Efeitos da utilização de propilenoglicol na dieta de vacas da raça Holandesa no pré e pós-parto

Stefani Macari1, Cátia Heller Silinske2, Rogério Folha Bermudes3, Juliano Perottoni4, Mozer Manetti de Ávila5, Julio Viegas6, Bruna Ferrari Vieira Superti7, Gilberto Aguirré Superti8
1 - Departamento de Zootecnia - UFPEL, Pelotas, RS
2 - NUPECLE/UFSM, Palmeira das Missões, RS
3 - Departamento de Zootecnia – NUPECLE/UFPEL, Pelotas, RS
4 - Departamento de Zootecnia – NUPECLE/UFSM, Palmeira das Missões, RS
5 - NUPEEC/UFPEL, Pelotas, RS
6 - NUPECLE/UFSM, Santa Maria, RS
7 - Médica Veterinária, Palmeira das Missões – RS,
8 - ESCOLA AGROTÉCNICA CELESTE GOBBATO, Palmeira das Missões – RS

RESUMO -

O período mais crítico para as vacas leiteiras compreende os últimos dias de gestação até o início da lactação. O período de transição que as vacas passam é marcado por redução da ingestão de matéria seca dificultando o aporte nutricional adequado a esses animais, além de haver uma necessidade aumentada de energia, principalmente para as vacas de alta produção, levando-as a um quadro de balanço energético negativo (BEN). O propilenoglicol é um suplemento gliconeogênico muito estudado na redução de distúrbios metabólicos e na produção de leite e seus constituintes em vacas leiteiras durante o período de transição. Este trabalho teve por objetivo avaliar se a suplementação de propilenoglicol à dieta de vacas leiteiras da raça Holandesa, na dose de 300ml diários influenciaria a produção de leite corrigido à 4% de gordura, a produção de gordura bruta e de proteina. Realizado numa propriedade em Fortaleza dos Valos – RS, o estudo contou com 20 vacas multíparas de 3ª e 4ª lactação, que foram divididas em grupos aleatoriamente, os quais receberam ou não este suplemento gliconeogênico. As mensurações e coletas das amostras foram realizadas nos dias 14, 28, 42 e 56 de lactação, a quantidade de leite produzido calculado através da soma das duas ordenhas diárias. A dose administrada aos animais neste trabalho demonstrou ser insuficiente para que fosse constatada alguma alteração nas variáveis avaliadas.

Palavras-chave: balanço energético negativo; gliconeogênico; período de transição.

Effects of the use of propylene glycol on the diet of Holstein cows before and after delivery

ABSTRACT - The most critical period for dairy cows comprises the last days of gestation until the beginning of lactation. The transition period that the cows go by is measured by a reduction in the intake of dry matter, hindering the adequate nutritional supply to these animals, also to an increase of energy requirement, especially for the cows with high production, leading to a negative energy balance (NEB). Propylene glycol is a gluconeogenic supplement largely studied in the reduction of metabolic disorders and in the milk production and they constituents in dairy cows during the transition period. The aim of this study was to evaluate if the supplementation of propylene glycol in the diet of Holstein dairy cows at a daily dose of 300ml would influence the production of milk corrected at 4% fat, crude fat and protein production. Held at Fortaleza dos Valos - RS property, the study had 20 multiparous cows of 3rd and 4th lactation, which were divided into randomly groups, which received or not this gluconeogenic supplement. Measurements and sample collections were performed on days 14, 28, 42 and 56 of lactation, the amount of milk produced was calculated by adding both daily milks. The dose administered to the animals in this study was insufficient to detect any change in the variables evaluated.
Keywords: gluconeogenic; negative energy balance; transition period.


