Uma medida rara na indústria de carne no Brasil vem sendo observada em diversas regiões do país. Muitos produtores de carne de aves e suínos estão apelando ao trigo como substituto de emergência para alimentar suas criações e a medida já está influenciando no aumento dos preços do cereal.

De acordo com uma reportagem publicada pela Reuters, essa prática não era observada há anos no Brasil. Para especialistas, o momento evidencia como os elevados preços do milho no mercado doméstico e uma inesperada crise de oferta do cereal começam a afetar outros mercados de commodities e forçam a indústria a procurar alternativas.

Segunda Reuters, a oferta de trigo de menor qualidade, que por vezes é misturado à ração, já está esgotada. O que força os processadores de carne a terem que alimentar suínos e aves com grãos de alta qualidade, normalmente usados em farinha para pães e biscoitos.

“Não é que o trigo é mais barato. É que simplesmente não há nenhum milho não vendido por aí”, disse um operador de uma cooperativa no Paraná.

O consultor Luiz Carlos Pacheco, da Trigo & Farinhas, disse que a indústria de carnes comprou 220 mil toneladas de trigo desde maio, quando ficou claro o tamanho da falta de oferta de milho no mercado.

“As vendas de trigo para ração ocorreram em volumes e preços bem acima do normal para essa época do ano”.

Segundo ele, 120 mil toneladas vendidas à indústria vieram do Rio Grande do Sul, segundo Estado do país em produção de trigo. Outras 100 mil toneladas vieram do Paraná, maior produtor de trigo do Brasil.

Em entrevista à agência de notícias, outro operador disse que a JBS, maior exportadora de carne do mundo e segundo maior produtor de carne de aves, recentemente comprou 6 mil toneladas de trigo para ração. A companhia não respondeu a um pedido de comentário.

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