RENDIMENTO DO CAPIM-ARUANA SOB DIFERENTES GRAUS DE SOBREAMENTO ARTIFICIAL CULTIVADO NA SAVANA DE RORAIMA

YIELD OF CAPIM-ARUANA UNDER DIFFERENT LEVELS OF ARTIFICIAL SHADING CULTIVATED IN RORAIMA SAVANA

ABSTRACT - Was evaluated the yield of aruana grass, cultivated and harvested with 30 days of regrowth, was evaluated at the Murupu campus of the Federal University of Roraima (UFRR) located in Boa Vista-RR. A completely randomized design was used, with 4 replicates per treatment, with treatments being the percentages of light retention (0% - full sun, 30% , 60% and 90% shading). The aruana grass presented no significant difference for the height variable the in different degrees of shading. Also, it presented good values of production of green matter with a higher value of 26.3 t/ha in an artificial shade of 30% and for the production of dry matter of leaves for a shading of 30% an average of 6.2 g, demonstrating Thus a slight tolerance to shading and having a good productivity capacity. For the conditions of this study it is recommended the use of this forage in systems of silvipastoris consorciado with arboreal species with up to 30% of light retention.

---

Introdução

Nas últimas décadas o interesse pelo o cultivo de pastagens associadas com espécies arbóreas tem aumentado, uma vez que tal método de cultivo denominado sistema silvipastoris (SSP), possui uma viabilidade técnica, socioeconômica e sustentável, além de garantir o bem estar ao animal com as sombras geradas pelas as árvores e uma boa pastagem para a alimentação do mesmo. São poucos os dados na literatura para estudos sobre o cultivo de forrageiras com sombreamento natural ou artificial, sendo de grande importância experimentos nessa linha de pesquisa, já que a garantia da produtividade dessas gramíneas está diretamente ligada à identificação de forrageiras tolerantes ao sombreamento. Para algumas forrageiras do gênero Panicum já são reportadas na literatura dados de cultivo sobre sombreamento artificial ou natural, geralmente exibindo boa tolerância. Porém algumas cultivares do gênero Panicum têm sido lançadas recentemente, como é exemplo do Panicum maximum cv Aruana. Assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar rendimento do capim aruana sob diferentes graus de sombreamento artificial cultivado nas condições edafoclimáticas da savana de Roraima.

---

Revisão Bibliográfica

O estudo realizado por Carvalho et al (2002) no campo experimental de coronel Pacheco, em Minas Gerais, pertencente a Embrapa-Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Leite. Avaliando o início de florescimento, produção e valor nutritivo de gramíneas forrageiras tropicais sob condições de sombreamento natural, encontrou valores para a produção de matéria seca para o capim aruana com um corte de 10 cm do solo e um cultivo a pleno sol de 4.480 kg/ha. Já Souza et al (2006) avaliaram a produção de matéria seca do capim aruana cultivado sob diferentes intensidades luminosas, em uma casa de vegetação do Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus III, Juazeiro - BA, encontrou para produção de matéria seca de colmo+pseudocolmo (MSCPsc), valores de 8,10 e 55,33 g/vaso na intensidade luminosa (IL) de  25 e 100% respectivamente, com incremento de 0,63g a cada ponto percentual incrementado na IL. Vieira et al (2013) avaliando o efeito de sombreamento no crescimento inicial de uma forrageira do gênero Panicum no campo experimental da Embrapa Agrobiologia, localizado no município de Seropédica, no estado do Rio de Janeiro, no período de 27/ 11/2006 a 09/02/2007. Encontrou valores para altura do capim a pleno sol de 29 cm vaso-¹ e 111 cm vaso-¹ com um sombreamento de 70 %. Já para a massa seca total (MST) em um cultivo a pleno sol um valor de 6 g vaso-¹ e 24 g vaso-¹ para o sombreamento de 70%.

---

Materiais e Métodos

O capim Panicum maximum cv Aruana foi cultivado e colhido no campus Murupu da Universidade Federal de Roraima (UFRR) situado em Boa Vista- RR. O cultivo foi realizado em canteiros distintos de 2 x 6 m, sendo 4 canteiros. O capim foi submetido a um sombreamento artificial, promovido pela a utilização de telas de polipropileno (sombrite). Foram colhidas 4 amostras de capim, em uma área de corte de 25x25 cm, com 30 dias de rebrota, durante o mês de dezembro de 2016 (período de seca em Roraima) quando foi aferida a altura com auxílio de uma régua. O clima da savana de Roraima é do tipo Awi, com duas estações climáticas bem definidas, uma chuvosa (abril-setembro) e outra seca (outubro-março), com precipitação de 300 mm no período seco, com temperatura média de 26,7°C. Posteriormente as amostras foram levadas para o campus Cauamé da UFRR (Boa Vista – RR; 2°52'09.8"N 60°42'41.7"W). Onde as amostras foram pesadas no laboratório do núcleo de pesquisa em nutrição animal – NUPENA, para determinar a produtividade por hectare, ainda foi realizado a separação da folha, colmo e raiz e colocadas em saquinhos de papel para uma segunda pesagem, a fim de determinar a produção de matéria verde (PMV). As amostras foram levadas para uma estufa com ventilação forçada a 45 °C durante 72 horas. Após isso, foram pesados todos os saquinhos para cada tratamento, para determinar a produção de matéria seca (PMS) e produção de matéria seca de folhas (PMSF), respectivamente. Utilizou-se um delineamento inteiramente casualizado, com 4 repetições por tratamento, sendo os tratamentos as porcentagens de retenção luminosa (0% - pleno sol; sombrite com 30%; 60% e 90% de sombreamento). As variáveis: altura, PMV, PMS e PMSF foram submetidas à análise de regressão (P<0,05).

