Em mais uma edição do quadro Prosa com Zootecnista, a Associação Brasileira de Zootecnistas (ABZ) traz uma entrevista com Mércia Virgínia Ferreira dos Santos, de Pernambuco. Formada na turma de 1984, na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), ela fala sobre as motivações e desafios da profissão.
ABZ: O que te levou a fazer Zootecnia?
Mércia: Na realidade, eu iniciei o curso de Zootecnia conhecendo muito pouco do curso. Minha família descordou quando eu iniciei o curso, até, também, por não conhecerem do que se tratava e entender, naquele momento, que era um curso ‘mais para homens’. Comecei a conhecer o curso e me encantei. E desde cedo procurei realizar diferentes atividades com intuito de melhorar a minha futura atuação profissional.
ABZ: Qual sua área de atuação/especialização?
Mércia: Eu atuo na área de forragicultura. Fiz o mestrado e o doutorado nessa área e desde 1991 sou professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco também na área de forragicultura. A minha escolha por essa área se deu principalmente quando eu fiz mestrado na Rural de Pernambuco, aos professores da área, que se diferenciavam muito em suas aulas quanto aos trabalhos de pesquisa, dados… isso, naquele momento, me chamava muito a atenção. E assim, desde então, toda a minha formação é nesta área.
ABZ: Há quanto tempo você está no mercado e quais as principais mudanças que você percebeu de quando iniciou a carreira para agora?
Mércia: Eu tenho 34 anos de formada. Antes de trabalhar na Rural de Pernambuco, trabalhei no Instituto Tecnológico de Pernambuco, também com pesquisa. Vejo que a principal mudança é sobre o quanto os zootecnistas estão esclarecidos em relação ao número de oportunidades ou de áreas de atuação que esse profissional pode ter. Também percebo que a sociedade está mais esclarecida quanto ao valor do zootecnista para melhoria da qualidade de vida das pessoas. Acho que isso é uma grande mudança. Há 35 anos, se conhecia muito pouco e isso era um entrave para o crescimento da profissão. Também vejo que toda a comunidade zootécnica tem se organizado mais. Temos muitos jovens profissionais que estão assumindo essa luta por mais reconhecimento. Isso, também, creio que tem mudado… e o futuro é promissor neste aspecto.
ABZ: Na sua avaliação, qual o principal desafio dos Zootecnistas hoje?
Mércia: Acredito que o principal desafio do zootecnista nos dias de hoje é a mudança da Lei 5.550 que regulamenta a profissão e permite que outros profissionais atuem em nossas áreas. É algo desafiador e que é importante que aconteça a modificação justa da atuação apenas por zootecnistas.
ABZ: Se você pudesse dar um conselho para alguém que está iniciando na zootecnia agora, qual seria?
Mércia: Para quem está iniciando o curso, eu sugiro que busque conhecer as diversas áreas de atuação da Zootecnia. Busque ter experiências em diversas áreas e que também busque realizar atividades além das que são obrigatórias do próprio curso. Atividades adicionais e complementares que certamente irão auxiliar na atuação do futuro profissional.
SOBRE A ENTREVISTADA
Iniciou o curso aos 16 anos, em 1981. Terminou em 1984, na UFRPE. Em 1986, iniciou o mestrado. Em fevereiro de 1989 terminou a pós-graduação. Foi bolsista de desenvolvimento científico e tecnológico após a conclusão do mestrado. Trabalhou no Instituto Tecnológico e, em 4 de outubro de 1991, entrou como professora na área de forragicultura da UFRPE. Em 1991 concluiu o curso de licenciatura em Ciências Agrárias.
Em sua área de atuação, faz ensino das disciplinas plantas forrageiras e pastagem I, e II, e Agrostologia, na graduação. Na pós-graduação, ministra Forragicultura I e metodologia de avaliação de pastagem. Além de ensino, atua na orientação de alunos de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado.
Professora Mercia é inspiradora de muitos Zootecnistas (Me incluo no meio deles), sempre muito competente, ética e organizada.
Excelente entrevista, parabéns.
Foi minha professora na UFRPE! Grande profissional! Mulher forte na Forragicultura!
Além de uma excelente profissional, também foi minha professora em três disciplinas.
Ainda é especialista em orientações, foi minha co-orientadora quando fui monitor da disciplina também lecionada por ela: Técnicas e Experimentação com Pastagens e Animais (Experimentação Zootécnica).
Realmente, uma inspiração.