GANHO DE PESO DE ÉGUAS DA RAÇA CRIOULA COM SUPLEMENTAÇÃO DE ÓLEO VEGETAL NA DIETA

André Eduardo Mello Cerbaro1, Rodolfo Noal Gonçalves2, Magda Pierezan3, Alexandre Massolino4, Mateus Ilha5, Jaqueline Schneider Lemes6
1 - Universidade Federal de Santa Maria
2 - Universidade Federal de Santa Maria
3 - Universidade Federal de Santa Maria
4 - Universidade Federal de Santa Maria
5 - Universidade Federal de Santa Maria
6 - Docente Universidade Federal de Santa Maria

RESUMO -

Objetivou-se avaliar o ganho de peso de éguas Crioulas com a inclusão de óleo vegetal na dieta, utilizou-se seis animais, onde três animais foram submetidos a alimentação com aveia (Avena sativa) e Capim-aruana (Panicum maximum Jacq., cv. Aruana) e três animais com aveia (Avena sativa), Capim-aruana (Panicum maximum Jacq., cv. Aruana) e óleo de soja durante 27 dias. O tratamento controle consumiu 5 kg de matéria seca de aveia e 5 kg de matéria seca de Capim-aruana diariamente, já os animais que ingeriram óleo 3,45 kg de aveia, 500g de óleo de soja e 5 kg de Capim-aruana por dia, a substituição na aveia foi calculada para que ambos os tratamentos tivessem a mesma quantidade de energia na sua dieta. Resultados mostram que, apesar do maior ganho de peso na dieta do óleo este ganho não é significativo pelo teste ANOVA.

Palavras-chave: Óleo de soja, energia, equinos, lipídios

WEIGHT GAIN OF CRIOULA MARES WITH SUPPLEMENTATION OF VEGETABLE OIL ON DIET

ABSTRACT - The objective was to evaluate the weight gain of Crioulas mares with the inclusion of vegetable oil in their diet. Six animals were used, with three animals submitted to feed with oats (Avena sativa) and Capim-aruana (Panicum maximum Jacq (Aruana) and three animals with oats (Avena sativa), Aruana grass (Panicum maximum Jacq., Aruana cv.) and soybean oil for 27 days. The control treatment consumed 5 kg of dry matter of oats and 5 kg of dry matter of Aruana grass daily, while the animals that ingested oil 3.45 kg of oats, 500 g of soybean oil and 5 kg of Aruana grass per day, the substitution in oats was calculated so that both treatments had the same amount of energy in their diet. Results show that, despite the greater weight gain in the diet of the oil in the diet increases the weight gain in the first 27 days, but this gain is not significant by the ANOVA test.
Keywords: Soybean oil, energy, equines, lipids


Introdução

Nos últimos anos, a nutrição e manejo dos equinos têm sido muito estudados pelo crescimento do mercado de equinos em todo o mundo e a popularização da equitação como esporte e lazer (MORGADO, 2006). O uso de lipídios é uma importante fonte de energia na dieta de equinos. O valor energético de uma fonte pode variar devido a sua estrutura química de triglicerídeos e dos ácidos graxos. A escassez de informações quanto às interações que ocorrem com a utilização de lipídios nas dietas para equinos, dificulta a tomada de decisões sobre o seu real valor nutritivo e respostas em termos de crescimento (PAGAN; HINTZ,1986). Segundo RESENDE (2002) o principal benefício da introdução dos lipídios no alimento diário dos equinos é fornecer maior quantidade de energia quando já se alcançou a taxa máxima de consumo de matéria seca.

Revisão Bibliográfica

O arraçoamento dos plantéis equinos é baseado, tradicionalmente, em três alimentos; milho, aveia e alfafa. Isto ocorre principalmente devido à falta de investigação científica que permite o desenvolvimento de soluções alternativas para substituição daqueles ingredientes. O grande interesse despertado e divulgado ultimamente pela criação de equinos fez com que vários países da Europa e os Estados Unidos passassem a se preocupar com problemas relacionados com a nutrição dessa espécie animal (MANZANO,1979). A introdução de gordura na dieta de animais atletas ocorreu em 1973, com o objetivo de prevenir a rabdomiólise em cães de corrida (KRONFELD et al., 1998). Segundo Lawrence et al. (1995), a gordura pode ser adicionada em dietas para equinos para aumentar sua densidade energética. O suprimento de energia para atividades físicas com maiores demandas é normalmente obtido pelo aumento do percentual de grãos na dieta. Apesar de constituírem uma fonte concentrada de energia digestível, o aumento do fornecimento de grãos pode conduzir a distúrbios digestivos e metabólitos (MARQUEZE,2001). A gordura adicionada em níveis acima de 20% nas dietas não tem apresentado efeito negativo sobre o consumo ou a digestibilidade de matéria seca e energia em cavalos (HINEY & POTTER, 1996).