---

Resultados e Discussão

Observou-se que para a variável altura, os valores obtidos neste estudo, não tiveram diferença significativa. Logo, o grau de sombreamento não influencia na altura do capim aruana cultivado na savana de Roraima (Tabela 1). Vieira et al (2013) encontrou valores de altura para forrageira do gênero Panicum a pleno sol de 29 cm vaso-¹ e 111 cm vaso-¹ com um sombreamento de 70 %. Para produtividade de matéria verde, o capim demonstrou um comportamento quadrático crescente, em relação aos graus de sombreamento. Tendo o seu maior valor em um sombreamento artificial de 30% com 26,3 t/ha e o seu menor valor em um cultivo a pleno sol com 18,9 t/ha. Os valores obtidos para produção de matéria seca e folha (F) não apresentaram diferença significativa. Sendo assim, os graus de sombreamento não influenciam nessas variáveis para o capim aruana cultivado nas condições edafoclimáticas do estado de Roraima. Souza et al  (2006) avaliando produção de matéria seca do capim-aruana cultivado sob diferentes intensidades luminosas, no estado da Bahia, encontrou para a produção da matéria seca total (MST), um acúmulo de biomassa seca variando entre 39,25 a 146,41 g/vaso na intensidade luminosa de 25 e 100% respectivamente, o que corresponde para cada ponto percentual aumentado na IL um aumento de 1,43 g/vaso de MST. A produção de matéria seca de folhas encontrada neste estudo teve um comportamento quadrático crescente, com o maior valor para um sombreamento de 30% de 6,2 g e o menor valor de 3,8 g para um sombreamento de 90%. Cecato et al (2000) avaliando a produção e algumas características da rebrota de cultivares do gênero Panicum, encontrou para o capim aruana cultivado a pleno sol e tendo um corte de 20 cm do solo, uma média de 3.743 kg/ha. Os valores obtidos para a variável colmo (C) apresentou um comportamento quadrático crescente, apresentando o maior valor de 30,8 g para um sombreamento de 60 e 90% de sombreamento artificial. Souza et al (2006) encontrou para produção de matéria seca de colmo+pseudocolmo (MSCPsc), valores de 8,10 e 55,33 g/vaso na intensidade luminosa (IL) de  25 e 100% respectivamente, com incremento de 0,63g a cada ponto percentual incrementado na IL. Os dados obtidos da proporção F:C apresentou um comportamento quadrático decrescente em relação aos diferentes níveis de sombreamento.

---

Conclusões

O capim aruana apresentou bons valores de PMV, PMS e PMSF para um grau de sombreamento de até 30%. Apresentando uma leve tolerância a sombreamento e tendo uma boa capacidade de produtividade. Para os valores de altura, PMS e folha, os graus de sombreamento não influenciaram nos resultados obtidos. Para as condições de realização deste estudo recomenda-se o uso desta forrageira em sistemas de silvipastoris consorciado com espécies arbóreas com até 30% de retenção luminosa.

---

Gráficos e Tabelas

---

Referências

CARVALHO, M.M. et al. Início do florescimento, produção e valor nutritivo de gramíneas forrageiras sob condições de sombreamento natural. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 37, n.5, p.717-722, 2002. CECATO, U. et al. Avaliação da Produção e de Algumas Características da Rebrota de Cultivares e Acessos de Panicum maximum Jacq. sob duas Alturas de Corte. Revista Brasileira de Zootecnia, 29(3):660-668, 2000. SOUSA, A. R. E. et al. Produção de matéria seca do capim-aruana cultivado sob diferentes intensidades luminosas. IV Congresso nordestino de produção animal, Petrolina- PE, 2006. 4 p. VIEIRA, M. S. et al. Efeito de sombreamento no crescimento inicial de Panicum maximum cv. Massai. Archivos Latinoamericanos de Producción Animal , Vol. 21, Núm. 1: 49-54, 2013.