DESEMPENHO PRODUTIVO DE CODORNAS JAPONESAS ALIMENTADAS COM DIFERENTES NÍVEIS DE FARINHA DE SANGUE

PRODUCTIVE PERFORMANCE OF QUAIL JAPANESE FED WITH DIFFERENT LEVELS OF BLOOD FLOUR

ABSTRACT - This work aimed to evaluate the effects of different levels of blood meal replacing the dietary protein material on the productive performance of Japanese Quail (Japanese coturnix). Were used 288 chicks of quail of a day of life, with diets containing four levels of substitution of blood meal (0%, 12%, 14% and 16%) and duration of 42 days of analysis. Each treatment was composed of 6 replicates, totaling 24 experimental units, with 12 birds per plot. There was no significant effect between the levels of substitution on the parameters of consumption feed intake (CR), feed conversion (CA) and carcass yield (CP), weight of heart (PCo). The results showed a significant difference for the weight gain (GP) in relation to blood meal levels. In this way, blood meal can be substituted in the diet up to 16% for Japanese quails without significantly affecting their productive performance.

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Introdução

A coturnicultura é uma atividade do setor avícola, que possui dois grandes atrativos principais, a produção de carne e/ou ovos. Esta atividade tem apresentado um desenvolvimento bastante significativo, com a adequação às novas técnicas e tecnologias de produção. O sistema de exploração deixa de ser de subsistência para tornar-se uma atividade altamente tecnificada, cujas instalações têm baixo investimento inicial, ocupa pouco espaço na propriedade, possuem maturidade sexual precoce, e baixo consumo de ração, proporcionando retorno financeiro adequado de curto em médio prazo (PASTORE et. al, 2012). Neste contexto, a coturnicultura tem se caracterizado como atividade de interesse para produtores e pesquisadores do setor avícola. Em razão ao alto custo de alimentos de fontes proteicas, a utilização de fontes alternativas resultante do processamento de produtos de origem animal, torna-se um excelente instrumento para a redução de custos de formulação de ração (BRITO, 2007). A utilização de alimentos alternativos tem sido constante em rações para frangos de corte e galinhas de postura, mas, na alimentação de codornas, pouco se tem estudado, considerando-se que essas aves apresentam diferenças fisiológicas e comportamentais, diferenciando-se das demais em eficiência alimentar e produtividade (MURAKAMI; FURLAN, 2002). Diante do exposto, esta pesquisa teve como finalidade avaliar o desempenho de codornas japonesas alimentadas com diferentes níveis de farinha de sangue.

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Revisão Bibliográfica

O Brasil, é um grande exportador de produtos de origem animal, apresenta elevadas taxas de abate animal, formando uma grande variedade de subprodutos considerados rejeitados, que são constituídos de vísceras, penas, sebo, sangue, carne e ossos, que com o adequado tratamento são transformados em farinha de origem animal (REIS et al., 2013). A farinha de sangue é proveniente da dessecação do sangue fresco das aves abatidas. Além de apresentar alto conteúdo proteico, é também rica em lisina, aminoácido limitante em rações para aves (SCAPIM et al., 2003). O estudo de novos subprodutos para a formulação de dietas para codornas, como é o caso da farinha de sangue em substituição aos tradicionais, como o milho e o farelo de soja, os quais são fontes de energia e proteína, possibilita seu uso em rações mais eficientes, economicamente viáveis e que permitam às aves expressar bom desempenho produtivo. Por isso torna-se necessário o conhecimento de subprodutos para a formulação de novas fontes proteicas de origem animal utilizadas em rações, como é o caso da farinha de sangue (FS). As informações disponíveis em algumas tabelas fornecem dados compilados de experimentos realizados no exterior, o que impossibilita o correto balanceamento de dietas adequadas às nossas condições climáticas (SANTOS et al., 2006). Diante do exposto, esta pesquisa teve como finalidade avaliar o desempenho de codornas japonesas alimentadas com diferentes níveis de farinha de sangue na dieta. Segundo Ravindran et al. (2005) a farinha de sangue é uma importante fonte de lisina, porém possui baixa concentração de outros aminoácidos essenciais, para a utilização de farinha de sangue na dieta se é necessário ser corrigido suplementando-os por fontes sintéticas ou por outros ingredientes que compõem a ração.

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Materiais e Métodos

O experimento foi conduzido no Laboratório de Avicultura, da Universidade Federal de Santa Maria, Campus Palmeira das Missões –RS. Foi utilizado 288 pintainhos de codornas japonesas (Coturnix Japônica) com um dia de vida, com peso inicial de 4,0 a 6,0 g. O tempo total do experimento com as codornas foi de 42 dias. Os pintainhos foram separados em 12 aves por parcela, com medidas de 80 cm de largura, 60 cm de profundidade por 40 cm de altura. Os níveis utilizados foram de 12%, 14% e 16% de farinha de sangue na dieta e um grupo controle. O experimento obteve 6 repetições, totalizando 24 unidades. As aves durante o período experimental (42dias) receberam água à vontade, sendo fornecida ração três vezes ao dia a base de milho, farelo de soja e os níveis de farinha de sangue misturada para cada tratamento. Semanalmente as codornas foram pesadas, e simultaneamente foram realizadas as pesagens das rações experimentais fornecidas, para determinação do peso vivo e consumo de ração. Para avaliar o parâmetro de consumo de ração, a pesagem de ração fornecida e das sobras foi realizada duas vezes por semana. A medida de conversão alimentar foi determinada através do consumo médio semanal de ração sobre o peso parcial dos mesmos. Ao final do período experimental (42 dias de idade), foram separadas 3 aves por unidade experimental, pesadas, e identificados individualmente para posterior análise de rendimento de carcaça. As aves a serem abatidas foram mantidas em dieta hídrica de seis horas. Após o jejum foi realizado a sangria, onde foi realiza um corte na veia jugular, favorecendo a saída total do sangue das veias e artérias. Após a sangria foi realizado a escaldagem da ave em temperatura entre 58°C e em seguida foi realizada a depenagem. Após isso, foram pesadas as carcaças limpas para análise de rendimento de carcaça. Após a evisceração das codornas, os órgãos internos fígado e coração, foram pesados individualmente na balança digital de precisão de 0,02g.

