Produtividade da Mandioca, Maniçoba e Pornunça no Sertão de Alagoas

Jacyelle Soares Maciel1, Ariane Loudemila Silva de Albuquerque2, Deneson Oliveira Lima3, José Leandro da Rocha Melo Guerra4, Felipe Gabriel Alves Silva5, Cleyton de Almeida Araújo6, Alice da Rocha Silva7
1 - Universidade Estadual de Alagoas
2 - Universidade Estadual de Alagoas
3 - Universidade Estadual de Alagoas
4 - Universidade Estadual de Alagoas
5 - Universidade Estadual de Alagoas
6 - Universidade Estadual de Alagoas
7 - Universidade Estadual de Alagoas

RESUMO -

Objetivou-se avaliar a produtividade da macaxeira, maniçoba e pornunça plantadas com diferentes adubos. O experimento foi realizado no campo experimental do grupo de estudo e pesquisa em produção animal, na Universidade Estadual de Alagoas, a qual está localizada no município de Santana do Ipanema, apresentando um clima quente e seco. A metodologia utilizada foi em blocos casualizados. A adubação foi feita com esterco de equino, bovino, caprino e ureia. Foram feitos dois cortes, o primeiro foi observado após três meses de plantio e o segundo aos seis meses. Foi quantificada a planta inteira e posteriormente fracionada em terço final, caule de transição e caule, onde foi pesado cada um separadamente e pesada em balança digital, todas do terceiro metro de cada bloco, posteriomente, quantificados e avaliados através da média. A cultura da maniçoba demonstrou maior produtividade quando adicionado o esterco equino, obtendo resultados semelhantes, com adição de esterco bovino.

Palavras-chave: forrageiras, manihot, produção, semiárido

Productivity of Mandioca, Maniçoba and Pornunça in the Sertão de Alagoas

ABSTRACT - The objective of this study was to evaluate the productivity of the macaxeira, maniçoba and pornunça planted with different fertilizers. The experiment was carried out in the experimental field of the study group and research in animal production, at the State University of Alagoas, which is located in the municipality of Santana do Ipanema, presenting a warm and dry climate. The methodology used was in randomized blocks. Fertilization was done with horse manure, cattle, goats and urea. Two cuts were made, the first was observed after three months of planting and the second to six months. The whole plant was quantified and later fractionated in a final third, transition stem and stem, where each one was weighed separately and weighed in a digital scale, all of the third meter of each block, later quantified and evaluated through the mean. The maniçoba culture showed higher productivity when equine manure was added, obtaining similar results with addition of bovine manure.
Keywords: forage, manihot, production, semiarid


Introdução

O Brasil um país continental com as mais variadas formas de climas, sendo um deles o semiárido que sofre com períodos prolongados de estiagem e chuvas concentradas em determinadas épocas do ano se buscar por plantar espécies nativas e que se adapte bem a este clima é estrema importância para se garante a produção de alimentos principalmente para a produção de animais. Diante disto, ressalta-se que algumas espécies do gênero Manihot apresentam alta resistência à seca e tolerância a solos pobres e ácidos, além de alto valor nutricional e elevado potencial produtivo, destacando-se a mandioca, maniçoba e dentre elas o hibrido das duas a pornunça. De fácil adaptação, a mandioca é cultivada em todos os estados brasileiros, situando-se entre os oito primeiros produtos agrícolas do país, em termos de área cultivada, e o sexto em valor de produção (EMBRAPA, 2016). A maniçoba (Manihot pseudoglaziovii) é uma planta nativa da caatinga que apresenta características forrageiras importantes, como, alta palatabilidade e valor nutritivo. A pornunça, também conhecida como pornuncia, prinunça, pornona, mandioca de sete anos ou maniçoba de jardim é uma planta da família da Euforbiáceae, parente direta da mandioca (Manihot esculenta) e da maniçoba (Manihot pseudoglaziovii). Objetivou-se avaliar a produtividade da macaxeira, maniçoba e pornunça plantadas com diferentes adubos.



Revisão Bibliográfica

O equilíbrio na disponibilidade alimentar ao longo do ano no semiárido brasileiro é o grande desafio aos produtores e pesquisadores da produção animal nesta região. Diante disto, ressalta-se que algumas espécies do gênero Manihot apresentam alta resistência à seca e tolerância a solos pobres e ácidos, além de alto valor nutricional e elevado potencial produtivo, destacando-se a mandioca e a maniçoba. A mandioca (Manihot esculenta Crantz.) é uma Euphorbiaceae de grande importância para a América Tropical, cultivada e consumida por pequenos produtores rurais em áreas com solos pobres, onde as condições climáticas são desfavoráveis à exploração de outras culturas (NUNES IRMÃO et al., 2008). A maniçoba (Manihot glaziowii Mull.), planta nativa da caatinga, possui o sistema radicular bastante desenvolvido, que é formado por raízes tuberosas, onde se acumulam suas reservas, e proporciona à planta grande capacidade de resistência à seca, constituindo-se uma das primeiras espécies da caatinga a desenvolver sua folhagem após o início do período chuvoso. A qualidade dessas forrageiras do gênero Manihot evidencia-se pelo elevado teor de proteína e maior teor de carboidratos não-fibrosos em relação às gramíneas tropicais (DANTAS et al., 2008). Além das espécies de Manihot citadas, existe o híbrido natural entre maniçoba e mandioca, conhecido como pornunça, a qual apresenta adaptações singelas a escassez e irregularidade na distribuição hídrica, através do cultivo associado na forma de lavoura xerófila regular, tem muito a contribuir na equidade forrageira ao longo do ano, principalmente no período seco. A parte aérea das euforbiáceas pode ser uma alternativa para aumentar a viabilidade econômica e a produtividade da pecuária dessa região durante o período crítico, visto que possuem alto valor nutritivo e boa aceitabilidade pelos animais.



