GANHO DE PESO DE CORDEIROS CONFINADOS DA RAÇA OVINA CRIOULA COM UTILIZAÇÃO DE FARELO DE ARROZ INTEGRAL
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RESUMO -
Uma forma de diminuir os custos com a alimentação é a consorciação de uma ração de qualidade com subprodutos. Este trabalho teve como objetivo avaliar diferentes níveis de inclusão de farelo de arroz integral na dieta em cordeiros da Raça Crioula Lanada em confinamento. Foram utilizados 22 cordeiros, com peso inicial de 20,45 kg e distribuídos aleatoriamente entre três tratamentos: 0%, 15% e 30% de inclusão de Farelo de Arroz Integral (FAI), numa proporção 50% concentrado e 50% de volumoso. Foi avaliado peso vivo (kg), escore de condição corporal, Ganho total (kg). Não houve diferenças significativas entre os tratamentos para Ganho de Peso, Ganho Médio Diário e Escore de Condição Corporal. Não houve diferenças significativas entre os tratamentos para Ganho de Peso, Ganho Médio Diário, Escore de Condição Corporal (P>0,05). Com os resultados obtidos podemos concluir que a substituição do FAI na dieta de ruminantes demonstrou-se eficiente.
WEIGHT GAIN OF LAMBS IN FEEDLOTS OF CRIOULA’S SHEEP BREED WITH THE USE OF RICE MEAL
ABSTRACT - A way of cost reduction with feeding is a consortium of high quality food with by-products. The objective of this study was to evaluate different levels of inclusion of whole rice bran in the diet of Creole Breed lambs’ kept in feedlots. A total of 22 lambs, with initial weight of 20.45 kg, were randomly distributed among three treatments: 0%, 15% and 30% of Whole Rice Bran (WRB), 50% concentrate and 50% roughage. The alive weight (kg), body condition score and total gain (kg) were evaluated. There were no significant differences between the treatments for Weight Gain, Daily Average Gain and Body Condition Score. There were no significant differences between the treatments for Weight Gain, Daily Average Gain, Body Condition Score (P> 0.05). With the results obtained to conclude that the WRB replacement in the ruminant diet was efficient.Introdução
A raça Ovina Crioula é uma raça rústica e muito resistente, tanto para endo quanto para ectoparasitas, tornando-se um atrativo para investimento, entretanto há poucos estudos sobre ela (VAZ, 2000).A carne ovina vem sendo apontada como uma alternativa de fonte proteica e de excelente qualidade nutricional. No entanto, para a produção de animais jovens para o abate é preciso modificar o meio ambiente, principalmente no que se refere à alimentação. E a utilização de subprodutos da indústria pode ser uma alternativa viável ao produtor.
A produção em pequenos ruminantes com a finalidade na exploração de carne precoce e de qualidade vem crescendo nos últimos anos, desta forma, aliar o ponto ótimo de abate e o menor de custo de produção é essencial, na busca do ponto máximo de produtividade. Assim, a mensuração das características de in vivo do animal é uma ferramenta de grande importância no momento em que se avalia a terminação destes, considerando as diferentes raças, tornando-se uma maneira eficaz de se comparar e de mensurar o real desenvolvimento corporal e o ponto ótimo de abate.
Desta forma, este trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho de cordeiros da Raça Ovina Crioula em confinamento, alimentados com diferentes níveis de inclusão do Farelo de Arroz Integral na dieta.
Revisão Bibliográfica
A Ovelha Crioula Lanada é considerada uma raça nativa dispersa na América Latina e Caribe. No Brasil teve origem dos rebanhos trazidos no século XVII, durante a colonização espanhola, e do cruzamento com outras raças importadas, a partir da colonização portuguesa. A ovelha Crioula Lanada possui aptidão mista (carne, pele e lã), sendo a pele e a lã naturalmente coloridas utilizadas no artesanato (VAZ, 2000).
De acordo com Rota et al., (2002) a raça Crioula mesmo não sendo considerada produtora de carne, pode produzir carcaças com carne de boa qualidade quando abatidas no momento apropriado, ou seja, na proporção ideal de seus tecidos.
O rendimento da carcaça pode ser influenciado pelo o manejo nutricional dos animais, e quando falamos em confinamento como forma de terminação, a alimentação é grande parte do custo de produção e, uma das alternativas de diminuir os valores é a utilização de subprodutos da agroindústria.
Santos et al (2010) ressaltaram que o milho é o alimento concentrado energético mais utilizado na formulação de dietas para animais, porém, nas últimas décadas, os pesquisadores de nutrição de ruminantes tem buscado alimentos que o substituam nas dietas baseados o seu elevado custo e grande oscilação de preço ao longo.
O arroz está entre os cereais mais consumidos do mundo e o Brasil é um dos maiores produtores mundiais, e um dos ingredientes alternativos que pode ser utilizado como suplemento energético é o farelo de arroz integral (FAI), que é um subproduto do beneficiamento do arroz (Lima, 2011).
