VIABILIDADE ECONÔMICA DA PRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EM PASTAGEM

ECONOMIC VIABILITY OF BEEF CATTLE PRODUCTION ON PASTURE

ABSTRACT - With the increasing population, the demand for food will be higher, because of this scenario the producer will have to seek new alternatives and economically viable. It was evaluated systems of production for beef cattle on pasture, being: control treatment; fertilized pasture and fertilized pasture + supplementation animal. The animals used were males, with average initial weight of 245.3 kg live weight (cv. 21.6%), and with age 8 to 10 months. All treatment and repetitions were composed of rotated system with four paddocks, being supplied water and mineral supplements ad libitum. Supplementation was held daily in two periods, morning and afternoon, at 50:50 ratio. The treatments presented statistical difference (p<0.05), being composted treatment + supplementation with average profit R$ 1,792.67 ha-1.year-1and the production of 53.3 @.ha-1.year-1, followed by R$ 1,523.40 ha-1.year-1, R$ 1,145.55 ha-1.year-1and 26.97 @.ha-1.year-1, 15.36 @.ha-1.year-1, respectively for the fertilized and control treatment.

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Introdução

De acordo com Missio et al. (2009), o sistema tradicional de produção tem se mostrado pouco rentável, levando ao produtor buscar novas alternativas. Nesse contexto, alternativas como o uso de confinamento e semi-confinamento gera a redução de idade no abate, viabilizando maior capital investido. Entretanto a suplementação de animais em pastejo é avaliada praticamente para consolidar, questionamentos relacionados à viabilidade econômica existem a muito tempo, pois análises econômicas  em  sistemas intensivos e extensivo de pecuária indicam resultados maiores para sistemas intensivos (PILAU et al., 2003). Quando consideramos a necessidade de um ciclo de produção mais curto, temos opção à intensificação de animais através do uso de confinamentos (LOPES et al., 2011), porém segundo Barbosa e Souza (2007), quando intensificamos animais de produção, consequentemente ocorreu aumento dos custos operacionais variáveis, havendo necessidade de investimento pelo produtor. Porém, animais quando mantidos exclusivamente em pastagem nos períodos das chuvas apresentam ganho de peso diário entre 0,388 a 0,962 Kg animal/dia, dependendo do manejo aplicado (CARLOTO et al., 2011; DE ALMEIDA et al., 2002; FLORES et al., 2008; MELO, 2014), onde o fator limitante do potencial genético dos bovinos em pastejo se dá pela restrição da ingestão de energia ou proteína. Sendo assim esse trabalho de pesquisa visa a viabilidade econômica de animais nelore em sistema de partejo sendo suplementado e a pastagem adubada.

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Revisão Bibliográfica

A cada ano o agronegócio no Brasil torna-se forte devido seus avanços tecnológicos e sua importante posição na economia, no aumento da produtividade e na ocupação de novas áreas (FERNANDES et al., 2007). O uso de pastagens tropicais para a produção de bovinos cresce frequentemente, e para obter alta produtividade animal é necessário o uso de adubação de formação e manutenção das pastagens, além da escolha da gramínea (QUADROS et al., 2002). Porém Silva et al. (2010), afirma que a digestibilidade e a palatibilidade das forrageiras decresce rápido e evidencia-se também o decréscimo gradativo dos teores de nitrogênio nas mesmas, havendo uma diminuição da  produtividade, sendo considerado um dos principais fatores limitantes da produção animal. Paralelamente, no Brasil maior parte da criação animal ocorre no sistema extensivo, onde podemos dividir a produção de carne nos períodos de primavera/verão, quando ocorre alta produção de forragens obtemos um acréscimo no desempenho animal, e o período de outono/inverno, quando a produção de forragem é limitada, possuindo um ganho baixo e perda de peso (PRADO et al., 2003). De acordo com Euclides (2000), ao terminarmos animais em condições de pastejo mais suplementação, temos que levar em conta algumas condições particulares, como, região, propriedade e mercado, a implantação desse sistema pode viabilizar o abate de animais mais jovens, com acabamento de carcaça, além de aumentar a capacidade de suporte da propriedade. A suplementação a pasto é uma alternativa que visa suprir deficiência que inibe o crescimento dos animais, na maioria dos casos pode-se melhorar o desenho, porém pode não ser satisfatório (ITAVO et al., 2007). Já animais suplementados com sal mineral podem apresentar ganho de peso bem inferior ao esperado devido a carência de nutrientes específicos que são essenciais para os animais expressarem seu potencial (FIGUEIREDO et al., 2008). Dentro de um setor de produção animal devemos estar atentos aos custos de produção da atividade, a receita obtida e a rentabilidade do capital investido, pois são fatores de grande importância para o sucesso da atividade (SILVA et al., 2010). Diante desse contexto, Figueiredo et al. (2007) relata que existem duas formas de interferir no ganho financeiro de uma atividade, são elas, aumentar o preço de renda, porém pode-se gerar algumas consequências sobre a demanda, e o uso de uma meta de redução de custo e aumento da produtividade, mas dependendo diretamente da demanda.