Introdução

A competição na qual está inserida a bovinocultura de leite do Brasil vem exigindo do produtor que deseja manter-se na atividade, uma busca constante de alternativas que possibilitem aumentar a produtividade do rebanho sem comprometer a sanidade dos animais, fato esse essencial para garantir a rentabilidade da atividade. Um dos momentos mais delicados da produção leiteira compreende o fim da gestação e o início da lactação. Esse é um período de transição onde as vacas, rapidamente, passarão de uma fase onde a demanda nutricional é pequena para um momento de alta demanda e reduzida capacidade de ingestão de matéria seca. Durante o período de transição, vacas leiteiras, principalmente, as de alta produção apresentam um balanço energético negativo (BEN), pois a energia, assim como demais nutrientes, obtida através da alimentação é insuficiente para atender suas exigências nutricionais. Grummer (1995) afirma que a ingestão de matéria seca nas três semanas anteriores ao parto está reduzida, em média 30%, não atendendo desta forma a demanda nutricional, havendo necessidade de mobilização das reservas corporais para suprir essa exigência. Esse período é marcado por grande estresse metabólico com queda no consumo voluntário de alimentos, intensa mobilização de reservas corporais e aumento da exigência nutricional. Segundo Sá Fortes et al. (2008), o período de transição é a fase mais crítica para a saúde da vaca leiteira podendo acarretar na redução da quantidade de leite produzido aumentando os gastos e afetando a rentabilidade da atividade. O período de transição compreende três semanas antes do parto e se estende até três semanas após o parto e é marcado por mudanças dramáticas no estado endócrino preparando a vaca para o parto e a lactogênese, além da demanda aumentada de nutrientes para o crescimento final do feto e para o início da síntese do leite, associado a uma redução da ingestão de matéria seca GRUMMER (1995) e Lomander et al. (2012). Segundo Invigarstem & Anerson, (2000) apud LOMANDER et al. (2012), durante esse período ocorrem adaptações e mudanças na regulação homeostática para aumentar e manter a lactação, por consequência da falta de homeostase, ocorre a diminuição da lipogênese e aumento na lipólise resultando no Balanço Energético Negativo. A lactose é o principal fator osmótico no leite, portanto quanto maior sua presença na glândula mamaria maior será a produção. A síntese da lactose, que é o principal glicídio do leite, pode consumir até 70% da glicose circulante no ruminante, o restante é utilizado para síntese de glicerol e fornecimento de energia no processo biossintetico. O propionato, o glicerol, as pentoses fosfatos e o lactato são precursores de glicose (GONZÁLES, 2001). A gordura do leite também utiliza grande quantidade da glicose sanguínea, cerca de 70% do glicerol necessário para a síntese do triacilglicerol na glândula mamária provém dessa fonte. Para os ruminantes a principal fonte de energia são os carboidratos, com a capacidade de ingestão de matéria seca reduzida e a demanda energética aumentada se faz necessário lançar mão de alguma ferramenta que possa fornecer essa energia em um volume pequeno de alimento, ou seja, suplementos concentrados. Assim, diversos pesquisadores buscam alternativas para amenizar o balanço energético negativo através de suplementos gliconeogênicos, que permitam ao animal expressar toda a capacidade de produção sem afetar a reprodução (OLIVEIRA et al. 2004). Entre os suplementos estudados está o propilenoglicol, um composto glicogênico, que apresentou resultados satisfatórios em vários trabalhos, onde foi possível observar redução das concentrações plasmáticas de beta-hidroxibutirato (BHBA), ácidos graxos livres, ureia e aumentando as concentrações plasmáticas de glicose, insulina, colesterol e IGF-I (Fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1) (FONSECA et al., 2003). A substituição de carboidratos fibrosos por não fibrosos na dieta aumenta a concentração desse nutriente fornecendo mais energia em menor volume de matéria seca, aumentando substancialmente a concentração de propionato (FARIA, 2009). No entanto existe um limite para essa substituição que, se excedida pode acarretar em outros problemas, tais como o deslocamento de abomaso (SHAVER, 1997), acidose ruminal, paraqueratose e abscessos hepáticos (VAN SOEST,1994) e etc. O presente estudo teve por objetivo avaliar a influência da suplementação com propilenoglicol para vacas leiteiras no início da lactação para a produção de leite corrigido a 4% de gordura, a produção de gordura bruta e a produção de proteína bruta aos 14, 28, 42 e 56 dias de lactação.

