Efeito do sexo sobre o desempenho produtivo de frangos de corte Cobb 500® na fase final (35-42 dias), criados na região Centro Oeste

Aurélio Ricardo Queiroz de Souza1, Andréia Fróes Galuci Oliveira de Souza2, Camila Priscila Fernandes de Freitas Gottardi3, Thales Silva Ferreira4, Bruno Reis Ferreira5, João Eduardo Pereira Abaker6, Fernando Oliveira de Paula7, Nathan Fernando de Almeida Vieira8
1 - UEMS - Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul
2 - UEMS - Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul
3 - UEMS - Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul
4 - UEMS - Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul
5 - UEMS - Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul
6 - UEMS - Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul
7 - UEMS - Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul
8 - UEMS - Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul

RESUMO -

Objetivou se com o trabalho avaliar o efeito do sexo (macho, fêmea e misto) sobre o desempenho produtivo de frangos de corte da linhagem Cobb 500® na fase final (35-42 dias), criados na região Centro-Oeste. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com três tratamentos que foram os sexos, com quatro repetições cada um. Para avaliação de desempenho zootécnico (consumo de ração, peso vivo, ganho de peso e conversão alimentar) as rações e as aves foram pesadas aos 35 e 42 dias de idade. Machos apresentaram peso vivo aos 42 dias superiores (P<0,05) ao lote misto e posteriormente às fêmeas. Os frangos criados nos lotes de machos e mistos consumiram mais ração que as fêmeas (P0,05) para conversão alimentar entre os sexos. Contudo, recomendam-se a criação de lotes machos da linhagem Cobb 500® na fase final, para a região de clima tropical.

Palavras-chave: Cobb 500®, desempenho, frango de corte, sexo

Effect of sex on the productive performance of Cobb 500® broilers in the final phase (35-42 days), reared in the Midwest region

ABSTRACT - The objective of this study was to evaluate the effect of sex (male, female and mixed) on the productive performance of broilers of the Cobb 500® line in the final phase (35-42 days), reared in the Midwest region. The experimental design was completely randomized, with three treatments that were the sexes, with four replicates each. For evaluation of zootechnical performance (feed intake, live weight, weight gain and feed conversion) as feeds and birds were weighed at 35 and 42 days of age. Males presented live weight at 42 days (P <0.05). Chickens reared on mixed and mixed lots consumed more feed than females (P <0.05). The males had higher weight of weight in relation to the females, however they did not differ from the mixed batches. There was no difference (P> 0.05) for feed conversion between genders. Cobb 500® in the final stage, for a tropical climate region.
Keywords: Cobb 500®, Performance, cutting chicken, sex


Introdução

A produção brasileira de carne de frango alcançou 13,146 milhões de toneladas em 2015 (ABPA, 2015). Devido a esses resultados, atualmente o Brasil está como segundo maior produtor de carne de frango do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. A produção avícola tem como principal objetivo a obtenção de alta produtividade, aliada à qualidade dos produtos finais. Para conseguir resultados positivos, os produtores devem realizar rigoroso planejamento com o sistema (ABREU, 1999). Então, para atender às novas exigências de mercado, é mais conveniente fazer uma criação separada de frangos de corte por sexo, onde o produtor ganha por oferecer frangos uniformes e com peso médio adequado para cada demanda de mercado (BOLDORINI et al. 2012). Para melhor produção, é necessário reavaliar a recomendação dos níveis nutricionais para ambos os sexos, com uma recomendação que contenha as necessidades de cada sexo, isso pode determinar um aumento substancial na rentabilidade na produção dos frangos de corte (FIGUEIREDO et al., 2000). O sexo das aves na criação comercial de frangos de corte tem alta influência em fatores como viabilidade e uniformidade de um lote, onde de acordo com Silva et al. (1994) a uniformidade pode influenciar no rendimento e na qualidade da carcaça do lote. Contudo, o trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar o efeito do sexo sobre o desempenho produtivo de frangos de corte Cobb 500®na fase final (35-42 dias), criados na região Centro-Oeste.

