Efeito do sexo sobre o desempenho produtivo de frangos de corte Cobb 500® na fase de crescimento (21-35 dias), criados na região Centro Oeste

Aurélio Ricardo Queiroz de Souza1, Andréia Fróes Galuci Oliveira de Souza2, Camila Priscila Fernandes de Freitas Gottardi3, Thales Silva Ferreira4, Bruno Reis Ferreira5, João Eduardo Pereira Abaker6, Fernando Oliveira de Paula7, João Paulo Gomes dos Santos8
1 - UEMS - Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul
2 - UEMS - Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul
3 - UEMS - Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul
4 - UEMS - Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul
5 - UEMS - Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul
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7 - UEMS - Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul
8 - UEMS - Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul

RESUMO -

Objetivou-se avaliar o efeito do sexo (macho, fêmea e misto) sobre o desempenho de frangos de corte da linhagem Cobb 500® na fase de crescimento (21-35 dias), criados na região Centro-Oeste. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com três tratamentos (sexos), com quatro repetições cada um. Para avaliação de desempenho (consumo de ração, peso vivo, ganho de peso e conversão alimentar) as rações e as aves foram pesadas semanalmente aos 21, 28 e 35 dias de idade. Os machos tiveram maior peso vivo e ganho de peso do que as fêmeas, sendo igual ao misto (P<0,05). O consumo de ração dos machos foi maior do que as fêmeas, e o misto não teve diferença entre os dois sexos (P<0,05). A melhor conversão alimentar foi do lote misto sobre as fêmeas, já que os machos não diferiram dos demais (P<0,05). Conclui-se que é possível criar lotes machos e/ou mistos na fase de crescimento (21-35 dias) em região de clima tropical, sem afetar o desempenho produtivo dos animais.

Palavras-chave: Aves, consumo de ração, conversão alimentar, ganho de peso, peso vivo

Effect of sex on the productive performance of Cobb 500® broilers in the growth phase (21-35 days), reared in the Central West region

ABSTRACT - The objective of this study was to evaluate the effect of sex (male, female and mixed) on the performance of broilers of the Cobb 500® line in the growth phase (21-35 days), reared in the Midwest region. The experimental design was completely randomized, with three treatments (sexes), with four replicates each. To evaluate performance (feed intake, live weight, weight gain and feed conversion), rations and birds were weighed weekly at 21, 28 and 35 days of age. Males had greater live weight and weight gain than females, being equal to mixed (P <0.05). The feed intake of the males was higher than the females, and the mixed did not differ between the two sexes (P <0.05). The best feed conversion was the mixed lot on the females, since the males did not differ from the others (P <0.05). It is concluded that it is possible to create male and / or mixed plots in the growing phase (21-35 days) in a tropical climate region, without affecting the productive performance of the animals.
Keywords: Birds, feed intake, food conversion, weight gain, live weight


Introdução

O Brasil está na segunda colocação dos países produtores de carne de frango do mundo, com produção média de 13.025 milhões de toneladas. Em primeiro lugar os Estados Unidos com média de 17.254 milhões de toneladas de carne de frango (AVISITE, 2015). Mesmo sendo o segundo maior produtor, o Brasil destaca em primeiro lugar no ranking mundial de exportações de carne de frango desde 2005 (ABPA, 2014). Com o aumento elevado da demanda de carne de frango no mundo, as aves de corte da linhagem Cobb 500 ganhou espaço na produção mundial, devido apresentarem um ótimo desempenho de produção quando comparado a outras linhagens comerciais. Lara et al. (2008) afirmaram que o melhor desempenho são devidos a sua rusticidade, resistência aos manejos nos áviarios, um melhor ganho de peso,capacidade de produção de músculos elevado e uma ótima conversão alimentar. A separação das aves pelo sexo em macho e fêmea possibilita um manejo diferenciado, proporcionando maior qualidade e uniformidade de carcaça e cortes. Os machos apresentam maior ganho de peso, e são abatidos com menor idade, maior rendimento de carcaça e peso de peito, porém, o rendimento e qualidade dos cortes é melhor apresentado nas fêmeas (OLMOS, 2008). Contudo, o trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar o efeito do sexo sobre o desempenho produtivo de frangos de corte Cobb 500®na fase de crescimento (21-35 dias), criados na região Centro-Oeste.    

Revisão Bibliográfica

  Santos et al. (2005) trabalhando com três linhagens de frangos, sendo a Cobb 500, Paraíso Pedrês e ISA Label, alimentando-os com a mesma dieta, observaram que, as aves Cobb 500 apresentaram um maior potencial de crescimento, maior ganho de peso e consumo de ração e maiores rendimentos de carcaça, peito e vísceras comestíveis em relação às outras duas linhagens. Trabalhando com três linhagens de frangos, sendo Cobb 500, Paraíso Pedrês e ISA Label, com lotes de machos, fêmeas e misto alimentados com a mesma dieta, Martins et al. (2012) concluíram que os lotes de machos das três linhagens se sobressaiu com relação ao ganho médio de peso, conversão alimentar média, peso médio e eficiência de produção em comparação ao lote de fêmeas e misto. Vieira et al. (2007) avaliaram o desempenho de frangos de corte fêmeas das linhagens Cobb 500 e Ross 308, alimentadas com diferentes dietas em cada fase do seu desenvolvimento,concluíram que a linhagem de fêmeas Cobb 500 apresentou melhor conversão alimentar do que a linhagem Ross 308, independente da dieta utilizada.