Revisão Bibliográfica

Segundo OLIVEIRA et al. (2004) a produção de leite esperada para a lactação se define durante o pré-parto. Esta é uma fase de transição, pois o animal vem de um período onde a exigência é pequena para um período em que a demanda metabólica, para a síntese de colostro e produção de grandes quantidades de leite, aumenta de forma expressiva. No final da gestação o desenvolvimento fetal aumenta exponencialmente a requisição de nutrientes por parte da mãe e do feto (Souza, 2007). Junto a isso ocorrem muitas alterações endócrinas e metabólicas, que podem vir a causar problemas para a saúde desses animais, tais como hipocalcemia, cetose, deslocamento de abomaso retenção de placenta, laminite e mastite, caso estas alterações não sejam bem coordenadas (Grummer, 1995; Lomander, et al., 2012). Além dessa elevada demanda nutricional, ocorre redução na ingestão de matéria seca imediatamente antes do parto, o que dificulta o suprimento dos nutrientes requeridos. Grummer (1995) observou que nas três últimas semanas de gestação há um aumento na mobilização de triglicerídeos do tecido adiposo para compensar a falta de nutrientes ingeridos. Leblanc (2006) apud SÁ FORTES et al. (2008), afirma que nesse período há maior risco do aparecimento de doenças metabólicas e infecciosas, apontou para um total de 75% dessas enfermidades ocorrerem no primeiro mês após o parto. Para Schafhäuser & Casarin (2009) o período de transição é quando ocorre a maior incidência dessas doenças, considerando que esse período vai desde alguns dias antes do parto até o pico da lactação, já Grummer (1995) considera que o período de transição está compreendido entre as três últimas semanas antes do parto até a terceira semana pós-parto. A demanda por grandes quantidades de nutrientes, por parte das vacas de alta produção logo após o parto para a síntese do leite, exige a ingestão de alimentos em grandes quantidades e com alta densidade energética. No entanto, esse é um dos momentos em que a capacidade de ingestão de matéria seca pela vaca ainda é reduzida, fato esse que aumenta o grau de dificuldade em atender as exigências nutricionais desta categoria, levando o animal a um quadro de balanço energético negativo (VARGAS et al., 2002). Costa et al. (2003) afirmam que nos 30 primeiros dias após o parto, que coincide com o pico de lactação, a capacidade de consumo encontra-se limitada impossibilitando o aporte ideal de nutrientes. Para amenizar este déficit de nutrientes ocorre mobilização das reservas de gordura corporal e de proteínas para equilibrar o balanço energético e permitir uma produção de leite elevada (CHIBISA et al., 2008). Os depósitos corporais de gordura e proteína são importantes reservas energéticas nos momentos em que a obtenção via ingesta é insuficiente, no entanto, para que este processo catabólico ocorra haverá gasto energético, contribuindo para as necessidades de nutrientes na fase inicial da lactação. (NRC, 2001). Uma série de atividades metabólicas é provocada pelo BEN em diferentes tecidos, ocasionando a glicogenólise, a glicogênese e a mobilização dos lipídeos de reserva, sendo os mecanismos de compensação os mesmos independente se a deficiência energética provém da diferença entre a ingestão e o gasto do início da lactação, ou se vem devido ao efeito de uma Cetose, ou ainda, se é conseqüência de jejum forçado pelo qual o animal tivesse passado. A consequência sobre a quantidade e o tipo de gordura em todos esses casos a resposta será similar, dependendo da intensidade, da duração ou da gravidade dos processos patológicos, a síntese de ácidos graxos de cadeia longa provenientes da mobilização das reservas lipídicas será aumentada (BARROS, 2001). É consenso comum entre os cientistas que o período de transição em vacas leiteiras de alta produção é marcado por grandes mudanças endócrinas e metabólicas que afetam de diversas maneiras a produção e a eficiência reprodutiva, que são funções energético