Pesquisa de mercado: hábitos de compra e consumo de carne ovina na região do semiárido alagoano

João Marcos Rodrigues Santos1, Lívio Kelver Martins da Silva2, Alex Romualdo Nunes de Oliveira3, Danivia Maria Ferreira de moura4, Luara Vilela de Farias dos anjos5, Jussara Chagas de Menezes6, José Crisólogo de Sales Silva7, Edvania da Conceição pontes8
1 - Universidade Federal de Alagoas
2 - Universidade Estadual de Alagoas
3 - Universidade Estadual de Alagoas
4 - Universidade Estadual de Alagoas
5 - Universidade Estadual de Alagoas
6 - Universidade Estadual de Alagoas
7 - Universidade Estadual de Alagoas
8 - Universidade Estadual de Alagoas

RESUMO -

A ovinocultura no nordeste brasileiro cresceu significativamente nos últimos anos. Os rebanhos começaram a ser explorados economicamente com a introdução de raças especializadas, melhoramento genético e técnicas de manejo que propiciaram a elevação da produtividade. Objetivou-se com este trabalho analisar o perfil dos consumidores da carne ovina, as suas preferências e principais características de comercialização na região do semiárido alagoano. A pesquisa qualitativa foi realizada por questionários semi-estruturados com perguntas de múltipla escolha e abertas. Concluiu-se que não há um perfil especifico dos consumidores de carne ovina bem como a diversidade nas preferências desses consumidores e que a falta de uma cadeia produtiva organizada de carne ovina na região atrasa o desenvolvimento da atividade e interfere diretamente no consumo deste produto.

Palavras-chave: carne ovina, cadeia produtiva, mercado consumidor

MARKET RESEARCH: HABITS OF PURCHASE AND CONSUMPTION OF OVINE MEAT IN THE REGION OF ALAGOAS SEMI-ARID

ABSTRACT - Sheep production in the Brazilian northeast has grown significantly in recent years. The herds began to be exploited economically with the introduction of specialized breeds, genetic improvement and management techniques that led to increased productivity. The objective of this work was to analyze the profile of sheep meat consumers, their preferences and main marketing characteristics in the region of the Alagoan semi-arid region. Qualitative research was conducted through questionnaires with multiple choice and open questions. It was concluded that there is no specific profile of sheep meat consumers as well as the diversity in the preferences of these consumers and that the lack of an organized production chain of sheep meat in the region does not interfere with the development of the activity and directly interferes with the consumption of this product.
Keywords: sheep meat, readiness, consuming market


Introdução

O Brasil possui 17,6 milhões de cabeças ovinas distribuídas por todo o país, porém, concentradas em grande número na região nordeste e no estado do Rio Grande do Sul. Na região nordeste os ovinos pertencem à raças deslanadas, adaptadas ao clima tropical, que apresentam alta rusticidade e produzem carne e peles (IBGE, Pesquisa Pecuária Municipal, 2014). A ovinocultura no nordeste brasileiro cresceu significativamente nos últimos anos. Os rebanhos começaram a ser explorados economicamente com a introdução de raças especializadas, melhoramento genético e técnicas de manejo que propiciaram a elevação da produtividade. A produção de carne se tornou o principal objetivo da ovinocultura, principalmente nesta região, onde os ovinos juntamente com caprinos são criados para subsistência dos produtores. O consumo de carne ovina ainda é limitado em comparação a outros produtos de origem animal. O grande desafio da ovinocultura mundial está em elevar o consumo do produto, principalmente em grandes centros mundiais (VIANA, 2008), iniciando preferencialmente nos centros de produção da ovinocultura e fixação da sua cadeia produtiva. Desta maneira objetivou-se com este trabalho analisar o perfil dos consumidores da carne ovina, as suas preferencias e principais características de comercialização na região do semiárido alagoano.

