Suplementos mineral, energéticos, múltiplo e proteico para borregos consumindo forragem tropical de baixa a media qualidade: consumo
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RESUMO -
Objetivou-se avaliar os parâmetros nutricionais ovinos consumindo forragem tropical de baixa a media qualidade recebendo suplementação mineral, energética, múltipla ou protéica. O experimento teve duração de 70 dias experimentais, sendo utilizados cinco borregos meio sangue com aproximadamente seis meses de idade. Todos os animais receberam como volumoso (forragem), Capim Marandu e suplemento, fornecidos diariamente. As amostras de alimentos coletadas foram analisadas, para as variáveis: matéria seca, proteína bruta, fibra em detergente neutro. As análises estatísticas foram conduzidas em um delineamento quadrado latino 5×5. O uso de suplemento proteico mostrou maior de consumo (P<0,05), de forragem (0,795 kg/MS) em relação aos suplementos energético de milho (0,737 kg/MS), energético de casca de soja(0,701 kg/MS) e múltiplo(0,643 kg/MS). O consumo de forragem não diferiu (P˃0,05), entre o suplemento proteico e a mistura mineral (0,795 vs 0,865 kg/MS).
Mineral supplements, energy, multiple and protein for lambs consuming tropical forage of low and medium quality: in take
ABSTRACT - The objective was to evaluate the nutritional parameters of sheep consuming tropical forage from low to medium quality receiving mineral, energetic, multiple or protein supplementation. The experiment lasted 70 experimental days, and five half - lambs with approximately six months of age were used. All animals received as bulky (forage), Capim Marandu and supplement, supplied daily. The collected food samples were analyzed for the variables: dry matter, crude protein, neutral detergent fiber. Statistical analyzes were conducted in a 5x5 Latin square delineation. The use of protein supplementation showed higher intake (P <0.05), forage (0.795 kg / MS) in relation to maize energetic supplements (0.737 kg / MS), soya peel energy (0.701 kg / MS) And multiple (0.643 kg / MS). Feed intake did not differ (P0.05), between protein supplement and mineral mix (0.795 vs 0.865 kg / MS).Introdução
É notório que em diversas regiões do país a forragem ofertada para os animais ruminantes apresentam baixa qualidade. Segundo Lazzarini (2011), as gramíneas tropicais raramente constituem dieta equilibrada para a produção animal, verificando-se carências múltiplas de componentes minerais, energéticos e protéicos, que implicam influência do desempenho animal. Torna-se importante ressaltar que durante o ano ocorrem oscilações na quantidade e a qualidade da forragem presente na pastagem devido a variação pluviométrica de cada região, fator identificado como sazonalidade quantitativa de forrageiras tropicais. Essas condições demonstram que a suplementação com compostos nitrogenados constituiu meta prioritária para ampliar a utilização da forragem tropical de baixa qualidade (Detmann et al.,2010; Souza et al., 2010). E que por outro lado efeitos negativos sobre o consumo de forragem de baixa qualidade podem ser observados com a suplementação de carboidratos não fibrosos (Souza et al., 2010). Segundo Costa et al. (2008), esta condição leva a redução na utilização da fração fibrosa da forragem, devido ao incremento na competição por nutrientes essenciais entre espécies microbianas fibroliticas e não fibrolíticas (Mould et al., 1983). Objetivou-se avaliar suplementação concentrada mineral, energética, múltipla ou protéica para ovinos consumindo forragem tropical de baixa à media qualidade, sob os aspectos de consumo.Revisão Bibliográfica
