EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DE ADITIVO A BASE DE EXTRATOS VEGETAIS EM DIETAS DE FRANGOS DE CORTE SOBRE PH E COR DA CARNE

Regina Buzim1, Adrieli Braga de Cristo2, Alexandra Maria da Silva3, Eliana Thais Riffel4, Daianna Rosse Martins Gonçalves5, Elisangela Vanroo6, Heloísa Laís Fialkowski Bordignon7, Jovanir Inês Muller Fernandes8
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RESUMO -

Objetivou-se avaliar o efeito da suplementação de aditivo a base de extratos vegetais em dietas de frangos de corte sobre o pH e a cor da carne. Foram utilizados 1056 pintos de corte distribuídos em um delineamento casualizado, com 6 tratamentos e 4 repetições de 44 aves por Box.As Dietas experimentais consistiram de dieta controle; dieta controle + APC; dieta controle + extratos vegetais (100 g/ton); dieta controle + extratos vegetais (150 g/ton); dieta controle + APC + extratos vegetais (100 g/ton) e dieta controle + APC + extratos vegetais (150 g/ton). Aos 42 dias de idade, foram abatidas 12 aves/tratamento e os peitos foram submetidos à análise do pH e coloração. Não houve efeito dos tratamentos sobre nenhumas das variáveis avaliadas. A suplementação de extratos vegetais associados ou não ao promotor de crescimento não alterou os valores de ph e as medidas de cor do peito de frangos de corte.

Palavras-chave: Antibiótico promotor do crescimento, aditivo fitogênico, antioxidante, qualidade da carne

Effect of supplementation with plant extract in broiler diets on pH and meat color

ABSTRACT - The aim was to evaluate the effect of plant extract supplementation in broiler diets on pH and meat color. There were 1056 chicks housed in a completely randomized design, with 6 treatments and 4 replicates of 44 birds each. The experimental diets: control diet; control diet + AGP; control diet + plant extracts (100g/ton); control diet + plant extracts (150g/ton); control diet + AGP + plant extracts (100g/ton) and control diet + AGP + plant extracts (150g/ton). At 42 days of age, 12 birds/treatment were slaughtered and breasts underwent pH and color analysis. There was no effect of the treatments on any of the evaluated parameters. The plant extract supplementation associated or not with antibiotic growth promoter did not alter the pH values and color measures of broiler breasts.
Keywords: antibiotic growth promoter, phytogenic additive, antioxidant, meat quality


Introdução

O aumento na intensidade na produção de frangos de corte, tornou mais desafiadora a busca por alternativas capazes de proporcionar melhoria no desempenho, rendimento de carcaça e melhorias da qualidade de carne. Por outro lado, cresce por parte dos consumidores a busca por produtos que mantenham suas características sensoriais e gustativas. Os extratos vegetais vêm sendo estudados como uma interessante estratégia para a substituição dos antibióticos promotores do crescimento (APC) (HASHEMIPOUR et al. 2013). O potencial antioxidante desses aditivos pode melhorar a estabilidade oxidativa da carne de frango (PLACHA et al. 2014) e reduzir a deterioração da cor da carne e o grau de oxidação da gordura (LEWIS, 1984). A oxidação lipídica afeta diretamente a qualidade da carne, especialmente a carne de frango, devido à elevada proporção de ácidos graxos poliinsaturados (PUFA), existe uma maior suscetibilidade da carne de frango sofrer processos oxidativos, especialmente a oxidação lipídica (DELLES et al., 2014). A partir daí os peróxidos formados reagem uns com os outros para originar produtos secundários da peroxidação (SILVA et al., 1999), como resultado final desse processo, o sabor, aroma, cor e textura dos alimentos são alterados, a estabilidade e vida útil da carne de frango é comprometida (MARIUTTI e BRAGAGNOLO, 2009). Sendo assim, objetivou-se avaliar o efeito da suplementação de aditivo a base de extratos vegetais em dietas de frangos de corte sobre o Ph e a cor da carne.

