CONSUMO ALIMENTAR RESIDUAL COMO PARÂMETRO DE AVALIAÇÃO DE EFICIÊNCIA ALIMENTAR E SUA CORRELAÇÃO COM CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA EM TOURINHOS ZEBUÍNOS MANTIDOS EM CONFINAMENTO
2 - Faculdades Associadas de Uberaba
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RESUMO -
Objetivou-se avaliar a eficiência alimentar pelo método de consumo alimentar residual em tourinhos zebuínos e a sua correlação com características de carcaça. Foram avaliados 53 animais de 5 raças distintas, com idades iniciais entre 16 e 18 meses, mantidos em confinamento, em um sistema que permite a pesagem constante dos alimentos e o peso dos animais, onde permaneceram por 91 dias. Foram calculados os valores de consumo alimentar residual dos animais, dividindo-os em dois grupos experimentais e comparados quanto às características de carcaça, mensuradas por meio da técnica de ultrassonografia. Foi utilizado o Delineamento Inteiramente Casualizado em arranjo fatorial de tratamentos (2×5) e a análise de variância foi realizada, utilizando-se o software SISVAR. As médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de significância. Para as características de carcaça, não foi observada diferença significativa (P>0,05) entre os grupos experimentais.
RESIDUAL FEED INTAKE AS PARAMETER OF FEED EFFICIENCY EVALUATION AND YOUR CORRELATION WITH CARCASS CHARACTERISTICS IN YOUNG ZEBU BULLS IN FEEDLOT
ABSTRACT - The objective of this study was to evaluate the food efficiency by the method of residual food consumption in zebu bulls and its correlation with carcass characteristics. Fifty - three animals from five different breeds, aged between 16 and 18 months, kept in confinement, were evaluated in a system that allows constant weighing of the food and the weight of the animals, where they remained for 91 days. The residual food consumption values of the animals were calculated by dividing them into two experimental groups and comparing the carcass characteristics measured by the ultrasonography technique. A completely randomized design was used in a factorial arrangement of treatments (2x5) and the analysis of variance was performed using the SISVAR software. The averages were compared by the Tukey test at 5% significance. For the carcass characteristics, no significant difference (P> 0.05) was observed between the experimental groups.Introdução
A bovinocultura de corte é uma das mais relevantes atividades econômicas do Brasil. Devido à aptidão agrícola e um trabalho significativo de melhores práticas nas áreas de reprodução, sanidade, nutrição, genética e melhoramento, o Brasil alcançou a posição de um dos maiores produtores e exportadores de carne bovina do mundo. Contudo, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, 2009), o mundo necessitará de um acréscimo de 70% na produção de alimentos para suprir a população de 9,1 bilhões de pessoas, prevista para 2050. Essa meta determina que o país e o mundo aumentem a produtividade, minimizem perdas e desperdícios, abram o comércio mundial e invistam em inovação. No entanto, os índices de produtividade brasileiros ainda são baixos, sendo indispensável aprimorar a qualidade dos produtos e buscar maior eficiência no sistema de produção, com exploração sustentável dos recursos naturais, sem se esquecer da rentabilidade econômica. Logo, é imprescindível produzir mais por unidade de recurso utilizado, ou seja, de maneira mais eficiente. Dentre os insumos utilizados nos sistemas de produção animal, os componentes da alimentação são dos mais importantes, com grande impacto econômico e ambiental. Portanto, identificar animais com melhor eficiência alimentar (EA) tem cada vez maior relevância. Felizmente, tem-se observado variabilidade individual para consumo e EA em bovinos, o que estimula o uso dessas características em programas de melhoramento para identificar indivíduos mais eficientes (MEDEIROS et al., 2013). Os custos com alimentação correspondem entre 70 e 90% do total de despesas no sistema de produção de carne bovina. Diante desse fator, é importante estudar as exigências para mantença e crescimento dos animais, as quais estão diretamente relacionadas ao consumo de alimentos e, assim, identificar os