Suplementos mineral, energéticos, multiplo e proteico para borregos consumindo forragem tropical de baixa a media qualidade: digestibilidade

Luana Terres1, Daniel Marino Guedes de Carvalho2, Caio Andrade Franco3, Denys Castro Brito4, Kallil Kopp5, João Rufino Junior6, Josiani Marques de Jesus7, Juliane Quenoizoré Soares8
1 - UFMT- Cuiabá
2 - UFMT
3 - UFMT
4 - UFMT
5 - UFMT
6 - UFMT
7 - UFMT
8 - Nutrideal nutrição animal

RESUMO -

Objetivou-se avaliar a digestibilidade aparente da dieta de ovinos consumindo forragem tropical de baixa a media qualidade recebendo suplementação mineral, energética, múltipla ou protéica. O experimento teve duração de 70 dias experimentais, sendo utilizados cinco borregos. Todos os animais receberam como volumoso (forragem), Capim Marandu e foram suplementados diariamente as 10:00 horas diariamente. As análises estatísticas foram conduzidas em um delineamento quadrado latino 5×5. Houve diferença estatística (P<0,01), significativa para a digestibilidade da proteína bruta, sendo os valores respectivamente: 63,0; 57,6; 60,7; 64,5 e 72,0 para os suplementos mistura mineral, energético a base de milho e casca de soja, múltiplo e proteico. A suplementação protéica e múltipla melhoraram a digestibilidade da proteína bruta da dieta de ovinos suplementados.

Palavras-chave: capim marandu, parâmetros nutricionais, suplementação

Mineral supplements, energy, multiple and protein for lambs consuming tropical forage of low and medium quality: digestibility

ABSTRACT - The objective of this study was to evaluate the apparent digestibility of the diet of sheep consuming tropical forage from low to medium quality receiving mineral, energy, multiple or protein supplementation. The experiment lasted 70 experimental days, and five lambs were used. All animals received as forage, Capim Marandu and were supplemented daily at 10:00 hours daily. Statistical analyzes were conducted in a 5x5 Latin square delineation. There was a statistical difference (P <0.01), significant for the digestibility of the crude protein, being the values: 63.0; 57.6; 60.7; 64.5 and 72.0 for mineral, energetic mixtures based on corn and soybean hull, multiple and protein. Protein and multiple supplementation improved the digestibility of crude protein from the diet of supplemented sheep.
Keywords: Marandu grass, nutritional parameters, supplementation


Introdução

Para ruminantes a dieta básica é o fornecimento de forragens, e cabe a esta suprir todas as necessidades encontradas pelo animal. Em muitos casos a forrageira não fornece o nutriente necessário para o desenvolvimento do mesmo, a partir disso há a incrementação da dieta com suplementos, que irá suprir suas necessidades e garantir sua eficiência. Detmann (2010) comenta a necessidade da identificação dos componentes limitantes para suprir entraves nutricionais dos pastos por meio de suplementação, visando à melhoria na utilização de recursos nutricionais do pasto e consequentemente, à ampliação da eficiência do sistema produtivo. É importante qualificar e quantificar a melhor forma de produção de gramíneas tropicais, pois há elevada proporção de compostos insolúveis em detergente neutro em relação a proteína bruta total nestas gramíneas (Paulino et al., 2002). Trabalhos de pesquisa realizados para avaliar os efeitos da suplementação com ovinos, bovinos e/ou in vitro parecem indicar na maior parte dos casos que a suplementação protéica melhora o consumo, digestibilidade e o desempenho animal. Objetivou-se avaliar suplementação concentrada mineral, energética, múltipla ou protéica para ovinos consumindo forragem tropical de baixa a media qualidade, sob a digestibilidade da dieta.

Revisão Bibliográfica

Para ruminantes a dieta básica é o fornecimento de forragens, e cabe a esta suprir todas as necessidades encontradas pelo animal. Em muitos casos a forrageira não fornece o nutriente necessário para o desenvolvimento do mesmo, a partir disso há a incrementação da dieta com suplementos, que irá suprir suas necessidades e garantir sua eficiência. Detmann (2010) comenta a necessidade da identificação dos componentes limitantes para suprir entraves nutricionais dos pastos por meio de suplementação, visando à melhoria na utilização de recursos nutricionais do pasto e consequentemente, à ampliação da eficiência do sistema produtivo. É importante qualificar e quantificar a melhor forma de produção de gramíneas tropicais, pois há elevada proporção de compostos insolúveis em detergente neutro em relação a proteína bruta total nestas gramíneas (Paulino et al., 2002). Trabalhos de pesquisa realizados para avaliar os efeitos da suplementação com ovinos, bovinos e/ou in vitro parecem indicar na maior parte dos casos que a suplementação protéica melhora o consumo, digestibilidade e o desempenho animal. Objetivou-se avaliar suplementação concentrada mineral, energética, múltipla ou protéica para ovinos consumindo forragem tropical de baixa a media qualidade, sob a digestibilidade da dieta.

