Uma pesquisa desenvolvida pela zootecnista Gabriela Benetel, e defendida como sua tese de doutorado na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, indicou que o orégano e o tomilho podem ganhar uma nova funcionalidade para além de apenas proporcionar sabor a diversos pratos do mundo todo. Isso porquê, de acordo com a pesquisa, o óleo essencial extraído dessas duas ervas poderá ser utilizado como suplemento nutricional para bovinos a fim de reduzir a produção de gás metano (CH4) pelos animais. O estudo foi realizado em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). As informações são do Jornal da USP.
Segundo a autora da pesquisa, os ensaios foram feitos in vitro e in vivo e utilizaram dez diferentes óleos essenciais, mas os menores índices de produção de gás metano estiveram associados ao tomilho e ao orégano.
Nas análises in vitro, por exemplo, houve cerca de 75% de redução da produção de gases acumulados em condições ruminais, ou seja, em situação semelhante ao que aconteceria com o animal em seu processo digestivo. Isso ocorreu, segundo a zootecnista, porque os óleos essenciais são potenciais aditivos naturais para uso de alimentação animal pois apresentam propriedades antibacterianas, antifúngicas e antioxidantes, “melhorando a qualidade da digestão animal e favorecendo a fermentação”. De acordo com Gabriela, os ruminantes são uma das poucas fontes produtoras de CH4 que podem ser manipuladas.
Segundo a zootecnista, os resultados da pesquisa são importantes no debate de assuntos de impacto ambiental e atividade pecuária. Segundo o estudo, o Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo, com 219 milhões de cabeças, e cerca de 13,4% do rebanho mundial. E, apesar da reconhecida importância, o país vem sendo criticado por emitir quantidades significativas de gases de efeito estufa: dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O). No caso do metano, o Brasil é o maior emissor mundial.
“Alguns estudos mostram que o uso de antibióticos também é eficaz para diminuir gases produzidos pelos ruminantes, porém, as exigências do mercado internacional de exportação de carne são rigorosas e primam por uma carne produzida com menos interferências do gênero possível. A preocupação é que haja resíduos no leite e na carne, além de haver maiores probabilidades de resistência bacteriana aos antibióticos usados pelos humanos”, explica Gabriela.
A tese Uso de óleos essenciais com estratégia moduladora da fermentação ruminal para mitigação das emissões de metano por bovinos Nelore foi apresentada na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, sob orientação de Ives Cláudio da Silva Bueno.
Para ter acesso ao material e seus resultados na íntegra, clique aqui.
Realmente a Dra. Gabriela esta no caminho certo, o uso dos compostos “Estratos Herbais + Óleos essenciais” tem proporcionado uma melhora significativa na produção de carne seja bovina, suína ou outras. Produzir alimentos saudáveis e com menor agressão ao meio ambiente tornou-se uma prerrogativa na pecuária moderna.
Parabéns
Alessandro Wegher