animais com melhor eficiência alimentar (HICKS et al., 1990). Diante disso, sabe-se que para a obtenção de lucros na produção animal depende-se tanto do que é consumido (inputs), como do que é produzido (outputs) pelo animal (FERREIRA; SANDOVAL, 2012). Embora para bovinos de corte, praticamente todos os programas de melhoramento genético enfatizem apenas a seleção para aumento dos outputs, tais como pesos a diversas idades, ganho de peso diário, circunferência escrotal, características de carcaça e até mesmo o desempenho reprodutivo (LANNA; ALMEIDA, 2004a), sem se atentar para a redução dos custos com alimentação. Há alguns anos, pesquisadores australianos entenderam isso e passaram a considerar ambos os fatores, chegando à conclusão de que apesar de ser uma medida importante, a conversão alimentar (CA) não era passível de seleção, por gerar animais de porte elevado e com maior tempo até o abate. Sabendo disso, os criadores de frangos e suínos passaram a selecionar animais geneticamente mais eficientes (FERREIRA; SANDOVAL, 2012). Dessa forma, para bovinos confinados, o aumento na EA revela significativa importância pela redução da quantidade de alimento consumido para cada quilo de carne produzido. A relevância do aumento da EA também se expande à medida que a área de pastagens para a produção de bovinos e também a produção de poluentes ambientais como o esterco e o metano são reduzidos (BASARAB et al., 2003), questão essa de significativa relevância quando o foco é a sustentabilidade dos recursos naturais. Logo, a EA é um candidato evidente para aprimorar a rentabilidade e a sustentabilidade da bovinocultura de corte. É proeminente destacar que há mais de 40 medidas empregadas para avaliar a eficiência na utilização dos alimentos pelos animais. Tais medidas consideram em seus cálculos informações como consumo individual de alimentos e/ou medidas de desempenho como peso vivo ou ganho de peso. As tradicionalmente conhecidas são eficiência alimentar e conversão alimentar, que são relações diretas entre consumo de alimentos e ganho de peso; quando usadas como critério de seleção, resultam em animais extremamente pesados e com exigências nutricionais elevadas, pois as exigências para mantença e crescimento dos animais não são consideradas nos cálculos. Assim, essas medidas não são ferramentas adequadas para avaliar a eficiência de utilização dos alimentos pelos animais (ARTHUR et al., 1996; LANNA et al., 2003; NKRUMAH et al., 2004). Eficiência ou conversão alimentar são medidas brutas de eficiência com várias e sérias limitações, principalmente por estarem associadas com ganho de peso e peso à idade adulta (ARTHUR; RENAND; KRAUSS, 2001). Essas medidas são simples razões do desempenho com a ingestão. A conversão alimentar é definida pela divisão entre a ingestão de matéria seca diária e o ganho de peso diário, enquanto a eficiência alimentar bruta é a razão contrária. É recomendável evitar o excessivo aumento de peso adulto, pois animais mais exigentes têm maior dificuldade em expressar seu potencial em ambientes desafiadores, como é o caso das pastagens tropicais. Nessa situação, esses animais podem apresentar desempenho inferior aos animais com menor potencial, fenômeno conhecido como interação genótipo x ambiente (MEDEIROS et al., 2013). Ao usar conversão alimentar como parâmetro na seleção da eficiência alimentar em bovinos, ocorre o aumento no tamanho adulto das vacas, o que pode ser indesejável principalmente por comprometer a eficiência reprodutiva em condições nutricionais limitantes (LANNA et al., 2003). O sucesso de qualquer sistema de produção de carne bovina depende, naturalmente, dos três fatores principais: eficiência reprodutiva, eficiência do ganho de peso e qualidade do produto. Naturalmente, além disso, os animais selecionados devem apresentar biótipo adequado e características de adaptabilidade e funcionalidade de acordo com as condições do sistema de produção, de modo a garantir adaptabilidade, fertilidade e viabilidade dos produtos nascidos, proporcionando maior produtividade e menores custos de produção (MARTÍN NIETO; ALENCAR; ROSA, 2013). Assim, a partir da década de 1990, na Austrália, Canadá e Estados Unidos e, mais recentemente, no