Materiais e Métodos

O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental da UFMT, dividido em cinco períodos de 14 dias. No experimento foram utilizados cinco borregos. Foram avaliados tipos diferentes de suplemento (Tabela 1): Suplemento energético a base de casca de soja (fibra), suplemento energético a base de milho (amido), suplemento múltiplo, suplemento proteico, além de um suplemento testemunha (mistura mineral), Os suplementos foram fornecidos diariamente às 10:00 horas da manhã e todos os animais receberam volumoso (forragem), Capim Marandu, picado in natura, ofertado duas vezes ao dia, às 08:00 e 17:00 horas. Todas as sobras foram monitoradas, com fins para a determinação do consumo de acordo com a diferença entre as quantidades fornecidas e a quantidade de sobras.     Tabela 1. Composição percentual dos suplementos com base na matéria natural.
Ingredientes Suplementos
MM SEM SEC SM SP
Farelo de soja - - - 5,00 60,00
Milho Grão Moído - 95,00 - 43,00 15,00
Casca de soja - - 95,00 43,00 16,00
Ureia+S. amônia (9:1) - - - 4,00 4,00
Mistura mineral¹ 100,00 5,00 5,00 5,00 5,00
Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
1Mistura mineral comercial para ovinos; MM: Mistura mineral; SEM: Suplemento energético a base de Milho; SEC: suplemento energético a base de casca de soja; SM: Suplemento múltiplo; SP: Suplemento proteico.   A excreção fecal foi determinada por coleta total. Nos dias 12º, 13º e 14º dias de cada período, sempre às 07:00 e às 17:00 horas foram coletadas amostras de sobras de forragem e da forragem fornecida. A composição bromatologica do suplemento, sobras, fezes e forragem foram realizadas de acordo SILVA & QUEIROZ (2002). Os coeficientes de digestibilidade aparente dos nutrientes (DAN), foram estimados pela equação descrita a seguir: DAN(%)= [MSingerida*%nutriente)-(MSexcretada* %nutriente)/ (MSingerida* %nutriente)] *100. As análises estatísticas foram conduzidas em um delineamento quadrado latino 5x5. Adotou-se análise de variância e teste de tukey realizados pelo programa SAS (2001).

Resultados e Discussão

Os suplementos foram formulados com diferentes teores de proteína bruta (PB) (Tabela 2), para que se pudesse avaliar o potencial destes em estimular ou deprimir a digestibilidade da dieta fornecida.     Tabela 2. Composição bromatologica dos suplementos e do capim Marandu
Nutrientes Suplementos Forragem
SEM SEC SM SP
MS (% da MN) 83,08 94,4 86,11 85,33 25,91
MO1 95,92 91,15 91,34 89,62 93,16
PB1 7,96 11,99 23,90 47,16 6,81
FDN1 33,59 16,08 55,55 12,46 64,22
1Dados expressos com base na matéria seca. MS: matéria seca; MO: matéria orgânica; PB: proteína bruta; FDN: fibra em detergente neutro.     Foram observados efeitos significativos (P<0,01) na digestibilidade da PB, quando foi utilizada a suplementação protéica, em comparação com a mistura mineral e/ou suplementos múltiplo e energéticos a base de casca de soja e milho (Tabela 3). Tais diferenças se dão principalmente em função da quantidade de proteína bruta contida em cada suplemento, variando entre zero de proteína para a mistura mineral até 47,16% de proteína para o suplemento proteico (passando por valores intermediários para os suplementos múltiplo e energéticos a base de casca de soja e milho).       Tabela 3. Valores médios do coeficiente de digestibilidade dos nutrientes
Variáveis¹ Suplementos experimentais EPM² P-valor
MM SEM SEC SM SP
Coeficiente de digestibilidade dos nutrientes (%)
DAMS 74,60 66,50 65,30 67,80 70,00 1,98 0,34
DAMO 66,10 68,20 67,10 69,30 71,80 1,95 0,28
DAPB 63,00bc 57,60c 60,70bc 64,50b 72,00a 83,8 <0,01
DAFDN 76,20 74,00 69,80 72,10 76,60 3,53 0,32
DAMS: digestibilidade aparente da matéria seca; DAPB: digestibilidade aparente da proteína bruta; DAMO: digestibilidade aparente da matéria orgânica; DAFDN: digestibilidade aparente da fibra detergente neutro; DAMM: digestibilidade aparente da matéria mineral.   A medida em que os teores de proteína dos suplementos fornecidos aumentam, o consumo de proteína aumenta consequentemente, fazendo com que os coeficientes de digestibilidade aumentem em função do maior consumo de proteína bruta.

Conclusões

A suplementação proteica melhora a digestibilidade da dieta de ovinos consumindo forragem tropical de baixa a media qualidade.


Referências

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