dependentes. A principal fonte de energia para os ruminantes provém da fermentação, no rumem, de carboidratos dietéticos em ácidos graxos voláteis (AGV). Os principais AGV formados são: Acetato (Ácido Acético), Butirato (Ácido Butírico) e Propionato (Ácido Propiônico). A concentração de cada um depende da composição da dieta, do nível do consumo e do manejo alimentar. A maior formação de ácido propiônico se dá quando a dieta é rica em amido e sacarose (OLIVEIRA, 2002). O principal substrato para a síntese de glicose no fígado é o propionato, em seguida o lactato e depois os aminoácidos. Santos & Santos (1998) apud HUNTINGTON (1997), afirmam que cerca de 70% da glicose utilizada pela vaca leiteira é oriunda da gliconeogênese hepática. Faria (2009) diz que para uma vaca em lactação cerca de 50% de toda a glicose necessária para seu metabolismo pode utilizar o propionato como fonte. Algumas substâncias gliconeogênicas, como a glicerina e propilenoglicol, vêm sendo estudadas a longa data, inicialmente para fins terapêuticos no tratamento de acetonemia das vacas leiteiras, acetonemia gestacional dos ovinos e como terapia de suporte (OLIVEIRA, 2002). O propilenoglicol é um dialcool com três carbonos, muito utilizado na indústria farmacêutica em medicamentos, cosméticos, hidratantes e em vários alimentos processados, como aditivos umectantes corantes e flavorizantes e outros tantos usos. Quando em grandes quantidades é usado como fonte para síntese de carboidratos nos animais (FARIA, 2009). Por ser um composto gliconeogênico, nos ruminantes o propilenoglicol vinha sendo estudado/utilizado principalmente no tratamento de doenças metabólicas, atualmente tem surgido trabalhos que avaliam, também, a produção de leite e sua composição. Pickett et al. (2003), afirmam que o propilenoglicol é um precursor glicogênico que vem sendo utilizado por muitos anos para o tratamento de cetose antes e depois do parto, estes autores conduziram um experimento utilizando propilenoglicol administrado na forma de Drench por três dias após o parto e constataram que os animais que receberam o suplemento apresentaram menor concentração de NEFA no plasma durante os 21 primeiros dias de lactação e uma tendência de redução de beta-hidroxi butirato (BHBA) nos primeiros 7 dias. Fonseca et al. (2003), suplementaram vacas de alta produção no pré e pósparto com 300g de propilenoglicol para avaliar a ocorrência de cetose no inicio da lactação e as consequências na produção de leite, escore de condição corporal e intervalo do parto ao primeiro cio. Neste experimento concluiram que o propilenoglicol não influenciou significativamente a produção de leite nem o intervalo parto-primeiro cio, além de que houve maior ocorrência de acetonemia nos animais do grupo tratamento em relação ao grupo controle.  Em estudo para testar a hipótese de que o propilenoglicol poderia amenizar a perda de proteína corporal durante o início da lactação, Chibisa et al. (2008) conduziram um experimento onde usaram 600mL de propilenoglicol à dieta das vacas, entre os dias 7 antes do parto até o 45° dia após o parto. Nesse estudo os autores não encontraram efeitos nos principais índices de metabolismo das proteínas do corpo indicado que a suplementação com propilenoglicol não reduziu a mobilização das reservas proteicas da vaca, fato que não surpreendeu os autores pois o propilenoglicol não amenizou o estado energético desses animais. Grummer et al. (1994), utilizaram novilhas no pré-parto sob restrição alimentar recebendo de 50 a 70% do consumo voluntário, avaliaram os efeitos da suplementação com quatro diferentes níveis de propilenoglicol (0, 296, 592 e 887mL) quanto aos metabólitos no sangue, chegando a conclusão de que o propilenoglicol administrado via oral na dose de 296mL uma vez ao dia, à novilhas sob restrição alimentar, foi quase tão eficiente quanto a dose máxima testada de 887mL para a redução da concentração plasmática dos ácidos graxos não esterificados (NEFA).

