Curva de lactação de bubalinos na região de Parintins, AM

Rosimery Menezes Frisso1, Hilacy de Souza Araújo2, Ronaldo Francisco de Lima3, Diego Souza Pantoja4, Ícaro dos Santos Cabral5, Wériko dos Santos Cursino6
1 - Universidade Federal do Amazonas
2 - Universidade Federal do Amazonas
3 - Universidade Federal do Amazonas
4 - Universidade Federal do Amazonas
5 - Universidade Federal do Amazonas
6 - Universidade Federal do Amazonas

RESUMO -

Objetivou-se com este trabalho descrever a curva de lactação de búfalas mestiça Murrah na região de Parintins, AM. Foram utilizados 660 registros de produção de leite provenientes da lactação de 28 búfalas. As búfalas apresentaram pico de produção de 4,40 kg de leite com 45 dias de lactação. A lactação das búfalas teve duração 240 dias.

Palavras-chave: dias de lactação, produção de leite, Murrah

Lactation curve of buffaloes in the region of Parintins, AM

ABSTRACT - The objetive of this work was to describe the lactation curve of Murrah mestizo buffalo in the region of Parintins, AM. Sixty - six records of milk production from 28 buffalo lactation were used. The buffalo showed a production peak of 4.40 kg of milk with 45 days of lactation. The lactation of the buffaloes lasted 240 days.
Keywords: Days of lactation, milk production, Murrah


Introdução

O crescimento do rebanho de búfalos no Brasil tem sido rápido e significativo. Ressalta-se a longevidades e alta capacidade de adaptação desses animais são os principais motivos desse crescimento. Considerando esses aspetos as pesquisas com búfalos no Brasil iniciaram há, aproximadamente 50 anos, sendo fator responsável pelo pouco conhecimento, sobre esta espécie (RAMOS, 2003; MARQUES et al., 2006). O controle da produção leiteira de búfala não é uma prática muito difundida entre produtores de leite, pois sua exploração ainda e feita na forma de subsistência. No Brasil, o controle leiteiro oficial é realizado mensalmente e as pesagens são efetuadas em intervalos regulares, entre controles consecutivos, sendo permitidos intervalos de 15 a 45 dias. O primeiro controle da lactação é realizado oficialmente entre o 6º e 75º dia após o parto. O total de leite produzido em cada lactação é estimado por uma equação matemática contendo fatores propostos por (EVERETT e CARTER, 1968). O objetivo desse trabalho foi fazer o controle leiteiro em uma fazenda de bubalinos e descrever a produção de leite das búfalas ao longo da lactação.  

Revisão Bibliográfica

De acordo com Bernades, (2007) a produção de leite de búfalas no Brasil seja de 92,3 milhões de litros, produzidos por cerca de 82.000 búfalas em 2.500 rebanhos e que existam pelo menos 150 indústrias produzindo derivados de leite de búfalas no país, que transformam anualmente 45 milhões de litros de leite em 18,5 mil toneladas de derivados, gerando um faturamento bruto da ordem de U$ 55 milhões aos laticínios e de cerca de U$ 17 milhões aos criadores. Ressalta-se que o leite de búfala tem alto teor de gordura, proteína, sólidos totais e minerais, no tocante representa um leite de ótima qualidade, e consequentemente seus derivados são de alto valor nutritivo. A cadeia produtiva do leite de búfala ainda tem muitos desafios que devem ser superados em relação ao manejo e sua nutrição (ANDRIGHETTO, 2011; MACEDO et al., 2001.) Devido a criação de búfalos ser em áreas de terras inundáveis da Amazônia conhecida como área de várzea, sendo uma importante adaptação desses animais que resistem por muito mais tempo nessas áreas alagadas e podem se alimentar até mesmo com as pastagens submersas dando-lhes características de rusticidade a esses animais (RODRIGUES 2007). A curva de lactação pode ser dividida em três fases: a primeira fase que é ascendente e ocorre entre o parto e o pico da lactação, a segunda fase, que é relativamente constante e ocorre ao redor do pico da lactação e a terceira fase, que é descendente e vai do pico da lactação até o término desta, conhecida como persistência. O estudo sobre curvas de lactação pode contribuir para o melhor entendimento do sistema de produção, pois o conhecimento da forma da curva e suas implicações sobre a produção de leite pode auxiliar o produtor na previsão da produção de leite de seus animais em determinado estádio de lactação e, também, na tomada de decisões quanto ao descarte ou a práticas de manejo (Cobuci et al., 2001 citado por RAMOS et al. 2010). O termo curva de lactação refere-se à representação gráfica da produção de leite ao longo da lactação (CHAVES, 2009). O conhecimento da curva de lactação é importante para as decisões relativas ao manejo do rebanho e estratégias de seleção e é um elemento chave na determinação de estratégias mais adequadas para reposição do plantel (MOLENTO et al., 2004).

