A pandemia do coronavírus no mundo está obrigando que as nossas relações pessoais e profissionais passem por transformações profundas. E na Zootecnia não é diferente. Enquanto o período de isolamento social continua, especialistas já analisam e tentam prever qual será o nível de mudança que as áreas de atuação do zootecnista sofrerão frente, por exemplo, às novas medidas de segurança impostas pela Covid-19.

Sobre o tema, o presidente da Associação Brasileira de Zootecnistas (ABZ), Marinaldo Divino Ribeiro, argumenta que, antes de mais nada, é necessário frisar a importância do profissional zootecnista para o momento que estamos hoje.

“O zootecnista, por sua essencialidade, encontra-se como parte dos atores do conceito da saúde única em um entendimento holístico, pois ele está presente em diversas linhas de produção que atendem, principalmente, às necessidades nutricionais básicas das pessoas”.

(Foto: arquivo ABZ)

Especificamente sobre a mudança de cenários que envolve a questão profissional, Marinaldo ressalva que será necessária uma ampla revisão da formação em sanidade animal nas escolas de Zootecnia, para dar mais conhecimento, entendimento e conscientização dos novos profissionais quanto as questões da elaboração e implementação de planos de biosseguridade nos sistemas produtivos.

“Esse momento exige adaptação das formas de promover a assistência técnica especializada, com tendência a virtualização ou desenvolvimento da assistência remota E exige também a adoção de medidas existentes ou desenvolver novas medidas de boas práticas nos diferentes processos produtivos, de processamento e disponibilização ao consumidor”.

Ainda segundo Marinaldo, “o novo mundo da Zootecnia” demandará dos profissionais e estudantes maior conscientização, mudança de atitude e ação organizada por meio da congregação em torno da própria ABZ para fazer valer seus direitos e impedir a continuidade do estabelecimento, por diferentes órgãos, de instrumentos normativos restritivos ao livre exercício da sua competência adquirida no processo de formação.

Mas se por um lado a revisão dos modelos de trabalho e ensino exigirão muita dedicação, por outro, isso deverá refletir em mais reconhecimento para a profissão.

“É uma situação que, sem dúvidas, refletirá em um maior reconhecimento sobre a importância do profissional zootecnista para o país e sociedade. Mas, em contrapartida, trará a exigência para esse profissional de maior conscientização da sua responsabilidade social”, prevê.

MODELOS DE NEGÓCIO

Os modelos de negócio no setor agro, como não poderia deixar de ser, também deverão passar por reformulações. Para o presidente da ABZ, é importante considerar que agora, os sistemas produtivos deverão demandar de produtores e seus colaboradores muito conhecimento e criatividade para reinventar os meios de produção e, sobretudo, de logística de obtenção de insumos e escoamento da produção.

“Surgirão novos modelos produtivos, de assistência técnica e especialmente novos canais de comercialização dos produtos pecuários. E isso demandará maior planejamento por parte dos produtores e técnicos para otimização dos custos e entrega de produtos no tempo e na quantidade estabelecida pelos contratos com os mercados”.

Outros pontos que envolvem a mudança de cenário do agro estão ligados, segundo Marinaldo, a maior virtualização de processos e, também, a intensificação de medidas por parte do governo para subsidiar, regular e garantir a produção e o abastecimento dos alimentos necessários à população.

“A superação da crise vivenciada é uma responsabilidade individual de cada um e de todos para juntos garantir a continuidade da vida de forma diferente do que era, mas mais segura e fortalecida”.

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