011. SOUSA. J.; ALBUQUERQUE, C. J.B.;. ALVES, D. E.; PORTO, E.M.V. ; OLIVEIRA, R.M. e SILVA, K.M.J. Avaliação de Diferentes Híbridos de Sorgo quanto aos Componentes da planta. XXVIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo, 2010, Goiânia: Associação Brasileira de Milho e Sorgo. Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste - SUDENE - O Nordeste Semiárido e o Polígono das Secas. Recife, 2003.