Materiais e Métodos

O estudo de campo, para avaliar a resposta ao uso de propilenoglicol, foi realizado em uma fazenda comercial instalada na cidade de Fortaleza dos Valos-RS. Para este trabalho foram utilizadas 20 vacas da raça holandesa de 3ª e 4ª lactação, que num primeiro momento foram divididas aletoriamente em dois lotes de dez animais cada. Durante todo o experimento os animais receberam a mesma dieta básica contendo volumoso composto por silagem de milho, silagem de cevada e feno de azevém, além de ração concentrada comercial específica para cada fase. A diferença entre os tratamentos se deu com o fornecimento de 300g de propilenoglicol adicionados à dieta total, iniciado 21 dias antes do parto previsto, a um dos grupos. Após o parto o grupo que havia recebido o suplemento no pré-parto foi novamente dividido, e 5 destes animais seguiram recebendo o suplemento contendo propilenoglicol até o fim do experimento, os outros 5 deixaram de receber. Com o grupo que não recebeu o propilenoglicol no pré-parto ocorreu a mesma divisão, e 5 desses animais passaram a receber o suplemento enquanto que os demais seguiram sem ser suplementados até o fim do período. Neste trabalho foi avaliada a produção de leite corrigido a 4% de gordura e a produção de gordura e de proteína. Para o calculo da correção do leite utilizou-se a fórmula descrita no NRC 2001: PLC4% = PL x [0,4 + (%G leite x 0,15)]. As coletas foram realizadas aos 14, 28, 42 e 56 dias de lactação, sendo usada para calcular a produção de leite a soma das coletas das ordenhas da manhã e da tarde e corrigido para 4% de gordura, conforme NRC (2001). O delineamento utilizado foi de blocos ao acaso, em que os animais foram blocados em cada tratamento de acordo com o mês previsto de parto (de janeiro a abril de 2015). Os dados foram analisados pelo procedimento MIXED do SAS (2009). Foram considerados no modelo os efeitos fixos de suplementação pré-parto, pós-parto, e interação entre elas, efeito de semana de lactação, bem como da interação entre semana de lactação e os demais efeitos fixos do modelo. No modelo, o mês previsto de parto (bloco) foi considerado como efeito aleatório. Os dados foram analisados como medidas repetidas no tempo. Diversas estruturas de erros foram investigadas, e a estrutura escolhida foi de acordo com o critério de informação bayseano (BIC). As médias ajustadas foram separadas e comparadas pela opção diff do LSMEANS do procedimento MIXED (alpha = 0,05).

Resultados e Discussão

As médias das variáveis mensuradas nesse trabalho, produção de leite corrigido para 4% de gordura e produção de gordura Bruta (GB) e de proteína bruta (PB), estão apresentadas na Tabela 1. Nas tabelas 2, 3 e 4 podem ser observadas as produções de leite corrigido à 4% de gordura, produção de gordura bruta e de proteína bruta do leite de acordo com os dias de coleta e o tratamento recebido. Os resultados para estas variáveis não apresentam diferenças (P>0,05) entre os tratamentos no pré e pós-parto e nem em suas interações. Resultados semelhantes, para a produção de leite, foram encontrados por Fonseca et al. (2003). Lomander et al. (2012), encontraram uma tendência a aumentar a produção de leite para o grupo que recebeu o tratamento. Oliveira et al. (2004), mesmo tendo administrado dose de 500ml de propilenoglicol por animal/dia, também não observaram diferença significativa entre os tratamentos. Já, Sá Fortes et al. (2008) verificou queda na produção no grupo que recebeu o propilenoglicol somete após o parto. Essa queda foi inesperada, mas segundo esses autores, pode ser explicada pelo fato de que o propilenoglicol pode resultar em lactato devido a rota de utilização, esse lactato poderia provocar um quadro de acidose subclínica o que resultaria em queda na produção de leite. Com relação produção de proteína e de gordura, este trabalho corrobora com os estudos realizados anteriormente por Chibisa et al. (2008), que também não encontraram diferenças significativas com a utilização do propilenoglicol. Sá Fortes et al. (2008), observaram redução na produção de gordura durante os 21 dias de avaliação, para o grupo que recebeu tratamento com propilenoglicol após o parto. Gonçalves (2015) usou drench contendo 300ml de propilenoglicol, além de outros suplementos gliconeogênicos, em duas doses, uma imediatamente após o parto e outra 24 h depois, esse autor também não encontrou diferenças significativas entre os tratamentos para a produção de leite, produção de gordura e de proteína. A quantidade do produto fornecido aos animais pode ter sido pequena para que pudesse suprir suas exigências energéticas, ou ainda pode ter havido algum grau de acidose ruminal o que poderia explicaria a falta de resultados observada nesse estudo. Novos estudos deverão ser realizados para que se possa chegar afirmar a eficiência do produto para as variáveis analisadas.

Conclusões

A suplementação com 300ml de propilenoglicol na dieta das vacas em lactação, tanto no período pré como no pós-parto, não promoveu alterações na produção de leite, de gordura e de proteína, avaliadas nesse estudo.

Gráficos e Tabelas




Referências

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