QUAL A MELHOR TEMPERATURA E UMIDADE RELATIVA NA INCUBAÇÃO DE OVOS FÉRTEIS DE AVES CAIPIRAS?

ERIKA VIVIANE SANTOS1, AGDA CAROLINE SILVA PENA2, DJESIHRE NATHALIE RIPPEL3, LEONARDO FRANÇA DA SILVA4, WEDSON CARLOS LIMA NOGUEIRA5
1 - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
2 - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
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4 - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
5 - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

RESUMO -

O objetivo do presente estudo foi definir parâmetros físicos de incubação como temperatura e umidade relativa, para uma otimização do desenvolvimento embrionário e da eclodibilidade de ovos férteis de aves caipiras. No experimento 1 a umidade relativa de aproximadamente 60% durante a incubação. Cada incubadora recebeu um tratamento, variando as temperaturas (°C), sendo: T1: 37,3, T2: 37,8 e T3: 38,3. No experimento 2 a temperatura foi de 37,8 ºC durante a incubação. Cada incubadora recebeu um tratamento, variando a umidade relativa (%): T1:55, T2:60 e T3:65%. A temperatura de 37,8ºC e a umidade 60% otimizaram os parâmetros de incubação, eclosão, eclodibilidade e perda de peso, resultando em um melhor desenvolvimento embrionário.

Palavras-chave: Ave caipira, desenvolvimento embrionário, embriologia, incubadora

WHAT IS THE BEST TEMPERATURE AND RELATIVE HUMIDITY ON INCUBATION OF FREE-RANGE CHICKEN EGGS?

ABSTRACT - This study investigated physical incubation parameters such as temperature and relative humidity for optimization the embryonic development and hatchability of free-range chicken eggs. Experiment 1 the relative humidity was approximately 60% during incubation. Each incubator received a treatment, varying the temperatures (°C), being: T1: 37.3, T2: 37.8 and T3: 38.3. Experiment 2 the temperature was 37.8 °C during incubation. Each incubator received a treatment, varying the relative humidity (%): T1: 55; T2: 60 and T3: 65. The temperature of 37.8ºC and the humidity 60% optimized the parameters of incubation resulting in a better embryonic development.
Keywords: Free-range chicken, embryonic development, embryology, incubator


Introdução

Durante anos, a incubação foi tratada como necessidade dos complexos avícolas. Mas, na avicultura moderna ela tem se tornado mais frequente na cadeia produtiva, principalmente com os avanços tecnológicos nessa área (CALIL, 2007).  A incubação artificial é um processo fundamental para a obtenção de um maior número de pintos por aves por ano, já que as aves cessam sua produção durante a incubação natural. A tradicional criação de aves caipiras pelos agricultores familiares tem seus entraves devido à forma que é explorada, como criação extensiva, manejo inadequado, aspectos nutricionais, reprodutivos e sanitários. O presente trabalho tem como objetivo definir parâmetros físicos de incubação (temperatura e umidade relativa), para uma otimização do desenvolvimento embrionário e da eclodibilidade de ovos de aves caipiras.

Revisão Bibliográfica

A incubação artificial é dependente de vários parâmetros físicos, como, temperatura, umidade relativa, viragem e ventilação. A temperatura é o parâmetro físico independente mais importante. Para um bom desenvolvimento do embrião é necessário manter uma temperatura constante de 37,8ºC (100ºF) e para isso se faz necessário ajustes na incubadora, isso se deve a maior produção de calor metabólico (CALIL, 2007). Segundo Gustin (2003), a umidade relativa durante a incubação é importante, já que esta causa grande impacto na qualidade dos pintos, influenciando na taxa de calor metabólico do embrião, desenvolvimento embrionário e como consequência a cicatrização umbilical. Ainda ressalta que, os sistemas de ventilação devem levar em considerações a época climática do ano, os requerimentos fisiológicos do embrião e o equilíbrio físico entre maquina e ambiente.

