O zootecnista e doutor em tecnologia de alimentos, Luiz Rogério Gonçalves Magalhães, atual ouvidor da Associação Brasileira de Zootecnistas (ABZ), foi um dos selecionados em um programa de pesquisador-visitante promovido pelo governo italiano. O intercâmbio, que recebe inscrições de pesquisadores de diversos países que mantém relações institucionais com a Itália, ocorrerá em 2022, na Universidade de Udine.
Por três meses, o zootecnista estará lotado no Departamento de Ciências Agroalimentares, mais especificamente no Núcleo de Desenvolvimento de Produtos de Origem Animal, para acompanhar de perto o que há de mais novo no setor através do trabalho de pesquisadores do país.
“Será um trabalho de intercâmbio técnico-científico, onde vamos ter treinamentos de metodologias que eles estão utilizando lá, vamos conhecer projetos e pesquisas em andamento, visitar indústrias que estão sendo objeto desses projetos, enfim, grande atualização tecnológica que vamos ter a oportunidade de conhecer”, disse, ponderando que o intercâmbio será interessante, ainda, para aproximação da Zootecnia dos dois países através de grupos técnicos de trabalho.
Quando comparado à Itália, o Brasil tem mais destaque na participação do agronegócio no desenvolvimento do Produto Interno Bruto – o mercado representa hoje cerca de 23% do PIB brasileiro, enquanto na Itália o segmento representa cerca de 15% do PIB deles. A diferença de números, entretanto, não significa que profissionais brasileiros não tenham o que aprender com o país europeu, muito pelo contrário.
“Embora tenhamos no Brasil grandes centros de formação, estamos falando de um país de primeiro mundo, que tem uma tradição muito forte nisso […] e é importante lembrar que a Itália é um grande transformador de matéria-prima. É a indústria tecnológica da Itália que gera esse PIB e essa capacidade. É um trabalho muito interessante para nós temos acesso neste intercâmbio” destacou, lembrando a tradição da Itália na indústria de tecnologias de alimentos. O país é, inclusive, sede da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e da Agência Europeia de Segurança Alimentar (EFSA, na sigla em inglês).
Para Luiz Rogério, independentemente do grau de formação dos profissionais zootecnistas, a capacitação constante – e especialmente no exterior, para quem tiver a oportunidade -, é fundamental.
“Nós vivemos num mundo, o agronegócio, que é extremamente competitivo. E a gente tem uma grande gama de tecnologias sendo desenvolvidas, em diversas vertentes. Portanto, para o zootecnista se manter no mercado, firme na ponta da linha, ele precisa estar cada vez mais capacitado. O mercado exige isso. É fundamental procurar esse tipo de capacitação tecnológica, não só dos profissionais, mas também como todos os pesquisadores e quem está no segmento da Zootecnia que envolve cadeia de produção”.