PERFIL DOS CUNICULTORES PET NO BRASIL

Jean Kaique Valentim1, Luiz Carlos Machado2, karynne Luana Chaves de Paula3, Vitor Leandro Lopes4, Tatiana Marques Bittencourt5, Rúbia Francielle Moreira Rodrigues6, Claudio Henrique Viana Roberto7, Gabriel Machado Dallago8
1 - UFVJM - Diamantina
2 - IFMG - Bambuí
3 - IFMG - Bambuí
4 - UFVJM - Diamantina
5 - UFVJM - Diamantina
6 - UFVJM - Diamantina
7 - UFVJM - Diamantina
8 - UFVJM - Diamantina

RESUMO -

O aumento da demanda por animais de companhia vem fazendo com que a cunicultura para produção brasileira de animais de companhia (PET) tenha um crescimento maximizado. A cunicultura PET pode ser uma alternativa viável para os pequenos produtores, como atividade primária ou ainda secundária, devido a várias características, como a facilidades de manejo e alimentação, alta prolificidade, docilidade do animal, beleza, aceitabilidade pela população em geral, entre outras. Atualmente a fácil exposição do trabalho do cunicultor PET nas redes sociais ou outros sites especializados, favorece muito o crescimento da atividade. Contudo não há ainda uma referência concreta do perfil dos produtores de coelho PET brasileiro, sendo esses dados cruciais para mostrar os impasses da produção, favorecendo a discussão de problemas e soluções. Portanto o presente trabalho tem por objetivo analisar o perfil destes produtores. Para isto, realizou-se uma pesquisa por meio de questionário que foi disponibilizado na internet, e a partir da ferramenta Google Docs, os registros foram arquivados e tabulados. O cenário atual da atividade exibe muitos pontos a serem melhorados visando auxiliar a produção. Na análise dos resultados, a maiorias dos entrevistados corresponderam ao sexo masculino (75,7%), faixa etária de 21 a 30 anos, mostrando-se ser um público jovem. Foi observado que a maioria dos animais são criados em gaiolas (83,8%) e destes 77,8% adicionam enriquecimento ambiental nestes recintos visando a melhoria do bem-estar de seus animais. Com relação à mão de obra 86,1% dos produtores tem como característica a produção familiar, mostrando assim a importância da cunicultura para complementação da renda das famílias. A situação atual do mercado requer uma maior profissionalização do cunicultor, que deve assumir uma atitude cada vez mais empresarial, uma vez que a maioria destes não é devidamente assistido na condução da atividade.

Palavras-chave: Coelho de estimação, perfil nacional, coelho anão, criador de coelho, cunicultura.

BRAZILIAN PET RABBIT FARMERS PROFILE

ABSTRACT - The increasing demand for companion animals has expanded the Brazilian breeding activity of pet rabbits (PET). The breeding of PET can be a viable primary or secondary activity for small producers. It is possible because of some characteristics of these animals, such as easy handling and feeding, prolificity, docility, beauty, public acceptability, and others. Nowadays, it has become easierfor a creator PET exposing its work on social medias or other specialized websites, which is beneficial for the activity. However, there is still no standard reference about the Brazilian PET rabbit farmers . This know ledge is crucia the pitfalls find out about pitfalls in the production system, to discussion about the problems, and to aim for solutions. Therefore, the present paper aimed to analyze the profile of these producers. It was conducted a survey using a questionnaire created online on Google Docs. The answers were archived and tabulated. The current scenario of the activity showed many points that mustbe improved in order to increment production of PET. The results showed that most of the respondents are male (75.7%) and the agerange of most of them is between 21 and 30 years old, which indicated to be a young public. It was observed that most of the animals are raised in cages (83.8%). In addition, 77.8% of producers reported to provide some environmental enrichment in the cages in order to improve the animal welfare. Regarding the labor force,it wasfamiliar for 86.1% of the producers. Thus,it showed the importance of the cuniculture to complement the families’income. The current situation of the market requires the PET breeders to professionalize their activity, assuming an entrepreneurial posture because most of them are not assisted in the activity.
Keywords: Pet rabbit, national profile, dwarf rabbit, rabbit breeder, cuniculture.


