QUALIDADE DOS OVOS DE CODORNAS JAPONESAS SUPLEMENTADAS COM BETAÍNA NA RAÇÃO EM SUBSTITUIÇÃO DA METIONINA + CISTINA DIGESTÍVEL

QUALITY OF EGGS OF JAPANESE QUAIL SUPPLEMENTED WITH BETAINE IN THE REPLACEMENT OF METHIONINE + CYSTINE DIGESTIVE

ABSTRACT - The survey was conducted in order to determine the levels of inclusion of Betaine in place of methionine + cystine digestible on the quality of eggs of quail. 500 quail were used in 4 periods of 28 days, 5 treatments and 10 replications. The treatments were 0.588 levels; 0.663; 0.738; 0.813 and 0.888% met + Cys dig, supplemented with Betaine (0.236; 0.177; 0.1118; 0.059 and 0.0%). Assessed the absolute and relative weight of the albumen, yolk and the egg shell. The data were subjected to analysis of variance and polynomial models. The Haugh unit and the absolute and relative weight of the albumen, yolk and shell have not been variation in function of Betaine levels used in place of methionine + cystine in the diet. It can be concluded that it is possible to adopt the supplementation with levels ranging from 0.059 to 0.236% Betaine, with reduction of the met to the cis dig + 0.813 0.588%, respectively, with no changes in the quality of the egg.

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Introdução

A nutrição de poedeiras tem importante papel na produção e na qualidade dos ovos, uma vez que, diversos nutrientes como os aminoácidos e as vitaminas são essenciais para o metabolismo animal. Dentre estes, a colina e ou a betaína são essenciais em processo de formação de metionina e da serina, onde atuam como doador de grupo metil. Dessa forma, o estudo da relação de aminoácidos e da suplementação com substâncias essenciais no metabolismo de aminoácidos são primordiais para obtenção de dados nutricionais a respeito da influência da betaína, em substituição da metionina + cistina, sobre a qualidade do ovo. Os níveis de aminoácidos e de vitaminas na ração podem interferir na produtividade e na qualidade do ovo, uma vez que os aminoácidos são componentes essenciais dos ovos e constituem as moléculas proteicas presentes no albúmen e na gema (Leeson & Summers, 2001), além de serem importantes para o desenvolvimento e para a manutenção corporal das aves. De modo geral, os nutrientes presentes na dieta e o suprimento energético da ração interferem na quantidade de ovos produzidos pelas poedeiras, entretanto o peso dos ovos depende dos níveis de aminoácidos da dieta (Harms, 1999), sendo a metionina um aminoácido de importante controle no peso do ovo. Objetivou-se com esta pesquisa avaliar a qualidade dos ovos de codornas com inclusão de níveis de betaína em substituição à metionina + cistina digestível na ração na fase de 50 a 162 dias de idade.

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Revisão Bibliográfica

  Os aminoácidos sulfurosos são utilizados pelas aves como doadores de grupamentos metil em reações metabólicas, participando diretamente da síntese proteica (Leesson e Summers, 2001). Além da metionina e da cistina, a colina e a betaína também são responsáveis pelo fornecimento de grupos metil para o metabolismo. A betaína, devido a sua estrutura química e a seus radicais metil quimicamente ativos, participa de reações catalisadas por enzimas como fonte de grupos metila em reações de metilação (Ribeiro et al., 2011). Possui três grupos metil que podem ser utilizados em reações de transmetilação para a síntese de várias substâncias, como a carnitina, creatina (Kidd et al., 1997) e metionina. A betaína é utilizada como aditivo em rações para aves e é um trimetil derivado do aminoácido glicina (Eklund et al., 2005). Possui estrutura bipolar e radicais metil quimicamente reativos, que podem ser doados e participar de reações catalisadas por enzimas. Devido suas características bipolares e sua solubilidade em água, é utilizada em numerosos tecidos como um osmólito no organismo animal. Devido a doação de grupamentos metil a betaína participa no metabolismo proteico e energético, sendo utilizado na nutrição animal como um modificador de carcaça por reduzir os teores de gordura na mesma e ainda, como promotor de crescimento (Eklund et al., 2005). A betaína é capaz de estabilizar a função metabólica das células a um baixo custo energético, principalmente em condições de estresse (Pereira et al., 2010).

