Suplementação de extrato de resíduo de goiaba em rações para frangos corte

Supplementation of guava residue extract in broiler diets

ABSTRACT - The objective of this study was to evaluate the performance of broiler chickens supplemented with levels of guava residue extract. A total of 600 male chicks of the Cobb 500 lineage, one day, distributed in 25 Boxes were used. The experimental design was completely randomized with five treatments and five replicates of 24 birds. The treatments used were: control ration; 200 mg/kg vitamin E, and rations with 1,000, 1,300 or 1,600 mg/kg of guava residue extract. The performance was evaluated from one to seven and one to 42 days of age. The data were submitted to analysis of variance and regression analysis for the control treatment and guava residue extract levels, and the means were compared by the Tukey test at the 5% level of significance. The statistical program R was used. The performance of the birds was not influenced (p> 0.05) by the treatments in the period of one to seven and one to 42 days of age. The levels of guava residue extract did not improve broiler performance.

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Introdução

As indústrias de beneficiamento da goiaba geram quantidades relativamente grandes de resíduos sólidos orgânicos. No processamento da goiaba, após o despolpamento, obtém-se um resíduo composto principalmente por sementes, na proporção de 4 a 12% da massa total dos frutos beneficiados. Sendo que, 8% do fruto são compostos por resíduos que têm sido descartados pelas indústrias a céu aberto ou, raramente, em aterros sanitários (MANTOVANI et al., 2004). Estudos com resíduos agroindustriais de frutas têm sido conduzido com o objetivo de aproveitar esse material na alimentação animal. Nesse contexto, acredita-se que resíduos agroindustriais da goiaba por conter uma série de compostos bioativos, apresentem potencial para serem utilizados como antioxidantes naturais na produção avícola e dessa forma minimizar impactos ambientais gerados pelo processamento da goiaba, além de agregar valor a matérias-primas que normalmente são jogadas fora. A inclusão de aditivos fitogênicos na ração animal tem grande aceitação por se tratar de produtos naturais. Entretanto, o grande desafio da sua utilização, está na identificação e quantificação dos efeitos exercidos pelas diferentes substâncias presentes nesses produtos sobre o organismo animal (BARRETO et al., 2008).

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Revisão Bibliográfica

A utilização de aditivos na ração é uma das práticas que contribui para o crescimento da avicultura. Entre eles, os antioxidantes, que são adicionados em rações formuladas com ingredientes que possuem quantidades elevada de ácidos graxos insaturados, pois protegem os constituintes da ração dos efeitos da oxidação lipídica, que é responsável por causar alteração da qualidade, aroma, sabor e valor nutricional dos alimentos, bem como a produção de substâncias tóxicas (GRAY et al., 2002; MARIUTTI et al., 2009) . Os antioxidantes, também são importantes para proteger a célula animal contra os efeitos do estresse oxidativo, que ocorre quando a formação de radicais livres e/ou espécies reativas de oxigênio resultantes do metabolismo aeróbico, excede a capacidade da célula defender-se dessa reação por meio dos antioxidantes endógeno enzimático e não enzimático (SUAI, 2006), o que resulta em perda do desempenho e qualidade dos produtos de origem animal. Nesse sentido, resíduos agroindustriais de goiaba são fontes ricas em compostos bioativos, dentre os quais destacam os compostos fenólicos (MATINEZ-VALVERDE et al., 2000), que em virtude de sua natureza química, pode atuar interrompendo a cadeia da reação de oxidação por meio da doação de elétrons ou de hidrogênio aos radicais livres, convertendo-os em produtos termodinamicamente estáveis, ou complexando com metais, componentes iniciadores da oxidação lipídica (CONWAY, 2002). Além disso, apresentam sinergismo com antioxidantes sintéticos, potencializando sua ação (MELO et al., 2008). Diante do exposto, tornam-se importantes pesquisas que permitam a utilização em maior escala de resíduos de goiaba na nutrição animal, o que resultaria na conservação do meio ambiente pelo aproveitamento de matéria prima, redução dos custos na produção avícola e produção de alimentos seguros para a população.

