A cinotecnia, ciência responsável pelo estudo da anatomia, comportamento, psicologia e outras especificidades relacionadas aos cães, está sendo explorada como mercado por muitos zootecnistas. Apesar de ainda não ser tão popular entre os profissionais, quem já está no segmento garante que há muita procura e potencial de crescimento do setor.
O zootecnista Ivan de Alamar Pedrosa, do Rio de Janeiro, é empresário. Atualmente, ele é proprietário da empresa CINOTEC – Adestramento de Cães, atuando, além do adestramento, com comportamento, bem-estar e manejo, principalmente para cães de companhia.
“Atendemos pessoas que querem fornecer qualidade de vida para seus animais ou solucionar algum problema comportamental ou alguma questão de convívio com seus cães, nos lares onde se encontram”, explica Ivan.
Na CINOTEC, os atendimentos são oferecidos em diferentes formatos, onde os clientes podem optar em fazer aulas de adestramento recebendo orientação sobre comportamento e manejo de cães, por exemplo.
“Podem deixar seus animais em nosso espaço para passarem o dia em atividades de adestramento, socialização e atividades físicas; podem deixar o cão hospedado para fazer o adestramento de forma intensiva; ou mesmo optarem em fazer um curso para entenderam melhor a espécie e obterem subsídios para aplicarem no convívio com seus animais”, explica.
A equipe da empresa de Ivan é composta por dois funcionários, responsáveis pelo manejo e treinamento dos cães. O negócio possui, ainda, um programa de estágio para alunos de graduação.
O SEGMENTO
O zootecnista começou a trabalhar com treinamento de cães antes mesmo de se formar em Zootecnia, em 2001. Na época, ele já possuía curso para atuar no setor. A graduação veio a complementar o que já era profissão seis anos depois, quando Ivan se formou pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). A partir daí, ele investiu em especializações e muitos cursos para se manter atualizado.
“O adestramento e o estudo do comportamento da espécie se complementam. O adestramento significa compreender os mecanismos de aprendizado utilizados para capturar um comportamento ou exercício, já o estudo do comportamento é caracterizado em compreender as necessidades e hábitos naturais da espécie, principalmente dentro de um contexto doméstico, tendo em vista que o público atendido se trata de animais domiciliados”, explica.
EXPANSÃO PARA ZOOTECNISTAS
Na visão de Ivan, hoje já há um grande avanço com o surgimento de disciplinas como cinotecnia e alimentação e nutrição de cães em cursos de gradação nas Escolas de Zootecnia ao redor do Brasil. Mas ainda é necessária uma preparação maior para a entrada dos futuros zootecnistas no setor.
“Acredito que os programas de pós-graduação comecem a surgir com linhas de pesquisa específicas nessa área, e a tendência com isso é que surjam cada vez mais disciplinas voltadas para cinotecnia, considerando a importância econômica do setor pet brasileiro que fatura cerca de 21 bilhões por ano, sendo o terceiro maior mercado do mundo com uma população de mais de 52 milhões de cães domiciliados”.
E ele complementa:
“Vejo cada vez mais colegas zootecnistas se interessando por essa área. Acho que o setor vai ganhar muito mais adeptos, à medica que, disciplinas relacionadas a comportamento e cinotecnia apareçam de maneira mais expressiva nas grades dos cursos de Zootecnia”.
Tendo essa mesma perspectiva, sendo hoje estudante de zootecnia pela UFAL, tenho buscado conhecimento em técnicas de adestramento para fomentar essa expertise muito promissora. Cursando o 3 semestre no Centro de Ciências Agrárias – CECA/UFAL, concluí recentemente num curso de Adestramento Positivo para cães.
Creio, assim como nosso colega Ivan, que esse setor tem potencial promissor tanto ao mercado pet e também podemos começar a planejar legislações para projetos em TAAs -Terapias Assistidas por Animais em que se faz preciso elaborar um trabalho a partir da interação e união entre terapeutas e profissionais de Cinotecnia e realizar cobertura profissional nessa área de atuação.