Revisão Bibliográfica

Apesar dos aditivos promotores de crescimento (APC), melhorarem a eficiência produtiva e a produção de carne, a segurança do uso desses aditivos passou a ser questionada, principalmente, em virtude do uso rotineiro na alimentação das aves. O uso tem se tornando cada vez mais restrito devido a possibilidade de desenvolvimento de microrganismos multirresistentes, à exigência dos países importadores por produtos livres de resíduos de antibióticos (SILVA, 2000), e à desconfiança dos consumidores em relação segurança alimentar. Os extratos vegetais vêm sendo estudados como uma interessante estratégia para a substituição dos APC, pois não possuem restrições de mercado, são considerados produtos naturais sem risco de resíduos no produto final, trazem benefícios a saúde, além do efeito antimicrobiano (HOSSEINZADEH et al. 2014), antioxidante (HASHEMIPOUR et al. 2013) e digestivo (HAFEEZ et al. 2015). O potencial antioxidante desses aditivos pode melhorar a estabilidade oxidativa da carne de frango (PLACHA et al. 2014) e reduzir a deterioração da cor da carne e o grau de oxidação da gordura (LEWIS, 1984). Segundo Koiyama et al. (2014) que avaliou a adição de uma mistura de extratos vegetais à base de óleos essenciais de canela, sálvia, tomilho branco e copaíba, associada ou não à mistura extratos vegetais de alecrim, cravo, gengibre, orégano e encontraram resultados de desempenho semelhantes ao APC, resultados semelhantes foram encontrados Silva et al. (2011) que avaliaram o óleo essencial de aroeira-vermelha e verificaram efeitos compatíveis ao uso de APC. Fascina et al. (2012) relataram maior rendimento de carcaça quando a dieta dos frangos de corte foi suplementada com um blend de extratos vegetais e ácidos orgânicos. Portanto, a utilização de diferentes extratos vegetais pode ser uma importante ferramenta para manutenção de altos níveis produtivos, e melhoria na qualidade de produtos cárneos de frango de corte.

Materiais e Métodos

O experimento foi realizado no aviário experimental da UFPR – Setor Palotina onde todos os procedimentos com uso de animais neste trabalho foram submetidos à avaliação e aprovados pelo Comitê de Ética em Experimentação Animal. Foram utilizados 1056 pintos de corte da linhagem CobbSlow, distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado, com 1 tratamento controle e 5 dietas acrescidas de APC isolado ou associado a um produto comercial a base de extratos de plantas e com ou sem redução nutricional, totalizando 6 tratamentos com 4 repetições de 44 aves por Box.As Dietas experimentais consistiram de dieta controle; dieta controle + APC; dieta controle + extratos vegetais (100 g/ton); dieta controle + extratos vegetais (150 g/ton); dieta controle + APC + extratos vegetais (100 g/ton) e dieta controle + APC + extratos vegetais (150 g/ton). O APC utilizado foi a enramicina na dose de 125 gr/ton de ração (Enramax® - Farmabase Saúde Animal Ltda) e o extrato vegetal era composto de carvacrol, cinamaldeido e eugenol, extraídos do orégano, canela e cravo, respectivamente, nas doses de 100 e 150g/ton de ração (Oleobiotec® - PhodéSolutions). Aos 42 dias de idade, foram abatidas 12 aves/tratamento. Os peitos foram posicionados em decúbito o pH foi mensurado na porção cranial do músculo Pectoralis major direito, 1 hora após o abate.Para análise de cor, o peito foi refrigerado por 24 horas e o músculo Pectoralis major direito foi rebatido e permaneceu exposto por 30 minutos para que houvesse reação da mioglobina com o oxigênio atmosférico. Foram realizadas três leituras por amostra por meio do aparelho colorímetro portátil na superfície ventral do músculo Pectoralis major direito. Os valores de luminosidade (L*) e índices de vermelho (a*) e de amarelo (b*) foram expressos no sistema de cor CIELAB. Os resultados obtidos no experimento foram tabulados e analisados utilizando-se ANOVA do procedimento GLM com auxílio do programa estatístico SAS.

Resultados e Discussão

O uso de extratos vegetais na dieta não influenciou (P>0,05) o pH e a cor da carne dos frangos de corte suplementada de forma isolado ou associado ao antibiótico promotor de crescimento, independentemente da dose e da redução nutricional da dieta (TABELA 1). O pH constitui um dos fatores mais importantes na transformação do músculo em carne e tem efeito decisivo sobre a qualidade da carne fresca e dos produtos derivados (ORDONEZ, 2005). Essa relação é complexa. O pH muscular compromete diretamente a coloração da carne, pois interfere na natureza da ligação de água das proteínas, afetando no ponto isoelétrico das proteínas miofibrilares, e suas propriedades de reflexão da luz, já que a cor observada na superfície da carne está relacionada com absorção da luz pela mioglobina (PETRACCI et al., 2012). Além disso, essa alteração na estrutura celular compromete a capacidade do músculo em reter água, propriedade de fundamental importância para qualidade da carne (BARBUT et al., 2008). Chouliara et al. (2007) não encontraram diferença na coloração de carne fresca de peito de frango, suplementados com extratos vegetais, da mesma forma, MIRSHEKAR et al. (2009), ao avaliaram o efeito da suplementação de 1000 ppm de extratos de alecrim, equinacea, chá verde e ácido ascórbico sobre a qualidade da carne também não detectaram diferenças para os espectros de cor a* e b*.

Conclusões

A suplementação de extratos vegetais associados ou não ao promotor de crescimento não alterou as características de pH e cor de peito de frangos de corte.

Gráficos e Tabelas




Referências

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