Zootecnista traça paralelo entre a Covid-19 e a segurança alimentar

A chegada da Covid-19 no mundo vem chamando a atenção para temas que sempre foram importantes, mas que agora ganham ainda mais notoriedade. E um destes temas é a segurança alimentar. Isso porque desde o início da pandemia do novo coronavírus, muito tem se falado sobre a origem da doença e uma das linhas de estudo mais comentadas indica que o vírus pode ter se desenvolvido em animais, como morcegos ou pangolins.

Para a zootecnista Renata Erler, especialista em gestão de agronegócio, o tema nos faz repensar e valorizar sobre tudo que é feito por agricultores e pecuaristas no Brasil, conhecido por contar com altos índices de segurança alimentar.

“Órgãos federais, estaduais e municipais, além de associações, cooperativas e os próprios produtores tem o compromisso de disponibilizar para o mercado um alimento saudável e seguro, e assim o fazem há muito tempo, apesar de pouco reconhecido pela sociedade”, detalha.

Renata relembra que no processo produtivo brasileiro há controle rigoroso sobre todos os elos da cadeia produtiva, desde os grandes produtores rurais até à produção familiar e orgânica.

“Os animais consumidos em nosso país são criados em propriedades cadastradas e regularizadas, onde recebem vacinas, vermífugos, se alimentam bem, além da grande preocupação com o bem-estar. Tal fato é reconhecido pelo mundo, que come nossas carnes, nossas frutas e nossos grãos”.

CONTROLE

A zootecnista relembra, ainda, o controle que existe dentro das porteiras com animais selecionados e avaliados ao abate com o mínimo de desconforto. O controle segue, também, nos frigoríficos.

“É feito um protocolo de avaliação obrigatório do animal vivo no curral, por um técnico especializado, chamada de inspeção “ante-mortem”, para certificar através da sintomatologia clínica quanto a ausência de sintomas de Raiva ou Encefalopatia Espongiforme Bovina (Vaca Louca)”, explica, lembrando que se nada for detectado in vivo, ainda há a inspeção após o abate, a conhecida inspeção “pós-mortem”.

O coronavírus trouxe à luz, também, o debate sobre a importância do agro para o Brasil e para o mundo. Em tempos de quarentena, o setor permaneceu ativo para garantir o alimento de milhares de pessoas.

“Graças as pessoas do campo, a Covid-19 não será capaz de parar nosso país. Chegou o tempo de valorizarmos as famílias, grandes ou pequenas, valorizarmos o agronegócio, e que novamente, não vai parar, não somente para sustentar o PIB como vem fazendo há anos, mas também, para alimentar o Brasil e agora, mais do que nunca, o mundo”.