EFEITO DA OCITOCINA SOBRE A PRODUÇÃO TOTAL E COMPOSIÇÃO DO LEITE
MARIANA D'ANGELO MORENO1, PRISCILLA CAETANO GOMES2, KORINA SEDASSARI GALVÃO DO VALE3, JULIANA JORGE PASCHOAL4
1 - Faculdades Associadas de Uberaba – FAZU
2 - Faculdades Associadas de Uberaba – FAZU
3 - Faculdades Associadas de Uberaba – FAZU
4 - Faculdades Associadas de Uberaba – FAZU
RESUMO -
Objetivou-se avaliar a eficiência do uso da administração de ocitocina exógena sobre a ejeção, produção e composição do leite de vacas. Foram utilizadas 22 vacas, sendo oito vacas meio sangue (holandesa x GIR) e 14 vacas GIR puro sangue. No tratamento 1 (ocitocina) foram administrados 0,3ml de ocitocina para ejeção do leite e no tratamento 2 foi administrado placebo que consistiu em inserção da agulha na veia mamária sem administração do hormônio. Para retirada do leite residual aplicou-se 3,0ml de ocitocina nos dois tratamentos. Pesou-se a quantidade de leite ordenhado e leite residual para comparar a diferença. Foram coletadas amostras do leite ordenhado e leite residual de ambos os dias, para análise laboratorial, da contagem de células somática (CCS), teor de lactose, gorduras totais, proteína, sólidos totais e extrato seco desengordurado das amostras, com a finalidade de verificar a composição e qualidade do leite. Os animais ordenhados com ocitocina produziram 1,55 kg de leite residual, correspondendo a 14,58% do leite total enquanto os animais que receberam o tratamento placebo produziram 5,06 kg de leite residual correspondente a 51,48% do leite total. Foi observado um aumento significativo de leite residual no tratamento placebo demonstrando uma ineficiência no processo de ejeção do leite. Comparando a quantidade de leite total recuperado após as duas ordenhas observou equidade entre os tratamentos, 10,56 kg de leite para o tratamento ocitocina e 10,12 kg para o tratamento placebo, demonstrando a eficiência da ocitocina em ambos os momentos de aplicação. Foi observada menor concentração de gordura no leite ordenhado das vacas que receberam placebo, e uma maior porcentagem de gordura no leite residual, de ambos os tratamentos. Conclui se que nas condições experimentais adotadas, a administração de ocitocina exógena estimula a ejeção leiteira de vacas, o que resulta em menor retenção láctea.
Palavras-chave: leite residual, ejeção do leite, Ocitocina, componentes do leite.
EFFECT OF OCTOKINE ON TOTAL PRODUCTION
ABSTRACT - The objective of this study was to evaluate the efficiency of exogenous oxytocin administration on milk ejection, production and composition of cows. Twenty-two cows were used, eight half-blood cows (Dutch x GIR) and 14 purebred GIR cows. In treatment 1 (oxytocin) 0.3 ml of oxytocin was given for milk ejection and treatment 2 was given only placebo, which consisted of insertion of the needle into the mammary vein without administration of the hormone. For the removal of residual milk, 3.0 ml of oxytocin was applied in both treatments. The amount of milked milk and residual milk was weighed to compare the difference. Samples of milk and residual milk of both days were collected for laboratory analysis of somatic cell counts (CCS), lactose contents, total fats, protein, total solids and dry extract of the samples, with the purpose of verifying Composition and quality of milk. The animals milked with oxytocin produced 1.55 kg of residual milk, corresponding to 14.58% of the total milk while the animals that received the placebo treatment produced 5.06 kg of residual milk corresponding to 51.48% of the total milk. A significant increase in residual milk was observed in the placebo treatment demonstrating an inefficiency in the milk ejection process. Comparing the amount of total milk recovered after the two milks, it was found that there was a fairness between the treatments, 10.56 kg of milk for the oxytocin treatment and 10.12 kg for the placebo treatment, demonstrating the efficiency of oxytocin at both times of application. There was a lower fat concentration in the milked milk of cows receiving placebo, and a higher percentage of fat in the residual milk of both treatments. It is concluded that in the experimental conditions adopted, the administration of exogenous oxytocin stimulates the milk ejection of cows, which results in lower milk retention.
Keywords: Residual milk, milk ejection, Oxytocin, components of milk.
