BALANÇO HIDRICO DE CAPRINOS LACTENTES ALIMENTADOS COM DIFERENTES INCLUSOES DE GLUCOSE INDUSTRIAL NO SUCEDÂNEO

HYDRICAL BALANCE OF INFANT GOATS FEEDED WITH DIFFERENT INCLUSIONS OF INDUSTRIAL GLUCOSE ON MILK REPLACER

ABSTRACT - The Hydric Balance of infant goatsfeeded with different levels glucose (0, 1.25, 2.50, 3.75%) in the reconstituted substitute was evaluated. Twenty healthy Saanen goats, not castrated, were used, with a mean weight of 14.36 ± 2.85 kg, in a completely randomized design, resulting in 4 treatments and 5 replicates each. The water intake and water balance coefficients were obtained by total collection of urine and feces in metabolic cages where the total intake and water were evaluated. Glucose influenced the water intake in a linear rate, so that inclusion of glucose at 3.75% obtained higher values of intake and retention (p <0.05).

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Introdução

Em um sistema de produção de caprinos leiteiros, a fase de cria é considerada uma das mais complicadas. Apesar do baixo consumo de leite dos mesmos, durante essa fase, a dependência de alimentos de alta qualidade onera o custo, principalmente se tratando do leite de cabra, que representa a maior fonte de renda da atividade em si, além da alta mortalidade referente à fase em si por questões ambientais e sanitárias (MEDEIROS 1996; DIAS et al., 2008) A nutrição é bastante dinâmica, sempre lança mão de novas estratégias para melhorar o aproveitamento dos nutrientes dietéticos, na tentativa de assegurar condições para que os animais expressem o seu máximo potencial genético de produção de carne e leite, sem que haja acréscimos aos custos de produção. A glucose industrial é um sacarídeo derivado do amido geradas a partir da hidrólise ácida e/ou enzimática de fontes ricas nesse carboidrato, em especial o milho (HULL, 2010). Ela apresenta certas características básicas tais como: matéria seca não inferior a 70%; dextrose equivalente não inferior a 20%; e teor de proteína não superior a 0,1%, sendo utilizada na medicina de produção animal como ingrediente de fluidoterapia, com valores de 38 a 40% de dextrose equivalente (NAPPERT et al., 1997). O presente trabalho objetivou-se determinar os prováveis efeitos de distintos níveis de inclusão de glucose na dieta de cabritos Saanen lactentes, através do consumo e digestibilidade, avaliando o consumo de água.

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Revisão Bibliográfica

Uma das fases mais críticas na criação de pequenos ruminantes é a fase de cria dos animais. A alta exigência dos animais atrelada a uma maior necessidade de alimentos de alta qualidade é o gargalo da maioria dos sistemas de produção animal (MARTINS et al., 2000). Knupp (2012) ainda aponta que o maior desafio encontrado em sistemas de produção de leite caprino é conseguir com que animais da fase de cria cheguem ao desaleitamento em condições de desenvolvimento satisfatórias, a um baixo custo. A utilização de co-produtos pode levar o barateamento do custo de produção de ruminantes, co-produto pode ser obtido através do processamento de frutas de indústrias de suco (ROGÉRIO et al., 2009) e da indústria do biodiesel que utiliza culturas oleaginosas para a extração do óleo (ABDALLA et al., 2008). Vários subprodutos originados de processamentos nas indústrias, entretanto, apresentam potencial para uso na alimentação animal e podem reduzir os custos da produção (SILVA et al., 2002). Dentre os alimentos aditivos usados, a glucose industrial tem se demonstrado de grande potencial na correção de matéria seca e teores de energia de sucedâneos. A glucose industrial, é um sacarídeo derivado do amido podendo ser encontrada na forma aquosa ou em pó, sendo geradas a partir da hidrólise ácida e/ou enzimática (α-amilase, β-amilase e glucoamilase) de fontes ricas nesse carboidrato, em especial o milho (HULL, 2010). Seu uso na alimentação animal, possibilita acréscimo de energia em dietas de animais de maior exigência nutricional ou simplesmente substituir concentrados energéticos nas formulações de dietas quando o custo de oportunidade for favorável, melhorando o desempenho sem prejudicar desenvolvimento corporal e características produtivas dos animais.  

