Temperaturas mais baixas já estão sendo sentidas em diversos Estados brasileiros devido a proximidade do inverno, por isso, produtores que trabalham com criação de peixes devem redobrar a atenção. A variação negativa das temperaturas impacta o metabolismo destes animais, o que reduz a taxa de reprodução da tilápia, espécie mais disseminada no país. Por ano, são mais de 486 mil toneladas comercializadas, de acordo com dados da Associação Brasileira da Piscicultura. As informações são do portal AgroLink.

“A temperatura é uma das alterações ambientais que mais afeta os peixes de cultivo. A partir da sua redução ocorrem diversas reações em cascata. Com a queda na temperatura da água, o metabolismo dos peixes é reduzido e, com isso, o consumo de ração também cai. Ingerindo menos nutrientes, os peixes passam a ter menor capacidade de superar os desafios do período, o que impacta negativamente no desenvolvimento normal”, explicou o zootecnista Daniel Fuziki, gerente de negócios de aquicultura da Phibro Saúde Animal.

Segundo ele, nesta época, algumas bacterioses sazonais, como a franciselose, encontram terreno ideal para se desenvolverem. Com a queda da resistência dos peixes, há suscetibilidade maior para infecções, o que impacta seriamente os resultados produtivos dos piscicultores. Por isso há a necessidade de se implementar um programa de manejo sanitário e nutricional adequado.

Outro ponto é sobre viveiros escavados. Nestes ambientes, a redução da oferta de água das chuvas também impacta a saúde dos peixes no inverno, uma vez que a menor troca de água compromete sua qualidade.

TEMPERATURA

O zootecnista explica que a diminuição da temperatura no inverno geralmente reduz a taxa de reprodução da tilápia, principalmente nas regiões Sul e Sudeste. As variações climáticas acentuadas exigem o emprego de tecnologias para manter a produção de alevinos ao nível mínimo nessa fase. Uma boa opção é a cobertura em viveiros de matrizes em reprodução para elevar a temperatura da água e favorecer o nível nutricional dos peixes.

“Em relação aos peixes nativos, neste período do ano a reprodução cai. Há produtores que estocam os alevinos para povoar ao longo do ano. Dessa forma, assim como é feito com a tilápia, a nutrição no inverno deve ser adequada, balanceada e de qualidade, com o objetivo de manter os peixes saudáveis durante a estocagem”.

Diante destes desafios, manter a atenção aos macro e aos micronutrientes é essencial, assim como o reforço nutricional das rações, devido à diminuição do metabolismo.

“Os piscicultores também devem se atentar para as bacterioses, a fim de evitar mortalidade elevada. Evitar manejos desnecessários ou mesmo aumentar o intervalo entre eles no inverno pode ser eficaz para reduzir estresse e eventuais danos físicos”.

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