Brasil (ALMEIDA, 2005; BONIN et al., 2008), vêm sendo desenvolvidas pesquisas em torno de um conceito de eficiência de produção lançado por Koch et al. (1963), conhecido como consumo alimentar residual (CAR). Constituindo um índice ajustado para peso vivo, o CAR se torna interessante para identificação de animais eficientes, pois evita a seleção de animais de elevado peso adulto (MEDEIROS et al., 2013). Diante do exposto, objetivou-se avaliar a eficiência alimentar pelo método de consumo alimentar residual em tourinhos zebuínos e a sua correlação com características de carcaça, sendo elas: área de olho de lombo (AOL), área de olho de lombo ajustada para 100 kg de carcaça (AOL/100 kg), espessura de gordura subcutânea (EGS), espessura de gordura na picanha (RUMP) e marmoreio (MAR).Revisão Bibliográfica
O CAR, considerado medida alternativa de eficiência alimentar, é calculado como a diferença entre o consumo observado e o consumo predito estimado em função do peso vivo médio metabólico e do ganho médio diário em peso (BASARAB et al., 2003). Dessa forma, vários autores aferiram significativo número de animais, machos e fêmeas, mensurando medidas de eficiência alimentar. Avaliaram o ganho de peso e o consumo de alimentos, de modo a determinar as relações dessas medidas com eficiência alimentar. Sendo assim, por definição, CAR é independente fenotipicamente dos parâmetros de produção (ARCHER et al., 1999), ao contrário de EA e CA. Com o uso do CAR como critério de seleção, os animais podem ser selecionados por requererem menos alimento para o mesmo nível de produção e, com isso, aumentar a rentabilidade da indústria de carne bovina (MOORE et al., 2005). Arthur, Renand e Krauss (2001) corroboram essa informação ao indicarem que a mensuração do CAR possibilita a identificação de animais com menores exigências de mantença, resultando em menor ingestão de matéria seca, de modo a manter o ganho médio diário e aumentar a eficiência do sistema de produção. Quando o CAR é negativo (CAR-), o animal consumiu menos que o esperado em função do seu ganho de peso e tamanho corporal e, portanto, foi mais eficiente. Já animais com CAR positivo (CAR+) são aqueles que consumiram maior quantidade de alimento com produção semelhante ao grupo (ARTHUR; HERD, 2008). Um julgamento frequente é que animais eficientes sob condições de confinamento não essencialmente seriam os mais eficientes em condições de pastagem. Múltiplos experimentos indicam não ser o caso. Pesquisadores australianos (HERD et al., 2004) demonstraram que animais com avaliação genética favorável para CAR de -1,0 kg/dia, em confinamento, produziram progênie com eficiência alimentar 41% mais alta a pasto. Estes animais cresceram 19% mais rápido, sem aumento no consumo, e apresentaram CAR 26% mais baixo. Esse trabalho confirma que o uso de touros com avaliações genéticas favoráveis para CAR trará benefícios econômicos para sistemas de produção de carne bovina a pasto. O CAR pode ser avaliado de diferentes formas. A mais simples e que exige menor investimento em infraestrutura, porém maior mão de obra é a mensuração manual, a qual consiste em alojar os animais em baias individuais e coletar diariamente sobra do alimento ofertado para cálculo do consumo. Outra forma mais sofisticada são os “Kalan Gates”, muito usados em gado de leite para ofertar dietas de acordo com a categoria animal. Há também uma moderna tecnologia, GrowSafe, um sistema canadense, eletrônico, que permite mensuração individual do consumo alimentar mesmo com os animais permanecendo em grupo e coletando também dados de comportamento animal (FERREIRA; SANDOVAL, 2012). Semelhantemente ao GrowSafe, o Sistema Intergado, desenvolvido recentemente no Brasil, é composto por cochos eletrônicos, empregados para gerar dados de consumo e de comportamento alimentar de forma acurada e confiável. Esses equipamentos são dotados de comedouros que ficam apoiados sobre células de carga, o que possibilita o registro de forma automatizada do total de alimento consumido pelos animais. Dessa forma, na seleção de bovinos de corte são necessárias estratégias para aumentar a EA, mas sem prejudicar características de desempenho, reprodução ou comprometer a