Uso de bentazon no milho em Sistemas Agrossilvipastoris
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RESUMO -
Objetivou-se avaliar doses de bentazon para o controle de plantas daninhas e sua influência no número de espigas e massa de mil grãos de milho. Os tratamentos foram: capim-marandu, java e capim-marandu + java, consorciadas com milho e eucalipto nos espaçamentos 12×2 e 12×3 m, mais monocultivo de milho, sob doses de 0; 0,36 e 0,72 kg ha-1 de bentazon. O maior número de espigas de milho foi obtido com aplicação de bentazon. As doses do herbicida não influenciaram na produção de grãos de milho em ambos sistemas.
Bentazon on the corn in Agrosilvopastoral Systems
ABSTRACT - It aimed to evaluate the bentazon doses in the weed control and its influence on the corncob number and the mass of thousand kernels. The treatments were marandu grass, java, marandu grass + java all intercropped with corn and eucalyptus spaced 12×2 and 12×3 m, and monoculture of corn under 0, 0.36, and 0.72 kg ha-1 of bentazon. The highest corncob number was obtained with the bentazon application. However, the bentazon doses did not affected the kernels production on both systems.Introdução
O sucesso de um sistema consorciado depende do correto manejo das espécies e dos fatores de produção que afetam as plantas, visando garantir retornos econômicos e ambientais satisfatórios (Melotto et al., 2009). Dentre os principais fatores limitantes da produção de sistemas consorciados, destacam-se as plantas daninhas (Santos et al., 2015).
A interferência das plantas daninhas sobre as espécies consorciadas pode limitar sua produção, sobretudo nos estágios iniciais de crescimento das culturas (Silva et al., 2014).
Herbicidas a base de bentazon, podem ser uma alternativa viável para o controle de plantas daninhas em Sistemas Agrossilvipastoris, pois são registrados para o controle de plantas dicotiledôneas e monocotiledôneas nas culturas de soja, feijão, milho, trigo e arroz (Dias, 2016).
Neste sentido, objetivou-se avaliar doses de bentazon para o manejo de plantas daninhas e sua influência no número de espiga e massa de mil grãos de milho em consórcio com eucalipto e as forrageiras Brachiaria brizantha cv. Marandu (capim - marandu), Macrotyloma axillare (java), em Sistemas Agrossilvipastoris e monocultivo.
Revisão Bibliográfica
O milho e Brachiaria brizantha cv. Marandu possui características desejáveis ao consórcio com culturas agrícolas e arbóreas (OLIVEIRA et al., 2007).
Alguns problemas,como a exposição do solo e o surgimento de plantas daninhas, além da baixa produção da planta forrageira, são resultantes do processo de degradação (NORONHA et al., 2010).
Alguns trabalhos relatam o uso de bentazon no controle de plantas daninhas em cultivos consorciados (REZENDE et al., 2014; ADEGAS et al., 2011). Todavia, existem poucas pesquisas sobre o uso de bentazon no controle de plantas daninhas na cultura do milho consorciado com forrageiras leguminosas e gramíneas em sistemas agrossilvipastoris, podendo ser uma nova alternativa para o controle dessas.Materiais e Métodos
O ensaio foi desenvolvido na Fazenda Experimental do Moura, em Curvelo-MG, pertencente à Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.
O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados e quatro repetições. Os tratamentos foram dispostos em parcelas subdivididas, sendo essas compostas por arranjos de: capim marandu, java e capim-marandu + java, consorciadas com milho e eucalipto nos espaçamentos 12×2 m e 12×3 m em Sistemas Agrossilvipastoris, mais milho em monocultivo. Nas sub-parcelas testou-se três manejos de plantas daninhas, sem e com aplicação de herbicida, representando as doses de 0; 0,36 e 0,72 kg ha-1 de bentazon.
As unidades experimentais dos tratamentos em consórcio tinham dimensões de 36 m de largura por 18 m de comprimento, totalizando uma área de 648 m², composta por quatro fileiras simples de eucalipto espaçadas a cada 12 m, intercalados com milho e as espécies forrageiras. Já as subparcelas apresentaram dimensões de 12 m de largura por 18 m de comprimento, totalizando uma área de 216 m². Para as parcelas em monocultivo de milho, as dimensões foram de 10 m de largura por 36 m de comprimento, totalizando uma área de 360 m², e as subparcelas de 10 m de largura por 12 m de comprimento, totalizando 120 m².
A semeadura do milho, das forrageiras e do eucalipto foi realizada em dezembro de 2014, com distribuição de sete sementes de milho por metro linear, e espaçamento de 0,8 m entre linhas. O herbicida bentazon foi aplicado em janeiro de 2015, aos 30 dias após a semeadura (DAS).
A colheita do milho foi realizada de forma manual aos 120 DAS. Durante a colheita foram amostrados 4 pontos de 1,5 m de comprimento nas fileiras de milho para a determinação do número de espigas por planta e massa de mil grãos.
Os dados foram submetidos a análise de variância (ANOVA) e ao teste de Tukey a 5% de significância. Todas as análises estatísticas foram realizadas com auxílio do programa R.Resultados e Discussão
Apenas o fator isolado dose de herbicida mostrou-se significativo (F=0,0068; p< 0,001) para número de espigas por planta (Tabela 1), a interação entre arranjos de cultivo x dose não foi capaz de influenciar nesse parâmetro onde não houve diferença significativa (F=0,34; p< 0,001). De forma similar a esse trabalho, (Santos et al., 2015) não encontrou alterações no número de espigas de milho por planta em diferentes consórcios em Sistemas Agrossilvipastoris e monocultivo.
Observou-se diferença no número de espigas por planta entre os diferentes manejos de plantas daninhas, com maiores valores para áreas sem aplicação de herbicida e submetidas à dose de 0,72 kg ha-1 de bentazon (Tabela 1).
Quanto ao parâmetro massa de mil grãos (Tabela 2), não houve interação, e fatores isolados não foram significativos, entre todos os distintos tratamentos, observando-se que o número de espigas, não houve influência no peso dos grãos. Um trabalho semelhante feito por (Araújo Junior et al., 2012) que avaliando o consórcio de milho com Gliricidia sepium (gliricídia) em diferentes controles de plantas daninhas não foi capaz de afetar a massa de 100 grãos de milho.Conclusões
O maior número de espigas de milho foi obtido com aplicação de bentazon.
As doses do herbicida bentazon não influenciaram na produção de grãos de milho, tanto em Sistema Agrossilvipastoris e monocultivo.Gráficos e Tabelas
Referências
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