No início desta semana, a diretoria da Associação Brasileira de Zootecnistas (ABZ) lançou uma consulta pública (veja aqui e aqui) questionando a comunidade zootécnica do país sobre uma eventual mudança de nomenclatura da profissão, de Zootecnia para Engenharia Zootécnica. Há anos, estudos sobre o assunto permeiam algumas das discussões da associação, que avalia formas de viabilizar o principal sonho e necessidade da categoria: um conselho efetivamente representativo.
Desde que a consulta pública foi aberta, só nos canais da ABZ, mais de duas mil pessoas deixaram suas opiniões acerca do tema, somando interações nas redes sociais e contatos via e-mail. As opiniões foram variadas, mas há uma pergunta principal que é senso comum entre os profissionais e acadêmicos: o que mudaria com uma eventual alteração no nome do curso, que desde a sua criação recebe o título de Zootecnia? Quem comenta é o professor-doutor Marinaldo Divino Ribeiro, presidente da ABZ.
“Temos que refletir de forma profunda, ampla, desapegados de pré-conceitos nos termos centrais da questão. Eu vejo como pilares da reflexão o conceito do curso, o processo de formação, as habilidades e competências adquiridas, atribuições profissionais atuais e novas com a condição de engenheiro”.
Ainda segundo Marinaldo, outros pontos que devem ser levados em consideração na discussão são as vantagens e desvantagens de uma eventual mudança de conselho de classe, que com o status de engenharia, tenderia a ir do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) para o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Crea). A medida seria paliativa, para tentar assegurar mais direitos dos Zootecnistas, enquanto os Conselhos Regionais de Zootecnia (CRZ’s) e Conselho Federal de Zootecnia (CFZ) não são criados pelo Governo Federal.
“Temos que pensar, também, na identidade institucional, legislação profissional (Lei 5.550/68), decretos, resoluções, além de implicações na formação dos alunos matriculados no presente momento”, explicou o presidente da associação, lembrando que, atualmente, outros países ibero-americanos, como Portugal, possuem o título de engenharia, devido a influência da escola francesa, quando os primeiros cursos da área foram criados.
Entenda: A Zootecnia nos países ibero-americanos
“Nestas avaliações sobre os nomes, avaliamos também a situação de titulados em Zootecnia, interesse estratégico e político da classe, além da influência de uma padronização de denominação de titulação entre os países com influência da escola francesa”.
OBJETIVO
Segundo Marinaldo, atualmente, não há nenhum tipo de processo em trâmite que preveja a mudança de nome na profissão. O que ocorre são, apenas, debates para se refletir e amadurecer a ideia sem precipitação.
“Nosso objetivo é, neste momento, de debater. Vamos continuar a consolidar nossas ideias e projeções para uma decisão madura e coletiva”.
Acadêmicos de Zootecnia e Zootecnistas de todo o Brasil que quiserem apresentar, de forma elaborada, suas opiniões, podem agregar com as discussões sobre o assunto através do e-mail abz@abz.org.br.
O tema voltará a ser debatido de maneira formal no Fórum Nacional de Entidades de Zootecnistas, neste ano.
Gente, desde 2007 sonho que tenhamos nosso próprio conselho para de fato exercermos nossa profissão sem a interferência de outras áreas.
Já passou da hora desse sonho se tornar realidade!🤝