Introdução
De acordo com Neto et al (2015), no Brasil, a atividade leiteira está espalhada por todo o território, justificando-se pelas condições climáticas que são favoráveis, o que proporciona a fácil adaptação da atividade nos diferentes territórios, coexistindo assim, diversos sistemas de produção, com diferentes condições de especialização. Nas referidas condições, a atividade leiteira, apresenta grande importância econômica e social, devido a geração de emprego e renda, ainda existindo a importância nutricional do produto como alimento (CRUZ, 2013).
A grande maioria das fazendas leiteiras utilizam vacas mestiças, animais derivados do cruzamento de uma raça pura de origem europeia e que seja especializada na produção de leite (Holandesa, Pardo-suíça, Jersey etc.), com uma raça de origem indiana (Gir, Guzerá, Indubrasil, Sindi ou Nelore). De acordo com Linhares (2012), a utilização do gado europeu especializado para produção leiteira apresenta limitações como maior susceptibilidade a doenças, estresse térmico e maior exigência alimentar, o que onera a atividade dificultando sua viabilidade econômica. No melhoramento genético dos rebanhos, observou-se maior participação das raças zebuínas na composição dos cruzamentos. Os cruzamentos entre raças europeias e zebuínas têm sido amplamente empregados em virtude da adaptabilidade dos animais resultantes as condições ambientais do Brasil.
Para Costa e Reinemann (2003), as vacas taurinas vêm sendo intensamente selecionadas geneticamente para produção de leite há muitas gerações em comparação com as vacas zebuínas. Em rebanhos leiteiros geneticamente melhorados, a amamentação, estimulação natural para a descida do leite, foi substituída com êxito pela estimulação da ordenha manual ou mecânica. Talvez uma das consequências da seleção genética das vacas taurinas tenha sido uma alteração na regulação da ejeção do leite (Tancin and Bruckmaier, 2001). Como essas vacas também foram selecionadas para ordenha rápida e ordenha fácil, tem-se sugerido que elas provavelmente adquiriram uma menor dependência do reflexo de ejeção do leite (AKERS, 2002).
A amamentação restrita é uma característica do sistema de duplo propósito, o qual se caracteriza pelo contato do bezerro com a mãe ou com outra vaca por período restrito antes e após a ordenha. No sistema de amamentação restrita o contato do bezerro antes do início da ordenha promove a descida do leite. No contato após o término da ordenha, retira-se o leite residual da glândula mamária (BRANDÃO et al, 2008).
Revisão Bibliográfica
Porém, com a modernização e dinamismo da ordenha, vem obrigando os produtores a descartar a presença do bezerro na sala de ordenha, na expectativa de minimizar os custos e complicações de manejo. Tal fato, aliado a essa incorporação da genética zebuína no rebanho leiteiro brasileiro vem ocasionando ineficácia na ejeção do leite, com maior acúmulo de leite retido nos ductos e ácinos glandulares (LINHARES, 2012).
Nas situações nas quais as vacas não apresentam um bom reflexo de descida do leite, ocorre aumento do tempo de ordenha e maior risco de casos de mastite. Durante a síntese, o leite é continuamente armazenado nos alvéolos, ductos e cisternas da glândula mamária. Aproximadamente 80% do leite armazenado no úbere das vacas está localizado nos alvéolos e pequenos dutos. Sendo assim, somente cerca de 20% do leite total produzido está localizado nas cisternas da glândula e do teto e são prontamente ordenhados após a colocação do conjunto de teteiras no início da ordenha, sem a necessidade de descida do leite. Para que ocorra uma ordenha completa, há necessidade de um reflexo neuroendócrino, que é responsável pela liberação da fração alveolar do leite para a cavidade cisternal. (MACEDO; SANTOS, 2013).
De acordo com Silveira et al(2008), o leite residual foi relatado como um fator predisponente da mastite (GROHN et al., 1995; ROSENFELD,2005). Além disso reduz a secreção de leite (CARRUTHERS et al., 1993; KNIGHT et al., 1994; BRUCKMAIER e BLUM, 1998) e consequentemente a produção leiteira (SCHMIDT et al., 1988). A quantidade do leite residual é de aproximadamente 15% do total presente no úbere (SCHMIDT et al., 1988). Vários fatores influenciam a quantidade de leite residual após a ordenha, como a produção leiteira (GROHN et al., 1995), o estágio de lactação (KNIGHT et al., 1994), a idade (SCHMIDT et al.,1988), o estresse durante a ordenha (RUSHEN et al
., 2001), a qualidade das relações humano-animais (RUSHEN et al., 1999), a hierarquia social (YUNES, 2001) e o tipo de ordenha, manual ou mecânica (SCHMIDT et al., 1988; GOREWIT et al., 1992; BAR-PELED et al., 1995).