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Materiais e Métodos

O ensaio foi conduzido na Fazenda Capril Tri-Queda, Coronel Pacheco-MG. Foram utilizados 20 cabritos da raça Saanen, em aleitamento, com peso entre 14,36 ± 2,85kg. Os animais foram pesados, identificados, vermifugados, alojados aleatoriamente em gaiolas metabólicas individuais previamente limpas e desinfectadas, providas de cocho para alimento, cocho para sal e bebedouro, sendo divididos em quatro grupos de cinco cabeças, recebendo glucose adicionada ao sucedâneo Lacthor® (Controle, Glucose 1,25, 2,5 e 3,75% da inclusão no sucedâneo reconstituído). Desta forma, formou-se um delineamento inteiramente casualizado com 4 tratamentos e 5 repetições cada. A dieta experimental foi formulada para ganho de 200g/dia (NRC, 2007). A quantidade ofertada de alimento volumoso e concentrado foi ajustada semanalmente de acordo com o consumo dos animais para garantir 20% de sobra, e o fornecimento de sucedâneo fixo em 1 litro por animal/dia. Ambas as porções, sólidas (concentrado e volumoso) e líquida (sucedâneo e água) do alimento, foram mensuradas e fornecidas duas vezes ao dia, bem como suas sobras, fezes e urina, para obtenção assim do balanço hídrico dos animais. Sal mineral foi fornecido à vontade (tabela 1). As dietas foram compostas por feno (30,00%), Farelo de Milho (52,50%), Polpa cítrica (5,08%), Farelo de Soja (10,50%), Sal branco (0,35%), Suplemento Mineral (0,70%), Fosfato Bicalcio (0,17%), Bicarbonato de sódio (0,35%) e Calcariocalcítico (0,35%), para garantir uma Matéria seca de 98,18%, Proteína Bruta de 12,93%, Energia Bruta de 4122,95Kcal/g, FDN de 32,22%, FDA de 14,92%, Extrato Etéreo de 4,43%, Cálcio de 1,56% e Fósforo de 1,81%. Para consumo e digestibilidade adotou-se um delineamento inteiramente casualizado utilizando-se o teste SNK a nível de 5% de probabilidade na análise de variância, empregando-se o programa estatístico SAEG 9.1 (2007).    

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Resultados e Discussão

Na tabela 02 se encontra os dados para consumo de matéria seca (g/dia) consumo de água (L/dia), consumo de água em função do peso vivo (%), em função do peso metabólico (g/kg^0,75) e Balanço hídrico dos animais alimentados com diferentes inclusões de glucose. O resultado encontrado para animais alimentados com glucose industrial foi oposto ao preconizado pelo NRC (2007): houve aumento do consumo de água mesmo com redução do consumo de MS. Tal resposta pode ser considerada um efeito de ordem fisiológica, em virtude do maior aporte de glicose sanguínea circulante proveniente dos tratamentos experimentais. Este excesso de glicose pode ter alterado a osmolaridade plasmática, disparando um dos mecanismos estimuladores da sede para regularizar esse desequilíbrio, aumentando assim o consumo de água pelos animais em função do aumento de glicose na dieta (CUNNIGHAM, 1993). Houve efeito significativo para consumo de matéria seca e consumo de matéria seca por unidade de tamanho metabólico para dietas contendo glucose, havendo queda linear do consumo em função da maior inclusão do aditivo sobre o sucedâneo reconstituído. Trabalhando com cabritos Kamori, Abassi et al. (2012) observaram aumento da ingestão de MS ao decréscimo da energia da dieta. Em contraste, Sayed (2009) observou menores níveis de ingestão em cabritos alimentados com dietas com alto teor de energia. A saciedade por alimentos de ordem solida é atingida quando ocorre elevação de um ou mais metabólitos na corrente sanguínea em uma concentração maior do que eles podem ser removidos, (PARSONS et al., 2009) no caso a glicose. O efeito de saciedade química pelo aumento da densidade energética da dieta influenciou o consumo de matéria seca dentro dos níveis de inclusão estudados, reduzindo à medida que a energia aumentou nos tratamentos.  

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Conclusões

A inclusão de glucose industrial no sucedâneo dos animais reduziu o consumo de matéria seca e aumentou o consumo de água pelos animais.

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Gráficos e Tabelas

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Referências

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