Estresse térmico em bubalinos confinados com dietas contendo níveis crescentes de torta de cupuaçu (Theobroma grandiflorum) em substituição ao milho na região de Parintins, Amazonas

Ancelmo Rodrigues Cunha1, Ronaldo Francisco de Lima2, Terezinha Teixeira de Souza3, Avelino Paiva da Cruz Neto4, Leana Livramento Azevedo5, Diego Souza Pantoja6, Maiara dos Santos Ferreira7, Ercvania Rodrigues Costa8
1 - Acadêmico do Curso de Zootecnia, Universidade Federal do Amazonas
2 - Professor Assistente, Universidade Federal do Amazonas
3 - Acadêmico do Curso de Zootecnia, Universidade Federal do Amazonas
4 - Acadêmico do Curso de Zootecnia, Universidade Federal do Amazonas
5 - Acadêmico do Curso de Zootecnia, Universidade Federal do Amazonas
6 - Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal na Universidade Federal do Amazonas
7 - Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal na Universidade Federal do Amazonas
8 - Acadêmico do Curso de Zootecnia, Universidade Federal do Amazonas

RESUMO -

Resumo: Objetivou-se avaliar as variáveis fisiológicas de termorregulação de dezoito bubalinos confinados alimentados com dietas a base de milho em substituição por torta de cupuaçu. Os animais foram distribuídos e um de três tratamentos: 0, 50 e 100% de substituição ao de milho moído por torta de cupuaçu. O tratamento com 100% de substituição de milho por torta apresentou menor temperatura retal. Os animais apresentaram maior frequência respiratória, temperatura retal e temperatura da pele as 13:00 horas, permanecendo elevada até à 1:00 hora.

Palavras-chave: clima tropical, temperatura, ITU, umidade

Thermal stress in buffaloes confined to diets containing increasing levels of cupuaçu (Theobroma grandiflorum) cake in substitution to corn in the region of Parintins, Amazon

ABSTRACT - The objective of this study was to evaluate the physiological variables of thermoregulation of eighteen confined buffaloes fed with corn-based diets in substitution for cupuaçu pie. The animals were distributed and one of three treatments: 0, 50 and 100% replacement to that of milled corn per cupuaçu pie. The treatment with 100% corn substitution per pie presented lower rectal temperature. The animals had a higher respiratory rate, rectal temperature and skin temperature at 13:00 p.m., remaining elevated until 1:00 p.m.
Keywords: humidity, tropical climate, temperature, THI,


Introdução

Os búfalos (Bubalus bubalis), originário do continente asiático e de algumas regiões da Europa, encontram-se distribuídos em amplo espaço geográfico em vários continentes. Foram introduzidos no Brasil ao final do século XIX, na Ilha de Marajó, Estado do Pará, estando atualmente disseminados em todo o País (GUIMARÃES, 2001). Os búfalos apresentam adaptabilidade às mais variadas condições ambientais, entretanto possuem baixa quantidade de glândulas sudoríparas, com pêlos pouco densos e escuros, sendo sensíveis à radiação solar (HARVEY, 1963). Animais alimentados exclusivamente com alimento volumoso apresentam maiores temperaturas corporais e maiores frequências respiratórias, em relação a animais alimentados com rações ricas em concentrado (HAFEZ, 1973). Diante do exposto objetivou-se avaliar aspectos fisiológicos de termorregulação em bubalinos confinados alimentados com dietas de substituição de milho por torta de cupuaçu (Theobroma grandiflorum) visando contribuir para o estabelecimento de técnicas de manejo e alimentação mais adequadas à produtividade animal em condições tropicais.