Materiais e Métodos

O experimento foi conduzido no galpão experimental de frangos de corte do Setor de Zootecnia da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul Unidade Universitária de Cassilândia, latitude de 19º07’21” S, longitude de 51º43’15” e altitude de 516 m (Estação automática CASSILÂNDIA-A742), no período de 18 de novembro a 02 de dezembro de 2016. Os procedimentos foram aprovados pelo Comitê de Ética no Uso de Animais – CEUA, protocolo n. 044/2016. Foi utilizado um grupo genético de frangos de corte da linhagem Cobb 500®. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado,com três tratamentos que foram os sexos (macho, fêmea e misto) e com quatro repetições cada, com total de 12 unidades experimentais. As aves foram alojadas em boxes com dimensão de 3,0 m2 (30 aves/box), em um galpão convencional. Todos os boxes foram equipados com bebedouro pendular e comedouro tubular adulto. A temperatura interna foi registrada com auxílio de termômetro digital de máxima e mínima, mantido no centro do galpão e monitorado duas vezes ao dia, às 07h00min e às 17h00min, durante todo o período experimental, sendo a média mínima e média máxima de 23,9 e 33,1 ºC, respectivamente. As aves receberam durante o período experimental uma mesma ração para os lotes de machos, fêmeas e mistos, à base de milho moído e farelo de soja, para a fase de crescimento (21-35 dias), seguindo as recomendações nutricionais e a composição química dos alimentos de Rostagno (2011). Durante todo o período experimental a ração e a água foram fornecidas ad libitum. Para avaliação do desempenho produtivo (consumo de ração, peso médio, ganho de peso e conversão alimentar) as rações e as aves foram pesadas aos 21, 28 e 35 dias de idade das aves. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey. As análises estatísticas foram realizadas com o auxílio do Programa Computacional Sisvar (FERREIRA, 2011).

Resultados e Discussão

As características de desempenho (peso vivo, consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentar) no período de 21-35 dias, estão apresentadas na Tabela 1. Analisando o peso vivo das aves aos 35 dias de idade, observa-se que os machos obtiveram maior peso vivo (P<0,05), quando comparado ao lote de fêmeas, já o lote de aves misto não diferiu das demais (Tabela 1). Resultados semelhantes foram encontrados por Martins et al. (2012) quando avaliaram o desempenho zootécnico de aves com lotes de machos, fêmeas e misto da linhagem Cobb 500. Resultados semelhante foram encontrado por Stringhini et al. (2003) ao avaliarem o desempenho zootécnico e rendimento de carcaça de quatro linhagens de frangos, sendo Ross, Cobb, Arbor Acres e Avian Farms, onde os machos das quatro linhagens tiveram maior peso em relação as fêmeas. O fato do lote de machos da linhagem Cobb 500 terem um maior peso, pode ser explicado devido aos machos possuírem características corporal de maior porte,quando comparado as fêmeas. Para consumo de ração,houve diferença entre os lotes (P<0,05) quando comparando o lote de machos e fêmeas, sendo que os machos tiveram um maior consumo de ração, já para o lote de misto não houve diferença entre os demais lotes (Tabela 1). Nota-se que as aves que tiveram maior peso vivo e ganho de peso consumiram maior quantidade de ração. Moreira et al. (2004) em estudos realizados com aves de diferentes linhagens e sexo (machos e fêmeas) obtiveram os mesmo resultados, em que o consumo de ração e ganho de peso dos machos foram maiores do que as fêmeas. O consumo de ração dos machos foram maiores devido eles terem uma maior demanda energética para seu desenvolvimento quando comparado as fêmeas que possuem menores exigências (ROSTAGNO, 2005). No ganho de peso das aves, verificou-se que os lotes de aves de machos e mistos não diferiram entre si, diferindo-se apenas as fêmeas (P<0,05) dos demais com média de ganho de peso de 161,5 gramas à menos (Tabela 1). Martins et al. (2012) encontraram resultados semelhantes, ressaltando que o tempo de abate dos machos é inferior ao das fêmeas. De acordo com Stringhini et al. (2003) as fêmeas acumulam maior gordura corporal, o que compromete o seu ganho de peso ideal. Outro fator que se explica esses resultados também é pelas fêmeas terem seu tamanho corporal menor do que aos machos. A conversão alimentar dos lotes foi diferente apenas para o lote de mistos e fêmeas, sendo que o lote misto obteve uma melhor conversão alimentar quando comparado as fêmeas (P<0,05), já o lote de machos não diferiu dos demais (Tabela 1). Esses dados não diferem dos achados de Martins et al. (2012) onde o lote de machos tiveram uma melhor conversão alimentar do que as fêmeas e mistos.

Conclusões

Com base nos resultados obtidos, é possível criar lotes machos e/ou mistos na fase de crescimento (21-35 dias) em região de clima tropical, sem afetar o desempenho produtivo dos animais.

Gráficos e Tabelas




Referências

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