Desde outubro do ano passado, uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) trouxe à tona uma série de discussões sobre o bem-estar animal de bois e cavalos em vaquejadas e provas semelhantes. Na época, o STF derrubou uma lei que regulamentava a prática no Ceará. Para o Antonio Travassos, zootecnista, especialista e juiz de bem-estar animal, o assunto é entrar em debate é importante, mas é necessário que os profissionais da área estejam mais atentos ao tema para que mudanças efetivas sejam feitas.

“É importante que a gente fale que o bem-estar animal não é uma coisa nova, principalmente quando abordado na zootecnia. Como profissional da área, a gente entende que em todo o ciclo da criação, desde o processo do manejo, a gente sempre desenvolveu alguns tipos de atividade que geram estresse aos animais e que não colaboram com o bem-estar”.

De acordo com Travassos, que também é inspetor da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM) e sócio proprietário do Hospital de Cavalos de Paudalho, em Pernambuco, é preciso que os zootecnistas sempre tenham em mente que os animais são seres sencientes para que a questão do bem-estar seja respeitada. Segundo o zootecnista, dois pilares são fundamentais para o entendimento desta área.

“O primeiro pilar é psicológico, mesmo que este seja pouco aceito por alguns etólogos. Este pilar está ligado a forma que os animais sentem suas emoções. O segundo pilar é o da ação. O que a gente pode fazer para que o pilar psicológico seja atenuado. Uma das nossas funções é conseguir um equilíbrio entre o que eles sentem e o que eles respondem no seu comportamento”.

Atualmente, Travassos participa da reformulação do manual de bem-estar animal, que servirá de modelo para todos os profissionais ligados a provas como vaquejadas. O processo é baseado em instruções do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Rural (MAPA). Segundo o zootecnista, uma das maiores dificuldades enfrentadas no processo hoje diz respeito à conscientização.

“Eu e outros colegas resolvemos enfrentar essa situação mesmo sabendo da dificuldade que é lidar com um grupo de vaqueiros que, na verdade, são extremamente competitivos e só querem ganhar provas a todo custo. Independentemente do que seja. O nosso primeiro trabalho na verdade tentar explicar a todos o que é o bem-estar animal. Quais as consequências que não estar atento a isso pode trazer”.

Segundo o zootecnista, o manual deixará mais claro as atribuições de juízes de bem-estar, explicando suas limitações e questões punitivas.

“Hoje em dia são usados alguns tipos de arreios e outros equipamentos que não concordamos, que trazem dificuldade para os cavalos, por exemplo. No manual, vamos estimular também que animais não precisam usar embocaduras em algumas categorias, ou uso de artefatos na cabeça dos animais”.

3 Comentários
  1. Safira 7 anos atrás

    Muito orgulho deste Zootecnista que a anos atua nas vaquejadas e é responsável pot assegurar a garantia do bem estar dos animais.

  2. Thayse Sarmento 7 anos atrás

    Grande zootecnista !

  3. Henrique Roncato Gabriel 7 anos atrás

    Parabéns ao colega Zootecnista. É que não se intimide com o mercado da competição visando só o lucro nas provas.

Envie uma Resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*

©2024 Associação Brasileira de Zootecnistas

Fazer login com suas credenciais

Esqueceu sua senha?