Revisão Bibliográfica

O consumo de carne ovina ainda é limitado em comparação a outros produtos de origem animal. O grande desafio da ovinocultura mundial está em elevar o consumo do produto, principalmente em grandes centros mundiais, o que acarretará na maior demanda por carne no mercado internacional. Qualquer incremento de consumo, por exemplo, nos Estados Unidos e União Europeia, beneficiará os países produtores de carne de qualidade, inclusive o Brasil (VIANA, 2008). O consumo médio mundial de carne ovina não passa de 2 kg per capita ano, entretanto países como Mongólia, Nova Zelândia e Islândia, segundo FAO (2007), apresentam os maiores consumos de carne ovina, com 39 kg, 24 kg e 22 kg per capita ano respectivamente. Aspectos religiosos, tradição na atividade e cultura da população são os principais fatores que determinam esse elevado consumo. As tendências para o mercado ovino são promissoras. Conforme FAO (2007), a demanda de carne nos países em desenvolvimento vem sendo impulsionada pelo crescimento demográfico, pela urbanização e pelas variações das preferências e dos hábitos alimentares dos consumidores. Dessa forma, estimou-se um crescimento anual de 2,1 % na produção de carne ovina durante o período de 2005 a 2014, registrando-se essa elevação principalmente em países em desenvolvimento. Fatores como a diversidade étnica e a valorização de produtos cárneos desossados fortalecerão o comércio de carne no período de projeção. Também se espera o aumento da demanda de importações pelos países da América do Norte, Europa e Oriente Médio, o que beneficiará principalmente as exportações procedentes da Oceania. O Brasil pode-se beneficiar do aumento da demanda de carne ovina pelos países importadores. O aumento do rebanho nacional, o incremento da oferta de animais jovens para abate e o fortalecimento da cadeia produtiva através da organização de produtores são desafios a serem alcançados para que o país possa exportar a carne ovina para países de maior consumo (VIANA, 2008).

Materiais e Métodos

Foi realizada uma pesquisa “Survey” a qual é utilizada para a obtenção de informações por intermédio de uma entrevista com os participantes, na qual são feitas inúmeras perguntas acerca do tema que se está estudando, por meio da aplicação de um questionário estruturado para obter uma padronização do processo de coleta de dados (Francisco et al., 2007). O trabalho foi realizado na cidade de Santana do Ipanema, Alagoas, por meio da aplicação de questionários, durante os meses de junho e julho de 2016. Inicialmente foi elaborado um questionário de múltipla escolha composto de 19 perguntas, onde foram abordados vários aspectos do consumo de carne ovina. O questionário foi aplicado abordando os consumidores em portas de supermercado, açougue, feiras livres e repartições públicas. No total, foram realizadas 56 entrevistas completas. Não foram abordadas crianças nem adolescentes. As entrevistas aconteceram em dias alternados da semana. Para tabulação dos dados, foi feito o uso de uma planilha em Excel (Microsoft), sendo realizados cálculos das frequências, dos seus respectivos valores absolutos e relativos.

Resultados e Discussão

Dentro da pesquisa buscou-se a maior diversificação da amostra estudada, mas sempre através da disponibilidade de resposta dos consumidores abordados. Foi visto que o perfil dos consumidores (Tabela 1) varia bastante na região, o que torna o mercado da região um importante mercado de comercialização através das gerações. Foi possível notar também que o perfil dos consumidores não apresenta relevância no quesito consumo de carne ovina. No consumo de carne ovina, 12,5% das pessoas abordadas (sete pessoas), alegaram não consumir a carne ovina por motivos não específicos. Dentre os consumidores efetivos de carne ovina (87,5% dos entrevistados) foram questionadas acerca das principais características do consumo e compra da carne, bem como: frequência de consumo, consumo especifico, análise no momento da compra, custos e outros fatores ligados à comercialização da carne ovina na região, como pode ser observado na Tabela 2. Na região sabe-se que dos ovinos também se é muito apreciado as vísceras, principalmente para a típica “buchada”. Mas diante da pesquisa dos consumidores da carne ovina notou-se uma rejeição de 24,5% para tal consumo. Ainda em relação à compra da carne ovina foi visto que 32,65% dos consumidores já deixaram de consumir a carne ovina por falta de oferta no mercado. Também foi visto que 16,3% dos consumidores afirmaram que uma das maiores dificuldades para o consumo da carne ovina é a baixa qualidade dos produtos ofertados.

Conclusões

Diante do exposto conclui-se que o mercado da carne ovina no semiárido alagoano ainda está em desenvolvimento, tendo uma gama de lacunas a serem preenchidas. Mas foi possível notar também que esse mercado pode se tornar um dos mais importantes para a região, ficando apenas a necessidade de melhoria na qualidade do produto, marketing e disponibilização de informações para o público alvo.

Gráficos e Tabelas




Referências

FAO. Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação. Estatísticas FAO, 2007. Disponível em: <www.fao.org>. VIANA, J. G. A. Panorama Geral da Ovinocultura no Mundo e no Brasil. Revista Ovinos, Ano 4, N° 12, Porto Alegre, Março de 2008. IBGE. Pesquisa Pecuária Municipal, 2014. Disponível em:< http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/ppm/2014/>. Acesso em: 30/03/2017. FRANCISCO, D. C.; NASCIMENTO, V. P.; LOGUERCIO, A. P.; CAMARGO, L. Caracterização do consumidor de carne de frango da cidade de Porto Alegre. Ciência Rural, v.37, n.1, p. 253 - 258, 2007.