qualidade da carne (LANNA; ALMEIDA, 2004b). Em contrapartida, Archer et al. (1999) afirmam que o CAR está diretamente ligado ao ganho de peso do animal, sendo que os animais mais eficientes, ou seja, baixo CAR, tendem a apresentar carcaças mais magras, com menor acabamento e menor quantidade de gordura intramuscular, o que leva a crer na queda da qualidade da carne. Além das informações de pedigree e de características relacionadas à reprodução, pesos corporais, taxas de crescimento e de biótipo, em termos de raça e funcionalidade, mais facilmente monitoradas em campo, os recursos da área da ultrassonografia vem facilitando aos criadores trabalhar em seus programas de melhoramento genético com outras importantes características relacionadas ao produto final (SUGUISAWA; MATOS; SUGUISAWA, 2013). A ultrassonografia é uma técnica utilizada mundialmente e em franca expansão, que permite ir além da seleção por ganho de peso e tamanho do animal, avaliando aspectos de qualidade de carne e de proporção de cortes valiosos no animal vivo (KARSBURG; FERRAZ, 2001). A técnica de ultrassonografia “real-time” oportuniza aos criadores obter informações do mérito genético dos animais “In vivo” em idade jovem de sua vida produtiva (WILSON, 1992). Dessa forma, o interesse da comunidade científica em estimar os parâmetros genéticos para as medidas ultrassonográficas feitas nos animais vivos tem crescido recentemente, na medida em que essas se consolidam como uma boa alternativa para predição das características de carcaça no momento do abate (SUGUISAWA, 2003a). A área de olho de lombo (AOL) caracteriza-se como a área do músculo Longissimus dorsi, medida em cm², entre a 12ª e 13ª costela. Apresenta elevada correlação com o peso e a porção comestível da carcaça. Do ponto de vista genético, a AOL está intimamente relacionada ao potencial do animal para musculosidade, crescimento, ganho de peso e relação músculo/osso nos cortes de maior interesse econômico da carcaça. O uso dessa característica fenotípica como indicativo do potencial genético do animal para produção de carne é possível devido aos valores de herdabilidade considerados de moderados a altos (BERTRAND et al., 2001). Um dos principais objetivos da avaliação das características de carcaça é utilizá-las para a estimativa do rendimento da porção comestível, ou seja, o peso ou a porcentagem de cortes comerciáveis produzidos por um animal, descontados os ossos e os excessos de gordura (SILVA; FIGUEIREDO, 2006). Logo, a medida da área de olho de lombo ajustada para 100 kg de carcaça (AOL/100 kg) é utilizada para reduzir o efeito ambiental, quando se compara animais de diferentes sistemas de produção e, também, para aferir o potencial do animal para rendimento de cortes cárneos (SUGUISAWA; MATOS; SUGUISAWA, 2013). A gordura subcutânea é indicativa do grau de acabamento da carcaça, sendo sua espessura (EGS) medida, em milímetros, a ¾ da distância medial do músculo Longissimus dorsi, entre a 12ª e 13ª costela (SUGUISAWA; MATOS; SUGUISAWA, 2013). Os autores supracitados ainda apontam que a espessura da gordura na picanha (RUMP) é uma medida complementar da EGS, indicada principalmente para situações em que os animais têm a deposição de gordura subcutânea comprometida, principalmente por nutrição inadequada, como pode ocorrer, por exemplo, com animais em sistemas de pastejo. Existe uma exigência por parte da indústria de uma adequada quantidade de gordura recobrindo a carcaça, necessária para proteção durante o resfriamento. Essa gordura de cobertura atua como um isolante térmico, evitando a exposição direta dos músculos a temperaturas muito baixas, o que causaria o encurtamento das fibras pelo frio, também conhecido como cold shortening (SILVA; FIGUEIREDO, 2006). Dessa forma, a gordura de cobertura é extremamente importante para a proteção da carcaça contra a rápida e intensa queda de temperatura nas câmaras frias, que pode provocar o endurecimento (perda em maciez de até 5 vezes) e o escurecimento da carne em carcaças pobres em acabamento (SUGUISAWA; MATOS; SUGUISAWA, 2013). Os mesmos autores afirmam que, do ponto de vista de melhoramento genético, as características EGS e RUMP são importantes indicativos da precocidade