Materiais e Métodos

Foram utilizados seis animais da raça crioula com 4 anos de idade, onde três animais (tratamento controle) foram submetidos a apenas alimentação com aveia (Avena sativa) e Capim-aruana (Panicum maximum Jacq., cv. Aruana) e três animais com aveia (Avena sativa), capim-aruana (Panicum maximum Jacq., cv. Aruana) e óleo de soja durante 27 dias. Os animais do tratamento controle consumiram 5 kg de matéria seca de aveia (Avena sativa) e 5 kg de matéria seca de Capim-aruana (Panicum maximum Jacq., cv. Aruana) por dia, já os animais que ingeriram óleo consumiram 3,45 kg de aveia (Avena sativa), 500g de óleo de soja e 5 kg de Capim-aruana (Panicum maximum Jacq., cv. Aruana) por dia, essa substituição na proporção da quantidade de aveia foi calculada com o objetivo de que os animais de ambos os tratamentos tivessem a mesma quantidade de energia na sua dieta. Para análise dos dados foi utilizado ANOVA.

Resultados e Discussão

De acordo com as análises não houve diferença entre os tratamentos, no entanto, apesar de não haver diferença significativa, houve maior ganho para os animais alimentados com óleo. Observando os resultados apresentados no quadro 1, não foi verificado diferença significativa (P>0,05) no ganho de peso, provavelmente pela grande variação dos dados, no entanto  os  animais suplementados com óleo vegetal na dieta tendem a ter um maior ganho de peso aos primeiros 27 dias após o início da nova dieta, comparados com animais que apenas consumiram aveia, isso provavelmente ocorra, pelo maior gasto energético para metabolizar os carboidratos da aveia e pela melhor absorção da energia proveniente do óleo (JANSEN, 2000). Godoi et al. (2008), utilizando óleo na dieta de equinos verificou que todos apresentaram ganho de peso, em média de 0,54 kg/dia, durante o período experimental, independentemente da dieta utilizada, favorecendo a manutenção do escore corporal. A adição de óleo possibilita diminuir a proporção de matéria seca em relação ao peso do animal. Delobel et al. (2008), avaliando dietas com 8% de óleo de linhaça para equinos adultos durante 90 dias, com consumo de matéria seca de 1,2% PV, verificaram que os equinos permaneceram saudáveis durante todo o período.

Conclusões

Éguas Crioulas com óleo vegetal na sua dieta, tendem a ter um maior ganho de peso nos primeiros 27 dias de suplementação.

Gráficos e Tabelas




Referências

DELOBEL, A.; FABRY, C.; SCHOONHEERE, N. et al. LINSEED OIL SUPPLEMENTATION IN DIET FOR HORSES: EFFECTS ON PALATABILITY AND DIGESTIBILITY. Livestock Science, v.116, p.15-21, 2008.   GODOI, Fernanda Nascimento de; ALMEIDA, Fernando Queiroz de; SALIBA, Eloisa de Oliveira Simões. CONSUMO, CINÉTICA DIGESTIVA E DIGESTIBILIDADE DE NUTRIENTES EM EQUINOS ATLETAS ALIMENTADOS COM DIETAS CONTENDO ÓLEO DE SOJA. 2008. HINEY, K.M.; POTTER, G.D. A REVIEW OF RECENT RESEARCH ON NUTRITION AND METABOLISM IN THE ATHLETIC HORSE. Nutrition Research Reviews, v.9, p.149-173, 1996.   JANSEN, W.L.; VAN DER KUILEN, J.; GEELEN, S.N.J. et al. THE EFFECT OF REPLACING NONSTRUCTURAL CARBOHYDRATES WITH SOYBEAN OIL ON THE DIGESTIBILITY OF FIBRE IN TROTTING HORSES. Equine Veterinary Journal, v.31, p.27-30, 2000.   KRONFELD, D.S.; CRANDEL, K.M.; CUSTALOW, S.E. et al. STUDIES OF FAT ADAPTATION AND EXERCISE. In: Recent Advances In Equine Nutrition, 1998, Kentucky. Proceedings... Kentucky: Kentucky Equine Research, 1998. p.37-39.   LAWRENCE, L.M.; HINTZ, H.F.; SODERHOLM, L.V. et al. EFFECT OF TIME OF FEEDING ON METABOLIC RESPONSE TO EXERCISE. Journal Equine Veterinary Science, v.18, p.392-395, 1995.   MANZANO, Airton; NOVAES, Nelson José; CARVALHO, Roberto T. Losito de. SUBSTITUIÇÃO DO FENO DE ALFAFA POR FENO DE RHODES NO DESEMPENHO DE EQÜINOS. 1979.   MARQUEZE, Alessandra; KESSLER, Alexandre de Mello; BERNARDI, Mari Lourdes. AUMENTO DO NÍVEL DE ÓLEO EM DIETAS ISOENERGÉTICAS PARA CAVALOS SUBMETIDOS A EXERCÍCIO. 2001..   MORGADO, Eliane; Galzerano, Leandro. UTILIZAÇÃO DE ÓLEOS EM DIETAS PARA EQÜINOS. Revista Electrónica de Veterinaria REDVET ®, ISSN 1695-7504, Vol. VII, nº 10, outubro/2006.   PAGAN, J. D.:HINTZ,H.F. Equine energetics I. EXPENDITURE IN HORSES DURING SUBMAXIMAL EXERCISE. Journal Animal Science. V.63. p. 822-830, 1986   RESENDE JR, T. R. UTILIZAÇÃO DIGESTIVA DE DIETAS COM ÓLEO DE MILHO E PARÂMETROS SANGUÍNEOS DE EQUINOS EM ATIVIDADE MODERADA. Dissertação (Mestrado em Zootecnia), Universidade Federal de Minas Gerais, 2002. 29p.