A zootecnista Ana Karina Dias Salman, pesquisadora da Embrapa em Rondônia, teve seu trabalho enaltecido em reportagem especial publicada pelo G1 nesta semana. O conteúdo traz à luz soluções agropecuárias para a Amazônia viabilizadas através de pesquisas desenvolvidas por mulheres.

(Foto: Renata Silva/Arquivo pessoal)

Ana Karina, que é mestre em Zootecnia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho e doutora em Zootecnia pela mesma instituição, relaciona a importância do trabalho de pesquisa que geram resultados no campo.

“A parte de pesquisa é buscar novas tecnologias e soluções dos problemas no campo. Acho de grande valia e importância. O que realmente dá gás e aumenta a produtividade e abre novos caminhos são exatamente essas investigações que a gente faz. Essa é minha grande paixão”.

A zootecnista destacou a sensibilidade da mulher na realização do trabalho rural.

“Acho que a mulher tem muita importância no agro e mais especificamente na pesquisa da agropecuária exatamente porque a gente tem esse olhar de compaixão. Quando os estudantes e estagiários chegam, eles se sentem acolhidos. A gente trabalha nesse sentido de formar o outro, também com esse olhar de buscar novas soluções e trabalhar de uma forma sistematizada em busca de algo e não fazer as coisas só por fazer”.

ARBOPASTO

Um dos marcos na carreira da zootecnista foi a criação do aplicativo Arbopasto, que inicialmente era um livro. O programa foi desenvolvido pela Embrapa por meio das unidades do Acre, Rondônia e Embrapa Gado de Corte, além de parceiros, e contou com a contribuição de Ana Karina.

“O programa ajuda no auxílio do planejamento da introdução do componente arbóreo em área de pastagem. O aplicativo disponibiliza informações sobre 51 espécies de árvores nativas da Amazônia Ocidental Brasileira”.

Na Embrapa Rondônia, Ana Karina atualmente está envolvida no projeto “Estratégias para o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar com enfoque em sistemas agroflorestais e recuperação de pastagens degradadas na região amazônica”. Nele, será validado o uso da espécie arbórea Bordão de Velho (Samanea tubulosa) na implantação de sistema de Integração Pecuária-Floresta (iPF) em Porto Velho. O projeto visa a produção de rebanhos leiteiros Girolando.

“Na avaliação que fizemos durante o projeto Arbopasto, a árvore Bordão de Velho foi a que apresentou maior potencial para arborização de pastagens. Agora estamos fazendo um levantamento de indicadores técnicos de sobrevivência, velocidade de crescimento, quantidade e qualidade de sombra, produtividade do pasto, custos da implantação, entre outros, para no futuro podermos fazer estudos de viabilidade técnica e econômica desse sistema e recomendar a produtores o uso dessa tecnologia com mais segurança”, explica.

Sobre esse projeto, a pesquisadora ressalta que ensaios com rebanhos Girolando já foram feitos no campus da Embrapa, em Porto Velho. Mas o estudo, que vem sendo positivo, ainda não foi publicado.

“Verificamos que animais em pastagem sombreada com eucalipto pastejam por mais tempo vão com menos frequência ao bebedouro de água durante o dia e apresentam temperatura interna mais baixa, mesmo nas horas mais quentes do dia, que é entre 11h e 13h, em comparação com animais que ficam em pastagens à pleno sol. Isso tem como consequência maior produtividade do rebanho. Isso resulta em maior produção de leite”, disse Ana Karina.

Ana Karina dá notoriedade do projeto à região, pois “isso é muito importante para a cadeia produtiva do leite no estado de Rondônia. No futuro queremos levantar essas informações com uma pastagem sombreada com uma árvore nativa da Amazônia”, ressalta.

Para ler a reportagem completa, que mostra o trabalho de outras mulheres, acesse o G1 neste link.

1 Comentário
  1. paulo Jorge Lopes Costa 5 anos atrás

    Parabéns a todas mulheres do agro, elas são focadas e mais seguras do que fazem.

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