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Materiais e Métodos

O experimento foi conduzido no Setor de Avicultura da Universidade Federal de Goiás. Foram utilizados 600 pintos machos, da linhagem Cobb 500^®, com um dia de idade, as aves foram distribuídas em 25 Boxes individuais medindo 5,25 m², com mureta em alvenaria de 0,20 m, tela de arame de 0,80 m de altura e pé direito de 2,60 m. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com cinco tratamentos e cinco repetições de 24 aves cada. Os tratamentos utilizados foram: ração controle; ração com 200 mg/kg de vitamina E, e rações com 1.000, 1.300 ou 1.600 mg/kg de extrato de resíduo de goiaba. O resíduo de goiaba foi adquirido de empresa comercial, o extrato foi preparado no Laboratório de Pesquisa de Produtos Naturais da Faculdade de Farmácia – UFG, pelo método de percolação. As rações experimentais foram isonutritivas, à base de milho e farelo de soja, formuladas para atender as exigências nutricionais em cada fase de criação, seguindo recomendações de ROSTAGNO et al. (2011). O subproduto da goiaba foi adicionado na ração basal em substituição ao amido. No primeiro, sétimo e 42^o dia de idade foram realizadas pesagens das aves, da ração fornecida e sobras para cálculo dos dados de desempenho zootécnico (peso final, ganho de peso, consumo de ração, conversão alimentar corrigida e viabilidade). Os dados foram submetidos à análise de variância e análise de regressão para o tratamento controle e os níveis de extrato de resíduo de goiaba, e as médias comparadas pelo teste Tukey ao nível de 5% de significância. Foi utilizado o programa estatístico R (2016).

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Resultados e Discussão

Não foi observado efeito de regressão em função das suplementações de extrato de resíduo de goiaba no desempenho (p>0,05). Na Tabela 01, verifica-se que o extrato não influenciou as variáveis de desempenho no período de um a sete dias de idade. No período total de criação (um a 42 dias de idade), também não foi observado efeito dos tratamentos (p>0,05) sobre as variáveis: consumo de ração, peso final, ganho de peso, conversão alimentar e viabilidade criatória. Portanto, sem efeito cumulativo dos tratamentos experimentais (Tabela 02). Do mesmo modo, OLIVEIRA (2015) verificou que a adição 0; 0,5; 1,0 e 1,5%  de  subproduto da goiaba em ração para frangos não influenciou o desempenho no período de um a 21 dias de idade. OLIVEIRA (2016), também observou que a inclusão de 0; 0,3; 0,6 e 0,9%  de extrato de resíduo de goiaba  não interferiu no desempenho de codornas japonesas em fase de produção. Sugere-se que níveis maiores do extrato sejam testados.

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Conclusões

O extrato de resíduo de goiaba nas doses utilizadas, não melhora o desempenho de frangos

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Gráficos e Tabelas

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Referências

1. Barreto MSR, Menten JFM, Racanicci, AMC, Pereira PWZ, Rizzo PV. Plant extracts used as growth promoters in broilers. Revi bras cienc a 2008; 10 (2): 109-115.

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4. Oliveira HF. Extrato do resíduo do processamento da goiaba na alimentação de codornas japonesas [Dissertação]. Goiânia: Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia, UFG; 2016.

5. Mantovani JR, Corrêa MCM, Da Cruz MCP, Ferreira ME, Natale W. Uso fertilizante de resíduo da indústria processadora de goiabas. Rev. Bras. Frutc. 2004; 26 (2): 339-42.

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8. Matinez-Valverde I, Periago MJ, ROS G. Significado nutricional de los compuestos fenólicos de la dieta. Arch. Latinoam Nutr. 2000; 50 (1): 5-18.

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10. Rostagno HS, Albino LFT, Donzele JL, Gomes PC, Oliveira RF, Lopes DC, Ferreira AS, Barreto SLT, Euclides RF. Composição de Alimentos e Exigências Nutricionais de Aves e Suínos (Tabelas Brasileiras), Viçosa: UFV – Imprensa Universitária, 252p, 2011.

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