Influencia do peso de abate sobre o desempenho produtivo de cordeiros

Amanda Gobeti Barro¹, Camila Constantino², Edson Luis de Azambuja Ribeiro³, Francisco Fernandes Junior⁴, Natália Albieri Koritiaki⁵, Ana Carolina Vieira da Silva⁶, Raquel Louise Canezim⁷, José Henrique de Carvalho Silva⁸

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RESUMO -

Dentro das atividades do agronegócio a ovinocultura apresenta-se em acensão, fato esse culminado pelo aumento do desempenho da atividade. O confinamento vem sendo uma ótima alternativa para que se mantenha uma alta produtividade em um menor período de tempo. Objetivou-se avaliar o desempenho produtivo de cordeiros abatidos com diferentes pesos. Foram utilizados 50 cordeiros Santa Inês confinados, o delineamento foi completamente casualizado e os animais foram divididos em dois tratamentos, abate com 32 kg ou 36 kg . Assim, avaliou-se o desempenho, biometria e ultrassongorafia dos animais dos dentro dos diferentes tratamentos. Os dados foram submetidos a análise de variância e teste Tukey com nível de variância de 5%. Embora os animais abatidos com 36 kg apresentaram parâmetros biométricos maiores e maior espessura de gordura, o ganho médio diário de animais abatidos aos 32kg foi maior, indicando melhor conversão alimentar.

Palavras-chave: Biometria, espessura de gordura, ganho médio diário, ultrassonografia

Influence of slaughter weight over productive performance of lambs

ABSTRACT - Within the agribusiness activities, the sheep industry was on the rise, a fact that was culminated by the increase in performance of the activity. Feedlot has been a great alternative for maintaining high productivity in a shorter period of time. The objective of this study was to evaluate the productive performance of lambs slaughtered at different weights. Fifty lambs were used, with 32 kg or 36 kg. Thus, the performance, biometry and ultrasound of the animals within the different treatments were evaluated. Data were subjected to analysis variables and Tukey test with 5% variance level. Both animals slaughtered at 36 kg showed higher biometric values and higher fat thickness, the average daily gain of animals slaughtered at 32 kg was higher, indicating better feed conversion.

Keywords: average daily gain, biometrics, fat thickness, ultrasound

Introdução

A ovinocultura atual tem como seu maior produto a carne, estimulando então pesquisas para viabilizar e desenvolver ainda mais a produção deste alimento. Entre seus parâmetros, o desempenho produtivo do animal é o ponto chave de uma melhor rentabilidade da atividade. O confinamento vem sendo utilizado cada vez mais como uma ferramenta para maior ganho de peso em um menor período de tempo, e podendo levar a um maior rendimento de carcaça e maior deposição de gordura.

No processo de produção de carne ovina, a obtenção de carcaças com deposição adequada de gordura e carne mais tenra são aspectos interessantes para os consumidores, que exigem qualidade dos produtos (Frescura et al., 2005).

Diversos são os fatores que podem determinar sobre o desempenho animal. Dentre estes fatores estão à raça, idade, classe sexual, alimentação, manejo post mortem e as condições e tempo de conservação do produto (OSÓRIO; OSÓRIO; SAÑUDO, 2009). Objetivou-se avaliar a influência do peso de abate no desempenho produtivo, biometria e ultrassonografia de cordeiros terminados em confinamento.

Revisão Bibliográfica

O alto potencial produtivo dos ovinos e o crescente mercado consumidor de carne ovina de qualidade tem estimulado o investimento na produção desta espécie (Pires et al., 2000). Na ovinocultura, o cordeiro é a categoria animal que fornece carne de melhor qualidade, apresentando os maiores rendimentos de carcaça e maior eficiência de produção, devido a alta velocidade de crescimento (Pires et al., 2000). Ainda, é importante realizar mensurações in vivo, pois as medidas de altura de anterior e posterior, comprimento corporal, perímetro torácico, compacidade e peso corporal ao abate podem ser importantes para estimar as características da carcaça de cordeiros (Quadro et al., 2007). Segundo Costa et al. (2008), o genótipo, o peso de abate, o sexo, o sistema de produção e, principalmente, a dieta deve ser considerada no planejamento produtivo da ovinocultura de corte, priorizando-se a qualidade nutricional e sensorial da carne, como forma de atender as novas perspectivas do mercado, sem deixar de se estabelecer uma adequada relação custo-benefício.