Materiais e Métodos
O experimento foi realizado Universidade Federal do Pampa, Campus Dom Pedrito - RS, entre os meses de março a junho, com 22 cordeiros Crioulos lanados, com peso médio inicial de 20,45 kg e escore de condição corporal de 1,66. Os animais foram alocados em baias individuais com 1m², com água a vontade e alimentação balanceada de acordo com o consumo e sobra diária, dividida em duas ofertas, uma pela manhã as 8 horas e outra pela tarde às 17 horas. O tempo de estudo foi preconizado por uma etapa de 14 dias de adaptação dos animais à alimentação, manejo e instalações e mais 76 dias de confinamento total.As pesagens para avaliação de ganho de peso foram realizadas a cada 14 dias, quando foram realizadas as avaliações do escore de condição corporal (ECC), segundo metodologia descrita por Russel et al (1969), avaliando a deposição de gordura e dos demais tecidos musculares do animal vivo. Para apreciação da condição corporal foi utilizada a palpação da região lombar dos animais na apófise espinhosa e apófise transversa sobre o músculo Longissimus dorsis, sendo atribuída nota de 1 a 5, onde 1 é o animal excessivamente magro e 5 animal excessivamente gordo.
Os tratamentos foram constituídos nos seguintes sistemas de alimentação: tratamento 1 – 50% de feno de alfafa (Medicago sativa L.) + 50 % de ração balanceada, com 0% de farelo de arroz na formulação; tratamento 2 - 50% de feno de alfafa + 50 % de ração balanceada, com 15% de Farelo de Arroz na formulação em substituição ao milho e tratamento 3 - 50% de feno de alfafa + 50 % de ração balanceada, com 30% de Farelo de Arroz na formulação em substituição ao milho.
O delineamento foi inteiramente casualizado e os resultados foram submetidos à análise de variância e teste “F” e teste de Tukey em nível de 5%, para comparação de médias. Os procedimentos estatísticos foram conduzidos utilizando-se o R (Melo, 2013).
Resultados e Discussão
As médias e desvios padrão, encontrados no experimento para peso inicial e carregamento (kg), ganho médio diário total (kg), ganho total (kg) e escore de condição corporal (ECC) inicial e final, para os animais confinados suplementados com farelo de arroz integral (FAI), podem ser observados na Tabela 1.De acordo com Pérez e Cruz (2014), o crescimento surge como resultado coordenado dos processos de hiperplasia e hipertrofia, quando o balanço entre processos anabólicos e catabólicos no tecido favorece o anabolismo. Os autores ainda comentam que o crescimento do animal é inerente ao desenvolvimento das partes do organismo que o compõem, num determinando tempo, as funções que explicam a relação peso/idade irão representar a composição do crescimento das partes do organismo que contribuem para o desenvolvimento do animal.
O crescimento é o desenvolvimento dos tecidos, que gera o aumento de peso, chegando ao tamanho adulto. Isso é a transformação do animal, que alcança ao mesmo tempo todas as suas funções de desenvolvimento ósseo, muscular, o adiposo, a sua plenitude e maturidade sexual (Selaive, 2014).
Os animais utilizados neste experimento apresentaram um desenvolvimento considerado satisfatório, pois o experimento teve inicio quando os animais tinham 120 dias de vida e até os 150 dias acontece o pico de produção de músculos e após este período o animal começa a acumular gordura.
Ao analisar os dados, podemos comentar que observou-se um acréscimo de ganho de peso, no inicio do período experimental, provavelmente por estes animais serem provenientes de um sistema de produção extensivo, no qual não havia o suprimento das exigências nutricionais necessárias para expressarem seu potencial de ganho de peso, com o decorrer do período experimental, esses animais alcançaram o platô de crescimento e obtiveram um decréscimo de ganho de peso, provavelmente, por já estarem depositando gordura ao invés de músculo.
Após o amadurecimento, o peso do animal se estabiliza, pois a gordura é mais leve do que o músculo, sendo assim a medida que o animal amadurece os valores de ganho médio diário vão estabilizando e o escore de condição corporal vai aumentando devido a deposição de gordura.
Conclusões
A substituição da fonte tradicional de energia da dieta, o milho, pelo farelo de arroz integral apresentou resultados satisfatórios para ganho de peso e escore de condição corporal, quando alimentados em regime de confinamento e com dieta balanceada com substituição de até 30 % na composição total.Gráficos e Tabelas
Referências
VAZ, C. M. S. L. Morfologia e aptidão da ovelha crioula lanada. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Embrapa Pecuária Sul. Documento 22. Novembro 2000. Páginas: páginas 5,6,7,8,13,14.SANTOS, J.W.; CABRAL, L.S.; ZERVOUDAKIS, J. Farelo de arroz em dietas para ovinos. Rev. Bras. Saúde Prod. An., v.11, n.1, p. 193-201 jan/mar, 2010.
LIMA, J. M. M. de.; Uso de arroz e seus subprodutos do beneficiamento na alimentação de suínos. Guia Gessuli de Avicultura e Suinocultura Industrial. 2011.
RUSSEL, A.J, F.; DONEY, J.M.; GUNN, R.G. Subjective assessment of body fat in live sheep. Journal Agricultural Science, v.72, p.451-454, 1969.
PÉREZ, J. R. O.; CRUZ, C. L. dos. S. Crescimento e desenvolvimento de cordeiros. Produção de Ovinos no Brasil. Capítulo 19. Seção 7. 2014. Páginas 196 e 197.
MELLO, M. P. ;PETERNELLI, L. A. Conhecendo o R: uma visão mais que estatística.
Viçosa: Ed. UFV, 2013.
SELAIVE, A.B. & OSÓRIO, J.C.S. Produção de ovinos no Brasil. 1.ed.,656 p. – São Paulo: Editora Roca, 2014.