Para Muller (2002), a qualidade do leite in natura é influenciada por muitas variáveis, entre as quais destacam-se fatores zootécnicos associados ao manejo, alimentação, potencial genético dos rebanhos e fatores relacionados à obtenção e armazenagem do leite. Uma das causas que exerce influência extremamente prejudicial sobre a composição e as características físico-químicas do leite é a mastite, acompanhada por um aumento na contagem de células somáticas (CCS) no leite. Com o aumento na CCS, a composição do leite, a atividade enzimática, o tempo de coagulação, a produtividade e a qualidade dos derivados lácteos, são influenciados negativamente (KITCHEN, 1981).
A ocitocina é um hormônio natural produzido na hipófise e é responsável, entre outras ações, por promover a “descida” do leite. Em condições adequadas, estímulos positivos como a entrada na vaca na sala de ordenha, som da bomba de vácuo, presença do bezerro, contato da mão do ordenhador no teto do animal, promovem estímulos neurais que vão ate o cérebro do animal promovendo a liberação de ocitocina na circulação sanguínea, desencadeando todo o processo normal de descida do leite. A ocitocina tem um efeito muito rápido, 5 a 6 minutos, sendo rapidamente metabolizada pelo organismo. Por isso é importante fazer uma ordenha rápida e de qualidade. Em condições de estresse ao animal, a liberação de ocitocina é interrompida. (COELHO, 2013).
Segundo Araújo (2012), no entanto, além do aumento de leite, a administração exógena de ocitocina pode causar alteração na composição do leite. Kumarasamy e Nitesh (2010) descreveram alta correlação entre níveis de ocitocina administrada e a diminuição da concentração de proteína no leite, enquanto que os níveis de gordura permaneceram inalterados. Allen (1990) também não verificou influência na concentração de gordura no leite, entretanto, a ocitocina diminuiu o percentual de lactose e proteína no leite. Belo e Bruckmaier (1990) não verificaram nenhuma influência da administração de ocitocina exógena sobre os percentuais de lactose, gordura e proteína do leite.
Segundo Noro (2012), o conhecimento da composição do leite é essencial para a determinação de sua qualidade, pois define diversas propriedades organolépticas e industriais. Os parâmetros de qualidade são cada vez mais utilizados para detecção de falhas nas práticas de manejo, servindo como referência na valorização da matéria-prima (DURR, 2004). Os principais parâmetros utilizados pela maioria dos programas de qualidade industrial do leite são os conteúdos de gordura, proteína, sólidos totais e a contagem de células somáticas (MONARDES, 1998).
A utilização da ocitocina exógena e ou presença do bezerro durante a ordenha poderia diminuir a presença de leite residual, bem como melhorar parâmetros qualitativos do leite. Objetivou-se nesse trabalho, avaliar a eficiência do uso de ocitocina sobre a ejeção, produção e composição do leite.
Materiais e Métodos
O experimento foi realizado na Fazenda Terras de Kúbera, Rodovia BR-050 no KM 163, localizada no município de Uberaba, MG. Durante os dias 30 e 31 de maio de 2016. Foram utilizadas 22 vacas, sendo oito vacas meio sangue (Holandesa-GIR) e 08 vacas GIR puro sangue.
O rebanho era mantido em piquetes servidos com área de lazer, sendo este formado por Tifton 85 (gramínea do gênero
Cynodon spp.), piquetes com sombreamento eficiente, sem rotação suplementados no cocho duas vezes ao dia, após a ordenha, com concentrado comercial (24%PB) e silagem de milho (30 kg por animal/dia) e, 1 kg de feno de gramíneas por animal/dia. A propriedade adota a prática de duas ordenhas diárias com a primeira iniciando às 7:00 h e a segunda às 15:00 h.