Materiais e Métodos

O experimento foi realizado na Fazenda Escola da Universidade Estadual de Londrina com 50 cordeiros no período de terminação. O delineamento foi completamento casualizado dividido emdois tratamentos, cordeiros abatidos aos 32 kg ou aos 36 kg. A ração foi formulada visando atender as exigências estabelecidas pelo NRC (2007) para cordeiros com ganhos de 250 g/dia. Os animais foram alojados individualmente em baia (1,5 x 1,0 m) em galpão coberto com piso ripado. Após um período de 7 dias, aonde os animais se adaptaram as instalações, seguiu-se o período experimental de 60 ou 81 dias. O ganho médio diário foi calculado pelas diferenças de ganho de peso e o número de dias em confinamento. A ultrassonografia foi realizada aos 150 dias de idade, onde foi feita a espessura de gordura do longissimus dorsi. Antes do abate foram realizadas as medidas de biometria (altura do dorso e posterios, perímetro torácico e da perna, comprimento corporal e da perna e largura do peito e garupa) e também o escore de condição corporal. Após o período experimental os animais foram enviados ao abate. Os dados foram analisados por análise de variância e teste Tukey, o nível de significância adotado foi de 5%.

Resultados e Discussão

Podemos observar as características do desempenho, biometria e ultrassom (Tabela 1). Dentre as variáveis, o ganho médio diário foi influenciado pelo peso de abate, animais abatidos aos 32 kg apresentaram maior ganho que animais abatidos com 36 kg. Provavelmente, este resultado foi em decorrência do genótipo utilizado, animais da raça Santa Inês apresentam ganho de peso crescente até 32 kg, onde há o crescimento muscular, para chegar aos 36 kg inicia-se a deposição de gordura, que é mais lenta que a deposição proteica, o que pode afetar negativamente o ganho de peso dos animais. (Pinheiro et al., 2009) Nas avaliações da biometria, foi observado diferença para altura de dorso e largura de garupa, as quais foram superiores nos animais abatidos aos 36 kg, o que era de se esperar devido ao maior crescimento corporal para alcançar este peso. A espessura de gordura subcutânea avaliado através da ultrassonografia, confirmam a hipótese explicado no ganho médio diário, de que animais abatidos aos 36 kg apresentam maior deposição de gordura, 2,41 mm contra 1,67 mm dos animais abatidos aos 32 kg. Pelo maior tempo que esses animais permaneceram em confinamento, e após atingirem um peso próximo a 32kg, iniciou-se uma maior deposição de gordura.

Conclusões

O confinamento se apresenta uma ótima estratégia para um maior ganho de peso de animais e uma melhor deposição de gordura na carcaça. Embora o menor peso de abate de 32kg apresente um maior ganho médio diário, é necessário que a carcaça alcance uma melhor espessura de gordura subcutânea para melhor conservar essa carne no período de resfriamento, fato esse que ocorre melhor em um peso de abate de 36 kg a 81 dias de terminação em confinamento.

Gráficos e Tabelas

Referências

COSTA, R.G. et al. Carne caprina e ovina: composição lipídica e características sensoriais. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, v. 9, n. 3, p. 497-506, jul/set, 2008. FRESCURA, R.B.M.; PIRES, C.C.; SILVA, J.H.S. et al. Avaliação das proporções dos cortes da carcaça, características da carne e avaliação dos componentes do peso vivo de cordeiros. Revista Brasileira de Zootecnia, v.34, n.1, p.167-174, 2005. OSÓRIO, J.C.S., OSÓRIO, M.T.M., SAÑUDO, C. Características sensoriais da carne ovina. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 38, p. 292-300, 2009. OSÓRIO, J.C.S., OSÓRIO, M.T.M. Produção de carne ovina: Técnicas de avaliação “in vivo” e na carcaça. Pelotas: Ed. Universitária PREC/UFPEL, 2005. PINHEIRO, R.S.B. et al. Qualidade de carnes provenientes de cortes da carcaça de cordeiros e de ovinos adultos. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 38, n. 9, p. 1790-1796, 2009. PIRES, C.C.; SILVA, L.F.; FARINATTI, L.H.E.; PEIXOTO,L.A.O.; FÜLBER, M.E.; CUNHA, M.A. Crescimento de cordeiros abatidos com diferentes pesos. Constituintes corporais. Ciência Rural, v. 30, p.869-873, 2000. QUADRO, J.L.G.; OSÓRIO, J.C.S.; OSÓRIO, M.T.M.;MENDONÇA, G.; GONÇALVES, M.; ROTA,E.L.;ESTEVES, R. Relação entre medidas in vivo e na carcaça em cordeiros Corriedale. Revista da Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia, v.14, p.217-230, 2007.