Revisão Bibliográfica

De acordo com dados do IBGE (2015), o efetivo de bubalinos de 2015 foi de 1,37 milhões de cabeças, representando um aumento de 3,5% em relação ao ano anterior, na Região Norte concentra-se 66,3% desse total. Na região amazônica a bubalinocultura é uma atividade bastante expressiva, tendo os búfalos relevantes resultados de produção diante a pecuária local. Esses animais são criados principalmente em áreas de várzea, onde predominam pastagens nativas. No entanto, há necessidade do desenvolvimento de tecnologias produtivas e alternativas de desenvolvimento para tornar a atividade ainda mais interessante. Os animais, em muitas fazendas bovinos ou bubalinos, são criados exclusivamente a pasto, sem nenhuma suplementação proteica, energética ou até mesmo mineral (NASCIMENTO; MOURA CARVALHO, 1993; BERNARDES, 2007). Os búfalos apresentam adaptabilidade às mais variadas condições ambientais, possuindo alta concentração de melanina na pele e no pelo com pele escura, no entanto, possuem baixa quantidade de glândulas sudoríparas, baixa densidade de pelos, sendo sensíveis à radiação solar (HARVEY, 1963). Em condições de temperaturas elevadas, apresentam alterações nos parâmetros fisiológicos, queda da produção e eficiência reprodutiva (COSTA, 2007; GARCIA, 2013). Dessa forma utilizam outros meios de aclimatação aos trópicos, como a via respiratória, com alta habilidade fisiológica para eliminar o excesso de calor (VILLARES et al., 1979). Segundo Hafez (1973), rações compostas exclusivamente de volumoso traduzem-se em maiores temperaturas corporais e maiores frequências respiratórias, em relação às rações ricas em concentrado. Sendo assim, rações com baixo teor de volumoso seriam mais indicadas para as condições tropicais, em função de um menor incremento calórico (LUCCI, 1977). O uso de subprodutos da agroindústria é interessante por apresentarem baixo custo de aquisição, disponibilidade, e principalmente, por dar destino correto a resíduos sólidos, minimizando a poluição ambiental (LIMA et al. 2011). A torta do cupuaçu (TC) é o resíduo da extração do óleo da semente seca realizado por prensagem mecânica (PEREIRA, 2009). Segundo Pimentel et al. (2016), a TC possui 90,41% de matéria seca, 5,12% de matéria mineral, 20,30% de proteína bruta, 52,22 % de fibra em detergente neutro, 2,44% de extrato etéreo e 19,92% de carboidratos não fibrosos.

Materiais e Métodos

Dezoito búfalos da raça Murrah, machos e não castrados, com peso vivo inicial médio de 233 ± 31 Kg foram alimentados individualmente em confinamento total do tipo Tie stall, com camas de serragem, e acesso irrestrito a água. Os animais foram alimentados com silagem de capim elefante (Pennisetum purpureum) e concentrado a base de farelo de soja, farelo de milho e torta de cupuaçu. A dieta foi fornecida duas vezes ao dia (06:00 e 16:00h). O experimento teve duração de 39 dias, sendo 32 dias de coleta de dados e sete dias de adaptação. Foi avaliado o efeito de níveis crescentes de substituição do milho por torta de cupuaçu na dieta sobre parâmetros fisiológicos de estresse térmico. Os tratamentos constituíram em 0% (T0), 50% (T50) e 100% (T100) de substituição de milho por torta de cupuaçu. As dietas experimentais eram isoproteícas e compostas com base na matéria seca de: T0 - 30,0% de silagem de capim, 19,0% de casca de soja, 35,75% de milho moído fino, 12,0% de farelo de soja, 2,0% de mistura mineral e vitamina e 1,25% de uréia;  T50 - 30,0% de silagem de capim, 18,0% de milho moído fino, 18,4% de torta de cupuaçu, 19,0% de casca de soja, 12,0% de farelo de soja, 2,0% de mistura mineral e vitamina e 0,06% de uréia;  T100 - 30,0% de silagem de capim, 37,0% de torta de cupuaçu, 19,0% de casca de soja, 12,0% de farelo de soja e 2,0% de mistura mineral e vitamina. Os dados ambientais foram obtidos a partir do registro diário da temperatura do bulbo seco, temperatura do bulbo úmido e da temperatura do globo negro, com o auxílio de um termohigrometro e de um termômetro de globo negro, respectivamente. Os dados de temperatura do ar (°C) e umidade relativa do ar (%) foram registrados com auxílio de um data logger instalado dentro do galpão. As variáveis fisiológicas de frequência respiratória (FR), temperatura retal (TR) e temperatura da superfície da pele (TP) foram coletadas em dias alternados nos horários de 07:00, 13:00, 19:00 e 01:00 hora.  A frequência respiratória foi obtida por meio da contagem dos movimentos respiratórios observados na região do flanco lado direito do animal durante um minuto. A temperatura retal aferida diretamente na ampola retal de cada animal com o auxílio de um termômetro clínico digital. A temperatura da superfície da pele foi mensurada com termômetro de contato. O ITU (índice de temperatura e umidade) foi calculado pela equação proposta por Kelly & Bond (1971), em que: ITU = Ts – 0,55* (1 – UR) * (Ts – 58); sendo Ts a temperatura do ar em (°F) e UR a umidade relativa do ar em decimais. O índice de temperatura de globo e umidade (ITGU) foi calculado de acordo com o proposto por Buffington et al. (1981), pela equação: ITGU = tgn + 0,36tpo + 41,5,em que: tgn é a temperatura de globo negro e tpo é a temperatura do ponto de orvalho. Os dados foram submetidos a análise no PROC MIXED do SAS 9.1. O modelo considerou efeito de bloco, tratamento, dias, horas do dia e suas interações. Dois contrastes pré planejados foram analisados para avaliar efeito linear e quadrático de substituição de milho por torta de cupuaçu.