Revisão Bibliográfica

O manejo das fêmeas é mais simples que o dos machos, pois elas se desenvolvem em menor tempo, após a terceira semana de vida, as fêmeas apresentam menor exigência de nutrientes, fazendo com que o custo de alimentação seja reduzido. Criando as fêmeas longe dos machos, o produtor pode economizar fornecendo a elas uma ração específica e evitando o desperdício (COTTA, 2010). Conforme Cotta (2010) a vantagem de criar os animais separados por machos e fêmeas é a redução nos custos e uma melhor produção, além da criação de sexos separados favorecerem a otimização no uso de instalações e equipamentos, pois os machos são mais agressivos e solicita maior espaço nos comedouros, bebedouros e no piso. De acordo com Tabajara (1997) o sexo apresentou principalmente na metade da fase final de criação uma grande diferença de peso dos frangos vivos, onde machos e fêmeas da linhagem Ross sendo criados sob as mesmas condições, os machos apresentaram maiores pesos corporais. Segundo Moreira et al. (2004) o sexo influencia na fase final de criação (35-42 dias) no ganho de peso, consumo de ração e na conversão alimentar, sendo que os machos são superiores as fêmeas, exceto na conversão alimentar, onde as fêmeas apresentam valores maiores. Stringhini et al. (2003) ao avaliarem o efeito do sexo no desempenho de linhagens comerciais, concluíram que os machos das linhagens Ross, Cobb, Arbor Acres e AvianFarms, apresentaram melhor desempenho. Amaral et al. (2011) trabalhando com o efeito do ambiente de produção sobre o desempenho produtivo e sobre respostas fisiológicas de frangos de corte sexados, de linhagem comercial, também concluíram uma superioridade dos machos no desempenho produtivo.

Materiais e Métodos

O experimento foi conduzido no galpão experimental de frangos de corte do Setor de Zootecnia da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul Unidade Universitária de Cassilândia, latitude de 19º07’21” S, longitude de 51º43’15” e altitude de 516 m (Estação automática CASSILÂNDIA-A742), no período de 02 à 09 de dezembro de 2016. Os procedimentos foram aprovados pelo Comitê de Ética no Uso de Animais – CEUA, protocolo n. 044/2016. Foi utilizado um grupo genético de frangos de corte da linhagem Cobb 500®. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com três tratamentos que foram os sexos (macho, fêmea e misto) e com quatro repetições cada, com total de 12 unidades experimentais. As aves foram alojadas em boxes em um galpão convencional sem climatização com telha de fibroamianto, com 22 metros de comprimento por 6 metros de largura e pé direito de 2,30 metros. Todos os boxes foram equipados com bebedouro pendular e comedouro tubular adulto. A temperatura interna foi registrada com auxílio de termômetro digital de máxima e mínima, mantido no centro do galpão e monitorado duas vezes ao dia, às 07h00min e às 17h00min, durante todo o período experimental, sendo a média mínima e média máxima de 24,5 e 33,9°C, respectivamente. As aves receberam durante o período experimental uma mesma ração para os lotes de machos, fêmeas e mistos, à base de milho moído e farelo de soja, para a fase final (35-42 dias), seguindo as recomendações nutricionais e a composição química dos alimentos de Rostagno (2011). Durante todo o período experimental a ração e a água foram fornecidas ad libitum. Para avaliação do desempenho (consumo de ração, peso médio, ganho de peso e conversão alimentar) as rações e as aves foram pesadas aos 35 e aos 42 dias de idade. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey. As análises estatísticas foram realizadas com, o auxílio do Programa Computacional Sisvar (FERREIRA, 2011).

Resultados e Discussão

As características de desempenho (peso vivo, consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentar) no período de 35 à 42, estão apresentadas na Tabela 1. Os machos apresentaram aos 42 dias peso vivo superior (P<0,05) ao lote misto e posteriormente às fêmeas (Tabela 1), devido o seu desenvolvimento corporal ser mais rápido em relação às fêmeas, sendo que a criação em galpão convencional sem climatização não prejudicou seu potencial genético de rápido desenvolvimento. Confirmando a influência do sexo sobre o desempenho produtivo apresentado por Moreira et al. (2004), onde os machos também se sobressaíram. Resultados semelhantes também foram encontrados por Api (2014) ao trabalhar com as linhagens de frango de corte Cobb, Ross e Hubbard sexadas em lotes machos, mistos e fêmeas. Em relação ao consumo de ração (Tabela 1), os frangos criados nos lotes de machos e mistos consumiram maior quantidade de ração do que as fêmeas (P<0,05). Este fato pode ser explicado devido aos machos apresentarem necessidades energéticas diferentes das fêmeas, necessitando de uma maior quantidade de alimento para o seu melhor desenvolvimento corporal. Moreira et al. (2004) avaliando a influência do sexo no consumo de ração, obtiveram resultados semelhantes, onde o consumo de ração pelo os machos foram superiores as fêmeas. Para o ganho de peso (Tabela 1), os machos se sobressaíram (P<0,05) em relação às fêmeas, porém apresentaram resultados semelhantes aos lote misto. Resultados semelhantes foram obtidos por Api (2014) onde machos se diferenciaram no ganho de peso a partir da terceira semana de criação, até o abate. Para Stringhiniet al. (2003) a inferioridade das fêmeas é devido a uma maior quantidade de gordura corporal, causando assim a diminuição do ganho de peso. Já em relação à conversão alimentar (Tabela 1) não houve diferença entre os sexos (P>0,05), resultados que corroboram com os achados por Moreira et al. (2004).