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Resultados e Discussão

Para o parâmetro de conversão alimentar, consumo de ração e peso da carcaça, não foi observado diferença significativa (P>0,05) entre os tratamentos durante o período experimental. Na tabela 1, observam-se que não houve diferença nas médias de, conversão alimentar, consumo de ração, peso da carcaça, peso do coração e peso do fígado. Cancherini et.al, (2005)  que trabalharam com subprodutos de origem animal para frangos de corte com duas fontes de proteína animal, farinha de vísceras e farinha de sangue bovino, com a inclusão de 6% farinha de sangue, concluíram que a farinha de sangue bovino piorou a conversão alimentar, muito provavelmente em virtude do menor ganho de peso obtido com as aves sendo alimentadas contendo farinha de sangue bovino na ração, uma vez que não ocorreu diferença significativa para o consumo de ração.  Já Da Silva et. al., (2011) obteve resultados contrários em que houve diferença significativa (P≥0,05) entre os tratamentos 0%,12%, 14%, e 16% de farinha de sangue durante período experimental. Os resultados obtidos por Cancherini et.al, (2005) mostraram diferença no consumo de ração na fase pré-inicial, utilizando farinha de sangue bovino e farinha de vísceras com base no conceito de proteína ideal e proteína bruta para frangos de corte. As  aves que consumiram a dieta contendo a farinha de sangue bovino apresentaram maior consumo (9,75%), do que as aves consumiram farinha de vísceras. De acordo com Donkoh et. al, (1999) onde desenvolveram um trabalho com objetivo de avaliar o desempenho de frangos de corte consumindo 2,5, 5,0 e 7,5% de farinha de sangue na dieta de frangos de corte de 14 a 49 dias de idade. De acordo com os autores, o consumo de ração não foi influenciado significativamente (P>0,05) pelo uso do sangue nas dietas, indicando que frangos podem consumir valores de até 7,5% de farinha de sangue na dieta. Não houve diferença significativa (P>0,05) sobre rendimento de carcaça. Resultados semelhantes foram encontrados por Stringhini et. al, (2003) com o objetivo de avaliar o desempenho e rendimento de carcaça de quatro linhagens de frangos de corte. Aos animais foram fornecidas dietas contendo milho, farelo de soja, farinha de carne e com 3 ou 6% de farinha de sangue nas fases de crescimento (21 a 35 dias de idade) e final (36 a 45 dias de idade), respectivamente. Os resultados demonstraram que não houve redução no desempenho dos animais alimentados com a farinha de sangue. Para a análise de peso do coração (PCo), peso do fígado(PF) não foi observada diferença significativa (P>0,05) entre os diferentes níveis de inclusão de farinha de sangue.

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Conclusões

Não afetou o desempenho, porem demonstrou uma tendência de queda de peso final a medida que se aumentaram os níveis de farinha de sangue

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Gráficos e Tabelas

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Referências

PASTORE, S. M.; OLIVEIRA, W. P. de; MUNIZ, J.C.L. Panorama da coturnicultura no Brasil. Revista eletrônica nutritime. v.9, n.6, p. 2041–2049, nov./dez. 2012.   BRITO, A. B. Uso de Farinha de Sangue na Nutrição de Frangos de Corte. Poli-nutri. 2007.   MURAKAMI, A.E.; FURLAN, A.C. Pesquisas na nutrição e alimentação de codornas em postura no Brasil. In: Simpósio Internacional de Coturnicultura, v. 1, 2002, Lavras, MG. Anais... Lavras: Universidade Federal de Lavras, 2002. p.113-120.   REIS, R. S. et al. Avaliação da inclusão de farinha de vísceras na ração de codornas japonesas na fase de postura. Revista Brasileira de Agropecuária Sustentável (RBAS), v. 3, p. 158/1-163, 2013.   SCAPIM, Mônica Regina et al. Avaliação nutricional da farinha de penas e de sangue para frangos de corte submetida a diferentes tratamentos térmicos-DOI: 10.4025/ Acta Scientiarum. Animal Sciences, v.25, n. 1, p. 91-98, 2008.   RAVINDRAN, V; HEW, L. I.; RAVINDRAN, G.; BRYDEN, W. L. Apparent ileal digestibility of amino acids in dietary ingredients for broiler chickens. Animal Science, v. 81, n. 1, 2005, p. 85-98(14)   CANCHERINI, Luciana Cardoso et al. Utilização de subprodutos de origem animal em dietas formuladas com base em proteína bruta e proteína ideal para frangos de corte de 22 a 42 dias de idade. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 34, n. 2, p.535-540, 2005.   DONKOH, A.; ATUAHENE, C.C.; ANANG, D.M. Chemical composition of solar-dried blood meal and its effect on performance of broiler chickens. Animal Feed Science and Technology, v. 81 p. 299-307, 1999.   STRINGHINI, J.H.; LABOISSIÉRE, M.; KEYSUKE MURAMATSU, K.; et al. Avaliação do Desempenho e Rendimento de Carcaça de Quatro Linhagens de Frangos de Corte Criadas em Goiás. Revista Brasileira de Zootecnia. v.32, n.1, p.183-190, 2003.