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Materiais e Métodos

O presente trabalho foi desenvolvido por um período de um ano na Fazenda Experimental da Universidade do Oeste Paulista - UNOESTE, em Presidente Bernardes/SP. A área total foi de 18 hectares, dividida em três módulos, constituindo dos tratamentos: T-1, sem adubação de pastagem e sem suplementação animal; T-2, com adução de pastagem e sem suplementação animal e T-3, com adubação de pastagem e com suplementação animal. Todos os tratamentos foram constituídos da gramínea Urochloa brizantha cv. Marandú (Sin. Brachiaria brizantha). Cada tratamento foi constituído de três repetições, com três animais teste por repetição para avaliação. Em cada repetição, o sistema de pastejo foi na forma de pastejo rotacionado, com número variável de animais pela técnica putandtake. Os animais utilizados foram machos nelore desmamados, pertencentes a um rebanho comercial, com idade inicial média de 8 à 10 meses, e peso médio de 245,3 kg de peso vivo (cv. 21,6%).Foram utilizados animais da mesma categoria como reguladores da massa de forragem (MF). Para todos os tratamentos, os animais foram suplementados com sal mineral no cocho e água, ambos à vontade. Para adubação da pastagem, nos tratamentos 2 e 3, foi realizada utilizando o formulado 20-5-20 (Nitrogênio, N – Fósforo, P – Potássio, K), na quantidade de 1000 kg do formulado por hectare ano. Para o tratamento 3, os animais foram suplementados com ração concentrada proteico energética, com 18% de proteína bruta, fornecida na proporção de 1% do peso vivo animal, nesse tratamento o arraçoamento foi realizado, em dois períodos, manhã e tarde, na proporção 50:50, respectivamente. Para realizar as análises econômico-financeiras dos diferentes sistemas de produção foi utilizado planilhas do Programa Excel®.A metodologia de cálculo de custo se baseou nos métodos de custo operacional e de custo total (Vale e Gomes, 2001). Para análise dos dados, foram submetidos à análises de variância pelo General Linear Models Procedure (Proc GLM) e, quando detectadas diferenças entre as médias, foi aplicado o teste Tukey a 5% de significância. Foi utilizado o pacote estatístico SAS (StatisticalAnalysis System) versão 8.2 para Windows (SAS Institute, 2004), e o nível de significância utilizados nas comparações será de 5%.