O experimento teve duração de dois dias e os dados foram coletados durante a ordenha da manhã. No primeiro dia foram ordenhadas 22 vacas após a aplicação endovenosa de 0,3 ml de ocitocina (tratamento ocitocina), utilizada para promoção da ejeção do leite, seguindo o manejo tradicional da fazenda. A quantidade de leite ordenhado por animal foi mensurada, por meio da pesagem do leite, através da balança portátil eletrônica de gancho, com capacidade de 50 kg, assim como o tempo de ordenha. Uma amostra de leite foi colhida para análise de gordura (%), proteína (%), lactose (%). Após o término da ordenha foi realizada nova aplicação endovenosa de 3 ml de ocitocina com o objetivo de recuperação do leite residual. Cerca de 3 minutos depois ordenhou-se novamente as vacas para mensuração do leite residual, tempo de ordenha em minuto e nova amostra foi colhida para análise da composição química.
No segundo dia, a ordenha foi realizada nas mesmas vacas, sem a aplicação da ocitocina, porém, com a inserção da agulha na veia mamária, (tratamento placebo). A produção de leite foi mensurada, assim como o tempo de ordenha e nova amostra do leite foi colhida para análise química. Finalizada esta etapa, foram aplicados 3 ml de ocitocina na veia mamária para descida do leite residual. Amostras individuais foram coletadas após a ordenha de cada vaca, totalizando 88 amostras.
Cada amostra foi transferida diretamente do balde para frascos de coleta com capacidade de 60 mL contendo uma pastilha de Bronopol® (conservante) com 8 mg de 2-bromo-2-nitropropano-1,3-diol. As amostras homogeneizadas foram enviadas para análise de composição e contagem de células somática ao Laboratório de Fisiologia da Lactação, da Clínica do Leite, Departamento de Zootecnia da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/ USP) de Piracicaba, São Paulo. A composição foi analisado pelo método do infravermelho no equipamento Bentley 2000 (FONSECA; SANTOS, 2000).
O delineamento utilizado foi o em blocos casualizados, onde os blocos foram formados de acordo com grau de sangue dos animais. A análise de variância foi realizada e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de significância
Resultados e Discussão
Os dados colhidos e analisados estão apresentados na Tabela 1. Os animais ordenhados com a utilização de ocitocina exógena para a descida do leite produziram mais leite na primeira ordenha (P<0,05) quando comparados aos animais que receberam placebo (9,08 e 4,77, respectivamente).
O aumento da produção de leite deve-se ao maior estímulo da ejeção do leite em decorrência da maior quantidade de ocitocina presente na corrente sanguínea.
De acordo com Linhares (2012), a ocitocina exógena sintética possui as mesmas propriedades químicas e farmacológicas do hormônio natural. Além de atuar na contração da musculatura lisa do útero também desempenha um papel na glândula mamária esvaziando as células lactíferas, estimulando o fluxo do leite, impulsionando o conteúdo dos alvéolos para os canais galactóforos e as cisternas.
A quantidade de leite ordenhada é diretamente proporcional ao tempo de ordenha dispendido, como pode ser observado na Tabela 1.
Os animais ordenhados com ocitocina produziram 1,55 kg de leite residual, correspondendo a 14,58% do leite total enquanto os animais que receberam o tratamento placebo produziram 5,06 kg de leite residual correspondente a 51,48% do leite total.
Segundo Silva (2014), o leite residual não pode ser retirado pela ordenha, independente desta ser manual ou mecânica, a menos que seja administrada ocitocina por via intramuscular. A quantidade normal de leite residual encontrada varia entre 1 a 3 kg representando em média 10-20% do total de leite no úbere (SANTOS 2012). A presença de leite residual está associada ao manejo da ordenha, ao estresse comportamental, ao estresse ambiental e ao manejo dos animais.
O leite residual obtido no tratamento com ocitocina foi 14,58%, estando de acordo com o autor acima citado. Foi observado um aumento significativo de leite residual no tratamento placebo (51,48%) demonstrando uma ineficiência no processo de ejeção do leite na primeira ordenha.
Quando compara-se a quantidade de leite total recuperado após as duas ordenhas observa-se equidade entre os tratamento, 10,56 kg de leite para o tratamento ocitocina e 10,12 kg para o tratamento placebo, demonstrando a eficiência da ocitocina em ambos os momentos de aplicação.