Quando falamos de produção animal, levamos em conta os aspectos ecológicos e biológicos dos animais, onde a busca de suprir parâmetros ideais de produção levam a um bom desempenho dos animais. No Brasil a principal vantagem na produção de carne é o uso e disponibilidade de recursos nutricionais de baixo custo, as quais são representadas pelas gramíneas tropicais exploradas em sistema de pastejo (Detmann et al., 2010). Contudo, as gramíneas tropicais raramente constituem dieta equilibrada para a produção animal, verificando-se carências múltiplas de componentes minerais energéticos e protéicos (Paulino et al., 2008), que implicam ineficiência do desempenho animal. Tornando-se importante ressaltar que durante o ano ocorre oscilações, no que diz respeito a quantidade e qualidade da forragem presente na pastagem. O efeito da sazonalidade climática sobre o crescimento da pastagem pode ser razoavelmente previsto por meio da variação das temperaturas médias e da umidade do solo, no período chuvoso, a disponibilidade e a qualidade da forragem, são pelo menos razoáveis com alta taxa de rebrota. Porém no período da seca, tanto a qualidade quanto a disponibilidade de forragem são baixas com aumento de colmos maduros e material morto, além de um decréscimo na quantidade de folhas, com isto os animais apresentam dificuldades para obtenção de energia para mantença, em consequência do baixo consumo de matéria seca digestível (Chacon; Stobs; Dale, 1978). A suplementação vem como alternativa tecnológica efetiva e importante para acelerar o ganho de peso animal e para potencializar a utilização dos recursos forrageiros disponíveis (Euclides et al., 2009). Resultados obtidos em condições tropicais demonstram que nestas condições, a suplementação com compostos nitrogenados constituiu meta prioritária para ampliar a utilização da forragem tropical de baixa qualidade (Detmann et al., 2010; Souza et al., 2010). E que por outro lado efeitos negativos sobre o consumo de forragem de baixa qualidade podem ser observados com a suplementação de carboidratos não fibrosos (Souza et al., 2010).Materiais e Métodos
O experimento foi conduzido nas dependências da Fazenda Experimental da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), dividido em cinco períodos de 14 dias. No experimento foram utilizados cinco borregos meio sangue Santa Inês x Sem raça definida, não castrados. Foram avaliados tipos diferentes de suplemento (Tabela 1): Suplemento energético a base de casca de soja (fibra de alta digestibilidade), suplemento energético a base de milho (amido), suplemento múltiplo, suplemento proteico, além de um suplemento testemunha (mistura mineral). Os suplementos foram fornecidos diariamente às 10:00 horas da manhã e todos os animais receberam volumoso (forragem), Capim Marandu, picado in natura, ofertado duas vezes ao dia, às 08:00 e 17:00 horas. Todas as sobras foram monitoradas, com fim de determinação do consumo de acordo com a diferença entre as quantidades fornecidas e a quantidade de sobras. Tabela 1. Composição dos suplementos na matéria naturalIngredientes | Suplementos | ||||
MM | SEM | SEC | SM | SP | |
Farelo de soja | - | - | - | 5,00 | 60,00 |
Milho Grão Moído | - | 95,00 | - | 43,00 | 15,00 |
Casca de soja | - | - | 95,00 | 43,00 | 16,00 |
Ureia+S. amônia (9:1) | - | - | - | 4,00 | 4,00 |
Mistura mineral¹ | 100,00 | 5,00 | 5,00 | 5,00 | 5,00 |
Total | 100,00 | 100,00 | 100,00 | 100,00 | 100,00 |
Resultados e Discussão
Os teores médios de proteína bruta e fibra em detergente neutro da forragem fornecida, foram de 6,81 % e 64,22 % respectivamente (Tabela 3). Segundo Van Soest (1994), as exigências dos compostos nitrogenados dos microoganismos ruminais deixam de ser atendidas quando o teor proteico dos recursos basais (forragem) passa a ser menores que 7,0 % de proteína bruta. Tabela 2. Composição bromatologica dos suplementos e do capim MaranduNutrientes | Suplementos | Forragem | |||
SEM | SEC | SM | SP | ||
MS (% da MN) | 83,08 | 94,4 | 86,11 | 85,33 | 25,91 |
MO1 | 95,92 | 91,15 | 91,34 | 89,62 | 93,16 |
PB1 | 7,96 | 11,99 | 23,9 | 47,16 | 6,81 |
FDN1 | 33,59 | 16,08 | 55,55 | 12,46 | 64,22 |
Variáveis | Suplementos experimentais | EPM | P-valor | ||||
MM | SEM | SEC | SM | SP | |||
Consumo de MS e nutrientes da dieta em kg/dia-1 | |||||||
CMSF | 0,865 a | 0,737 bc | 0,701 cd | 0,643 d | 0,795 ab | 0,029 | <0,01 |
CMSS | 0,019 c | 0,083 b | 0,094 a | 0,086 b | 0,085 b | 0,07 | <0,01 |
CMST | 0,885 ab | 0,820 ab | 0,796 bc | 0,728 c | 0,881 a | 0,029 | 0,02 |
CMOT | 0,805 ab | 0,766 ab | 0,738 bc | 0,677 c | 0,817 a | 0,026 | 0,03 |
CPBT | 0,063 c | 0,062 c | 0,067 bc | 0,071 b | 0,100 a | 0,003 | <0,01 |
CFDNT | 0,539 a | 0,482 abc | 0,448 bc | 0,443 c | 0,506 ab | 0,02 | 0,02 |