Emprenhar novilhas a partir dos 14 meses, associado a outras técnicas, tem garantido uma série de benefícios para a Fazenda Mater, propriedade localizada em Santa Rita do Pardo, no Mato Grosso do Sul. Entre os reflexos da adoção da técnica está a redução da idade de abate dos animais. Antigamente terminados com 24 a 36 meses, hoje já são abatidos com 18 meses e 500 quilos de peso médio. Quem explica o trabalho tecnificado e continuado é a gestora da propriedade, a zootecnista Rafaela Angelieri, em entrevista ao canal Giro do Boi.

“A gente já tinha estação de monta, mas eu propus organizar a estação, organizar a época de parição e colocava o porquê de cada coisa [em uma carta-proposta]. É importante você organizar a estação de monta porque você vai estar enfocando a época de parição e está tudo interligado. A pecuária é tão ligada em ciclos que se você não tem estação de monta correta, a sua parição vai ser no tarde, sua desmama vai ser tarde e seu gado vai ser abatido tarde. Então eu fiz esta carta-proposta com organização da estação de monta e foco na parição e desmama”, recordou Rafaela, que apresentou a proposta ao proprietário da fazenda, seu pai, Gerson.

Zootecnista Rafaela Angelieri (Foto/Reprodução: Giro do Boi)

O modelo apresentado pela zootecnista foi iniciado em 2016. De lá pra cá, mais do que os reflexos nos índices de prenhez, o trabalho desenvolvido surtiu efeitos em outros dados que impactam a produtividade da fazenda.

“Antes de a gente emprenhar as novilhas aos 14 meses, a gente abatia novilhos Nelore de dois a três anos, com até 36 meses. Agora a gente está abatendo novilhos de 18 meses com 500 quilos. Nós percebemos que, se podíamos desafiar as fêmeas, podíamos fazer também com os machos”.

Para elevar os resultados da propriedade, não foi suficiente apenas implantar o manejo reprodutivo. Rafaela comentou a importância de associar a organização da monta com o manejo nutricional e, também, técnicas de bem-estar.

“A gente investiu nesses machos desde a desmama, com creep feeding… O protocolo nutricional é um ponto-chave. Tem que ter um manejo de pastagem muito grande, muito preciso, mas não é só o pasto. Você tem que dar um aporte de suplemento alimentar para esse animal”. E ela complementa: “A gente segue o trabalho da Temple [Grandin] com os mangueiros anti-estresse, que são em curvas, seguia a questão do manejo com a bandeira […] Então a gente está cada vez mais se tecnificando, o que é importante. […] Nós temos que respeitar o animal porque um dia ele vai nos servir. É uma frase da Temple Grandin”.

BUSCA CONSTANTE

Para continuar evoluindo, a propriedade segue disposta a usar ferramentas já disponíveis como também aposta em novas tecnologias, como foi o caso de um estudo que utilizou suplementação em bloco, reforçando a fertilidade das matrizes do plantel. Além disso, a zootecnista destacou que o desafio vai além de emprenhar novilhas, mas fazer com que, já primíparas, elas tenham capacidade de reconceber, momento em que a suplementação faz a diferença.

“São duas categorias distintas que a gente tem que ter muita atenção porque elas estão se desenvolvendo e você quer que ela reconceba. O desafio está aí. O desafio não é você fazer a matriz emprenhar, mas fazer ela reconceber”.

Assista a entrevista completa clicando aqui.

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