Materiais e Métodos

O experimento foi realizado no campo experimental do grupo de estudo e pesquisa em produção animal, localizado na Universidade Estadual de Alagoas, a qual está localizada no município de Santana do Ipanema no Estado de Alagoas com uma área total de 437,8km², onde tem suas delimitações com os municípios de Carneiro, Dois Riachos, Major Isidoro, Olho D’água das Flores, Olivença, Pernambuco, Poço das Trincheiras e Senador Rui Palmeira. Com latitude 09º22’25” e longitude de 37º14’43”; apresentando um clima quente e seco e com pluviosidade media de 803,0 mm. Foram avaliadas a mandioca (Manihot esculenta Crantz.), maniçoba (Manihot glaziowii Mull.) e a pornunça (híbrido), em delineamento de blocos casualizados, foram utilizados um espaçamento de 4 X 5  e espaçamento entre filas de 50 cm, as sementes foram fracionadas no tamanho de 20 cm cada, e posteriormente foram plantadas em sulcos com profundidade de 8 cm. A adubação foi feita com esterco de equino, bovino, caprino e ureia, sendo que cada bloco havia uma linha sem nenhuma adubação (testemunha). Foram feitos dois cortes, o primeiro foi observado após três meses de plantio e o segundo aos seis meses. Foi quantificada a planta inteira e posteriormente fracionada em terço final, caule de transição e caule, onde foi pesado cada um separadamente e pesada em balança digital, todas do terceiro metro de cada bloco, Posteriomente, quantificados e avaliados através da média, desvio padrão e variância em programa de Excel.

 



Resultados e Discussão

Observou-se na tabela 1 que ao comparar os adubos no plantio de maniçoba, o esterco equino apresentou uma melhor produtividade, já a macaxeira e a pornunça mostraram-se melhor com adição de esterco bovino. Com relação à produção em ordem decrescente verificou-se que a macaxeira> maniçoba > pornunça. Segundo FERREIRA et al. (2009), trabalhando com estas três variedades observaram que a pornunça teve uma maior produtividade seguida pela mandioca e a maniçoba no corte da parte aérea aos 12 meses. SOARES (2011) afirma que no seu trabalho a macaxeira teve uma produtividade de 39,73 ton/ha de matéria verde aos 180 dias de plantio, com relação a este experimento a média foi de 0,517 kg/m2 aos 90 dias de corte na proporção de um hectare na qual seria de 5,170 kg. A pornunça nesta primeira avaliação do estudo obteve menor produtividade diferentemente de dados encontrados por SILVA e SANTANA (2005), os quais afirmam que a produção de massa da parte aérea, a pornunça sobressaiu em relação à maniçoba e a mandioca para o plantio nas condições ambientais em que foi conduzido o ensaio, pois a área era totalmente dependente de chuva. Verificou-se que entre os blocos avaliados, a variável planta inteira da macaxeira do bloco II foi superior aos demais blocos estudados. Com relação ao terço final, transição e caule dos blocos houve diferença significativa. Ao estudar as variáveis do bloco I observou que não ocorreu diferença entre as mesmas.  Com relação aos blocos avaliados, a variável planta inteira da pornunça do bloco III foi superior aos blocos I e IV e semelhante ao bloco II. Com relação ao terço final, transição e caule dos blocos houve diferença significativa.

Conclusões

A cultura da maniçoba demonstrou maior produtividade quando adicionado o esterco equino, obtendo resultados semelhantes ao encontrado, com adição de esterco bovino.

Gráficos e Tabelas




Referências

DANTAS, F.R.; ARAÚJO, G.G.L; SILVA, D.S.; PEREIRA, L.G.R.; GONZAGA NETO, S.; TOSTO, M.S.L. Composição química e características fermentativas de silagens de maniçoba ("Manihot" sp.) com percentuais de coproduto de vitivinícolas desidratado. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, v.9, n.2, p.247-257, 2008

EMBRAPA. Produtos, Processos e Serviços. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, Brasília, DF, 2016. FERREIRA; Alexandre Lima, ARAGÃO; Alex Santos Lustosa, SILVA; Alineaurea Florentino, PEREIRA; RIBEIRO; MORAES; Luiz Gustavo, ARAÚJO; Salete Alves de Gherman Garcia Leal, NEVES; André Luis Alves. Crescimento e produtividade da parte aérea da mandioca, maniçoba e pornunça1. Maringa, parana, 2009.

NUNES IRMÃO, J.; FIGUEIREDO, M.P.; PEREIRA, L.G.R. et al. Composição química  do  feno  da  parte  aérea  da  mandioca  em  diferentes  idades  de  corte. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, v.9, n.1, p.158-169, 2008.

SILVA; Alineaurea Florentino 1 ; SANTANA; Luiz Manoel. Crescimento de Mandioca, Maniçoba e Pornunça conduzidas sob podas em épocas distintas na região Semiárida. Petrolina, Pernambuco, 2005. SOARES, Adriel de Freitas. Desenvolvimento inicial de mandioca em plantio mecanizado no município de senador jose porfírio. Universidade federal do pará campus universitário de altamira faculdade de engenharia agronômica, pará, Altamira, 2011.