Introdução

O Brasil é conhecido por seu grande potencial agrícola, devido às grandes extensões de terra favorecendo os vários tipos de culturas da atividade zootécnica, incluindo a cunicultura. Esta atividade em geral é pouco conhecida e sua difusão é baixa, considerando-se seu grande potencial e importância para desenvolvimento urbano e rural. Segundo Pimentel et al., (2014) a cunicultura apresenta várias vantagens para criação, por se tratar de uma atividade que exige pouco espaço, manejo relativamente simples, de pouco esforço físico, com baixo custo de investimento inicial, alta prolificidade, além de se tratar de uma atividade muito interessante do ponto de vista da sustentabilidade ambiental, devido à baixa produção de dejetos, elevado grau de aproveitamento de subprodutos e baixo consumo de água. No Brasil, os dados concretos sobre o número efetivo de coelhos são escassos e questionáveis. Associa-se ao fato de a maioria dos produtores brasileiros trabalharem a cunicultura como atividade secundária ou complementar, e muitos dos estabelecimentos consultados não serem comerciais (MACHADO, 2012). Tratando-se de animais de companhia (estimação), o coelho se destaca por não fazer barulho, ser educado e gracioso e de manutenção menos onerosa quando comparado a cães e gatos. A produção e comercialização de coelhos de companhia é hoje uma atividade lucrativa que vem despertando interesse de vários criadores e tutores de animais em potencial. Considerando que o setor vem lentamente se organizando e implementando a melhoria do diálogo e que a grande maioria dos cunicultores PET mantém dados na internet ou são facilmente contatados, o objetivo do presente trabalho foi realizado visando entender melhor o perfil do cunicultor PET no Brasil, propondo a busca, identificação e compreensão das condições básicas de trabalho destes trabalhadores, visando melhor compreensão desta atividade, haja vistas que existem poucos dados concretos publicados sobre o tema.

Revisão Bibliográfica

Cunicultura PET no Brasil Os coelhos são animais dóceis, sensíveis e de grande beleza. Esses animais estão adentrando nos lares das famílias brasileiras e proporcionando momentos de lazer e prazer.Até o início da década de 60 a criação de coelhos no Brasil se concentrava na produção de animais de companhia ou como cobaias para laboratórios (FERREIRA e MACHADO, 2007). A produção e comercialização de coelhos de companhia é hoje uma atividade lucrativa que vem despertando interesse de vários criadores e donos em potencial. Segundo Azevedo et al., (2013) os coelhos Oryctolaguscuniculustais como as raças: Fuzzy Lop, Lion,Minilop, Hermelin, Mini Rex, Mini Holandês, Negro e Fogo, Japonês, Polonês (Belier anão) são animais de pequeno porte, graciosos, temperamento dócil, pelagem fina e sedosa. Constituem uma classe de animais que podem ser criados dentro de casa, utilizando pouco espaço e requirindo pouca mão de obra para sua criação. A contínua ascensão das classes sociais com aumento da renda dos brasileiros e a nítida constatação da ampliação do poder aquisitivo permite a maior entrada da cunicultura PET no dia a dia da sociedade, assim como o desenvolvimento do mercado de rações para esta categoria animal. A cunicultura é a atividade que produz coelhos, visa à exploração da produção da carne e subprodutos como pele, couro, pêlo, vísceras, patas e atualmente o que está em grande ascensão é a produção de animais de estimação, os chamados Coelhos PET (MACHADO, 2012). Essa produção, mesmo ainda não muito conhecida pode ser uma alternativa para os pequenos produtores como atividade secundária, devido a várias características dos coelhos que facilitam a criação. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação revelaram que em 2012, o Brasil era o 4° maior país no mundo em número de animais de estimação, havendo 2,7 milhões de outros animais incluindo répteis, coelhos e pequenos mamíferos. Este fato foi influenciado principalmente pelo fenômeno de antropormização de animais e conforme destacado por Machado e Ferreira (2014), a cunicultura PET, ramo da atividade que produz animais de companhia para comercialização, cresceu de forma elevada nos últimos anos, em função de uma ligeira mudança no habito cultural dos brasileiros, que estão introduzindo diferentes espécies para companhia. Além disso o tempo das pessoas para cuidar dos animais e o espaço das residências estão sendo reduzidos, assim os tradicionais animais de companhia como cães e gatos estão perdendo espaço para outros animais menos explorados como o coelho Pet, justificando assim ótimas projeções de produção destes animais.

