Não é novidade para ninguém que os cães, principalmente quando filhotes, gostam de morder objetos. Mas o que poucos sabem é o real motivo dessas mordidas.

De acordo com o zootecnista Renato Zanetti, especialista em comportamento animal, o comportamento está relacionado, principalmente, ao crescimento e troca de dentes. Segundo ele, as mordidas, além de serem um comportamento natural dos cães, aliviam a sensação incomoda na gengiva.

“É comum identificar comportamentos de mordidas em filhotes recém desmamados, mas neste período, os cães ainda estão com seus irmãos e sua mãe, e muitas vezes não perceptível aos futuros tutores. Na troca dos dentes de leite (em torno do 3º a 4º mês), as atividades de morder se intensificam, quando os dentinhos começam a nascer, causando certo desconforto na gengiva. Este comportamento não está relacionado a raça, pois faz parte do repertório natural dos cães”, explica Zanetti.

Segundo o zootecnista Renato Zanetti, existem estratégias que podem coibir esse comportamento. As principais são evitar que o cão tenha acesso a objetivos que não podem ser mordidos, além de nunca estimular brincadeiras nas quais o cão tenha a opção de morder os tutores.

“Oferecer brinquedos específicos para esta situação também ajuda”.

Se o cão não tem acesso a objetos proibidos, se não consegue morder braço e mão das pessoas e tem objetos específicos para saciar sua necessidade de destruir coisas, o problema está resolvido.

Para Renato, uma prática conhecida como “enriquecimento ambiental” ajuda nesse processo.

“Tornar o ambiente mais rico é oferecer opções de escolha ao filhote. Se ele tem opção de explorar mais o ambiente (e isto pode ser até mesmo um apartamento pequeno), se há condições do filhote gastar seu tempo praticando atividades opostas à destruição (jogos cognitivos, forrageio, passeio, brincadeira com bolinha, por exemplo) e se há estímulos tanto físico, quanto mental, o cão terá menos oportunidades e interesse em morder objetos não permitidos ou a própria mão do tutor”.

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