sexual e de terminação, ou seja, animais que iniciam a deposição de gordura mais cedo tendem a ser mais precoces sexualmente, e tendem a apresentar carcaças prontas para o abate em menores idades. Vale ressaltar ainda que EGS e RUMP são características antagônicas à musculosidade (AOL) e tamanho, ou seja, a seleção exclusiva para precocidade de terminação (EGS) implicará na produção de animais com alta deposição de gordura, mas com menores proporções de cortes cárneos na carcaça e menores pesos ao abate e a idade adulta. A medição do marmoreio (MAR) ou grau de gordura intramuscular é realizada no espaço entre a 12ª e 13ª costela no músculo Longissimus dorsi (KARSBURG; FERRAZ, 2001). O marmoreio é definido como a quantidade de gordura intramuscular, associada à suculência e sabor da carne, sendo por isso uma característica de grande importância, especialmente para rebanhos produtores de carnes especiais, tendo em vista a busca do mercado consumidor por carne de melhor qualidade (SUGUISAWA; MATOS; SUGUISAWA, 2013). Entretanto, em animais zebuínos, a gordura intramuscular é muito pequena ou praticamente inexistente e, em função disso, essa característica tem recebido pouca atenção. Apesar disso, pesquisas recentes demonstram que existe uma variação, embora pequena, nessa característica, mesmo em animais Nelore (SILVA; FIGUEIREDO, 2006). Como um dos principais motivos para maior eficiência é a menor deposição de gordura corporal e como gordura subcutânea e intramuscular possuem elevada influência na qualidade de carne, foi levantada a hipótese de que os animais mais eficientes poderiam produzir carne de qualidade inferior (MEDEIROS et al., 2013). Ao desvalorizar a carne, o mercado pode restringir a lucratividade e afetar a sustentabilidade da atividade, sendo necessário identificar se a eficiência alimentar e características de qualidade da carne possuem correlação negativa, ou seja, se a procura pela primeira pode comprometer a segunda.Materiais e Métodos
O experimento foi conduzido na fazenda escola das Faculdades Associadas de Uberaba - FAZU, localizada no município de Uberaba, Minas Gerais, em altitude de 780 m, 19º44’ de latitude Sul e 47º57’ de longitude Oeste de Greenwich. Essa prova foi financiada pela FAZU-FUNDAGRI em parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu - ABCZ, Evialis Nutrição Animal - In Vivo NSA e a Intergado®. As normais climatológicas obtidas na empresa de pesquisa agropecuária de Minas - EPAMIG, Estação Experimental Getúlio Vargas, durante o período experimental, são: precipitação total de 1,4 mm, umidade relativa média de 49,3% e temperatura média anual de 25,4 ºC. Foram avaliados 53 animais zebuínos da categoria Puro de Origem - PO de 5 raças distintas, sendo: 6 da raça Brahman, 8 da raça Guzerá, 18 da raça Nelore, 13 da raça Sindi e 8 da raça Tabapuã. Todos possuem Registro Genealógico de Nascimento - RGN, nascidos entre 05/12/2012 e 03/02/2013, ou seja, com idades iniciais entre 16 e 18 meses. Os animais ficaram em sistema alimentar de confinamento, totalizando 91 dias, sendo 21 dias de adaptação às instalações e à dieta e 70 dias de prova efetiva. Dessa forma, a prova teve início no dia 6 de junho de 2014 com peso médio dos animais de 437 kg, finalizando no dia 5 de setembro de 2014 com peso médio de 584 kg. A dieta foi fornecida aos animais 3 vezes ao dia com relação de volumoso/concentrado de 40/60, isto é, composta por 40% de silagem de milho e 60% de concentrado comercial. A dieta foi formulada para ganho de 1,300 kg/dia com 14% proteína bruta e 70% NDT. Foram permitidas sobras diárias entre 5 a 10% do fornecido e o ajuste foi diário assegurando o consumo ad libitum (à vontade). Foi realizada mensuração diária individual do consumo de alimento e pesagem dos animais por meio do sistema Intergado®. O monitoramento foi realizado 24 horas/dia, durante toda a prova. O consumo alimentar residual (CAR) foi estimado como o resíduo da equação de regressão do consumo de matéria seca (CMS) em função do peso metabólico (PV0,75) e o ganho médio diário (GMD), conforme modelo proposto por Koch et al. (1963):CMS = β0 + βP* PV0,75 + βG*GMD + erro. | (1) |
CAR = Consumo Observado – Consumo Estimado (ƒ{PC, GMD}). | (2) |