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Materiais e Métodos

Foram utilizados cinco níveis de Metionina + Cistina digestível (0,588; 0,663; 0,738; 0,813 e 0,888%), suplementados com betaína de forma a obter os níveis de 0,236; 0,177; 0,118; 0,059 e 0,0% de betaína. Para a análise do peso do albúmen, da gema e da casca foram utilizados 30 ovos, sendo coletados 3 ovos de cada uma das 10 repetições. Como componentes dos ovos foram consideradas as porcentagens de gema, albúmen e casca. A qualidade interna do albúmen foi medida pelas unidades Haugh (UH). Após as pesagens individuais em balança analítica digital de precisão de 0,01 gramas, os ovos foram quebrados, separando-se o albúmen, a gema e a casca. O resíduo de clara, aderido à gema, foi removido por lavagem em água corrente. Após este procedimento as gemas foram pesadas individualmente. As cascas, depois de lavadas para retirada de resíduos do albúmen, foram secadas em estuda de 55º e pesadas individualmente. O peso do albúmen foi obtido pela diferença entre o peso do ovo inteiro e o peso da gema mais o peso da casca [Peso do albúmen = peso do ovo inteiro - (peso da gema + peso da casca]. Após estas pesagens foram calculadas as porcentagens destes componentes. Para a análise da Unidade Haugh (UH) foram coletados 20 ovos de cada tratamento, dois de cada uma das 10 repetições. Os ovos foram pesados, individualmente. A altura do albúmen foi medida utilizando paquímetro digital em suporte de tripé, disposto em superfície plana e nivelada. Foi utilizada a equação descrita por Haugh (1937): HU = 100 x Log (H-1,7xW0,37+7,6), para determinação da unidade Haugh. Onde H é a altura do albúmen espesso (milímetros) e W é o peso do ovo inteiro(gramas). Os dados obtidos foram analisados estatisticamente pelo Programa Sistema para Analises Estatísticas e Genética - SAEG (1997) através de análise de variância e modelos polinomiais.

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Resultados e Discussão

Os resultados referentes às características de qualidade dos ovos de codornas para unidade Haugh, peso médio absoluto (g) e peso médio relativo (%) de albúmen, gema e casca estão apresentados na Tabela 1. Os níveis de substituição da metionina + cistina digestível por Betaína HCL 95% não influenciaram (P>0,05) o peso médio absoluto e o peso médio relativo do albúmen, da gema e da casca dos ovos. Ainda não foi verificado efeito significativo dos níveis de suplementação de betaína sobre a unidade Haugh, variável usualmente utilizada para determinar a qualidade interna do ovo. Entretanto, é possível afirmar que o uso da betaína em substituição a parte da metionina + cistina digestível na dieta, se mostrou eficiente para suprir a exigência animal para manter a qualidade do ovo sem qualquer alteração no peso médio absoluto e relativo do albúmen, da gema e da casca do ovo. Os dados evidenciaram a betaína como uma alternativa para doar grupamentos metil em reações metabólicas, participando diretamente da síntese proteica. A ausência de efeito significativo dos níveis de betaína e de metionina + cistina digestível sobre as características de qualidade dos ovos de codornas para unidade Haugh, peso médio absoluto (g) e peso médio relativo (%) de albúmen, gema e casca pode ter sido em função dos níveis de metionina + cistina digestível terem sido suficientes para atender a exigência nutricional requerida pelas codornas japonesas. Pack et al. (2005) ao trabalharem com poedeiras comerciais, encontraram efeito positivo, sobre peso e massa de ovo, conversão alimentar e gordura abdominal ao adicionar betaína na dieta das aves. Harms e Russel (2002) verificaram que, com a inclusão de betaína, colina e betaína + colina na dieta da Hy Line W36, não houve diferença nos parâmetros produtivos. No entanto, estes autores observaram que o nível de metionina atendia a necessidade nutricional dos animais, ou seja, por mais que houvesse efeito poupador de metionina, por suplementação com colina ou betaína nas dietas, esta atendia a exigência para manter a produtividade do animal.

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Conclusões

Pode-se concluir que é possível adotar a suplementação com níveis variando de 0,059 a 0,236 % de betaína na dieta, com redução da metionina + cistina digestível para 0,813 a 0,588 % respectivamente, sem alterações na qualidade do ovo.

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Gráficos e Tabelas

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Referências

EKLUND, M.; BAUER, E.; WAMATU, J. and MOSENTHIN, R. Potential nutritional and physiological functions of betaine in livestock. Nutr Res Rev, v.18, p.31-48, 2005.   KIDD, M.T.; FERKET, P.R. and GARLICH, J.D. Nutritional and osmoregulatory functions of betaine. World’s Poultry Sci J, v. 53, p. 125-139, 1997.   HARMS, R.H., RUSSELL, G.B. Betaine does not improve performance of laying hens qhen the diet contains adequate choline. Poultry Science, v.81, p.99-101, 2002.   Leeson, S. and Summers, J.D. Nutrition of the chicken. 4ª ed. University Books. Guelph. 591 pp. 2001.   PARK, J.H. & RYU, K.S. Relationship between dietary protein levels and betaine supplementation in laying hens. Japan Poultry Science, v.48, p.217 - 222, 2011.   PEREIRA, P. W. Z.; MENTEN, J. F. M.; RACANICCI, A. M. C. et al. Avaliação de complexo enzimático e betaína natural em rações para frangos de corte criados em aviário comercial. Revista Brasileira de Zootecnia, v.39, n.10, p.2230-2236, 2010.   RIBEIRO, P.R.; KRONKA, R.N.; THOMAZ, M.C.; HANNAS, M.I.; TUCCI, F.M.; SCANDOLERA, A.J. E BUDIÑO, F.E.L. Diferentes níveis de betaína sobre incidência de diarreia, desempenho, características de carcaça e parâmetros sanguíneos de suínos. Braz J Vet Res Anim Sci, v. 48: p. 299- 306, 2011.   ROSTAGNO, H. S.; ALBINO, L. F. L.; DONZELE, J. L. et al. Tabelas brasileiras para aves e suínos: composição de alimentos e exigências nutricionais. 3. ed. Viçosa:UFV, 2011. 252p.