Materiais e Métodos

Foram utilizadas três incubadoras industriais da Premium ecológicas modelo IP130, com capacidade de 130 ovos. No experimento 1, as três incubadoras foram mantidas a mesma umidade relativa, aproximadamente 60%, e cada uma recebeu um tratamento (Temperatura) 37,3; 37,8 e 38,3°C. No experimento 2, estabeleceu a temperatura de 37,8°C, e cada uma recebeu um tratamento (Umidade) 55%; 60%  e 65%. Foi realizada a leitura da temperatura e da umidade relativa três vezes ao dia uma pela manhã, meio dia e a tarde, durante os 18 dias de incubação. No 10º dia de incubação foi realizado a ovoscopia. Os ovos foram pesados no início da incubação e no 18º dia, momento da transferência, para determinação das perdas evaporativas de água. Do 19º ao 21º dia, no intervalo de seis em seis horas foi quantificado o número de pintos nascidos para a obtenção da janela de nascimento. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com 50 ovos (repetições). Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, utilizando o programa estatístico SAS 9.0 (Statistical Analysis System).

Resultados e Discussão

Na tabela 1, observa-se que a menor temperatura levou a piores índices de incubação. Enquanto que os tratamentos 2 e 3 o valores são considerados adequados para o bom desenvolvimento do embrião (ROSA et al, 2002). Durante o período experimental as variações das temperaturas e umidade relativa de cada tratamento permaneceram dentro da amplitude esperada. Os resultados ficaram em conformidade com aqueles citados por Barott (1937) e Calil (2007), que relataram que a temperatura de otimização é 37,8ºC, para o desenvolvimento adequado do embrião. A umidade relativa 60% foi que apresentou melhores resultados de eclosão e eclodibilidade diferença estatisticamente (P<0,05). Enquanto que os piores índices de incubação foram observados no tratamento com maior umidade relativa. De acordo Boleli (2003), a umidade entre 55 e 60% é a ideal, por isso ocorreu essa piora nos resultados. Ainda, segundo Gustin (2003), a umidade é importante, pois causa grande impacto na qualidade dos pintos.

Conclusões

A temperatura de 37,8°C e a umidade de 60% proporcionam o melhor desenvolvimento embrionário na incubação de ovos férteis de aves caipiras.

Gráficos e Tabelas




Referências

BOLELI, I.C. Estresse, mortalidade e malformações embrionárias. In: MACARI, M.; GONZALES, E. Manejo da incubação. 2ªed. Campinas: Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas - FACTA, 2003. p. 199 – 266. CALIL, T. A. C. Princípios básicos de incubação. In: CONFERÊNCIA APINCO 2007, SIMPÓSIO SOBRE INCUBAÇÃO, 2007. Santos. Anais... Campinas: Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícola, 2007. Disponível em: ˂http://www.hygen.com.br/arquivos/artigos/20071011_apinco.pdf˃. Acesso em: 19 Mar. de 2017. BAROTT, H. G. Effect of temperature, humidity and other factors on hatch of hen’s eggs and on energy metabolism of chick embryos. UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE- USDA Technical Bulletin, n 553, Washington, D. C., 1937. Disponível em: < http://naldc.nal.usda.gov/download/CAT86200548/PDF >. Acesso em: 19 Mar. 2017. GUSTIN, P. C. Manejo dos pintos no incubatório, expedição, transporte e alojamento na granja. In: MACARI, M.; GONZALES, E. Manejo da incubação. 2ªed. Campinas: Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas - FACTA, 2003. p. 199 – 266. ROSA, P. S.; GUIDONI, A. L.; LIMA, I. L.; BERSCH, F. X. R. Influência da Temperatura de Incubação em Ovos de Matrizes de Corte com Diferentes Idades e Classificados por Peso sobre os Resultados de Incubação. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, vol.31, n.2, p. 1011-1016, abr., 2002. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rbz/v31n2s0/21291.pdf >. Acesso em: 19 Mar. de 2017.