Resultados e Discussão

As variáveis meteorológicas e índices de conforto térmico estão apresentadas na tabela 1. Os valores de temperatura do ar estiveram abaixo 36 ˚C, que segundo Guimarães et al. (2001), é temperatura na qual bubalinos entram em estresse calórico mesmo utilizando com eficiência o seu sistema termorregulador, a fim de manter o equilíbrio térmico. Entretanto de acordo com Nääs (1989), níveis de umidade relativa do acima de 50% reduzem a produtividade animal em qualquer faixa de temperatura. Observa-se, também, que durante o confinamento, os bubalinos passaram por desconforto térmico, com base nos valores médios de Indice de temperatura e umidade (ITU) e índice de temperatura de globo negro e umidade (ITGU) de 80,0 e 79,5 respectivamente. Sendo os valores de ITU e ITGU confortáveis para bubalinos considerado por Baccari Júnior et al. (1986) e Souza et al. (2002) são respectivamente, 75 e 74. As dietas com proporções crescentes de torta de cupuaçu em substituição ao milho, influenciaram significativamente (P˂0,01) a TR (Tabela 2). No entanto não influenciaram (P˃0,05) a TSC e FR. Os valores de TR, TSC e FR foram influenciados significativamente com a hora do dia conforme mostram a figura 1. A  figura 1A mostra que a TR de bubalinos confinados alimentados com dieta contendo 100% de torta de cupuaçu em substituição ao milho, foi menor que a TR dos animais alimentados com dietas contendo 50% e 0%. Esse fato pode ser explicado pelo teor de lipídeos na torta de cupuaçu (em torno de 19% de estro etéreo), pois de acordo Palmquist e Mattos (2011), alimentos com maiores teores de lipídeos apresentam menor incremento calórico. Os valores de TP expressos na figura 1B corroboram com os valores encontrado por Silva et al. (2011), que observou menores valores de TP no turno da manhã em comparação ao turno da tarde, provavelmente devido ao aumento na intensidade da radiação solar longo do dia (Lourenço Júnior et al. 2006) e a predisposição do búfalo para absorver calor involuntariamente (Garcia, 2013). Segundo Silva et al. (2011), em condições de altas temperatura, há um aumento do fluxo sanguíneo do núcleo central para a periferia corporal, na tentativa de eliminar calor, o que contribui para a elevação da TP, sendo a possível explicação para os valores de TP observados a noite. Os valores de FR observados na figura 1B corroboram com os resultados de Sevegnani et al. (2013), que observou maiores valores no período da tarde. No entanto os valores de FR observados no presente estudo estiveram fora da faixa considerada normal para búfalos, situando-se entre 18 a 31 movimentos/minuto (SHAFIE, 2000).

Conclusões

Os búfalos apresentaram desconforto térmico, pois foi constatado que os índices de conforto térmico ITU e ITGU estiveram fora da faixa preconizada na literatura. A inclusão da torta de cupuaçu na alimentação de búfalos contribuiu para minimizar o estresse calórico desses animais em condições amazônicas. As variáveis fisiológicas variaram de acordo com a hora do dia mostrando que mesmo em condições de sombreamento, esses animais mostram menor predisposição em perder calor.

Gráficos e Tabelas




Referências

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