O manejo de pastagens pode ser a chave para se conquistar maiores ganhos de produtividade dentro da porteira. É o que indica a zootecnista e desenvolvedora tecnológica da Barenbrug do Brasil, Samea Moraes Cabral, que deu dicas sobre o tema em entrevista recente ao Agro Link. Segundo a profissional, um bom manejo significa permitir que os animais colham um alimento mais digestivo e nutritivo, sendo esta a melhor forma de aproveitar o potencial de uma forrageira de acordo com seu ciclo produtivo, sem prejudicar o seu reestabelecimento e sua perenidade.
“É interessante deixar claro que não adianta ter alta produção se não houver uma boa colheita. Uma vez criada uma condição de alta produção de forragem é necessária ter uma colheita eficiente; isto trará como resultado um melhor desempenho animal, gerando maiores produções tanto de arroba por hectare como de kg de leite”.
Segundo Samea, para o bom manejo de pastagens, é preciso ficar atento a alguns cuidados essenciais, principalmente no período chuvoso. O primeiro deles é saber o momento ideal para entrada e saída dos animais depois do estabelecimento da pastagem.
“É indicado que o primeiro pastejo seja feito com animais mais leves para que estes façam o desponte da forrageira com o intuito de estabelecer o sistema radicular e estimular o perfilhamento, o que promove a longevidade da planta. A recomendação de altura de entrada e de saída, ou de manutenção, no caso de manejo de pastejo contínuo, varia de acordo com cada cultivar específica e é fundamental que seja levada em consideração essa recomendação”.
Segundo a zootecnista, o aguardo que alguns produtores fazem até o florescimento das forrageiras para introduzir o gado no campo é errôneo. Nesta fase, a planta já está em uma altura que ultrapassa o ideal e a formação de colmos em relação a densidade de folhas e menor quantidade de perfilhos prejudica a perenidade da pastagem. Além disso, quanto mais velha é a planta, menor é a sua digestibilidade para os animais.
Para o bom pastejo, os produtores também precisam ficar atentos ao tamanho dos piquetes.
“Os pastos devem estar bem divididos, de forma que os cochos e bebedouros não fiquem muito distantes – isso evita o gasto de energia por parte dos animais. A distância entre o cocho e o fundo do pasto deve estar entre 250 a 300 metros no máximo. De modo geral, pastos mal dimensionados podem ocasionar tanto o subpastejo como o superpastejo – em nenhum dos dois casos isso é benéfico”.
Ainda segundo a zootecnista, o sistema de manejo de pastagens também pode ser um importante aliado dos produtores que buscam fazer pecuária de ciclo curto, visando a redução da idade do abate.
Profissional nota 1000!
Ótima matéria e que orgulho prima!!!