A administração exógena de ocitocina em vacas, melhora a produção, não apenas para a obtenção do leite residual, mas há um aumento no ganho real na produção de leite, Ballou et al (1993). Esta hipótese, parte do princípio de que quando se deixa menos leite retido dentro do animal, o mesmo produzirá maior quantidade na próxima lactação pelo fato do espaço físico de armazenamento ser maior por ter menos leite retido da ordenha anterior, e ainda um estímulo para esse animal aumentar a sua produção ao longo de um período prolongado do uso da ocitocina.
A administração de ocitocina exógena com o objetivo de ejeção do leite e remoção do leite residual apresentou alterações quanto à composição da fração láctea. Foi observada uma variação significativa (P<0,05) nos percentuais de gordura e sólidos totais (Tabela 2). Em contrapartida, não evidenciou efeito significativo na porcentagem das outras variáveis do leite, como proteína e lactose (P>0,05).
Observou-se menor concentração de gordura (1,83%) no leite ordenhado das vacas que receberam o placebo e que, consequentemente, apresentaram ejeção deficiente.
Costa (2008) observou que a concentração de gordura do leite é menor no inicio da ordenha e aumenta gradualmente conforme o leite é removido (GONZÁLEZ et al, 2001 e MCKUSICK et al, 2002). Portanto, a última porção do leite removido possui maior teor de gordura, significando que, se houver qualquer atraso na descida do leite, não só a gordura, mas também os outros componentes sólidos poderiam ser afetados. Segundo alguns autores, o primeiro leite retirado do úbere pode conter de 1% a 2% menos de gordura, considerando que, ao término da ordenha, a concentração de gordura pode ser de 5% a 10% mais alta (Fonseca, 1995 e Peres, 2001). Isso ocorre devido ao efeito da flutuabilidade, em que a gordura fica suspensa sobre a parte fluida do leite em razão de sua menor densidade, sendo, portanto, a última parte a ser extraída pelo processo de remoção do leite.
Não foi observada diferença nos teores de lactose e proteína do leite entre os tratamentos estudados, concordando com o trabalho de Belo e Bruckmaier, que não verificaram nenhuma influência da administração de ocitocina exógena sobre os percentuais de lactose, gordura e proteína do leite.
O teor de sólidos totais determina o valor industrial do leite. Quanto mais gordura e proteína, maior será o rendimento que a indústria terá ao fabricar os derivados. Como se observa na Tabela 2 houve uma melhor resposta percentual durante a aplicação do hormônio ocitocina, influenciado pela diferença na porcentagem de gordura.
O extrato seco desengordurado compreende todos os componentes, menos a gordura. Como pode se observar na Tabela 2, não houve um aumento com a aplicação do hormônio ocitocina comparado ao tratamento placebo.
Aspectos como o fator racial, o estágio da lactação, a temperatura ambiental e as condições de estresse do animal, a perda excessiva de condição corporal, a estação do ano, a contagem de células somáticas, a mastite, a saúde geral da vaca, a manifestação de cio, a frequência e a técnica de ordenha, bem como o avanço genético no sentido de maior volume de produção na lactação, exercem um maior ou menor efeito sobre a composição do leite.
Conclusões
Nas condições experimentais adotadas, a ocitocina apresentou-se eficiente no processo de ejeção do leite. O efeito condicionado da inserção da agulha não foi suficiente para promover a ejeção o que resultou em maior retenção láctea e menor percentual de gordura no leite.
Gráficos e Tabelas
Referências
RIBEIRO, R.V et al.
Características de propriedades leiteiras que compõem o APL Lácteo de São Luís de Montes Belos/GO. Disponível em:<http://sis.gnius.com.br/uploads/zootec2015/documentos/98952aa440aecbc8faf8c7d8facf83a778dd3495.pdf > Acesso em: 21 de mar. de 2017.
NETO, Adauto Liberato de Moura; CARVALHO, Jose Luiz Moreira; FONTES, Cristiano Hora de Oliveira.
TENDÊNCIAS DA CADEIA DE LATICÍNIOS: UMA ANÁLISE DO RANKING DAS MAIORES EMPRESAS DO BRASIL. Disponível em:
<http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_212_260_27548.pdf> Acesso em: 21 de mar. de 2017.
LINHARES, Luyde Pena.
OCITOCINA EXÓGENA E LEITE RESIDUAL. Disponível em:
<http://acervo.ufvjm.edu.br/jspui/bitstream/1/788/1/luyde_pena_linhares.pdf> Acesso em: Acesso em: 21 de mar. de 2017.