Materiais e Métodos

Considerando os objetivos propostos bem como a natureza do objeto deste estudo, optou-se por uma pesquisa descritiva-exploratória que de acordo com Gil (1999), visa caracterizar determinada população ou fenômeno e, ainda, estabelecer o tipo de determinadas relações entre variáveis, de natureza quali-quantitativa, em decorrência da intrínseca interdependência de ambas nas demandas impostas neste estudo, face à complexidade da realidade social de nosso público alvo. O presente estudo foi realizado no período de setembro a dezembro de 2016, utilizando a ferramenta Formulários Google (Google Forms) (https://www.google.com/intl/pt-BR/forms/about/) por meio da aplicação do questionário disponibilizado na internet através de um endereço eletrônico (link). Sendo estes enviados por correio eletrônico e redes sociais, considerando-se que a grande maioria dos cunicultores tem acesso aos mesmos. O número de respostas obtidas foi considerado suficiente para a amostragem, obtendo 18,5% do número apresentado por Lopes et.al (2015), que localizaram 203 cunicultores PET no país. No presente trabalho foram entrevistados virtualmente 37 produtores de todas as regiões brasileiras. O questionário (Anexo 1) continha 25 perguntas referentes às características do produtor como idade, sexo, grau de instrução, a comercialização como; canais de venda, produção mensal, marketing, formas de entrega, perguntas referentes ao tipo de produção; extensiva, intensiva, dados de manejo produtivo como; alimentação, sanidade e profilaxia, raças entre outras. Optou-se por não se identificar cada um dos entrevistados, visando manter o sigilo quanto às informações prestadas. O conhecimento da pesquisa foi divulgado através de sítios web de mídia social (Facebook), grupo de cunicultores do Google groups e pelo sítio web da Associação Científica Brasileira de Cunicultura (www.acbc.org.br). Após tabulação dos dados no Excel foi realizada uma filtragem buscando-se eliminar respostas duplicadas de produtores, haja vistas que os cunicultores podem ter mais de um correio eletrônico. Em caso de dúvida, se optou pela exclusão da informação. Aos dados foram feitas comparações descritivas.