Conclusões

Conclui-se que, 0 recomendado é criação de lotes machos da linhagem Cobb 500® na fase final, para a região de clima tropical.

Gráficos e Tabelas




Referências

ABPA - Associação Brasileira de Proteína Animal. 2015. Disponível em <http://abpa-br.com.br/setores/avicultura/mercado-mundial> acessado em: 04 de abril de 2017. ABREU, P. G. Ambiência avícola. Revista Avicultura Industrial, n. 1070, 1999. AMARAL, A.G.; YANAGI JUNIOR, T.; LIMA, R. R.; TEIXEIRA, V. H.; SCHIASSI, L. Efeito do ambiente de produção sobre frangos de corte sexados criados em galpão comercial. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.63, n.3, p.649-658, 2011. API, IVANDRO. Efeito da sexagem e de linhagens no desempenho e rendimento de carcaça de frangos de corte. 2014. 63f. Dissertação (Mestrado) – Departamento de Zootecnia, Dois Vizinhos, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2014. BOLDORINI, C. C.; FERNANDES, E. A.; SILVEIRA, M. M.; MARCACINE, B. A. Estudo comparativo entre diferentes linhagens comercias de frangos de corte. Revista Brasileira de Ciência Avícola, Campinas, v. 32, 2012. COTTA, J.T.; Separação por sexo otimiza produção de frangos de corte. 2010. Disponível em: <http://www.uov.com.br/cursos-online-avicultura/artigos/separacao-por-sexo-otimiza-producao-de-frangos-de-corte>. Acesso em: 04 de abril de 2017. FERREIRA, D. F. Sisvar: a computerstatisticalanalysis system. Ciência e Agrotecnologia. Editora: UFLA, v. 35, n.6, p. 1039-1042, 2011. FIGUEIREDO, E. A. P.; AVILA, V. S.; BRUM, P. A. R.; JAENISCH, F. R. F.; PEDROSO, P.D.; BOMM, E.. Frango de Corte Colonial EMBRAPA 041. Folder da linhagem. EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, 8p., 2000. MOREIRA, J.; MENDES, A. A.; ROÇA, R. O.; GARCIA, E. A.; NAAS, I. A.; GARCIA, R. G.; PAZ, I. C. L. A. Efeito da densidade populacional sobre desempenho, rendimento de carcaça e qualidade da carne em frangos de corte de diferentes linhagens comerciais. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 33, n. 6, p. 1506-1519, 2004. ROSTAGNO, H. S. Tabelas brasileiras para aves e suínos: composição de alimentos e exigências nutricionais. 3. ed. Viçosa: UFV, Departamento de Zootecnia, 2011. 252p. SILVA, A. B. P.; GARCIA, E. A.; MENDES, A. A. Efeito do sexo sobre desempenho e uniformidade em lotes de frangos de corte. In: CONFERÊNCIA APINCO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA AVÍCOLAS, 1994, Campinas. Trabalhos de pesquisa. Campinas: FACTA, p. 107-108, 1994. TABAJARA, P. Criação de frangos de corte sexados: vantagens x desvantagens e programas de alimentação. In: CONFERÊNCIA APINCO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA AVÍCOLAS, 1997, Campinas. Anais...Campinas: FACTA, p. 259-283, 1997. STRINGHINI, J.H.; LABOISSIÉRE, M.; MURAMATSU, K.; LEANDRO, N. S. M.; CAFÉ, M. B. Avaliação do Desempenho e Rendimento de Carcaça de Quatro Linhagens de Frangos de Corte Criadas em Goiás. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, p.183-190, 2003.