COSTA, Debora A; REINEMANN, Douglas J.
A NECESSIDADE DE ESTIMULAÇÃO EM VÁRIAS RAÇAS BOVINAS E OUTRAS ESPÉCIES. Disponível em:
<http://www.uwex.edu/uwmril/pdf/MilkMachine/Liners/Reinemann%2003%20Estimulos%20vaca%20HZ_PORT.pdf > Acesso em: 26 de mar. de 2017.
BRANDÃO, Felipe Zandonadi et al.
Influência da presença do bezerro no momento da ordenha sobre o desempenho produtivo e incidência de mastite subclínica em vacas mestiças holandês-zebu e desempenho ponderal dos bezerros. <Disponível em: <http://www.ceres.ufv.br/ojs/index.php/ceres/article/view/3374/1264> Acesso em: 26 de marc. de 2017.
MACEDO, Susana Nori de. SANTOS, Marcos Veiga dos.
Uso de oxitocina em vacas leiteiras. Disponível em: <
http://www.milkpoint.com.br/mypoint/6239/p_uso_de_oxitocina_em_vacas_leiteiras_5200.aspx.> Acesso em: 15 nov. 2015.
SILVEIRA, Marcela Cristina Agustini Carneiro da; FILHO, Luiz Carlos Pinheiro Machado. HOTZEL, Maria José.
Efeito da massagem do úbere ao final da ordenha no leite residual e na ocorrência de mastite em vacas leiteiras. Disponível em:
<https://periodicos.ufsc.br/index.php/biotemas/article/view/2175-7925.2009v22n1p129/18753> Acesso em: 26 de marc. de 2017.
COELHO, Mauricio Silveira.
Uso de ocitocina em rebanhos leiteiros na Fazenda Santa Luzia. Disponível em <http://www.aproleite.com.br/artigo/4/uso-de-ocitocina-em-rebanhos-leiteiros-na-fazenda-santa-luzia>.Acesso em: 15 nov. 2015.
MULLER, Ernst Eckehardt
. QUALIDADE DO LEITE, CÉLULAS SOMÁTICAS E PREVENÇÃO DA MASTITE. Disponível em:
<https://docs.ufpr.br/~freitasjaf/artigos/qualidadeleitem.pdf> Acesso em: 26 de marc. de 2017.
ARAUJO, Wagner Azis Garcia de et al.
citocina exógena e a presença do bezerro sobre a produção e qualidade do leite de vacas mestiças. Disponível em:
<http://www.periodicos.usp.br/bjvras/article/view/53924/57868> Acesso em: 26 de marc. de 2017.
NORO, Giovani.
Fatores ambientais que afetam a produção e a composição do leite em rebanhos assistidos por cooperativas no Rio Grande do Sul. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/%0D/rbz/v35n3s0/30727.pdf> Acesso em: 26 de marc. de 2017.
SILVA, Rosiane Martins.
Influência do Manejo de Aleitamento e do Grupo Genético no Desempenho de Vacas Leiteiras Mestiças Holandês-Guzerá e de suas Crias. Disponível em:
<http://r1.ufrrj.br/wp/ppgz/files/2015/05/ROSIANE-MARTINS-DA-SILVA.pdf> Acesso em: 28 de marc. de 2017.
MESQUITA, Alan Andrade.
OCITOCINA NA PRODUÇÃO E COMPOSIÇÃO DO LEITE. Disponível em: <http://tede2.unifenas.br:8080/jspui/bitstream/jspui/62/1/AlanAndradeMesquita-dissertacao.pdf> Acesso em: 28 de marc. de 2017.
COSTA, Leandra Leal.
PRODUÇÃO, TEMPO DE ORDENHA E COMPOSIÇÃO DO LEITE DE VACAS HOLANDESAS EM DIFERENTES PROCEDIMENTOS DE ORDENHA. Disponível em: <http://repositorio.ufla.br/bitstream/1/2957/1/DISSERTA%C3%87%C3%83O_Produ%C3%A7%C3%A3o,%20tempo%20de%20ordenha%20e%20composi%C3%A7%C3%A3o%20do%20leite%20de%20vacas%20holandesas%20em%20diferentes%20procedimentos%20de%20ordenha.pdf> Acesso em: 28 de marc. de 2017.