Resultados e Discussão

Ao todo 37 produtores responderam os questionários enviados via correio eletrônico e redes sociais em todo o Brasil, sendo essa uma amostragem bastante expressiva quando comparado ao valor achado por Lopes et al. (2015). Em relação à idade dos produtores e tratadores respectivamente, observou-se que grande parte destes, 29,7% e 26,7 dos entrevistados está na faixa de idade de 21 a 30 anos (gráficos 1 e 2). Já com relação ao sexo dos entrevistados (gráficos 3 e 4), tanto dos produtores, quanto tratadores pode se perceber que ambos são do sexo masculino (75,7% e 63,6% respectivamente), dados este que corrobora com os obtidos por Rodrigues (2015) que entrevistando produtores de coelhos voltados para a produção de corte observou que a grande maioria era do sexo masculino. Brumer (2004) relata que diversos estudos que examinaram a divisão do trabalho por sexo na agricultura permitem concluir que as mulheres ocupam uma posição subordinada e seu trabalho, mesmo quando elas trabalham tanto quanto os homens ou executam as mesmas atividades que eles. Com relação à mão de obra utilizada na produção de coelhos PET (gráfico 5) percebe-se que na maioria das criações, a própria família cuida de todos os processos produtivos desde a criação até a comercialização, compondo cerca de 86,1% dos produtores brasileiros. Neste contexto, a criação de pequenos animais pode ser uma operação lucrativa para as pessoas que vivem na área rural, oferecendo trabalho para mulheres, crianças e idosos (OSENI, 2012) Ainda no quesito “mão de obra”, a limpeza dos recintos dos animais (gráfico 6) seja gaiolas ou baias é realizada pela maioria dos produtores (32,4%) todos os dias. Segundo Neves (2006) as boas práticas, em qualquer produção, devem ser respaldadas nas práticas de higiene, controle de pragas, elaboração de um plano de limpeza. Em relação à escolaridade dos produtores e tratadores (gráficos 7 e 8) foi percebido que a quase metade dos produtores (45,9%) possui ensino superior completo. Com relação a este aspecto, Ney e Hoffmann (2009) citam que o grau de escolaridade ou escassez de capital humano são fatores que comprometem o desenvolvimento equitativo do meio rural, e podem levar os empreendimentos agrícolas a não alcançarem patamares de produtividade e renda necessários à sua expansão. Portanto, presume-se que este grau de instrução maior dos produtores possa favorecer o aumento da produção de coelhos PET de forma mais bem estruturada e planejada. Quando se trata de parâmetros produtivos como o sistema de criação (gráfico 9) 83,8% dos produtores produzem seus animais de forma intensiva, ou seja, os animais ficam presos em gaiolas e apenas 16,2 % ficam soltos no ambiente. Conforme Souza Filho (2012) é crescente a preocupação com atividades produtivas sustentáveis no âmbito do agronegócio que melhorem a condição de vida das populações e conservem o meio ambiente e assim no caso da cunicultura, os animais podem ser criados em espaços reduzidos, evitando assim a utilização de grandes áreas para este fim. Estes aspectos do sistema de produção influenciam diretamente no bem estar dos animais, sendo este quesito exemplificado no gráfico 10 que mostra que 77,8% dos produtores que utilizam as gaiolas afirmam que o este é um ponto importante e fornecem enriquecimento ambiental nas gaiolas de produção. Chama-se atenção ao fato da pergunta ser bastante artificial e não se ter em exatidão uma ideia do grau de compreensão do cunicultor sobre o assunto, dada a complexidade deste tema. Mesmo assim o bem estar é um dos assuntos mais discutidos atualmente na produção animal, sendo crescente a convicção dos consumidores de que os animais utilizados para produção comercial devem ser criados em condições adequadas que respeitem as cinco liberdades (NAZARENO et al., 2011). É de extrema importância que o animal seja criado em ambiente com espaço adequado, com atividades para distração e locais para esconderijo, atualmente já existem gaiolas enriquecidas, mas a maioria das gaiolas existentes no mercado são extremamente simples e não proporcionam nenhuma forma de atividades para o animal, levando-o ao ócio, por isso a necessidade dos produtores estar enriquecendo o recinto dos animais, buscando atender as normas de bem estar animal. Analisando os dados obtidos relacionados à alimentação dos animais (gráfico 11) é visto que 89,2% dos produtores questionados fornecem ração, verduras e legumes na alimentação dos coelhos, parâmetros importantes na nutrição destes animais. O coelho, por ser um herbívoro monogástrico, se alimenta facilmente de uma grande variedade de alimentos (ALMEIDA, 2012). Em qualquer atividade produtiva é fundamental a redução dos custos com a alimentação, pois a ração representa cerca de 70% do custo de produção e, por isso, qualquer atitude que vise garantir aos animais, dietas com nutrientes de quantidade e nas proporções requeridas, resultará em maior produtividade e retorno financeiro (SINDIRAÇÕES, 2006). Outro ponto observado é que 29,4% dos pesquisados já utilizaram pelo menos 1 vez algum tipo de sucedâneo do leite (gráfico 12) e como não existe ainda no mercado sucedâneo indicado exclusivamente para coelhos, estes produtores quando necessário, optaram por utilizar outras fontes, como leite bovino. Outro ponto que foi analisado se relacionou com a produção e venda dos animais mensalmente (gráficos 13 e 14). Nestes quesitos percebe-se que 45,9% dos criadores produzem menos de 20 animais por mês, e 59,5% destes afirmam que vendem tudo o que produz e ainda 18,9% relatam que faltam animais para a venda no mercado. Quando se trata dos pontos de venda dos animais (gráfico 15) os dados mostram que o principal ponto de venda dos coelhos PET e pela internet (68,6%). Segundo Machado e Ferreira (2014), este fato pode ser explicado pela mudança comportamental da população em termos mundiais, considerando que o setor de cunicultura PET vem lentamente se organizando e incorporando o diálogo, visto que a grande maioria dos produtores mantém dados na internet e as relações via web estão se tornando tradicionais. Face ao gráfico 16, apurou-se que, na totalidade das propriedades pesquisadas 70,3% dos produtores afirmam que se aumentassem a produção teria sim saída para venda, enfatizando o grande potencial produtivo deste mercado. Os custos de produção são itens de extrema importância em qualquer produção, e muitas vezes este e esquecido pelos produtores. Neste ponto 81,1% dos entrevistados afirmam que realizam o controle dos gastos na produção (gráfico 17). Segundo a Associação Científica Brasileira de Cunicultura (ACBC, 2013) o levantamento dos custos e das despesas em cada ciclo de produção é fundamental, a fim de utilizá-los na apuração do Ponto-de-Equilíbrio. Esse controle fará com que o produtor tenha em mãos todos os dados do ciclo de produção, desde o nascimento até as vendas dos coelhos, podendo assim saber qual é o valor mínimo necessário de renda para suprir os gastos da produção. Cerca de 48,5 % dos produtores relatam que o lucro da atividade vem apenas da venda dos animais em si (gráfico 18). Esses dados apontam para o fato de que ainda existe uma gama de recursos que estes produtores poderiam estar buscando junto à produção PET para incrementar a lucratividade e agregando valor a criação. Além dos animais de companhia, um cunicultor poderá vender gaiolas, feno, ração, roupas para os animais, enriquecimento ambiental e outros em lojas físicas ou virtuais. A possibilidade de incorporar diversas alternativas econômicas distintas ao meio rural foi uma estratégia adotada por vários países para manter o homem no campo, com melhoria de sua qualidade de vida por meio do aumento de sua renda, que passa a ser gerada por uma maior diversidade de atividades e funções (LUZZI, 1997). Um dos pontos críticos a salientar nesta pesquisa condiz a falta de assistência técnica prestadas aos criadores de coelhos PET, 91,9% destes afirmam que não recebem nenhum tipo de assistência técnica (gráfico 19), e 41,2% afirmam que o motivo deste se deve à falta de profissionais específicos que entendam realmente a produção cunícula (gráfico 20). O papel da assistência técnico se torna um ponto chave em qualquer produção atual, onde, estimular, animar e apoiar iniciativas de desenvolvimento rural sustentável (MDA, 2005). No gráfico 21 descrito abaixo, os produtores foram questionados a respeito da realização de procedimentos para redução dos custos de alimentação e 62,9% destes afirmam que além de ração fornecem volumosos e restos culturais visando minimizar os custos com alimentação. Foi observado que 63,9 % dos produtores questionados ressaltaram que as vendas auxiliam na renda familiar (gráfico 22), porém não de forma expressiva, onde 45,8% afirmam que essa renda representa menos de 10 % dos recursos totais da família (gráfico 23), mostrando assim que faltam incentivos para a maximização dessa produção. Brito (2010) destaca a importância desta atividade para disponibilizar renda extra para pequenos produtores e incremento na alimentação de suas famílias. Os criadores também foram indagados a respeito do marketing utilizado para aumentar as vendas (gráfico 24), e 75,7% deles relataram que o marketing é feito pela internet utilizando a seu favor as redes sociais. E como forma de entrega dos animais no pós-venda 80% dos produtores relatam que os consumidores devem buscar os animais nas propriedades (gráfico 25). Um dos pontos que influenciam nesta produção é com relação às raças utilizadas, os coelhos de raças anã é uma das preferidas pelo mercado de coelho PET, como é comprovado pelos dados obtidos abaixo no gráfico 26, que mostra que 75,8% dos criadores tem como principal raça comercializada a Mini Lion Head. Está raça apresenta características dóceis e grande beleza, sendo de fácil criação pela população. Conforme apontado por Machado (2012) a procura por coelhos de raças anãs, também chamados de mini coelhos, vem aumentando e, cada vez mais, esses animais vêm adentrando os lares.