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Resultados e Discussão

De acordo com tabela 1, o tratamento com adubação + suplementação obteve o melhor ganho em R$.ha^-1.ano^-1, quando comparado ao tratamento controle (p<0,05). No entanto, o controle não difere estatisticamente do tratamento com adubação. Por outro lado o custo de produção apresentou valores gradativamente maiores, quanto maior foi o investimento aplicado, o comportamento foi semelhante para a produção em @.ha^-1. Adubação mais suplementação obteve melhor ganho de peso por animal e por área, pois as pastagens apresentam alta produção nas estações primavera/verão, onde obtemos alta produção de massa verde e nutrientes, levando a uma maior produção em @.ha^-1.ano^-1, de acordo com Kichel et al. (1999), na fase de engorda de bovinos, a produtividade de carne em pastagem degradada apresenta duas arrobas por hectare ano, sendo que, pastagem de bom estado pode atingir em  média dezesseis arrobas por hectare ano com o aumento da UA.ha^-1.Já no outono/inverno temos baixa produção de forragem, porém a suplementação impede uma maior queda devido a sazonalidade nos períodos mais secos do ano, entretanto com maior custo de produção.Segundo Lopes et al, (2011) ao levarmos em consideração a necessidade de um ciclo de produção mais curto, temos como opção intensificar os animais através do uso de confinamentos, porém Barbosa e Souza (2007), relata que a intensificação da produção de animais, leva ao aumento dos custos operacionais variáveis, havendo a necessidade do produtor investir, no entanto Missio et al. (2009), fala que o sistema tradicional de produção mostra-se economicamente pouco eficiente, levando o produtor a buscar novas técnicas para aumentar a lucratividade. Nesse contexto, alternativas como o uso de confinamento e semi-confinamento promove a redução de idade no abate, proporcionando maior giro do capital investido. Segundo Pilauet al. (2003), a viabilidade da suplementação de animais em pastejo é tida como eficaz, porém questionamentos quanto a viabilidade econômica existem, principalmente para períodos de diminuição dos preços, nos quais os produtores são obrigados a amortizar o padrão tecnológico médio em função das expectativas de queda na remuneração da atividade. Assim, em conjunturas queda de preços pode-se abrir mão da suplementação proteica energética, diminuindo a lotação, mais aumentará o período de estadia dos animais no sistema. Para Poppi e Mclennan, (1995) as técnicas de suplementação animal podem ser aplicadas para potencializar o seu funcionamento biológico. A Aplicação da suplementação permite que animais atinjam o limite genético para ganho de peso, que possivelmente não se atingirá consumindo apenas pastagens, mas estas sendo adubadas intensivamente caracteriza por alta produtividade, a produtividade media da exploração extensiva de pastagem apresenta em torno 60 kg de PV.ha^-1.ano^-1 (ARRUDA, 1996), já o potencial de pastagem adubada intensivamente entre 1600 a 2000 kg Pv.ha^-1.ano^-1 (CORSI e SANTOS, 1995).

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Conclusões

A adubação de pastagem promove uma maior rentabilidade por hectare ano, quando comparado ao sistema tradicional de produção, e quando aliada à suplementação promove ganhos ainda maiores, mesmo com o alto custo de produção.

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Gráficos e Tabelas

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Referências

ARRUDA, Z. J. A pecuária bovina de corte no Brasil e resultados econômicos de sistemas alternativos de produção. SIMPÓSIO SOBRE PECUÁRIA DE CORTE, v. 4, p. 259-273, 1996 BARBOSA, Fabiano Alvim; SOUZA, Rafahel Carvalho. Administração de fazendas de bovinos–leite e corte. Viçosa: Aprenda Fácil, 2007. CARLOTO, Marciele Neves et al. Desempenho animal e características de pasto de capim-xaraés sob diferentes intensidades de pastejo, durante o período das águas. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 46, p. 97-104, 2011. DE ALMEIDA, Roberto Gioloet al. Produção Animal em Pastos Consorciados sob três Taxas de Lotação, no Cerrado1.Revista Brasileira de Zootecnia, v. 31, n. 2, p. 852-857, 2002. KICHEL, Armindo Neivo; MIRANDA, Cesar Heraclides Behling; ZIMMER, Ademir Hugo. Degradação de pastagens e produção de bovinos de corte com a integração agricultura x pecuária. Simpósio de Produção de Gado de Corte, v. 1, p. 201-234, 1999. LOPES, Leandro Sâmiaet al. Viabilidade econômica da terminação de novilhos Nelore e Red Norte em confinamento na região de Lavras-MG. Ciência e agrotecnologia, Lavras, v. 35, n. 4, p. 774-780, jul./ago., 2011. MISSIO, Regis Luiset al. Desempenho e avaliação econômica da terminação de tourinhos em confinamento alimentados com diferentes níveis de concentrado na dieta. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 38, n. 7, p. 1309-1316, 2009. PILAU, Alcides; ROCHA, MG da; SANTOS, DT dos. Análise econômica de sistemas de produção para recria de bezerras de corte. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 32, n. 4, p. 966-976, 2003. POPPI, Dennis P.; MCLENNAN, S. R. Protein and energy utilization by ruminants at pasture.Journalof animal science, v. 73, n. 1, p. 278-290, 1995. VALE, SMLR; GOMES, MFM. Análise econômica da empresa rural. Brasília, ABEAS.(Curso de Especialização por Tutoria à Distância. Curso de Administração Rural–Módulo 2), 2001.