Materiais e Métodos

Foram utilizados 660 registros de produção de leite provenientes da lactação de 28 búfalas, de janeiro de 2014 a dezembro de 2015 de uma fazenda de bubalino da  raça  Murrah  do  município  de  Parintins  -AM. Algumas lactações que não possuíam dados completos de produção de leite foram excluídas. O manejo alimentar dos animais era feito em pastejo rotacionado de Brachiaria humidícola. A data de parto e produção de leite diária foram digitados em uma planilha do Microsoft Excel e em seguida os dados foram compilados. Os dados foram analisados no programa estatístico SAS. O modelo estatístico considerou apenas efeito de tempo. As médias dos lsmeans foram plotadas em um gráfico para descrever a produção de leite. 

Resultados e Discussão

A produção inicial média  de  leite  foi  de  4,32  kg,  com  pico  aos  45  dias  de lactação  com  produção de 4,40 kg (Figura 1).  Ramos et al. (2011) verificaram valor inicial da produção de 3,56 kg apresentando o pico de lactação aos 75 dias com a produção 3,74 kg. A duração média da lactação das búfalas foi de 240 dias. Em estudos realizados por Andriguetto et al. (2004) observou-se a ausência de pico de lactação, que possivelmente esses resultados estão relacionados ao baixo nível nutricional e manejo desses animais. O gráfico de dispersão representado pela Figura 2, mostra redução na produção de leite com o avançar dos dias em relação ao parto. A baixa produção de leite das búfalas, desse trabalho, pode ter comprometido uma melhor descrição da curva de lactação, pois a diferença entre a produção de leite inicial e do pico de produção foi apenas 0,8 kg de leite por búfala.

Conclusões

Apesar da baixa produção de leite dos bubalinos desse estudo, a produção de leite apresentou um pico com seis semanas e depois foi decrescendo ao longo dos meses

Gráficos e Tabelas




Referências

ANDRIGHETTO, C. 2011. II Simpósio da cadeia produtiva de bubalinocultura, cadeia produtiva do leite de búfala - visão da universidade. Dracena. BERNARDES, O. 2007. Bubalinocultura no Brasil: situação e importância econômica. Rev. Bras. Reprod. Anim. Belo Horizonte, v.31, n.3, p.293-298. Disponível em www.cbra.org.br CHAVES, L.C.S. 2009. Avaliação genética em bubalinos leiteiros utilizando modelos de regressão aleatória. Tese (Doutorado em Genética e Melhoramento Animal). Curso de Pós–Graduação em Genética e Melhoramento, Universidade federal de Viçosa MACEDO, M. P. et al. 2001. Composição Físico-Química e Produção do Leite de Búfalas da Raça Mediterrâneo no Oeste do Estado de São Paulo. Rev. bras. zootec. MOLENTO, C.F.M. et al. 2004. Curvas de lactação de vacas holandesas do Estado do Paraná, Brasil. Ciência Rural. Santa Maria, v.34, n.5, p.1585- 1591. RAMOS. A. F. O. et al Curva de lactação de búfalas no estado do Pará Graduando em Zootecnia da Universidade Federal Rural da Amazônia;e-mail: ramos.alinef@yahoo.com.br 2011. RODRIGUES, A. E. 2007. Estimação de parâmetros genéticos para características produtivas em búfalos (Bubalus bubalis) na Amazônia Oriental. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém.





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