Conclusões

A partir dos resultados obtidos com a pesquisa pode-se concluir que a maior parte dos cunicultores PET tem está na faixa de idade entre 21 e 30 anos, com curso superior completo e do sexo masculino. Estes trabalham com produção intensiva (preso em gaiolas), porém se preocupam com o bem-estar dos animais e proporcionam formas de enriquecimento dentro das gaiolas. A mão-de-obra é prioritariamente familiar, com ajuda da mulher e família no manejo produtivo dos animais, onde os recintos dos animais são limpos diariamente. Com relação à alimentação os produtores fornecem ração comercial, junto a restos culturais como verduras e legumes visando diminuir os custos da criação. A produção dos animais é em sua maior parte realizada em pequena escala com menos de 20 animais vendidos por mês e estes produtores afirmam que se houvesse um aumento teria saída para venda, sendo que a maioria realiza controle de gastos, custos, vendas e lucro obtido. Os produtores ressaltaram que o lucro maior advêm apenas da venda dos animais, podendo agregar valor a propriedade, com a venda de brinquedos, feno, ração entre outros produtos necessários para os consumidores. Um ponto muito importante observado na pesquisa é com relação a importância da internet, basicamente a única ferramenta de marketing e as vendas por este meio cibernético, usufruindo da grande aceitação da população por estes animais graciosos. Um dos entraves da produção se dá pela falta de assistência técnica própria para a produção cunícola, e a falta de acesso as informações importantes para melhoria do processo produtivo e comercial. Percebe-se que este tipo de produção PET ainda está em crescimento, e mesmo com os entraves continua em franca expansão. Novas pesquisas nesta área são importantes para auxiliar os produtores nas tomadas de decisões e melhorias das condições de produção dos animais, com consequente lucratividade.

Gráficos e Tabelas




Referências

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